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História Te quiero - Lumity - Monótono.


Escrita por: Wasabae

Notas do Autor


Here you go, kids! Aproveitem, pois já está quase acabando! Xoxo

Capítulo 2 - Monótono.


   Dizer que o clima não havia ficado estranho durante o trajeto para a Casa da Coruja seria uma mentira. Só faltava Amity entrar em combustão de tão quente que seu rosto havia ficado tanto por receber um elogio de Luz quanto por finalmente perceber que foi ela quem a elogiou primeiro. A jovem bruxa começou a balbuciar frases desconexas e sem sentido algum, do tipo: "uhm... Wow, sports" e, em poucos instantes depois, adquiriu um semblante atordoado e foi apertando os passos para ficar o mais distante possível da humana.

   Luz a observou se afastar com uma expressão confusa no rosto. Havia dito algo errado? Apenas afirmou o óbvio. Amity Blight era linda e já fazia um bom tempo que prestava atenção em suas características peculiares: a pele clara que brilhava como porcelana, a vermelhidão que tomava conta de toda sua face quando se irritava e sua graciosidade evocando feitiços.

   A morena soltou um sorriso bobo enquanto observava a mais velha caminhar atordoada a sua frente.

    "Será que eu deixei a Amity sem graça?"

   De maneira provocativa, Luz aproximou-se da jovem bruxa, que deu um leve sobressalto quando percebeu que a morena havia a alcançado. A humana achava graça quando conseguia deixá-la acanhada, mesmo não entendendo o porquê dessa reação.

   — Eu disse alguma coisa errada? – Perguntou, inocente.

   — O quê? Não! – Respondeu rapidamente. – E-eu só não estava esperando você dizer isso...

   — Bom, eu também não esperava você me dizer aquilo no campo. – A latina retrucou. – Mas foi a segunda vez que você me elogiou hoje, então... Achei que pudesse fazer o mesmo. Não que não seja verdade, eu te acho linda.

   — Eu... O-obrigada. – Sua face começou a esquentar novamente.

   Essa era outra coisa que Luz Noceda percebera: Amity corava muito quando estavam juntas. Ela não sabia esse lado doce da bruxa, que, na maioria das vezes, expressa desdém e arrogância com os outros ao seu redor. Mas quando estão juntas, Amity é super amigável e gentil.

   "Talvez ela só seja mal compreendida" Pensou Luz.

   Em seguida, um silêncio angustiante tomou conta do local e as garotas continuaram andando lado a lado. Amity tentava ao máximo disfarçar o nervosismo de estar com Luz e ainda tentava controlar seu coração que ainda batia acelerado pelo que ela havia lhe dito.

   Finalmente, depois de longos 5 minutos de uma caminhada silenciosa e desconfortável pela floresta, elas haviam chegado na Casa da Coruja. Uma inquietação foi sentida lá de dentro. A cena seria cômica se não fosse trágica: Lilith tentava apagar as chamas em uma bandeja de cupcake que, as garotas logo pressumiram ser os bolinhos de fireberry. Ao lado dela, King corria desesperado com um balde cheio de água e arremeçou o líquido atingindo, de forma não proposital (ou talvez proposital), a bruxa mais velha.

   — Hahaha! Você está toda encharcada! – Eda riu da desgraça alheia. – Bom trabalho, King! – Parabenizou-o sarcástica, recebendo, em seguida, um olhar de reprovação de Lilith. – Só estou brincando, Lili! Deixa que eu cuido da próxima fornada. Tem toalhas limpas no andar de cima.

   Luz correu para ajudar a ex-mentora de Amity, e a garota, mais uma vez, reparou em quão atenciosa e gentil a humana era. De fato, escolhera bem a pessoa para se apaixonar.

   Na verdade, não escolheu.

   Apenas aconteceu.

   — Ei, Amity. – Chamou Luz. – Sinta-se a vontade. Vou ajudar a Lilith e já volto.

   — O-ok, Luz.

   A morena rumou para o andar de cima com Lilith ao seu lado profanando umas palavras não muito bonitas para King, que deu de ombros e pegou um bolinho em chamas da bandeja e assoprou para apagar o fogo, deliciando-se logo em seguida. Amity ainda encontrava-se parada na porta, sem jeito. Ela ficou ainda mais sem graça quando percebeu que a Mulher Coruja a encara da cabeça aos pés, como se quisesse ver através de sua alma.

   A jovem bruxa tirou coragem para questioná-la se havia algo errado e Eda apenas deu um sorriso de lado balançando lentamente a cabeça.

   — Sabe, criança, na sua idade eu costumava ter uma paixonite também.

   Amity se engasgou com a própria saliva. — P-perdão?

   A velha bruxa soltou uma risada. — Não precisa disfarçar. Na verdade, você é bem ruinzinha em disfarçar. Tipo, muito.

   — Não sei do quê você está falando...

   — Ah, mesmo? – Ergueu uma sobrancelha. – Então você não está caidinha pela Luz, imagino eu. – Disse como quem não quer nada.

   Amity pela milésima vez naquele dia adotou um semblante corado, desviando o olhar da bruxa.

   — Tá tão na cara assim?

   — Se até Hooty percebeu, sua situação está mesmo complicada. – Eda respondeu, fazendo com que Amity se voltasse para a casa-ave com uma expressão de ódio. – Não foi ele quem me contou. Eu só não sou cega.

   A Mulher Coruja sentou-se no sofá e deu dois tapinhas ao seu lado convidando a jovem bruxa a se sentar com ela. Amity engoliu em seco e se dirigiu para o lado dela, acomodando-se porém com os músculos ainda tensos.

   — Escuta, criança. Eu não estou aqui para te dar uma bronca, então fique tranquila. – Disse reconfortando-a. – Mas você entende que Luz está sob os meus cuidados, certo? – A garota assentiu. – Luz é... Bom, Luz é uma menina inocente e, sejamos francas, um pouco lerda para perceber as coisas.

   Amity não pode evitar de sorrir em concordância.

   — O que eu quero dizer é que eu me importo muito com o bem estar da minha filh- – Coçou a garganta – Q-quero dizer, da minha humana. Eu vi vocês duas juntas no campo. – Disse e Blight desviou o olhar com um sorriso meigo nos lábios lembrando-se da sensação de estar deitada junto com Luz.

   — N-nós só estavamos descansando.

   — De novo, minha jovem. Eu não sou cega. Mas não tenho nada contra vocês duas. Me lembro de como você a defendeu no Grom e percebo o entusiasmo dela quando fala de você.

   "Ela fala de mim?"

   — Ela gosta de você.

   O coração de Amity errou algumas batidas. "Ela o quê?!"

   Edalyn percebeu a exaltação da menor e riu, negando com a cabeça. — Ah, não, não. Não quis dizer gostar de uma maneira romântica. Isso eu não faço idéia, sinceramente.

   — O-oh. Claro...

   — Por quê você não pergunta para ela?

   — O quê?!

   — Chama ela para sair. – Disse com um brilho nos olhos. – Ela ficaria animada!

   — E-espera aí...

   — Tenho certeza que ela aceitaria. Sabe, eu já levei vários namorados meus para as colinas do desespero na sua idade... É um ótimo ponto de encontro.

   — E-edalyn! – Amity chamou sua atenção. – É besteira. – Confessou adotando um semblante triste. – Ela não me vê do mesmo jeito que eu vejo ela... Eu sou só uma amiga.

   A Mulher Coruja tocou no ombro da menor de maneira protetora. — Você não gosta dela ao ponto de pelo menos tentar?

   — Gosto. Mas é claro que gosto. Mas e se isso estragar nossa amizade?

   — O afeto que Luz tem por você não é tão frágil assim.

   As palavras de Eda deixaram Amity pensativa. E se ela tivesse mesmo razão? Amity poderia ter uma chance? Só pensar nisso a deixava com uma sensação de borboletas no estômago. Nunca tinha namorado na vida. E se Luz fosse sua primeira? Sorriu com a possibilidade.

   — Voltamos! – Luz Noceda apareceu fazendo a bruxa de cabelos esverdeados se levantar do sofá em um sobressalto – Uh... Do quê vocês estavam falando?

   — Nada importante – Amity disfarçou.

   — Nesse caso, vamos comer uns cupcakes. Tô com taaanta fome! – Exagerou Luz, esfregando sua barriga de maneira dramática.

   Eda levantou e espreguiçou-se. — Sabem de uma coisa, meninas? A velha Mulher Coruja aqui está precisando descansar. – Disse dirigindo-se para fora da sala, porém antes de sair deu uma piscadela para Amity que rapidamente captou seu sinal. – Não exagerem nos cupcakes ou vocês vão explodir. Sério. Fireberry demais faz suas barrigas explodirem. É isso! Boa noite!

   Novamente, as duas jovens estavam sozinhas e o clima começou a pesar instantaneamente. Luz queria de alguma forma quebrar o gelo que se instalara entre as duas mas estava sem ideias. Talvez com medo de dizer algo estúpido na frente de Amity. Mas ela se surpreendeu por ser a bruxa quem começou a falar.

   — V-você parece mais calada hoje. Está tudo bem? — A garota perguntou para morena, a preocupação era perceptível em sua voz. Luz Noceda não era o tipo de pessoa que ficava sem palavras, nunca.

   — Claro! Por quê não estaria, não é mesmo? – Forçou um sorriso. – Vamos comer...

   A latina correu em direção a mesa e colocou suas luvas, tirando do forno outra bandeja literalmente em chamas.

   Ela riu. — Tudo nas Ilhas Ferventes é tão estranho!

   — Oh, é? E por que? – A mais velha se juntou sentando-se na mesa.

   — Por onde eu começo? – Soltou uma risada fraca depositando os cupcakes flamejantes cuidadosamente na mesa. – Na Terra nós não temos magia. Todos são... Bom, digamos que iguais a mim. – Explicou assoprando um bolinho e dando uma mordida, sujando a boca de glacê. – Hmm... E principalmente não temos esses bolinhos de fogo! Que delícia!

   — Parece um mundo bem...

   — Chato? Pois é.

   — Eu ia dizer monótono.

   — Não é a mesma coisa?

   — Tecnicamente, sim. Mas dizer que é monótono é um belo eufemismo, não acha?

   A morena revirou os olhos. — Acho que você tem ra-

   Antes que pudesse perceber, Amity havia se levantado e ido ao encontro da latina com um guardanapo para limpar sua boca suja de glacê. O aparecimento repentino de Amity Blight assustou a latina, que parou de falar instantaneamente. Elas estavam muito próximas e essa proximidade deu um frio estranho na barriga de Luz, que arfou surpresa.

   — E-eu sinto muito. É que você tinha uma mancha aí na boca e... – A bruxa desconcentrou-se ao encarar os lábios finos e delicados de Luz Noceda. – E...

   O rosto de Luz Noceda estaba em chamas. De perto, Amity era ainda mais linda. Seus olhos âmbar focados e decididos brilhavam como ouro e estavam focados em seus lábios. A tensão era perceptível no ar. Ou estava apenas imaginando coisas? De qualquer forma, a latina tivera a vontade de estar cada vez mais próxima da jovem bruxa, que ainda encontrava-se estática e balbuciando desculpas. Por fim, também encarou os lábios da mais velha, que tremiam juntamente com suas mãos. Pareciam tão macios e convidativos...

   Luz balançou levemente a cabeça para espantar aqueles pensamentos.

   "Bobagem, Luz! Ela provavelmente não curte mulheres e, principalmente, não curte você!"

   — E-ei. Tá tudo bem. – Ela sorriu para quebrar o clima estranho. – Obrigada por avisar... – Luz pegou o guardanapo da mão da bruxa, que recuou envergonhada, e rapidamente limpou sua boca.

   E mais uma vez o clima estranho se instaurou e o silêncio reinou na Casa da Coruja, deixando duas adolescentes com os hormônios a flor da pele bastante confusas e envergonhadas.

   — U-uh... Não vai comer, Amity? – Perguntou, por fim.

   — N-não estou com fome. Obrigada.

   A morena olhou pela janela, já estava de noite. Um sorriso alargou seu rosto de repente. Amity percebeu a mudança rápida da humor da mais nova e ergueu uma sobrancelha, confusa.

  — Sabe de uma coisa? – Luz perguntou com uma animação repentina. – Que tal a gente esquecer os bolinhos e dar um passeio? — Sugeriu, de maneira suspeita.

   — Um... Passeio? Agora?

   — Claro! Por quê não? O clima está bastante agradável, não acha? – Apontou para fora da casa.

   O céu havia escurecido e nublado. Alguns relâmpagos iluminavam o céu a medida que apareciam.

   — Do que você tá falando? Parece que vai chover... E você sabe como são as chuvas aqui nas Ilhas Ferventes, certo? Acho que é melhor eu ir para casa.

   — Vamos, Amity! Tenho certeza que vai ser legal! – Insistiu com olhos de cachorrinho pidão.

   A jovem bruxa se viu em um impasse. De certa forma, queria continuar com Luz mas, por outro lado, também queria distância da menor para não acabar fazendo mais besteiras até o final do dia. A voz de Eda ainda ressoava em sua cabeça.

   Não podia recuar.

   Não podia desistir sem ao menos tentar.

   Gostava de Luz e não tinha como negar, queria ser sua namorada. E talvez tivesse uma chance. Seu rosto foi adquirindo um tom avermelhado, finalmente percebera que Luz havia a convidado para sair. Era uma espécie de encontro, certo? Ou estava apenas muito emocionada?

   — T-tudo bem, Luz. Vamos para um passeio. – Sorriu.

   — Isso! – A morena comemorou.

   Toda aquela empolgação era suspeita para Amity, mas resolveu apenas ignorar, afinal, Luz era estranha.

   E Amity amava isso.

   As duas garotas rumaram para fora da Casa da Coruja e, para a surpresa da prodígio, Luz estava mais falante do que antes. Ela parecia animada e ansiosa por algo, ela não entendia o porquê, mas estava feliz em ver a latina mais animada e espontânea. Essa é Luz que Amity conhece. Depois de alguns minutos caminhando pararam em uma colina em frente ao mar. O vento soprava forte, o que fez a bruxa encolher-se pelo frio. Luz observou a garota tremer pelo frio e resolveu agir. Abraçou a jovem bruxa por trás, aconchegando o corpo dela no seu. Amity soltou um gritinho assustada, mas Luz apenas riu da reação da garota.

   — O-o quê você...

  — Você parecia estar com frio. – Respondeu inocente. – E meus abraços são quentinhos! Esquentou?

   — C-com certeza! Haha me sinto bem mais quente, nossa. Wow. Q-quentinho – Respondeu no meio de um gay panic.

   — Que bom!

   As duas garotas ficaram abraçadas por um bom tempo, observando o mar agitado sendo levemente iluminado pela luz da lua que aparecia timidamente entre as nuvens. O vento ainda soprava forte assobiando a medida que passava entre as árvores por trás das colinas. Amity estava em paz naquele local. Estava em paz aos braços de Luz Noceda. Mesmo com o rosto queimando de vergonha pela aproximação de sua crush, ela estava bem e não queria acabar com aquilo tão cedo, mas não pode evitar de perguntar:

   — Era aqui que você queria vir?

   — Não exatamente... — Disse desprendendo-se da bruxa que praguejou mentalmente por aquilo. – Mas aqui é realmente um lugar muito bonito e calmo, me lembra uma praia que tem lá em casa. — Respondeu nostálgica, um sorriso brincando em seu rosto. – Só quis parar aqui um pouquinho... Mas podemos continuar, eu quero te mostrar... Hm... Uma coisa.

   — Ah, não! Não... Eu... Tô bem aqui com você. – Soltou, finalmente corando quando percebeu o que havia dito.

   Luz virou-se para encarar a mais velha. — A-Amity, eu... Hmm...

   — Sim?



 

 

 

 

   — Não é nada... Vamos indo.



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