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História Teach Me How To Love You - 14


Escrita por: LeticiaSQ

Notas do Autor


Oi amores, eu espero que gostem!
E um pequeno spoiler, no próximo capítulo vocês vão saber o que houve com a Regina.

Capítulo 14 - 14


"E aquela moça ali sentada, aquela que dizem que não tem coração, que não sabe amar. Mal sabem os seus telespectadores que naquele coração amargurado já morou tantas dores, por conta de amores passados. Aquele coração que amava sem medo, agora anda aprisionado na gaiola da solidão. Muitos dizem que não, que na verdade ela ama em segredo. Na minha opinião ela amava com a imensidão do verbo amar, mas de tanto apanhar, aquele coração começou a lutar para se defender. Cansada de tanto apanhar ela começou a bater."
- K.G.S
O silêncio pairou por alguns minutos até que desviei o olhar tentando pensar em algo para dizer e observei as folhas de papel no chão.
- Bom... o que exatamente você está fazendo? - Perguntei ao fita-la novamente e apontar para o chão.
- Oh, eu tenho uma prova prática no clube de música na segunda e estou tentando decidir qual eu devo tocar. Se bem que primeiro eu tenho de escolher qual instrumento porque sou muito indecisa quanto a isso. - Emma respondeu observando as partituras e coçando a nuca.
- Quer alguma ajuda? - Perguntei a fazendo levantar o rosto e sorrir.
- Claro. Acho que...
A loira foi interrompida por batidas na porta e me levantei indo até lá para abri-la.
- Finalmente. - Zelena falou furiosa dando alguns passos para dentro e recuei um pouco arregalando os olhos enquanto ela continuava a bravejar - Aonde você estava? Por um acaso perdeu o celular? Porque se não tiver perdido eu vou matar você por não dar um sinal de vida. Eu estou tentando falar com você desde ontem a tarde e....
- Zelena, calma. Respira. Eu estou bem. - Falei pausadamente após me aproximar e segurar seus ombros.
- Oh, oh... Parece que alguém está encrencada.- Emma comentou ainda de seu lugar ao chão chamando a atenção de nós duas.
- Motivador esse seu comentário. - Retruquei a loira soltando os ombros Zelena.
- Oi, Emma. - A ruiva cumprimentou com um sorriso - Desculpe por esse ataque, mas Regina está querendo me deixar doida. - Acrescentou cruzando os braços.
- Como se fosse difícil de se fazer isso. - Repliquei e me arrependi no mesmo momento ao ser fuzilada pelos os azuis ao meu lado - Desculpa... escapuliu. - Dei um sorriso apertado recuando novamente - Será que podemos conversar em outro lugar, onde você não vai deixar a Emma surda?
- Olha, se quiserem eu posso ir para outro lugar. - Emma ofereceu já juntando algumas folhas as pressas.
- Não, não. Não se incomode, a gente vai dar uma volta. - A ruiva se prontificou a dizer gesticulando para que parasse.
- Ok. – A loira concordou voltando a se sentar com as folhas na mão e nos olhou - Regina, se você ainda estiver viva, nos encontramos no jantar? - Perguntou com o sorriso brincalhão de sempre.
- Você e seus pensamentos otimistas são o que me dão mais esperança nessa situação, sabia? - Perguntei de volta revirando os olhos.
- Obrigada, é um dom meu reconfortar as pessoas. - Ela respondeu com uma mão no peito como se estivesse tocada pelo comentário e Zelena riu de minha expressão contrariada.
- Até o jantar. - Disse por fim empurrando a ruiva para fora do quarto e puxando a porta.
Alguns passos para longe dali e olhei para minha irmã que continuava em silêncio.
- Por favor, não me mate. - Falei cruzando os braços e esfregando minhas mãos neles pelo vento frio que me atingiu assim que descemos as escadas e atravessamos a porta para a área externa que escurecia enquanto nuvens se formavam anunciando uma das várias tempestades semanais.
- Eu não vou, você sabe. - Zelena falou colocando um braço envolta de meus ombros e depositando um beijo no lado de minha cabeça enquanto andávamos - Eu só estava preocupada. Não fui ao seu quarto antes por falta de tempo. - balancei a cabeça concordando.
- Eu deveria ter mandado uma mensagem, mas ontem eu cai no sono bem cedo e hoje eu estava meio ansiosa. Achei melhor não, sei lá, agravar isso.
- Eu entendo, mas custava confirmar que está viva? - Ela perguntou recolhendo os braços e envolvendo-os em si mesma para tampar o ar gélido.
- Eu deveria mesmo, desculpe. - Respondi encolhendo os ombros enquanto olhava para nossos passos.
- Então... - A ruiva falou após alguns instantes - você bolou alguma coisa? Porque, pelo que vi, Emma e você pareciam bem próximas. - Acrescentou e levantei a cabeça para olha-la com um sorriso.
- Um pouco, talvez. - Dei de ombros considerando o que dizer - Eu escrevi um poema em forma de desculpas e não sei, parando para pensar agora parece meio bobo. - Abaixei novamente o olhar para o chão que se movia sob nossos pés e entortei a boca.
- Isso parece fofo. - Zelena fala sorrindo e cutucando meu braço com o cotovelo.
- Eu não sou fofa. - Repliquei rapidamente virando meu rosto para ela com uma careta.
- Você é, e muito. - A ruiva se apressou em dizer - Por vezes te vi sendo meiga e atenciosa com as pessoas que lhe importam, mas é tão automático em você que nem ao menos nota. - Concluiu soltando seus braços e colocando o direito no vão do meu braço esquerdo que permanecia fixo junto ao meu corpo.
- Obrigada, eu acho. - Agradeci sabendo que meu rosto estava lavado pela com vermelha.
- Bom, o importante é que deu certo.
- Sim. - Assenti.
- E vocês conversaram ou foi só o poema?
- Nós conversamos e decidimos que vamos recomeçar ou sei lá. - Respondi olhando para os alunos em volta e dando de ombros.
- Recomeçar ou sei lá. - Zelena repetiu em um tom zombeteiro - É uma ótima resolução de problemas, acho que a parte do sei lá é a mais divertida. - Acrescentou ironicamente e riu me fazendo revirar os olhos.
- Não seja chata, você entendeu.
- Isso quer dizer que temos mais alguém para seu aniversário? - Perguntou com um olhar insinuante quando a fitei.
- Poderia sim, se eu fosse fazer alguma coisa e isso não vai acontecer.
- Por favor, Gina. Agora você não tem nem desculpa falando que ficaria deslocada. - Zelena acrescentou fazendo a melhor cara de gato de botas que conseguia.
- Você nem sabe se ela iria. - Retruquei tentando acabar com aquilo.
- Eu posso perguntar. Emma parece ser um amor, tenho certeza de que adoraria ir. - A ruiva se prontificou a dizer já não contendo a animação na voz.
- Eu vou pensar sobre isso, ok?! Mas não quer dizer certeza. - Anunciei ponderando o que dissera.
- Tudo bem, um talvez vindo de você já é surpreendente. - Concordou e suspirei já muito incomodada com o frio por estar com apenas a camisa fina de botões do uniforme.
- Aonde estamos indo? Ou estamos só andando sem rumo até que eu pegue uma hipotermia? - Resmunguei.
- Não seja dramática, estou indo te comprar um café. - Ela respondeu e a olhei imediatamente sorrindo.
- Eu já disse que te amo? - Perguntei retoricamente e ela sorriu enquanto revirava os olhos para minha subta empolgação.
Após conversar durante mais um tempo com minha irmã enquanto saboreava o líquido escuro e amargo aquecendo meu corpo, voltei ao dormitório para tomar um banho, me trocar e terminar alguns trabalhos pendentes. O quarto estava vazio, então foi mais fácil me concentrar apesar de que preferiria ter a companhia da loira.
Horas se passaram até eu receber uma mensagem de um número desconhecido, mas assinada por Emma, falando para encontra-la na sala de música. Peguei um suéter bege de lã mais grosso antes de sair e me dirigi até o bloco de aulas indo diretamente a sala acoplada ao prédio de onde era possível ver luz saindo pela pequena janela de vidro acoplada no meio da porta. As paredes eram a prova de som então só fui ouvir a melodia do piano assim que abri a porta e vi Emma, de costas para mim, distraída enquanto tocava algo que eu não conseguia definir o que era. Não porque estava confuso, na verdade a melodia era perfeita, mas sim porque nunca tinha ouvido nenhuma música clássica com aqueles toques.
Tomei cuidado para não fazer barulho ao fechar a porta e fiquei a observando de longe até que ela terminasse.
- Acredito que nesse horário a senhorita não deveria estar aqui. - Falei me aproximando e ela se virou assustada sorrindo ao me ver.
- Toquei tão mal para você estar me dando bronca ao invés de bater palmas? - Ela perguntou levantando as sobrancelhas me fazendo sorrir de leve ao chegar até ficar de frente para ela e me apoiar no piano.
- Você tocou encantadoramente bem, jovem Mozart, mas não faço a mínima ideia de qual música era.
- Lisonjeada pelo elogio. - Ela fez uma leve reverência com a cabeça e sorriu - Era uma música pop. Happy Ending do Mika, mas só o instrumental.
- O que? De quem? - Perguntei confusa estreitando os olhos.
- Minha nossa, você nunca ouviu essa música? - Emma arregalou os olhos, incrédula com minha reação e me senti incomodada.
- Não precisa zombar, eu só não sei muitas coisas sobre músicas. - Retruquei cruzando os braços - As que eu conheço são as clássicas que ouvi em concertos que fui com meus pais.
- Não estou zombando, relaxa. - Ela voltou ao seu tom calmo e sorriu receosa - É só que eu sou tão imersa no mundo musical que estranho quando alguém não conhece algum cantor ou música. – Continuou, fazendo uma careta e abaixou os olhos para seus dedos que ainda pousavam sobre as teclas - E, apesar dos instrumentos que escolhi, não toco muita música clássica. - A loira falava enquanto eu observava seus dedos passearem sobre o teclado - Achei uma forma divertida de atender aos caprichos da minha avó. - Concluiu levantando o rosto para me fitar com um meio sorriso.
- O que quer dizer com isso? - Perguntei saindo do transe, em que entrei ao focar em seus movimentos, e fitei seu olhos verdes que me observavam.
- Tudo bem se eu não quiser tocar no assunto? - Pela primeira vez, desde que a conheci, sua voz pareceu diminuir e ficar triste, então mesmo curiosa assenti suspirando - Quer tentar? - Emma perguntou logo depois apontando para o piano - Eu posso te ensinar algo fácil como "Parabéns para você".
Fiz uma careta ponderando por um segundo, mas acabei por me sentar ao seu lado.
“Nascemos puros, livres, ingênuos. Com o tempo, as decepções e os aprendizados, vamos formando uma casca, um escudo, uma armadura, uma couraça emocional. Quando encontramos alguém que faz nosso coração bater mais forte, é preciso ter a coragem de se despir, de tirar toda e qualquer coisa que nos cubra, nos proteja, nos envolva.”
- Clarissa Corrêa
Alguns minutos depois eu tinha a certeza de que era possível ouvir nossas risadas fora da sala a cada vez que eu comemorava por acertar um par de notas ou a cada vez que Emma gargalhava ao ver minha expressão frustrada ou de birra por errar o par seguinte. Mesmo com o suéter, um frio perambulava por meu estômago a cada vez que o braço da loira me circundava para apontar qual tecla ou a cada vez em que segurava minha mão para me ajudar. Eu pensava que era o nervosismo por estar agindo tão naturalmente perto dela mesmo com pouco tempo juntas. Além de ser o momento mais divertido que eu vinha tendo em tempos.
Acabei por aceitar que a coordenação necessária para aquilo não habitava em mim e decidimos ir jantar. Emma contou que é a representante do clube de música, por isso tinha a chave da sala e poderia ir lá desde que tudo permanecesse em ordem, o que esclareceu algumas de minhas perguntas.
No refeitório ela me chamou para sentar junto dela e de seus amigos, mas eu preferi me sentar com minha irmã. Tudo bem que a companhia dela é uma das melhores, mas ainda me sentia desconfortável para sentar com o restante do pessoal com quem eu mal conversava.


Notas Finais


O que estão achando? Devo continuar?
Beijos♡


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