História TAROT ( Jung Jaehyun ) - Prólogo

A manhã estava prestes a começar. Enquanto arrumava as roupas que eu iria usar para trabalhar, percebi que os raios solares já entravam pela janela, deixando o meu quarto de paredes brancas num tom amarelado.

                O meu trabalho não era grandes coisas, visto que eu ainda estava na vida de estagiária. Eu trabalhava para uma revista de fofocas, daquelas que o povo gosta de ler mas que as celebridades detestam. Por eu ainda ser ‘’aprendiz’’ no ramo, trabalhava na seção em que não recebe muito foco na hora de publicar as fofocas. Digamos que eu trabalhasse com a parte dos comerciais e anunciantes que apareciam na revista, sabe? Os famosos patrocínios e patrocinadores.

                Tinha uma vida simples e aconchegante. Não dependia mais dos meus pais pois resolvi sair de casa muito cedo, visto que sempre foi o meu sonho morar na cidade grande. No momento em que passei para a universidade de Seul, agarrei a oportunidade e me mudei. Por eu ser estrangeira, acredito que muitos não esperavam que eu passasse e, principalmente, que eu me graduasse em jornalismo.

                Sentia muita falta dos meus pais, mesmo que eu estivesse muito feliz dando mais um passo ao meu sonho. Felizmente, todas as manhãs trocava mensagens com a minha mãe, visto que a separação nos deixou abaladas. A saudade apertava o peito, mas eu tinha a consciência de que estava prestes a viver uma das melhores fases da minha vida.

                Liguei a televisão para ver o que estava passando no noticiário. Gosto de manter-me sempre atualizada logo pela manhã, assim já teria uma base do que irá ocorrer na empresa durante o dia.

                E mais uma vez não me surpreendi ao ver do que se tratava uma das primeiras matérias do jornal matinal. Mais uma das diversas fofocas envolvendo Jung Jaehyun, um dos atores mais famosos que há na Coreia do Sul. O escândalo da vez dizia que o rapaz envolveu-se amorosamente com uma coadjuvante do novo drama em que estavam atuando juntos. É como diz a minha regra nº 10: NUNCA se apaixone por uma celebridade.

                Antes que eu me estressasse mais, desliguei a televisão. Por eu ser do meio jornalístico, sei o quão aborrecedor deve ser ter a sua vida exposta para a população. Definitivamente é um caos.

[ ... ]

                Enquanto caminhava pelas ruas ensolaradas de Seul, em direção ao meu trabalho, resolvi dar uma paradinha na cafeteria mais próxima da empresa. Já era um costume meu comprar um grande copo de café quentinho, daqueles de 750ml. Eu só acordava direito depois de toma-lo e iniciar o meu trabalho.

- Bom dia, ________. – cumprimentou Doyoung, o barista do café. Doyoung era meu colega na faculdade por alguns semestres porém resolveu sair a abrir um café, que é a sua verdadeira paixão, segundo o que ele fala.

- Bom dia, Doyoung. – cumprimentei. – Irei o mesmo de sempre. – avisei e, com uma piscadela, o rapaz afastou-se para preparar o meu pedido.

                A cafeteria de Doyoung era aconchegante e calorosa. Com as paredes num tom rosado e uma decoração inspirada na moda vintage, o local exalava um cheiro de café fresco. Eu amava passar alguns finais de semana lendo os meus livros ou fazendo pesquisas para o meu trabalho enquanto tomava um frappuccino daquele lugar. Era uma sensação incrível.

- Aqui está, ________. Um grande copo de café quente. – entregou-me o copo com uma mão. Antes que eu tirasse o meu dinheiro para pagar, Doyoung impediu-me. – Hoje é por conta da casa. – avisou, fazendo-me suspirar.

- Mas Doyoung... – antes que eu continuasse, novamente o menino me interrompe.

- Você é a minha cliente mais fiel, o que é um copo de café comparado com os outros milhares que você já comprou? – ele sabia convencer-me muito bem.

[ ... ]

Adentrando o imenso prédio da editora, encaminhei-me em direção dos elevadores, visto que o meu ‘’pseudo-escritório’’ encontrava-se no 7º andar. Já haviam algumas pessoas esperando os elevadores chegarem e uma delas era o meu colega de trabalho Johnny Seo. Ele era alto, com um sorriso simpático e um olhar gentil... Um verdadeiro Don Juan.

- Bom dia, Johnny. – cumprimentei, posicionando-me ao seu lado. Como já era de se esperar, o rapaz abriu um largo sorriso, depositando os seus olhos em mim.

- Bom dia, ________. Dormiu bem? – perguntou.

- Digamos que sim. – e, logo que eu o respondi, o elevador do lado direito abriu. Johnny e eu nos direcionamos ao elevador e entramos, juntamente com mais algumas pessoas. Não demorou muito para que chegássemos ao nosso local de trabalho.

                Assim que colocamos os nossos pés fora do elevador, vimos que a seção estava pegando fogo. Os estagiários e os outros trabalhadores estavam correndo de um lado para o outro, com papeladas em suas mãos e alguns papéis voando pela sala.

                Johnny e eu trocamos um olhar confuso, visto que não estávamos entendo porcaria nenhuma. Logo avistei um corpo familiar, logo fazendo questão de agarrar o seu braço com calma, para não assustá-lo.

- Donghyuck, o que está acontecendo? – perguntei e o jovem mordia o seu lábio inferior, demonstrando nervosismo. Antes de me responder, ajeitou os seus óculos.

- Vocês não receberam o e-mail? – perguntou, olhando para mim e para Johnny. Novamente eu e Seo trocamos olhares confusos.

- Que e-mail, Hyuck? – perguntei, sentindo um nervosismo tomar conta do meu corpo. Donghyuck inspirou, procurando acalmar-se.

- Quem conseguir fazer a melhor matéria envolvendo o novo caso do ator Jung Jaehyun terá o posto de vice-presidente da empresa. – falou, enfim.

                E, naquele momento, senti que a minha vida toda estava prestes a mudar. Era a minha chance de agarrar uma enorme oportunidade. Aquela seria a minha tão esperada luz no fim do túnel. Por mais que eu deteste esse tipo de matéria e notícia sensacionalista... Era pegar ou largar!