1. Spirit Fanfics >
  2. Teca repeteca temporada 2 >
  3. Capítulo 2: Treino de Sangue e Fogo

História Teca repeteca temporada 2 - Capítulo 2: Treino de Sangue e Fogo


Escrita por: by_talked

Capítulo 2 - Capítulo 2: Treino de Sangue e Fogo


Fanfic / Fanfiction Teca repeteca temporada 2 - Capítulo 2: Treino de Sangue e Fogo

# Capítulo 2: Treino de Sangue e Fogo


Após a destruição da Vila do Gato, Cassy foi levada para o acampamento temporário do grupo Deally, escondido nas profundezas da floresta. Entre as ruínas de seu antigo lar e a incerteza de seu futuro, Cassy encontrou forças que nunca soubera possuir.


Ao amanhecer, a luz fraca do sol se filtrava pelas folhas densas, iluminando o acampamento. Cassy, ainda de luto e carregando a dor da perda de sua família, sabia que precisava se preparar para enfrentar aqueles que haviam trazido destruição à sua vida.


Henz, um membro experiente e agora seu mentor, a levou ao campo de treinamento. A área, uma clareira oculta pela natureza, estava repleta de obstáculos, alvos e equipamentos rudimentares de combate.


— Hoje começa seu verdadeiro treinamento, Cassy — disse Henz, sua voz firme, mas não sem compaixão. — Você deve aprender a lutar, a sobreviver e a superar seus próprios medos. A guerra está chegando, e precisamos estar prontos.


Cassy assentiu, seus olhos ardendo com uma determinação recém-descoberta. Ela sabia que não tinha tempo a perder. Henz começou com exercícios básicos, ensinando-lhe a manusear armas improvisadas e a defender-se contra ataques diretos.


Os dias passaram em um borrão de sangue, suor e lágrimas. Cassy treinava até a exaustão, seus músculos doendo e sua mente se endurecendo. Cada golpe que desferia era um passo mais perto de sua vingança, cada queda um lembrete da fraqueza que ela precisava superar.


Em uma tarde nublada, enquanto praticava arremessos de adagas contra um alvo, Cassy foi surpreendida por um ataque inesperado. Henz, disfarçado pelas sombras, lançou-se sobre ela, forçando-a a reagir instintivamente. Ela desviou, girando o corpo e usando a adaga para bloquear o ataque.


— Sempre esteja preparada para o inesperado — disse Henz, recuando. — Seus inimigos não terão piedade. Você deve ser rápida, implacável.


Cassy, ofegante, apenas acenou com a cabeça. Ela sentia a transformação em seu interior, a metamorfose de uma garota assustada para uma guerreira implacável.


Certa noite, enquanto descansavam ao redor de uma fogueira, Henz compartilhou histórias da guerra anterior e das atrocidades cometidas pelo inimigo. Ele falava com um amargor evidente, mas também com uma força que inspirava Cassy.


— Eles tomaram tudo de nós — disse Henz, olhando para as chamas. — Mas não podem tomar nosso espírito, nossa vontade de lutar. Você tem um fogo dentro de você, Cassy. Use-o.


As palavras de Henz ressoaram dentro dela. Cassy sabia que estava se preparando não apenas para uma batalha física, mas também para uma luta interna contra o desespero e a dor.


No final daquele dia, enquanto o sol se punha e a lua iluminava o acampamento, Cassy se postou diante do altar improvisado que havia criado em memória de sua família. Com a adaga em mãos, ela fez uma promessa silenciosa, um juramento de sangue e fogo.


— Vou me tornar forte. Vou lutar por vocês. E um dia, trarei justiça a todos nós.


E assim, em meio ao treinamento árduo e à preparação para a guerra, Cassy começou a forjar seu próprio destino, uma guerreira nascida das cinzas, pronta para enfrentar qualquer desafio que o futuro lhe reservasse.

Após um dia extenuante de treino, Cassy dirigiu-se à cantina, o local onde os membros do Deally se reuniam para descansar e se alimentar. O ambiente estava barulhento e animado, com soldados e recrutas trocando histórias e risadas. Cassy, porém, estava focada em uma coisa: o bolo que restava na mesa central.


Com a fome e o cansaço pesando sobre ela, Cassy avançou rapidamente, mas antes que pudesse pegar o último pedaço, uma mão surgiu de repente, agarrando-o.


— Ei! Esse pedaço é meu! — protestou Cassy, virando-se para encarar Kin Blens, uma recruta conhecida por sua atitude desafiadora e competitiva.


Kin sorriu com desdém, segurando o bolo firmemente.


— Você acha que só porque está treinando duro tem direito a tudo? — retrucou Kin, erguendo uma sobrancelha. — A vida aqui não é fácil para ninguém, garota.


A frustração e a exaustão de Cassy se transformaram em raiva. Sem pensar duas vezes, ela deu um passo à frente, tentando arrancar o bolo da mão de Kin. As duas se envolveram em uma briga, empurrando-se e trocando golpes.


O som da confusão rapidamente atraiu a atenção dos outros, que formaram um círculo ao redor delas, alguns torcendo, outros tentando separar as duas. A tensão no ar era palpável, e Cassy não iria recuar. 


— Não vou deixar você me tratar assim! — gritou Cassy, tentando empurrar Kin para longe.


Mas antes que a situação pudesse piorar, uma voz autoritária ecoou pela cantina, cortando o barulho como uma lâmina afiada.


— O que está acontecendo aqui? — rugiu o Coronel Harren, um dos oficiais mais respeitados e temidos do Deally. Ele se aproximou, afastando os curiosos e olhando diretamente para Cassy e Kin.


As duas pararam imediatamente, ofegantes e com os rostos avermelhados de raiva e vergonha.


— Quero saber quem começou essa confusão — exigiu o Coronel, sua voz cheia de autoridade.


Cassy e Kin, ainda em silêncio, trocaram olhares furiosos, mas ninguém ousou falar.


— Muito bem — continuou o Coronel, sua expressão dura. — Vocês duas, cinquenta flexões agora! E enquanto vocês fazem isso, eu vou comer o último pedaço de bolo.


A cantina ficou em silêncio enquanto o Coronel pegava o bolo das mãos de Kin e se sentava em uma mesa próxima, começando a comer lentamente. Cassy e Kin, resignadas, caíram no chão e começaram a fazer as flexões, seus braços e pernas já doloridos do treino do dia.


Enquanto o Coronel mastigava o bolo com um olhar satisfeito, Cassy sentiu a humilhação e a determinação se misturarem dentro dela. Cada flexão era um lembrete de sua fraqueza momentânea, mas também um passo em direção à força que ela precisava alcançar. 


E, assim, sob a vigilância do Coronel e com os olhares dos outros recrutas sobre elas, Cassy e Kin pagaram pelo seu erro, aprendendo que, no Deally, respeito e disciplina eram tão essenciais quanto a força física.

No dormitório do Deally, o ambiente era mais calmo, mas a tensão ainda pairava no ar. Cassy estava deitada em sua cama, ainda remoendo a humilhação na cantina. O som suave de respirações pesadas e o ocasional ronronar enchiam o espaço, com os gatos do grupo Deally se preparando para dormir.


De repente, o ranger da cama de cima chamou a atenção de Cassy. Kin descia ágil, aterrissando silenciosamente ao lado de sua cama. Seus olhos brilhavam na penumbra do dormitório, fixos em Cassy com uma expressão desafiadora.


— O que você quer agora, Kin? — sibilou Cassy, segurando um travesseiro com força.


— Relaxa, Cassy. Só vim ver como você está lidando com a derrota — respondeu Kin com um sorriso provocador.


Cassy não conseguiu conter sua frustração. Ela lançou o travesseiro diretamente na cabeça de Kin, que desviou com facilidade, ainda rindo.


— Para de ser chata, Cassy. Foi só um bolo — disse Kin, cruzando os braços. — Não precisa fazer um escândalo por isso.


— Eu não carrego remorso, Kin — retrucou Cassy, sua voz cheia de raiva contida. — Mas você não entende. Isso é sobre respeito, sobre mostrar que eu não vou ser pisoteada por ninguém.


Kin deu de ombros, ainda sorrindo.


— Você deveria abrir os olhos, Cassy. Esse tipo de atitude só vai te trazer mais problemas. — Ela se inclinou, aproximando-se mais de Cassy. — Eu sou a médica do batalhão de recrutas, lembra? Tenho um papel importante aqui. Você deveria estar mais focada em se tornar útil, não em arranjar briga por pedaços de bolo.


A provocação de Kin só aumentou a irritação de Cassy, mas ela sabia que Kin estava certa em parte. Ser uma guerreira no Deally exigia mais do que força física; era preciso também ser inteligente e estratégica. No entanto, Cassy não podia simplesmente ignorar a humilhação e a falta de respeito.


— Talvez você tenha razão, Kin — disse Cassy, sua voz mais controlada agora. — Mas vou provar meu valor do meu jeito. E vou ganhar o respeito que mereço, mesmo que você pense o contrário.


Kin olhou para Cassy com uma expressão que mesclava surpresa e respeito.


— Veremos, Cassy. Veremos — respondeu Kin, antes de voltar para sua cama de cima.


Enquanto o dormitório voltava ao silêncio, Cassy fechou os olhos, determinada a transformar sua raiva em força e sua frustração em motivação. O caminho à frente seria árduo, mas ela estava pronta para enfrentar qualquer desafio, inclusive conquistar o respeito de todos no Deally, começando por Kin.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...