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História Te quiero - Lumity - Treino de magia, bolinhos de fireberry e chá.


Escrita por: Wasabae

Notas do Autor


Welcome! Para matar as saudades desse ship quase-canon, trago para vocês uma short fic de Lumity ♡

E vamos de sobreviver aos hiatus! Espero que gostem.

Capítulo 1 - Treino de magia, bolinhos de fireberry e chá.


   Já fazia algumas semanas desde que Amity vinha visitar a Casa da Coruja juntamente com Willow e Gus que, por sinal, haviam se tornado mais próximos da bruxa de cabelos esverdeados desde os últimos eventos ocorridos, fortalecendo esse laço pelo grande carinho que tinham pela humana, Luz Noceda.

   Aquele era mais um típico dia de visita e Amity tinha acabado de tirar o gesso de sua perna. Os planos do dia eram treinos de magia, bolinhos de fireberry e chá. A jovem Blight estava, como de costume, ansiosa para encontrar-se com Luz. A rapidez com a qual seus sentimentos pela garota latina afloraram assustaram-na de um jeito perturbador; ela nunca se sentira dessa maneira antes, o que a dava um frio na barriga e calafrios sempre que pensava ou estava próxima da garota. Sem contar do calor em suas bochechas sempre que estavam lado a lado tendo uma simples conversa banal.

   "Por que eu sou assim?" Pensou Amity enquanto tomava fôlego do lado de fora da casa e se preparava para entrar.

   — Hoot, hoot! Parece que alguém chegou mais ceeedo... – Hooty saudou-a com sua voz irritante de sempre, o que resultou em uma careta da bruxa e um revirar sarcástico de olhos. – Luz acabou de sair para colher frutinhas especiais para os bolinhos. Hoot, hoot!

   — Ugh... Você ainda existe... – resmungou massageando suas têmporas para tentar se livrar da voz que custava a ecoar em sua cabeça como uma enxaqueca persistente.

   — Será que eu existo? – O tubo com cara de coruja se esticou de maneira bizarra até dar um giro de 360° graus com sua cabeça enquanto a encarava intensamente. – Me faço essa pergunta todos os dias. Por que, na maioria das vezes, eu sou ignorado por todos que aparecem e quem garante que-

   — Tubo coruja! – Amity chamou-o de volta a realidade com estalos de dedo. – Pode, por favor, deixar a crise existencial de lado e me deixar entrar?! Eu espero por ela aí dentro.

   — Hoot, hoot! Mas é claro! – A jovem balbuciou um "obrigada" quase inaudível, porém foi novamente interrompida por Hooty. – Poderá entrar na Casa da Coruja assim que resolver o meu enigma.

   — Hooty, eu juro pelo Titã que se você não abrir essa porta agora, eu-

   — O que é, o que é... – Começou. – pequena, temperamental e não sabe esconder os sentimentos que têm pela Luz?

   A jovem bruxa paralisou, analisando o que Hooty acabara de comentar. Como ele sabia? O quê ele sabia? Balançou sua cabeça espantando esses pensamentos e voltou a fuzilar a pobre coruja com o olhar, o que o fez encolher-se um pouco por medo.

   — Ora, seu... Minha perna já está 100% curada e eu estou prestes a te dar um chute no-

   — Amity!

   A voz doce e energética de Luz Noceda fez com que Blight virasse rapidamente seu pescoço para encará-la vindo em sua direção, ignorando completamente Hooty e tudo a sua volta.

   No momento, era só ela e a humana.

   A garota morena vinha correndo ao encontro de Amity, que observou-a se aproximando cada vez mais com uma cesta cheia de frutinhas redondas e vermelhas carmesim que logo reconheceu serem fireberries. Ela se aproximava rápido até demais...

   — Luz! Cuidado! – Tentou advertir, mas era tarde demais.

   A jovem havia tropeçado em uma raiz exposta no chão e em poucos segundos depois estava caída no chão espalhafatosamente juntamente com as frutas que, instantaneamente, começaram a pegar fogo.

   Luz gritou pelo susto da cesta de palha em chamas e a combustão espontânea das frutinhas. — Ah, não! Fogo de novo, não! – levantara rapidamente e tentou assoprá-las para de livrar das chamas. – Não está funcionando! – Desesperou-se.

   Por mais engraçada que estivesse aquela cena, Amity resolveu agir antes que a humana se queimasse. Correu ao seu encontro e desenhou um círculo rosa no ar que fez com que jatos d'água aparecessem e apagassem o fogo.

   Luz a encarou com os olhos brilhando em visível admiração, o que,  segundo Amity Blight, era uma cena adorável.

   — Feitiço de água! Incrível, Amity! – disse parando de frente para a garota que, instantaneamente adotou uma coloração rosada em seu rosto pálido.

   — É-é um feitiço simples, Luz. – Deu de ombros numa tentativa de disfarçar o nervosismo da aproximação repentina de sua crush. – Não é como se você não tivesse visto coisas mais interessantes com Eda.

   A garota ponderou. — Verdade. – concordou com um sorriso bobo em seus rosto, realçando as leves covinhas ao cantos de suas bochechas. – Mas o feitiço veio em boa hora. Lilith me disse que precisava dessas fireberries para fazer uma receita que achou num livro de culinária antigo da Eda.

   — Agora você entendeu o porquê do nome "fire" berry? – a jovem botou uma mecha verde de seu cabelo curto por trás das orelhas e encarou o chão acanhada. – Se sofrerem um forte impacto, como caírem no chão, por exemplo, essas frutas pegam fogo.

   A morena riu, o que fez a jovem bruxa encarar de maneira apaixonada a expressão ingênua e pura que o rosto da humana adquiria com aquela risada.

   — Isso explica porquê em volta dos arbustos estava cheio de cinzas e folhas chamuscadas... – passou a mão em seu queixo, pensativa.

   Amity ainda encontravá-se encarando Luz Noceda, que percebeu na hora e remexeu-se inquieta com a atenção repentina.

   "Será que eu fiz papel de idiota na frente dela de novo?" Pensou preocupada desviando seu olhar da mais velha e corando de vergonha.

   — E-então... – Luz coçou a garganta e sorriu de maneira sem graça. – você resolveu aparecer mais cedo.

   — Oh, eu peço desculpas se for um problema. É-é que Edric e Emira não paravam de me perturbar lá em casa e-

   — Ah, não. Não é problema nenhum. – lançou um sorriso tímido para a bruxa e em seguida ajoelhou-se para catar as frutas caídas no chão. – Eu fico ansiosa pela sua visita semanal, sabe...

   Amity não percebera, mas Luz adotou uma face vermelha assim que pronunciara aquela frase. Também não demorou muito para o calor subir as bochechas da jovem de cabelos tingidos assim que interpretou o que a morena havia a dito. Ela também se abaixou para ajudar a latina, que agradeceu timidamente. Enquanto recolhiam as frutinhas, suas mãos se encontraram fazendo com que um choque percorresse o corpo das duas meninas.

   Elas fizeram contato visual.

   Os olhos castanhos de Luz Noceda encantavam Amity Blight. A medida que os raios de sol atingiam seu rosto, o castanho de seus olhos se tornava mais claro e brilhante. Suas mãos ainda se encontravam sobrepostas com um calor reconfortante. O coração da jovem bruxa começou a bater de maneira acelerada enquanto um sorriso brotava na face de Luz e seus rostos se aproximavam cada vez mais.

   — Amity, eu...

   — Hoot, hoot! Ei, Luz! – Aquela voz irritante as interrompeu.

   — H-Hooty! A quanto tempo você está aí?? Q-quer dizer... – Luz deu um tapa em sua própria testa quando percebeu o que havia perguntado.

   A raiva de Amity pela interrupção foi tão grande naquele momento que ela pensou seriamente em invocar uma aberração para acabar com aquele tubo coruja. As duas estavam tão próximas... A jovem bruxa, entretanto, aproveitou para recuperar seu fôlego e sua pose.

   — Sua amiga estava prestes a me responder uma charada. Hoot! – Ele respondeu como não quer nada, porém Amity percebeu um semblante atrevido por trás daquela penugem.

   — Oh! Eu amo charadas! Qual é? – A morena perguntou animada.

   A jovem bruxa de cabelos esverdeados não pode evitar de dar um gritinho em protesto, o que chamou a atenção dos dois. Ela fechou a cara para Hooty e cerrou os punhos de maneira ameaçadora, o que fez a casa-ave engolir em seco.

   — H-hoot! Uh... Querem saber, deixem para lá... – Disse abrindo a porta para as duas jovens, que adentraram a casa sem dizer mais nada. Mas Amity não pode evitar de lançar um último olhar ameaçador para Hooty.

   A casa da coruja chamou a atenção da jovem bruxa desde a primeira vez que entrara lá. Inúmeras antiguidades e artefatos aleatórios estavam espalhados pela sala de estar, onde percebeu a presença de uma figura alta de longos cabelos brancos bebericando um líquido em uma xícara que dizia "30 & flirty" que, devido o cheiro forte e adocicado no ar, julgou ser chá de hortelã.

   Eda se espreguiçou dando um longo bocejo em seguida antes de grudar seus olhos heterocromáticos nas duas garotas. A maldição havia, de fato, tirado boa parte dos poderes da bruxa rebelde e a enfraquecido a um ponto em que evocar simples feitiços se tornasse uma tarefa deveras complicada, diz-se que quase impossível. Todavia, Eda estava se familiarizando no estilo peculiar de Luz de fazer magia: por meio de desenhos. Enquanto isso, Lilith estava do outro lado da sala cercada de livros enormes empilhados. Amity presumiu que a ex-tutora ainda estava empenhada em achar uma cura para a maldição das duas.

   — Hey, Lilith! Colhi as frutinhas que você me pediu. – Luz pronunciou, deixando a cesta em cima da mesa da cozinha. – Ah, e bom dia, Eda! Onde está o King?

   — Aquela bola de pelos adorável ainda está dormindo no andar de cima. – Respondeu simples tomando mais um gole de sua xícara.

   A humana foi, então, ao encontro de sua mentora e a deu um abraço apertado e carinhoso e Eda deu leves tapinhas amistosos em sua cabeça. Amity não pode evitar de sorrir com o gesto amável de Luz com a Mulher Coruja.

   "Luz é uma boa pessoa" Pensou dando um sorriso singelo.

   Lilith levantou-se para buscar a cesta e aproveitou para saudar a jovem bruxa que ainda a encarava um pouco desconfiada desde que traira Eda e Luz.

   — Senhorita Blight. – Cumprimentou-a com uma simples reverência.

   — Mentora Lilith. – a menina sacudiu sua cabeça. Lilith não era mais sua tutora de magia. – Q-quer dizer... Como vai, senhorita Clawthorne?

   A mulher abriu um leve sorriso. — Muito melhor. Obrigada.

   — Ei, Amity. – Luz chamou-a. – Tem uma coisa que eu quero te mostrar antes do nosso treino. Vem!

   A jovem bruxa concordou com a cabeça e a seguiu até o andar de cima, parando em frente a uma porta cheia de adesivos e uma placa neon que identificava ser o quarto de Luz. O pensamento de Amity sozinha no quarto com a humana fez seu rosto ficar quente e suas mãos apertarem nervosas a bainha de seu vestido preto. O que será que Luz queria mostrar?

   A morena foi em direção a um armário e tirou um embrulho pequeno de lá. — Feliz aniversário, Amity!

   — C-como você sabia? – A bruxa perguntou surpresa pegando o presente das mãos da latina.

   — Os gêmeos me contaram. – Deu de ombros. – E assim que eu soube, achei que esse seria o presente perfeito! Vamos, abra! – pediu empolgada.

   A jovem Blight desfez facilmente o nó da fita por cima da caixa branca e a abriu, puxando lá de dentro um livro novinho de The Good Witch Azura. Amity nunca havia lido aquele.

   — É uma continuação? Eu nem sabia que tinha mais um livro! – Disse animando-se enquanto folheava o livro novinho.

   — Sim. – Afirmou satisfeita com a reação da menor. – No meu mundo estavam prestes a  lançar um novo volume esse mês. Então pedi para Eda pegar um. Isso foi antes da porta ser destruída...

   — Uau, isso... Isso é incrível! Obrigada, Luz! – Agradeceu com um sorriso sincero em seu rosto.

   — Ownt! Não tem de quê! – Luz pulou animada em seus braços, apertando Amity contra sí.

   A rapidez com a qual suas bochechas adotaram uma super coloração avermelhada devido ao contato repentino da latina chegava até a ser cômico. De maneira desengonçada, Amity retribuiu o gesto dando tapinhas em suas costas. A bruxa não queria soltar-se jamais da humana. Estavam tão próximas que conseguiam sentir as batidas desritmadas de seus corações. Luz suspirou profundamente o perfume de Amity Blight. Ela cheirava ao chá de hortelã de Eda. O cheirinho de menta que a garota emanava era deliciosamente bom.

   Infelizmente, o contato não durou muito tempo. A garota de cabelos tingidos afastou-a gentilmente e sorriu envergonhada, sua face estava super corada e sua respiração ofegante por causa do nervosismo.

   — V-você realmente não precisava me dar um presente...

   — Qual é, Amity! Só se faz 15 anos uma vez!

   Amity piscou confusa. — Só se faz qualquer ano uma vez, Luz.

   A latina riu revirando os olhos. — Sim, sim. É só que... Ah, esquece. Bom, pronta pra dar 110% de sí no nosso treino de hoje, Blight?

   — Não pense que vou pegar leve com você, Noceda. Principalmente agora que minha perna está curada. – Respondeu convencida.

   As duas jovens caminharam juntas para fora da casa e rumaram para um bosque não muito distante onde vinham para treinar todas as semanas. O local era amplo e até bem nivelado, ótimo para combates como o que estava prestes a ocorrer no local.

   — Muito bem, Luz. Você tem seus selos em mãos? – Perguntou Amity, se alongando.

   — Com certeza, baby. – Respondeu segurando os desenhos em frente ao seu rosto na forma de um leque, dando uma rápida piscadela para a bruxa.

   Amity mordeu os lábios numa tentativa falha de se conter. Seu rosto estava quente e não sabia dizer se era por ter sido chamada de "baby", pelo olhar que havia acabado de receber da mais nova ou ambos. A morena sabia como, mesmo que não intencionalmente, desconcentrar a prodígio.

   — V-vamos dar início ao treino, então. – disfarçou seu acanhamento.

   A jovem Blight deu início desenhando um círculo no ar e invocando um monte de gosma roxa no chão que rapidamente tomou forma de um monstro de 2 metros de altura. A aberração rugiu ferozmente enquanto corria em direção a latina que, em reflexos rápidos, desviou do ataque acertando-o em cheio com um chute. A garota logo percebeu não ter sido uma boa idéia, pois sua perna afundou na gosma pegajosa da aberração, fazendo-a gritar pelo susto.

   — Foque na magia nesse caso, Luz. Combates físicos não são recomendados em monstros de gosma justamente por isso. – a jovem a aconselhou.

   Luz assentiu puxando um selo de seu bolso e o ativando, fazendo uma coluna de gelo surgir e acertar o que ela acreditara ser o rosto da criatura, que grunhiu em protesto cambaleando tonto até cair no chão e se dissolver em um líquido pegajoso roxo.

   — Pensei que tinha dito que não pegaria leve comigo. – Virou-se com um sorriso convencido para Amity, que apontou para trás de Luz com um sorriso irônico e uma sobrancelha erguida.

   — Abominação... Erga! – Gritou fazendo com que o líquido se juntasse em um monstro duas vezes maior e mais massivo do que o primeiro.

   — Dios mio.

   A morena correu para longe do monstro que depositou um golpe no chão causando um leve tremor no local. Luz concentrou-se em seu alvo e puxou rapidamente um selo da magia de plantas, ativando-a e fazendo com que uma raiz brotasse do chão e a erguesse no alto. Ela pegou um selo de fogo e, com um tapa, o acendeu. Uma bola de fogo surgiu em sua mão.

   — A-ah! Quente! Quente! Queeente! – Reclamou enquanto arremessava a bola de fogo em direção ao seu alvo. O feitiço, porém, não fez grandes danos na criatura, apenas a deixou mais zangada.

   — Só isso não será o bastante, Noceda. Mais quais cartas você tem na manga? – Amity provocou-a.

   — Tenho t-tudo sob controle!

   "Só que não." Ela pensou, já entrando em pânico. Luz queria mostrar para Amity do que já era capaz de fazer. Ela até conseguira arrancar um pedaço da máscara do próprio Imperador Bellos!

   Sendo levada mais pela emoção do que pela razão, a latina sacou seus três selos restantes e ativou-os simultaneamente. Um pilar de gelo surgira com uma luz cegante e formara o formato de uma lança, sendo ao mesmo tempo cercado por caules espinhosos em chamas.

   — Uou! – A humana segurou a lança em suas mãos e, incrivelmente, não se queimou com o fogo e muito menos se espetou nos espinhos. Apenas sentia um leve desconforto tolerável.

   A morena logo mirou na aberração e lançou a nova arma com toda sua força, acertando-a em cheio e explodindo-a num monte de gosmas nojento.

   Amity encarou a garota boquiaberta com que acabara de fazer. — C-como você...?

   — Eu também não sei. – confessou. – Mas foi muito maneiro, não é?!

   — Junção de feitiços... E você é só uma humana...

   — O quê? – A morena perguntou confusa.

   — Isso que você acabou de fazer é um feitiço, quer dizer, são feitiços bastante complexos! Você juntou vários em um só. – Contou animada. – Luz! Você é incrível!

   A humana sorriu envergonhada com tal elogio. Não esperava ouvir isso de Amity Blight. — Ah, é mesmo? Mas eu não faço idéia de como eu fiz...

   — O importante é que fez. – Amity afirmou orgulhosa, se aproximando de Luz e segurando em seu ombro de maneira amistosa. – Você não é nada mal para uma simples humana.

   — Tsc! Você acha que eu sou uma "simples humana"? – Ela ergueu uma sobrancelha e sorriu sarcástica para Amity.

   — Não é como se eu tivesse conhecido outros humanos, mas... Você é, de fato, peculiar. Você é diferente. – encarou-a nos olhos.

   Perto demais.

   — E é um diferente bom. – a bruxa afastou a franja de luz que estava colada em sua testa suada. – Você é maravilhosa, Luz. – Admitiu corando e dando o mesmo efeito na morena.

   Luz balançou a cabeça tentando se concentrar. Amity estava mesmo falando sério os apenas brincando com ela? De qualquer forma, a latina tentou disfarçar a vergonha abrindo um sorriso largo e se afastando lentamente da mais velha, que percebeu e adotou um semblante triste.

   — E-eu... Você... Amity, eu... Wah!

   Ela havia caído na frente pela segunda vez naquele dia. Agora tinha escorregado na gosma da aberração que acabara de combater.

   A jovem Blight não conseguiu segurar a risada com Luz caída no meio daquele slime roxo, toda suja e pegajosa. — M-me desculpe, Luz mas... Hahaha! Você está toda gosmenta!

   A prodígio cessou sua risada imediatamente quando foi atingida por uma bola de gosma lançada por Luz, que a encarava com um olhar brincalhão.

   — Argh! Você não fez isso...

   Uma guerrinha de slime havia começado. Luz juntava grandes quantidades de gosma em seus braços e os lançava em Amity, que se escondia por trás de um escudo que tinha acabado de conjurar.

   — Ew, Luz! Essa gosma não vai sair da nossa roupa nunca mais! – Reclamou, mas não conseguia parar de rir da situação infantil a qual as duas estavam se submetendo.

   — Menos papo, mais ação, orelha pontuda! — A morena provocou antingindo-a de surpresa.

   Então o treino havia se tornado uma guerra de bolinhas de neve. A diferença é que não estava nevando. As duas garotas riam e se divertiam. Fazia tempo que Amity não se sentia tão bem assim e, não a surpreendeu que estivesse feliz ao lado de Luz Noceda. Sua crush. A garota que não saia de sua cabeça nem por um minuto.

   Não tinha como negar.

   Estava apaixonada.

   Quando ambas se cansaram. Decidiram sentar-se no chão para recuperar o fôlego e assistir o sol que estava começando a se por atrás das colinas.

   — Amity... Obrigada. – Luz disse depois de um tempo caladas, apenas aproveitando o momento.

   — Hm? Pelo quê?

   — Você... Ter se tornado minha amiga. Eu sei que posso ser muito intensa e agir por impulso na maioria das vezes. Esse foi o motivo de eu ter sido mandada para um acampamento, para início de conversa. – Disse simples e se deitando na grama macia, convidando Amity para fazer o mesmo. – Ter você como minha amiga é muito importante para mim, eu-

   A bruxa deitou-se e encarou as feições delicadas e precisas da humana. Ela não resistiu e interrompeu o discurso da humana para lhe dizer:

   — Você é muito linda.

   Luz ficou surpresa por alguns instantes com o que acabara de escutar. — Eu sou... O quê?

   Ambas garotas haviam adquirido uma coloração super vermelha. Estavam mais vermelha do que as fireberries. Amity logo percebeu o que acabara de dizer e congelou.

   — Aí estão as duas. – Eda apareceu por trás de uma árvore em seu habitual vestido vermelho e salto alto. – Os bolinhos estão prontos e... Bom, digamos que tivemos um pequeno incidente na cozinha. Envolvendo a Lilith. E fogo. Muito fogo. Enfim, venham, vamos comer. – Disse fazendo um sinal para acompanhá-la.

   Luz trocou um último olhar intenso com Amity antes de levantar e abrir um sorriso, puxando-a logo a seguir.

   No percurso até a Casa da Coruja, Luz aproximou-se da garota e sussurou discretamente em seu ouvido.

 

 

 

   — Eu também te acho muito linda.


Notas Finais


Comentem o que acharam ^^


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