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História Teclas de Piano - Sope - Yoonseok -


Escrita por: RachelDorella

Notas do Autor


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Espero que gostem do primeiro capítulo
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Capítulo 2 - Dó


Fanfic / Fanfiction Teclas de Piano - Sope - Yoonseok - Dó


Chego em casa colocando minha pasta cheia de partituras na mesa. Minha mãe está cantarolando Under Pressure do Queen enquanto faz algo gostoso na cozinha. É estranho esse tipo de comportamento, já que estamos em uma situação um pouco precária.

Nossa família, em geral, tem bastante dinheiro, tudo graças as apresentações de meu avô. Mas, esse dinheiro todo só sairá do banco quando eu, Jung Hoseok, completar 22 anos. Está tudo escrito no testamento de morte da minha avó.

"Toda a econômia da família, assim como todas as residências e bens, irão unicamente para Jung Hoseok, meu único neto, assim que ele completar 22 anos."

Falta apenas um ano para isso ocorrer. Até lá, eu e minha mãe temos que nos virar do jeito que dá. Ela é cozinheira, fez faculdade de gastronomia e um curso de culinária na Itália, pago pela minha avó.

— Omma? — Chamo entrando na cozinha. Além de cantar, está dançando também. — Que felicidade é essa?

— Hope, tenho uma notícia ótima para te dar! — largou a vasilha cheia de massa de bolo na bancada — Eu fui contratada!

— Sério? Parabéns, Omma!! — Começamos a pular e se abraçar. — Onde?

— Na casa dos Min, serei cozinheira! — Ri de sua animação — Eu vou cozinhar para a família Min! Você sabe o que isso significa?

— Que não vamos mais viver de pensão? — Me sentei em uma das cadeiras. Fui acertado por uma colher suja de massa. — Ai, Omma! Meu cabelo!

— Isso significa que vou cozinhar para a família de Min Jisoo! — Olhei pra ela sem entender. — Ela é só a melhor confeiteira do mundo! Definitivamente, eu não te criei direito!

— Deixa eu tomar um banho, porque a Senhora cozinheira sujou todo o meu cabelinho! — Me retirei da cozinha, me direcionando para o banheiro.

Adoro ver minha mãe animada dessa maneira. O sonho dela é ser chefe do próprio restaurante, o que infelizmente não pode se realizar, já que tem minha faculdade pra pagar com o dinheiro do seu pequeno emprego de professora de italiano. Sem contar nas despesas de casa.

Mas já decidi que a primeira coisa que farei com o dinheiro da família, é comprar o restaurante dos sonhos para ela. Financiando tudo o que ela precisa, porque minha mãe merece.

[...]

Hoje é o primeiro dia de trabalho da minha Omma. Ela está bastante empolgada; Não para de cantarolar a música Under Pressure. Não tiro sua razão, ela vai conhecer sua ídolo na confeitaria.

Eu prometi que a ajudaria nos primeiros dias. Não só por ela, sei que ela não precisa de minha ajuda, mas eu preciso vê-la sorrindo.

Algumas semanas atrás, ela estava muito mal. Aquela era a infeliz época que meu pai se afundou nas drogas por descobrir que ela estava grávida. O homem teve o triste destino de morrer por excesso de droga ilícita no sangue.

Minha mãe sempre fica arrasada nessa época do ano. Ela se sente culpada pela morte dele; embora fosse meu dever sentir tal coisa. Mas eu nunca o conheci e, por mais frio que pareça, fui muito bem criado para precisar sentir falta dele. Minha Omma nunca deixou faltar comida, água, educação e carinho para mim. Não tenho o que reclamar de minha vida.

Agora, minha mãe está na cozinha, preparando o café da tarde da família Min, em um domingo. Eu ainda não conheci a família, mas eles me parecem bastante reservados, uma vez que não vi nenhuma foto da família pelos arredores da casa.

— Hoseok, me ajude a colocar as coisas na mesa, sim? — Minha Omma pediu já se adiantando e colocando três copos no balcão para minha pessoa os levar ao local da refeição.

— Sim, senhora! — peguei os copos bonitos com um medo enorme de quebra-los, mas felizmente, não o fiz.

Acabei por fazer o mesmo caminho — da cozinha para o cômodo onde são feitas as refeições — quatro vezes. A primeira para levar os copos, depois um bolo de limão, biscoitos e por fim, o suco. Enquanto isso minha mãe organizava e reorganizava a mesa sem parar, tentando deixá-la mais que apresentável; ela queria que ficasse perfeita.

As portas se abriram revelando um homem e uma mulher, e entre eles, um menino fofo de vestes azuis e formais. Todos os três entraram com seus braços entrelaçados, com a postura perfeita e áurea nobre. Posso jurar de que eles foram reis e rainha na vida passada.

— Ah, Senhores e senhora Min! É um grande prazer! — Minha mãe comprimentou e eu gelei. Era meu professor. Era o Maestro Min! Eu estava na casa do Maestro Min! E, para deixar tudo mais estranho, o filho dele também estava a minha frente, era a primeira vez que via seu rosto. Esse era sem expressão alguma. Mas ele era bonito.

Tinha traços um tanto delicados, mas não femininos. Ele não era tão baixo, mas também não era alto. A boca rosada dava cor ao seu rosto branco. E do mesmo jeito que vejo nas aulas, suas vestes e cabelos estão completamente alinhados, dando um toque angelical em sua aparência.

— Sou Jung Soyeon, e esse é meu filho, Jung Hoseok. — Nos apresentou e se curvou formalmente. Fiz o mesmo um pouco atrapalhado, devido a minha confusão momentânea.

— Ah, bom te ver, Senhor Jung. — A voz potente do Maestro invadiu a sala me fazendo tremer um pouco.

— Igualmente, Maestro Min. — Sorri envergonhadamente em sua direção. Percebi o desconforto do filho, já que ele se agarrou mais à mãe.

— Por favor, aqui você pode me chamar de YoungSun! — Falou sorrindo, e eu concordei.

— Sou Min Jisoo, é um prazer conhecer vocês. Estou ansiosa para provar aquele bolo! — Os mais velhos riram um pouco — Perdão, pelo comportamento inadequado, mas estou com muita fome. Irei me sentar, com licença!

— O-omma... Eu não estou com fome, eu quero subir! — Todos voltaram sua atenção para o filho dos Min. Esse que estava com o braço entrelaçado no do pai.

— Yoongi! Isso lá são modos? Você nem comprimentou a senhora e o senhor Jung! — YoungSun chamou-lhe a atenção. O rapaz só suspirou frustrado.

— É um prazer... — Não deixei de reparar no desconforto evidente em sua voz. — Posso ir agora?

— Não!— O mais velho repreendeu e Yoongi só abaixou a cabeça.

— Sun... deixe-o ir! — Jisoo falou colocando um pedaço de bolo na boca. Ela parecia realmente faminta, pelo tamanho do pedaço. — Tenho certeza de que Hoseok e Soyeon, não vão se importar! — completou assim que terminou de engolir. — Oh! Perdão, posso ter essa informalidade?

— Por favor! — Minha mãe sorriu ao ver a senhora Min colocar mais um pedaço generoso de bolo na boca. — Está gostoso?

— Realmente divino! — Falou de boca cheia mesmo.

— Omma... — Yoongi chamou manhoso.— Posso?

— Claro, filho, pode ir para seu quarto. Depois passarei lá para conversarmos, uh? — autorizou e o garoto se desprendeu rápido do pai, andando para o quarto.

— Você tem que parar de mima-lo, Soo! — O maestro se sentou também, recebendo um "Não posso evitar" da esposa. — Por favor, não fiquem parados aí, Nos acompanhe!

Eu e minha Omma nos entreolhamos para depois nos sentarmos. Enfim, tivemos uma tarde confortável. Conversamos sobre música, receitas e faculdades.

O casal Min era descontraído, mas nem tanto. Tinha horas que eram formais em excesso, mas no geral, não era desconfortável. Ambos tinham pose de rei e rainha, daqueles que vemos em filmes; Nobres e educados com os outros nobres e com os plebeus.

Quando minha mãe retirou a mesa, Jisoo foi ao quarto do filho seguida do marido. Me pergunto o porquê do Min mais novo ter subido para o quarto antecipadamente. Seu comportamento foi bem curioso.

Eu ajudei minha mãe à lavar, secar e guardar toda a louça suja; para depois ser expulso da cozinha. Motivo? Nenhum! Ela apenas argumentou que não queria ninguém na cozinha dela enquanto ela fizesse o jantar.

Então, fui até o jardim da mansão dos Min. Era enorme, com direito a uma fonte no meio de um labirinto de rosas. O jardineiro dessa família deve ter bastante trabalho.

Escutei latidos e logo vi a imagem de um Golden retriever correndo em minha direção. Ele era bonito, grande e saudável. Logo conclui que a família dona da casa, além de gastar bastante dinheiro com jardinagem, gastavam, também, uma fortuna com o cachorro.

— Hey, amigão! — comecei a brincar e acariciar seus pelos, mais bem cuidados que meu cabelo. — Como vai?

Ele parecia estar gostando bastante de mim e do meu carinho, mas, derrepente, ele sai do alcance de minha mão e se senta. Desesperado, o cachorro sai em disparada para dentro da casa, me deixando ali sem entender nada. Bastante curioso...

[...]

— Hoseok, vá avisar a família Min que o jantar está pronto! — Assenti subindo as escadas na esperança de que eles estivessem no segundo andar da enorme casa.

Pude escutar um som familiar de piano. E como apreciador, logo pude perceber que as notas formavam a música Für Elise do Beethoven; Uma das minhas preferidas, está até marcada com o coração no aplicativo de música do meu telefone.

Fui seguindo o som, que acalentava meu coração, de tão bonito. O tom das notas ficava mais alto à medida em que eu ia me aproximando da quarta porta à direita do corredor. A porta estava entreaberta e dava para ver a imagem de quem tocava.

Min Yoongi tocava as teclas brancas e pretas com delicadeza, deixando tudo ainda mais bonito. Eu me encantei naquela imagem perfeita, parecia um quadro pintado por Van Gogh; um perfeito quadro pintado por Van Gogh.

Todo o encanto acabou quando percebi a imagem do dono da casa ao lado do filho, verificando se as notas estão corretas e em harmonia com o tempo da música.

Quando a música acabou, a sala se prendeu em silêncio. Yoongi tinha os olhos fixos nas teclas e parecia repassar mentalmente todas as notas que tocou para ver se tinha errado algo. Já seu pai, olhava fixamente para ele, a postura diferente do que estou acostumado à ver. Era uma postura quebrada, com feição triste e intensamente destruída, como se ele tivesse descoberto naquele momento que tinha perdido um parente para a morte.

— Eu errei alguma nota, Appa? — Yoongi quebrou o silêncio com voz embargada e receosa. — O senhor não falou nada...

— Não, você não errou nada... — pude ver um quase sorriso invadir o rosto do menino. Mas esse se quebrou rápido — Mas continue ensaiando, um dia você chega na perfeição.

O comentário crítico do homem foi o suficiente para quebrar o rapaz em pedaços. Ele me parecia esforçado. Sabe? aquelas pessoas que não descansam enquanto não atingir seu objetivo? Ele tem cara de ser como essas pessoas.

Ao perceber que em uma alguns segundos, o maestro iria sair, preferi fingir que tinha chegado naquele momento. Bati na porta de madeira rústica tendo a atenção do mais velho; Yoongi continuava por encarar as teclas de piano.

— Entre! — Fiz o que me foi mandado.

— Com licença, o jantar está pronto. — Avisei forçando um sorriso.

— Ah sim, já estou indo. — Olhou para o filho — Yoongi, continue ensaiando. Quero que você atinja a perfeição quando eu voltar, fui claro?

— Sim, Appa. — Pude perceber a voz triste demonstrar cansaço; tive que me segurar para não elogia-lo, se fizesse isso, eles iriam descobrir que estava ouvindo detrás da porta.

— Ótimo! — Ele passou por mim de cabeça baixa. Foi aí que me lembrei que precisaria avisar mais uma integrante da família Min.

— Desculpe, senhor. — O alcancei no meio do corredor. Ele olhou para mim com dúvida. — Pode me dizer onde está a Senhora Jisoo? Preciso avisa-la também!

— Ah sim, ela deve estar no quarto. Última porta do lado esquerdo! — Falou e continuou andando.

Olhei para trás, me lembrando do pianista que ficou na sala. Dei passos lentos até a porta, quando dei o primeiro para entrar no lugar, ele começou a tocar novamente. Resolvi não atrapalhar seu ensaio, já que odeio quando fazem isso comigo. Logo, sai para chamar a senhora Min.

Última porta à esquerda, relembrei já andando até lá. O corredor, assim como o resto da casa, não tinha nenhuma foto de família. Eram apenas quadros bonitos e conceituais de pintores, alguns conhecidos, outros nem tanto.

Bati na porta, e esperei um tempo até escutar um "pode entrar" da mulher. Fiz assim que escutei a autorização. A madeira escura revelou um quarto com paredes cobertas por um papel de parede vinho, quase marrom, roupas de cama brancas da mesma cor, com detalhes dourados. Em cima do colchão, se encontrava o cachorro que vi mais cedo deitado com a dona, Min Jisoo.

— Olá, Hoseok! — Ela me lançou um olhar animado. Percebi que dentro daquela casa, só ela tinha aquele emoção.

— Olá, Senhora Min! — Ela fez uma careta reprovando o pronome de tratamento utilizado.— Senhorita Min?

— Só Jisoo está bom, querido! Apesar de não parecer, não sou como as peruas ricas da minha classe social. — Ela sorri simpática, enquanto eu dei uma mini gargalhada pelo seu jeito de se referir a mulheres com uma renda superior a maioria das pessoas.

— Tudo bem, uh... O jantar está pronto! — Sorri sem mostrar os dentes vendo a mulher fazer o mesmo.

[...]

— Onde está o meu bebê? — Jisoo perguntou assim que chegou na sala de jantar.

— Ensaiando! — O maestro respondeu frio colocando a cocha de frango na boca.

— Ele ensaiou o dia todo! E está sem comer desde cinco horas da manhã, Sun! — ela falou com raiva. Sentou-se à mesa ao lado esquerdo do homem. — Isso não é, nem de longe, saudável!

— Depois eu peço para Soyeon levar algo para ele no quarto. Hoje, ele tem que me apresentar aquela música! — Um arrepio percorreu minha espinha ao escutar a fala do patriarca da casa. Isso é tudo muito bizarro.



Notas Finais



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Até o próximo
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