Shining through the clouds kurayami he ochiteku
Anata no sono te wo zettai hanasanai
Tell me what is on your mind hateshinai yume wo
Oikake bokura wa zettai akiramenai
Kotae no nai jinsei ni kujike sou ni naru kedo
Don't give it up!! Keep it up!! Turn upside down!!
Kokoro wa tsunagatteru yo tatoe tooku hanaretemo
Tomo ni tomo ni ikiteyukouikiteyukou
(Brilhando entre as nuvens, caindo em direção a escuridão profunda
Eu não vou soltar a sua mão, de jeito nenhum
Me conte o que está pensando, seus sonhos sem fim
Não vamos desistir de alcança-los, de jeito nenhum
O caminho à frente pode não ter uma resposta, mas
Não desista! Continue! Dê a volta por cima!
Nossos corações estão conectados, mesmo se estamos distantes
Vamos continuar vivendo juntos, juntos
Continuar vivendo)
O homem encarou o céu de forma preguiçosa. As nuvens passeavam sob o céu sem nenhuma objeção ou compromisso, Shikamaru as invejou mais uma vez. Segurou o buquê em suas mãos com um pouquinho mais de força e deu de ombros, as flores vistosas, brancas, vermelhas, rosadas, matizadas, ou raramente amarelas, algumas tão grandes quanto a palma da mão de uma pessoa adulta, outras tão pequenas quanto uma moeda, flores grandes, com muitas pétalas e estames de cores fortes que variam do branco ao vermelho, com algumas variedades pintalgadas ou manchadas, ornamentadas em um laço bonito que Ino tinha escolhido pessoalmente, as flores também haviam sido escolha de Ino.
- Sasuke foi liberado três dias depois de Kiba ter confessado seus crimes. - um gosto amargo surgiu na boca do homem e ele precisou suspirar. – É estranho pensar nele como um criminoso. – o cheiro bom das flores subiam ate suas narinas e nem assim conseguia apagar de sua memória olfativa o cheiro que sentiu na casa do antigo amigo. - O julgamento dele vai acontecer em duas semanas. – os olhos negros se tornaram turvos pelas lágrimas que em fim começavam a cair. – Eu queria tê-lo matado, por Deus, eu queria. – deu de ombros e suspirou. – No fim seria o mais fácil para ele. – puxou o ar para dentro dos pulmões e suspirou. – Mas não vim falar dele. – comentou balançando a cabeça e mais uma vez encarou as nuvens, invejando-as. – Eu trouxe flores. – se curvou colocando o buquê sobre a pedra fria de um mármore tão branco que beirava ter um brilho lilás, combinava com Temari, de um jeito fúnebre ele acabou sorrindo. – Ino falou que você sempre achou elas bonitas, e eu que sempre achei que suas flores favoritas eram as tulipas. -enfiou as mãos nos bolsos agora que já não tinha mais o que segurar e leu o nome da amada mais uma vez. – eu sei que não tenho vindo muitas vezes.- ponderou um pouquinho e deu uma risada triste. – eu não tenho vindo nunca. – Shikamaru suspirou antes de continuar aquela conversa unilateral. – Eu não vim te prometer que isso irá mudar. Muito pelo contrário, você detestaria que eu passasse a minha vida vindo aqui, relembrando toda dor. – apertou o maço de cigarros que estava no bolso e suspirou novamente. - Isso é muito complicado.- um vento fresco balançou as árvores ao redor e passou pelo homem como um carinho. – Eu vim te dizer que sinto sua falta e que provavelmente vou sentir saudades pra sempre. – fechou os olhos e as lágrimas caíram de maneira calma, como se fosse exatamente aquilo que devesse acontecer. – Mas eu estou te deixando no passado. Porque se não eu não serei o pai que Shikadai merece, nem o ninja que você se orgulhava. – puxou o ar com força e sussurrou baixinho. – Eu te amo Temari e por isso vim dizer adeus.
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Na cultura popular, nos livros de ficção, nos filmes de horror, até mesmo o mais diabólico dos vilões não conseguem se safar. Não vencem a história no final, porque há no mundo a necessidade acreditar que o bem sempre vencerá o mal. Sempre haverá o heroi que buscará de todas as formas vencer o vilão e investigadores que vão empregar uma serie exorbitante de ferramentas tecnológicas para identificar o autor dos horrores, montando de forma magistral o quebra cabeças que abalaria as capacidades dedutivas de Sherlock Holmes. Isso naturalmente leva aos afáveis e fiéis leitores a acompanhar e consumir este tipo de conteúdo mórbido.
Mas a verdade é que no mundo real, prender pessoas como Kiba era justamente o contrario de todo este glamour. Eles haviam contado muito mais com a sorte e com o acaso de Sasuke descobrir Hidan e então ouvir de Orochimaru sobre o Inuzuka, contaram também com a incompetência criminosa do antigo ninja. Outra grande diferença entre o mundo fictício e o mundo real é que o vilão pode se safar.
- Não é nada estranho ficar parado em pé ao lado de um banco que está vazio. – comentou Sasuke em um tom leve como se lutasse para quebrar o clima tenso, tudo o que conseguiu foi um olhar vazio de Naruto. Que se sentou, como se não quisesse discutir com o Uchiha que acabou suspirando e se sentou ao lado do homem. – Okay, vamos sentar então.
Um silencio incomodo se instalou entre os dois e Sasuke queria poder ter um bilhão de palavras para dizer para Naruto, mas não tinha nenhuma. Não havia um maldito conselho que ele pudesse oferecer, por isso fez a única coisa que lhe cabia fazer, entrelaçou seus dedos nos do amigo e lhe dirigiu um pequeno sorriso tristonho permanecendo ao seu lado.
- Inocente. - foi a única coisa que Naruto disse depois de um longo período em completo silencio.
- Por alegação de insanidade mental. – completou Sasuke na tentativa de tornar as coisas menos dolorosas.
E Naruto desabou.
Diferente do choro no campo de girassóis, dessa vez havia algo no pranto de Naruto que congelava a alma de Sasuke, algo que ele sabia que nunca poderia fazer nada a respeito. Por isso, a despeito de toda a seriedade e neutralidade de Sasuke, quando o choro mudo de Naruto se tornou barulhento de mais para ele, o puxou para seu abraço e foi acalmando a tempestade com beijos leves que foram espalhado por cada marca no rosto de Naruto, secando cada lagrima, até que o amado se sentiu calmo o suficiente para abraçar Sasuke de volta.
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Kiba foi transferido para o hospital psiquiátrico das cinco grandes nações. Sasuke, Kakashi, Tsunade e Sakura foram os ninjas responsáveis pela transferência.
Aquela era oficialmente a ultima missão de Uchiha Sasuke como um ninja.
Era óbvio que se em algum momento fosse preciso voltar a lutar, ele voltaria, mas estava torcendo para não precisar nunca mais. Nenhum dos quatro ninjas jamais comentou sobre os horrores que viram no hospital. Aquilo nem ao menos poderia ser chamado de hospital. Era uma prisão tão ruim que apenas aqueles que ninguém mais queria lidar iam para lá, tão desumano que até mesmo Sasuke que se considerava um cético poderia dizer que vislumbrou o inferno de perto.
Depois de sua confissão Kiba nunca mais falou uma palavra.
Ele teve uma vida longa e silenciosa no hospital. Fazia o que lhe era mandado, nunca brigava, apanhou de vários internos mas nunca revidou. Quando décadas se passaram ele acabou parando de apanhar, ou de ser alvo dos outros detentos. Era respeitoso com os médicos e enfermeiros por isso acabou ganhando algumas regalias com o passar dos anos. As vezes quando o tempo estava bonito a noite, algum enfermeiro o deixava olhar a lua perolada.
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- Nem acredito que vocês dois em fim se acertaram. – Comentou Sakura em uma tarde preguiçosa, que havia ido passar em Konoha, Naruto estava jogado no sofá da sala enrolado nos muitos cobertores que os mantinham longe do frio. Era um domingo e ele estava oficialmente de folga, e observava pela janela Sasuke e as crianças correrem de um lado para o outro na neve, até mesmo Sora e Shikadai estavam naquela bagunça cheia de neve e risadas, era surreal pensar em quanto Sasuke era bom com crianças. Todas elas eram encantadas pelo Tio misterios. Chochou segurava a mão do Uchiha com um sorriso tímido e ainda assustado, ainda haviam marcas na criança e ninguém podia julgá-la mas aos poucos ela estava se recuperando. Surpreendentemente desde que fora liberto e inocentado das acusações, Sasuke ia visitar a pequena todos os dias, o que gerou uma amizade sincera e pura entre Sarada e Chouchou que compartilhavam alguns medos muito similares, quando a menina riu a primeira vez em longos meses Chouji olhou para Sarada com tamanho carinho e admiração que Sasuke não precisava de palavras para saber que seu monstrinho havia conquistado mais alguns corações, na verdade a menina foi se tornando querida muito facilmente pelos amigos de Sasuke e pela vila, e isso acalmava seus corações.
- Nem eu acredito. – comentou ele com um sorriso bobo que fez Sakura gargalhar. – É estranho...
- O que? – a rosada perguntou se aconchegando mais dentro da coberta.
- Amar tanto alguém. – ele falou baixinho e corou.
- Eu sei. – ela falou com sinceridade. – Parece que não cabe no peito. – sorriu de canto para o amigo. – Mas é bom.
E antes que Naruto pudesse dizer qualquer coisa, uma gelada e razoavelmente grande bola de neve lhe acertou em ceio o rosto, Sarada ria de um canto ao outro e Mitsuki tapava a boca com as mãos, havia mirado na mãe e não no tio, Bolt se compadeceu do amigo e sussurrou um ´Corre´ silencioso quando viuo pai se libertar das cobertas e correr para o meio deles já se munindo de neve em ambas as mãos. Sasuke foi o primeiro a resolver atacar Naruto depois de Mitsuki, Sarada se dispôs a ajudar ao pai, e Naruto só se deu por vencido quando a cambaleante porém decidida Himawari foi até ele e jogou a maior quantidade de neve que suas mãozinhas podiam carregar nele e aquele foi sem duvida o golpe final no homem, que se jogou no chão de maneira dramática e risonha.
Sakura observou o desenrolar da cena encantada, se perguntando se Hinata estava vendo aquilo acontecer, tinha certeza que se a resposta fosse positiva a amiga estaria em paz. Sua família estava bem e inteira. Por isso se permitiu seguir o conselho de Hinata para ela e foi egoísta.
A mulher saiu do meio das cobertas mesmo sem desejar deixar seu calor, e deu um olhar em volta para decidir onde seria o lugar perfeito. Depois de alguns segundos, viu na estante abarrotada de enfeites uma caixinha que sempre estivera ali e que quase nunca foi tirada do lugar, sorriu de lado e foi até sua bolsa retirando o ultimo envelope que ainda estava com ela. Ponderou seriamente levá-lo consigo e queimar a carta, mas sabia que não conseguiria fazê-lo, mas também sabia que não deveria entregá-lo ao amigo, não agora que tudo estava chegando ao seu lugar. Não agora que o amigo estava feliz. Colocou a carta dentro da caixinha e a voltou para seu lugar de esquecimento. Um dia, em algum momento, alguém encontraria a carta e a leria.
Mas por hora, aquela familia se bastaria. E seria absurdamente feliz.
E Sakura sorriu com seu pequeno egoísmo indo se juntar a animada guerra de neve que acontecia do lado de fora.
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A rosada bocejou espalhafatosamente enquanto Sasuke inúmeras os motivos daquela ser uma péssima ideia. E é claro que isso resultou em um revirar de olhos do Uchiha e uma risada aberta e escandalosa de Naruto.
- Sasuke são só as férias de verão, eu não tô querendo roubar seus filhos não. – Naruto corou com a frase da amiga porque ela englobava Bolt e Hime, e ele amou ainda mais ver que Sasuke nem se quer recuou com a ideia de seus filhos serem dele também e acabou sorrindo bobamente, Sakura e Sasuke estavam alheios a esse pensamento do louro continuava a discussão que o Uchiha tinha perdido antes mesmo dela começar.
- Eles são muito novos Sakura. – reclamou ele de maneira rabugenta.
- Me poupe Uchiha, não tô mandando eles em missão não. – franziu o cenho e fez bico encarando o amigo. – Tá duvidando da minha hospitalidade e de Gaara?
E o golpe de misericórdia havia sido dado. Sasuke buscou apoio em Naruto que apenas deu de ombros. Ele realmente não via nada demais mas crianças passarem as férias de verão em Suna, na verdade ele via até mesmo como uma boa oportunidade de criarem laços.
- Desculpe Sás, tô com a Sakura-chan nessa. – falou o loiro com um sorriso temeroso no rosto, e acabou rindo quando o namorado deixou um barulho engraçado sair dos lábios em sinal de frustração. – Eles vão adorar sabe disso. – quando percebeu que precisava encerar a discussão em um último argumento olhou para Sakura de maneira significativa, expressando que claramente ela ficaria lhe devendo aquela, e ela sorriu em resposta. – E você sabe que Sarada está morrendo de saudades de Mitsuki.
Sasuke mirou os dois de forma penosa, sabia que estava sendo super protetor mas depois de tudo o que a pequena menina havia passado ele só queria protegê-la. E ninguém podia julgar seu comportamento.
- Juro, juradinho que vou tomar conta deles. – sorriu carinhosamente. E ganhou a discussão com uma frase que não foi dita com essa intenção. – Shinki precisa fazer amigos, e Mits é meio... Peculiar. – riu com o termo e os amigos a olhavam com aquela carinha de entendimento que apertava o coração.
- Boruto faz amizade fácil, fácil. – comentou Naruto querendo quebrar o clima. Afinal Sakura e Gaara adotaram Mitsuki quando ele chegou junto com Sarada e recentemente adotaram Shinki, uma criança calma que lembrava Gaara em muitos aspectos e então descobriram que o aborto que Sakura sofrerá deixará lesões tão severas que ter um filho colocaria a vida da mulher em risco. Sasuke comprou a ideia de Naruto com uma brincadeira.
- Nem parece alguém que a gente conhece. – Sakura riu vitoriosa.
- Amanhã passo pra pegar eles aqui as nove. – sorriu alegremente e piscou para Sasuke que deu de ombros derrotado.
- Odeio você.
- Odeia nada. – Sakura e Naruto falaram juntos, arrancando um revirar de olhos do Uchiha.
Nenhum dos três sabia, mas aquele costume de levar as crianças para Suna se tornaria algo presente durante muitos anos, na verdade em algum momento virou motivo de espera para os mais novos, que ficavam ansiosos para as férias de verão na casa dos tios.
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As crianças estavam em um acampamento-treino da academia, exceto Himawari, que estava com Kurenai, que adorava mimar a menina. Isso dava aos pais uma noite de folga. Que foi muito bem aproveitada em uma reunião divertida dos amigos.
Ino, Saí, Sakura, Tenten e Shikamaru conversavam animadamente sobre um monte de coisas inteligentes, Que Naruto, Chouji e Konohamaru faziam questão de se manter distantes, Hanabi, Karui, Sasuke e Gaara estavam ocupados demais comendo e rindo para se preocupar com as conversas inteligentes.
Quando a madrugada chegou, já estavam satisfeitos e levemente bêbados e as conversas já faziam tanto sentido quanto o programa que assistiam na tv. Um daqueles programas Faleiros e que falam de absolutamente qualquer coisa. O quadro atual falava sobre meios de propaganda mais inusitados, era um top dez bizarro que arrancou gargalhadas do grupo que ainda estava acordado, o que se resumia a Ino, Sakura, Naruto e Sasuke, entretanto quando a última maneira de fazer propaganda foi anunciada, provocou um pequeno ataque histérico de risadas no grupo.
'As testas são utilizadas para tatuagens temporárias anunciando alguns sites ou cassinos famosos.’ – a voz anasalada da apresentadora soava entre as risadas altas de Ino.
- Sakura você devia muito se candidatar a vaga. – anunciou Ino em meio a risadas e por mais que Sasuke gostaria de parecer imparcial seus olhos brilhavam em divertimento. Naruto por sua vez acostumado a apanhar de Sakura forçou o máximo que pode para parecer imparcial, e Sakura já estava se mundo de formas de revidar a implicância mas todos eles se contiveram quando escutaram o valor que era pago.
'A empresa está oferecendo R$ 37.375, para quem disponibilizar a testa, por um mês para a logo e slogan da marca.’ – a apresentadora riu e ainda concluiu. 'Pensei seriamente sobre me candidatar pra vaga.’
- Ino, nunca achei que ia concordar. – falou Sakura surpresa com o valor altíssimo e com o nível de babaquice dos amigos. – Eu deveria usar minha testa de marquise para anunciar essa marca.
A noite foi passando cada vez mais agradável Naruto dormiu abraçado a Sakura enquanto os dois se aconchegavam no abraço de Sasuke que pouco antes de apagar dirigiu a Ino um sorriso doce.
A loira os encarou por alguns segundos pensando em quão incrível era ver o Time sete unido outra vez.
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Estavam em uma longa e tediosa reunião a mais ou menos quarenta minutos e Ino parecia tão entedia quanto Sasuke, enquanto assistiam Naruto assinar um monte gigantesco de papéis e repassava para os outros Kages assinarem e depois os mesmo papéis eram entregues aos conselheiros para assinarem que eles viram os Kages assinando os papéis, por todas as forças cósmicas aquilo era um saco. Karin com toda certeza já teria chutado a mesa para o alto e pensar nisso o fez sorrir, o que chamou a atenção de Naruto, que o olhou de maneira suplicante, como se o implorasse para salvar daquele tédio, e a pequena risada sem som que lhe escapou chamou a atenção da entediada Imanaka.
- O que é tão engraçado? – perguntou Ino, olhando para ele de maneira divertida.
-Só estou pensando no que Naruto me diria se pudesse. – a loira ponderou por alguns instantes e deitou a cabeça em meu ombro e bocejou deixando bem claro o quanto estava entediada.
-E? – questionou ela, me envolvendo em um abraço num ângulo estranho.
- Acho que algo como ´As vezes ser Hokage não é tão legal, tô certo!´ - a imitação do tom de voz de Naruto fez Ino rir tanto que eles nem perceberam que o loiro estava em fim perto deles o suficiente para puxar Sasuke em sua direção e o abraçar.
- Estou roubando meu marido Ino-chan. – comentou ele, com a voz já abafado por estar abraçado a Sasuke e a loira não parecia nenhum pouco insatisfeita por isso.
-Se amem!! – comentou a amiga de maneira risonha enquanto ia até os outros Kages. – Não se esqueçam de ir lá pra casa essa noite, heim!
-Hai’hai! – respondeu o Hokage sem sair do abraço de Sasuke, que não tinha nada a reclamar, afinal, o calor do corpo de Naruto o envolvia por completo, assim como seu amor, e mais uma vez, como tantas outras, ele era capaz de sentir aquela completude. Tinha de volta aquela parte do seu mundo que faltara um dia e que ele fez de tudo para ter de volta. A alma que completava a dele. Seu par, seu igual.
Em muito tempo, ele estava bem.
As flores azuis em fim havia florescido.*
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O tempo passou para todos.
Invariavelmente.
Todos seguiram, aos tropeços e dolorosamente. Mas seguiram, cada um com seus traumas e medos, com seus sonhos e esperanças. Com alguns dias melhores que outros, mas saíram mais fortes de tudo isso, mais unidos. Como todo bom clichê.
Hanabi e Konohamaru anunciaram o namoro oficialmente em meados de junho pouco tempo depois Naruto e Sasuke anunciaram seu relacionamento para os amigos mais próximos, devido a posição que Naruto ocupava Sasuke negou veemente que fizessem um anuncio publico, o que gerou uma longa e furiosa tempestade para o casal. Foi preciso que Shikamaru intervisse em nome de Sasuke para que o ninja numero um, hiperativo e cabeça oca entendesse que tudo o que o Uchiha queria era evitar problemas desnecessários. Mas a verdade é que eles não escondiam nada de ninguém, os dois primeiros anos passaram cada um em suas casas, porém Naruto e seus filhos passavam tanto tempo no complexo Uchiha que em algum momento simplesmente Naruto e Sasuke se pegaram fazendo os projetos do quarto de Boruto e Himawari, porque por mais que Sarada não ligasse de ceder seu quarto para os irmãos, cada um deles precisava de seu cantinho.
Shikamaru se tornou um dos conselheiros da aldeia, junto com Tsunade e Kakashi. Todas as noites ele joga Shogi com Shikadai enquanto tomam um chá de folhas de laranjeira, o preferido de Temari, as vezes Sora se junta a eles trazendo os bolinhos que Tenten faz primorosamente bem. Eram uma família pequena, e incompleta, mas eram uma boa família.
Ino e Sai foram os padrinhos de Shinki quando Sakura e Gaara formalizaram a adoção da criança, e tão provável quanto azeite e agua se misturarem Shinki e Inojin se deram muito bem, a amizade entre eles facilitou inclusive que Shinki se ajeitasse no grupo de amigos barulhentos do irmão, Mitsuki por sua vez permanecia o mesmo menino doce de sempre, ele era apadrinhado por Naruto e Sasuke, não havia como ser diferente disso.
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Sasuke foi o primeiro a despertar.
Se sentou sobre a cama e apoiou os cotovelos nos joelhos, juntando as mãos em um entrelaçar dos dedos, apoiando o rosto no encosto improvisado e ficou admirando Naruto que dormia tranquilo.
Era viciante. Como um tolo apaixonado e clichê Sasuke invejou o sol que entreva pelas frestas da cortina clara do quarto e beijava aquela pele bronzeada, ressaltando o loiro dos cabelos bagunçados do homem que dormia tranquilo, até mesmo os longos cílios de Naruto eram tocados pelo sol e enciumado como qualquer tolo apaixonado Sasuke se aproximou do homem e selou os lábios carnudos, como se dissesse em um aviso mudo ao sol, que seu igual na terra pertencia a ele. Naruto se remexeu e suas pálpebras tremeram pouco antes de revelar o azul límpido do céu nas íris infinitamente belas do Hokage.
O coração de Sasuke tremulou com uma folha ao vento e sorriu de imediato em resposta a visão dos olhos do amado.
- É muito bizarro acordar com você me velando assim... – acusou o loiro com a voz grossa, ainda embriagada pelo sono e Sasuke engasgou uma risada bonita que Naruto gostaria de ter conseguido registrar.
- Oh admita que você acha muito sexy. – provocou Sasuke com um sorriso de lado que poderia fazer o coração de Naruto parar de bater a qualquer momento. Arrancando do loiro qualquer direito de resposta. – Viu, até ficou sem fala.
- Pode ir parando Sas. – Naruto bocejou enquanto se espreguiçava preguiçosamente na cama e se esparrava ainda mais nela, o que fez Sasuke rir.- Seu metido!
- Fala de novo. – pediu, pegando Naruto de surpresa e a ele também.
- Seu metido? – falou de maneira travessa e Sasuke riu
-Fala de novo... – mordiscou a orelha de Naruto o tirando completamente de seu eixo. - O que? – os olhos azuis brilhavam, ele sabia exatamente o que Sasuke queria ouvir, mas aquilo tudo era tão novo para ambos que precisava confirmar cada detalhe para não deixar nada passar, ou ser menos perfeito.
- Você sabe... – a pupila dilatada de Sasuke, unida ao gesto inconsciente de lamber os lábios indicavam o quanto aquele momento bobo durante uma manhã, como tantas outras, havia se tornado tão intima.
- Ah Sas... – Naruto sorriu se sentando na cama e esgueirando-se sensualmente até onde o outro estava, sem desviar dos intensos olhos negros. – Eu não sou muito esperto meu doce Sas.- encostou sua testa na do homem a sua frente e emaranhou seus dedos nos cabelos negros do Uchiha e sorriu, cada vez que falava o apelido dado ao amado, uma conotação era aplicada e Sasuke sentia arrepios subirem a sua espinha. – Bom dia Sas.
- Bom dia Sol. -sorriu o moreno de maneira boba e puxou Naruto em um selinho rápido e depois o encaixou em seus braços de uma maneira engraçada e familiar que fez Naruto rir.
- Você é muito mais romântico do que eu esperava. – Comentou o loiro, arrancando uma risada de Sasuke que agora beijava um pequeno sinal que Naruto tinha no pescoço.
- Você esperava que eu fosse um ogro? – continuou seu trabalho de maneira atenta seguindo o beijo para a proxima marquinha, uma pequena cicatriz no ombro esquerdo. Outro beijo um pouco mais abaixo em uma cicatriz um pouco maior, eram os preços cobrados de anos de muito treino e Sasuke amava cada uma delas pois fechavam o pacote que era o Uzumaki.
- Bem por ai... – a risada esganiçada de Naruto fez o moreno revirar os olhos e em vez de beijar a próxima marca na pele do loiro, que era um conjunto de sardas que se espalhavam pelas omoplatas do homem, Sasuke distribuiu mordidas que o fizeram suspirar e fechar os olhos.
- Eu sou um cara malvado.- falou com os lábios bem próximos a pele de Naruto que gemeu.
- O tempo na cadeia te mudou, foi Uchiha... – provocou Naruto, enquanto sentia Sasuke se posicionar com uma elegância felina a sua frente.
- Eu fiquei mais gostoso. – Sasuke piscou para ele que acabou gargalhando.
O Uchiha passou a ponta do nariz no pescoço de Naruto e continuou a distribuir os beijos, em todos os dezessete sinais que o loiro tinha em sua pele. A mão do moreno tocou o rosto do outro homem que já ansiava pela caricia, Sasuke beijou cada um dos risquinhos nas bochechas de Naruto, depois as pintinhas quase imperceptíveis nas maçãs do rosto bonito do loiro e então encostou sua testa na dele e finalmente tomou os lábios de seu Sol, que retribuiu o beijo em meio a um sorriso.
- PAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAIIIIIIIIII A HIMAWARI ACORDOU!!!! – a voz de Boruto soou bem ao longe no corredor, Sasuke e Naruto se afastaram rindo.
-Seus filhos acordaram. - comentou Sasuke em um tom divertido e que indicava preguiça.
- Antes do sol nascer são seus filhos. – retrucou Naruto se escondendo nas cobertas o que fez o Uchiha gargalhar, ia corrigir ao loiro e dizer que o Sol já havia nascido, mas a porta do quarto foi aberta com certa violência e as três crianças entraram no quarto. Himawari estava no colo de Sarada, agarrada ao pescoço da pequena Uchiha e Boruto seguia um pouco atrás com cara de sono.
Aquele pequeno furacão adentrou o quarto e com poucos segundos foi se acomodando na cama do casal. Naruto abriu espaço na coberta para que Sarada – que fora claramente trocada por Sasuke pela Hime. - se ajeitasse, Boruto se embolou como um gato entre o pai e o padrinho não demorou muito para que dormisse. Himawari brincava entretida de contar historias para Sasuke, o que na verdade se resumia em um monte de ditas um amontoado de vezes, mas o Uchiha mais velho se mostrava um ouvinte atento que vez ou outra exclamava alguns ‘ah’ e ‘oh’ que incentivavam a menina a continuar, Sarada acabou pegando no sono junto com Naruto que a abraçava de maneira protetora. Hime, vez ou outra exclama um ‘Sasu’ bem imperativo que exigia atenção do Uchiha, mas ele sempre atendia a exigência com prontidão e muita boa vontade.
- Mimiu. – a menina de olhos azuis falou no meio de todo seu repertório olhando a família ao redor. E Sasuke sorriu a abraçando mais um pouco em seu colo.
- Quer dormir também Hime? – falou baixinho pois conhecia a pequena mostrinha que segurava nos braços e que provavelmente já estava quase sendo vencida pelo sono.
- Mime tamem Sasu? – e bocejou em seguida se ajeitando confortavelmente no colo do Uchiha e fechando os olhinhos adormeceu antes de ouvir a resposta do mais velho.
Sasuke apenas aproveitou aquele pequeno segundo para registrar aquela cena e nunca mais esquecer. Sentindo um calor gostoso no peito ele sorriu antes de se deitar sem soltar Himawari. Aquela era a sua família. E podia ser bem confusa as vezes e ter um passado dolorido, mas era sua e ele amava cada pedacinho dela.
Antes de adormecer ele agradeceu ao universo.
Ele estava feliz.
E pela primeira vez se sentiu merecedor de toda aquela felicidade.
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