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História Teen Fox - 03x05 - Chaos


Escrita por: Princeofnowhere

Notas do Autor


Esse capítulo tem bastante informação então fiquem atentos.
Boa Leitura!

Chaos - Caos (Avá!)

Capítulo 28 - 03x05 - Chaos


Fanfic / Fanfiction Teen Fox - 03x05 - Chaos

Derek acordou cansado e dolorido pela manhã. Antes mesmo de conseguir focar seus olhos, o desconforto sentido em seus músculos se faziam mais que presentes. A luz também era um tremendo incomodo para a sua enxaqueca. O que era incomum, já que mesmo durante a gravidez, ele não era acostumado a ter dores como essas. Ele finalmente conseguiu se colocar sentado, com as pernas para fora da cama. A mão direita foi para a sua cabeça que latejava, e então, instantaneamente, alguns flashes rodeavam em sua mente, como um sonho ruim.

 Em um ímpeto, ele se levantou da cama com as lembranças da noite anterior. Sim, lembranças, não era sonho ou peças pregadas por seu cérebro. Aquilo era, ou melhor, foi real. Instintivamente ele rodou pelo seu quarto e o vasculhou. Fez isso também por todo o loft, com o semblante preocupado em sua face. Mas não havia ninguém ali, nenhuma pista ou resposta para como terminou em sua cama, sendo que suas últimas lembranças diziam que ele estava deitado no chão sujo e fétido de um cemitério.

 Ele não sabia como reagir ou o que fazer. A cada nova lembrança tudo parecia tornar-se pior e até mesmo mais confuso. Tudo voltou em sua mente. A visita inesperada de Peter, ou melhor, a sua armadilha. O cemitério. Os corpos de Isaac e Jackson inexplicavelmente ao seu lado. Lydia recitando palavras que ele não entendia. Os garotos, antes mortos, andando para longe enquanto a garota ruiva gritava por eles. E por fim, seu tio o apagando novamente.

 Aquilo não poderia ser verdade, Derek nunca havia visto ou ouvido falar em ressurreição. Ao menos não dessa forma. Teria seus olhos o confundido? Seus pensamentos pareciam tão perdidos agora, um turbilhão de sensações e sentimentos o distanciavam de seu juízo perfeito.

 Ele sabia que não conseguiria lidar com aquilo sozinho. Independentemente de ter sido real ou não, ele tinha que falar com Scott sobre isso e assim o chamou ao loft. McCall preocupou-se com a voz do mais velho pelo telefone, mas Derek não quis entrar em detalhes. Scott bufou e se contentou, conhecia o Hale. Quando encerrou a ligação, Derek deixou seu corpo repousar no sofá e soltou um longo suspiro. Levou sua mão até a barriga, sentindo seu bebê. Era a única coisa capaz de lhe trazer alívio no momento. No entanto, quanto mais se focava para ouvir os batimentos do pequeno ser ali dentro, mais ele notava que o som estava mais alto e forte, o que o fez prestar ainda mais atenção e distingui-lo em dois. Dois sons distintos, mas em sincronia. Para a sua alegria, isso só comprovava que ele estava esperando gêmeos.

 Ao menos uma notícia boa ele tinha agora. Seu filho, ou melhor, filhos, estavam bem. Mas Derek, ele não estava. Havia algo errado, diferente, que ele só conseguiu notar agora que havia se acalmado. Ele sentia-se mais fraco, não tinha mais aquela faísca de poder correndo pelo seu corpo.

 Olhou para suas mãos, para seu corpo todo antes de se levantar e caminhar para o espelho mais próximo. Derek encarou, temeroso, a sua face refletida no pequeno espelho do banheiro. Ele fechou seus olhos e vagarosamente os abriu. E lá estavam os seus orbes azuis, que há muitos anos não via. Isso só poderia significar uma coisa, ele não era mais um alfa.

 Seu transe foi quebrado com as batidas fortes e incessantes na porta da frente. Scott havia chegado tão rápido quanto notícia ruim. A mais verdadeira e adequada das comparações.

 Derek então contou ao garoto todos os acontecimentos da noite de lua cheia. No entanto resolveu omitir o fato de ter perdido sua posição de alfa, ao menos nesse momento. Ele sentia que havia coisas mais importantes a serem resolvidas e isso seria um desvio.

 Depois de saber que Derek estava grávido, Scott pensou nunca mais ouvir algo tão absurdo. E lá estava o Hale falando sobre ressurreição.

- Ok, o quão ruim isso pode ser? – Scott perguntou tentando organizar os pensamentos em sua mente.

- Eu realmente não sei, desconheço tudo isso. Mas se fizeram pelas nossas costas dessa forma, não deve ser algo bom ou seguro de sucesso – Derek estava temeroso, o beta podia sentir isso também.

- Eu não conheço Peter muito bem, mas é difícil acreditar em algo assim vindo de Lydia.

- Não a subestime, ambos estavam em um nível desesperador e eu nem quero pensar nas consequências que isso pode nos trazer.

- Bem, se Isaac e Jackson estão vivos, eu não vejo como isso pode ser de todo o mal. Precisamos de respostas, e Lydia é a mais fácil de se encontrar.

- Ok, então vamos – Derek se levantou do sofá, mas a mão de Scott pegou firme em seu braço, junto de seu olhar preocupado.

- Você parece abatido ainda, eu posso cuidar disso.

- Eu estou bem, e os bebês também se essa é sua preocupação – Com olhares eles se comunicaram. McCall só podia confiar em Derek, mesmo sentindo que algo estava diferente.

- Espera, você disse bebês? – Só então o beta se deu conta do que ouviu. Derek abriu um sorriso tímido e confirmou fazendo o número dois com os dedos – Cara, isso é ótimo! E eu sabia que essa barriga era grande demais para um só Stileszinho.

▽▽▽

 Lydia não estava na escola e muito menos em sua casa. Logo eles também descobriram que sua mãe não sabia de seu paradeiro desde a noite passada.

 A delegacia foi alertada e as buscas pela ruiva começaram. Em dois dias, nenhum sinal de Lydia, Peter ou um dos garotos ressuscitados. Derek suspeitava que seu tio estava escondido em algum lugar pela floresta. Embora restava saber se ele estava ocultando os garotos ou os procurando ainda.

 Foi no terceiro dia que Lydia apareceu no loft de Derek. A chuva tórrida daquela noite trazia mais que alguns trovões. A garota estava ensopada, suja e desorientada. Derek a colocou para tomar um banho quente em sua banheira e ela não reclamou. Na verdade, ela não havia dito nada desde que o homem abriu a porta de sua casa.

 Allison e Scott chegaram rapidamente mesmo com o tempo ruim que fazia. Os dois lobisomens ficaram na sala, enquanto a morena fez companhia para a ruiva. Derek ficou repousando no sofá por conta da dor incômoda que estava sentindo nos últimos dias. Era mais como um desconforto que sentia em sua barriga. Talvez fosse o estresse, mas o Hale começou a se preocupar com isso.

 Allison ajudou Lydia a se secar e havia trazido consigo algumas de suas roupas para a amiga. Ela a levou para um dos quartos para se vestir e tomar o chocolate quente que Derek havia feito.

 Alguns minutos depois e finalmente Lydia conseguiu encarar a amiga sem seus olhos perdidos pelo cômodo.

- Eu só queria tê-lo de volta, não queria fazer mal algum – Sua voz era fraca e calma. Allison teve que abraçá-la para que não se desmanchasse em prantos – Eu não sabia sobre o Derek, não sabia.

- Por onde esteve, Lydia? – Havia muito a se discutir. Allison decidiu partir do princípio para deixa-la confortável. A ruiva fungou e balançou a cabeça negativamente.

- Procurando por ele, sem sucesso – Tomou um pouco do líquido quente e doce. Sua mente ainda era um misto de desespero e solidão.

 A Argent passou a mão pelo cabelo da amiga, pondo uma mecha atrás da orelha. Ela enxugou uma lágrima solitária que descia pela sua bochecha e deu mais um tempo para a amiga.

- Há quanto tempo você tem contato com Peter? – Era invasivo, mas necessário.

- Alguns meses. Ele prometeu ser possível, eu tinha que tentar.

- E foi possível?

- Eu não sei, eles estavam estranhos, distantes. Eu e Peter procuramos por eles esses dias, mas não os encontramos. Eu achei que ele viria para mim, Allison. Eu achei que ele voltaria – A dor em sua voz cortava o coração da Argent por continuar com as perguntas.

- E onde vocês dois estavam?

- Em uma casa no meio da floresta, Peter deve estar lá ainda. Ele estava surtado, descontrolado – Sua mão esquerda agarrou firme o braço da morena. Os olhos de Lydia estavam arregalados e seu medo era nítido em suas expressões.

- Está tudo bem agora, ninguém vai lhe fazer mal, eu garanto – Ela tirou a caneca de chocolate de sua mão e então a abraçou fortemente – Nós vamos encontrá-los e trazê-los de volta. É uma promessa.

- Obrigada – Respondeu, aproveitando para se acalmar no calor daquele abraço.

- Nós temos que levá-la para a delegacia agora, mas temos que combinar alguma história antes. Você entende isso? – Perguntou atenciosamente, fazendo ondas no cabelo da amiga que concordou com aquilo.

 Havia passado um bom tempo até elas descerem para o andar de baixo, de encontro com Derek e Scott. A primeira coisa que Lydia reparou foi a barriga do Hale, mas ninguém comentou sobre isso.

- Todos prontos? – Derek disse pegando a chave do carro.

- Você não quer ficar, sabe... – Scott passou a mão em sua própria barriga em sinal.

- Não, tudo bem, já está de madrugada e ninguém vai notar – Ele vestia um casaco grande e largo que disfarçava o volume em seu abdômen.

 Os quatro agora estavam sentados na sala de espera da delegacia. Que não estava tão calma como eles presumiam. O policial Parrish encerrava a sua ligação e se encaminhava de encontro a eles.

- A senhora Martin foi avisada e está a caminho. O xerife está pegando o depoimento de um casal agora, mas logo ele vem falar com vocês – Eles todos assentiram.

- As coisas estão agitadas por aqui – Derek comentou.

- Nem me fale – Respondeu – Está com saudades, Hale?

- Um pouco – Ele disse antes do telefone começar a tocar e Parrish pedir licença à eles.

 A mãe de Lydia chegou logo e desesperada. Também não demorou muito para John os atender e conversar com a garota e sua mãe em sua sala. Allison e Scott também, pois eles diriam que a acharam vagando sozinha e desorientada na rua.

 Derek estava na recepção conversando com seu antigo companheiro de serviço enquanto isso.

- Eram os Whittemore conversando com o xerife? – O casal não havia passado despercebido por ele.

- Eram sim, a casa deles foi invadida ainda pouco – Parrish o respondeu – Eles estão bem e também não foi levado nada, mas parece que houve um confronto físico.

- Nossa, e eles viram quem foi?

- Não na verdade. A casa deles foi invadida e o senhor Whittemore tentou proteger a sua esposa partindo para cima de um deles. Mas no escuro ninguém viu nada.

- Que história estranha – Jordan teve que concordar com ele – Você disse “deles”?

- É, eles não viram rostos, mas afirmam que haviam dois.

 Derek ficou bem intrigado com aquilo, mas os garotos apareceram em seguida e ele não teve tempo de especular mais nada. O Hale entrou sozinho na sala com o xerife para dar um depoimento “extraoficial”. Para deixá-lo ciente dos reais acontecimentos.

▽▽▽

 Há dias procurando pelos garotos, Peter finalmente havia encontrado uma pista. O cheiro era bem difícil de rastrear e ele estava cansado, para dizer o mínimo. Porém aquela noite parecia ter trazido um pouco de sorte à ele. Ele os viu primeiramente na entrada da cidade e os perseguiu por horas a fio por entre as ruas de Beacon Hills. Peter pensou ter perdido Isaac e Jackson de vista outra vez, mas ao longe, ele os viu entrar no quintal da família Argent.

 Allison acordou com seu pai a chamando ao lado de sua cama. O homem fazia sinal indicando que ela devia permanecer calada. Ela notou a arma na mão dele e se levantou de imediato, mesmo sem entender nada. Seus olhos aflitos pediam mais do que apenas um sinal para se calar.

- O alarme disparou, alguém invadiu a casa – Chris, seu pai, falou baixo enquanto eles saíam do quarto lenta e cuidadosamente.

 No corredor, ela viu a mãe na porta do outro quarto a chamando. Ela correu em sua direção, adentrando o quarto.

- Fiquem aí – O homem ordenou no topo da escada e começou a descê-las lentamente, com a arma pronta para qualquer divergência.

 O som estrondoso da porta da frente sendo arrombada foi o suficiente para que ela saísse dos braços da mãe e corresse escada a baixo, mesmo com a mulher gritando pelo seu nome. A arma de Chris disparou diversas vezes, mas nenhum dos projéteis pareceu ter o efeito desejado nos dois homens que entravam na sala de estar. O caçador franziu o cenho, surpreso, e deu alguns passos para trás. Ele ordenou para que a filha voltasse para o quarto assim que a viu vindo em sua direção, no entanto ela ignorou sua ordem. Atirou mais uma vez quando um deles avançou. O tiro fez um buraco em sua pele, que logo se regenerou como se fosse nada. Um sorriso diabólico surgiu em sua face. Allison reconhecia aquelas feições mesmo em meio a escuridão da noite e alcançou o interruptor, que só provou a si mesma do que se tratava.

 Isaac era o que estava mais a frente, enquanto Jackson uns passos atrás. Antes mesmo de se recuperar dessa revelação, o garoto foi atingido por uma arma de choque, fazendo seu corpo todo se contorcer. A garota olhou para o topo da escada e lá estava a sua mãe. Chris aproveitou a distração e partiu para cima de Lahey, fazendo os dois irem ao chão. Ele viu que suas armas não teriam efeito e tinha que levar aquilo para uma luta braçal, mesmo sem entender como aqueles dois garotos, que deviam estar mortos, invadiram a sua casa no meio da noite.

 Jackson também tinha o mesmo sorriso enigmático e perturbador em seu rosto. Allison sentiu um frio percorrer a espinha, ele estava diferente. Ele deu alguns passos à frente, ignorando o combate entre os outros dois no chão da sala, aproximando-se assim da morena. Allison tirou uma adaga da cintura, e sem se intimidar, diminuiu o espaço entre eles. A lâmina afiada fez um corte no abdômen do loiro. Allison abaixou para desviar e acertou mais um golpe em suas costas, levando o garoto ao chão.

 Chris estava por cima de Isaac e tentava o imobilizar, mas o garoto tinha uma força maior que o normal e inverteu as posições. O soco em seu rosto foi o suficiente para deixar o Argent inconsciente por alguns segundos.

 Allison foi pega de surpresa com Isaac a puxando pelo braço com força. Lahey a arrastou até receber uma flechada no ombro e então mais uma na coxa. Ele soltou a garota e recuou até a entrada com Victoria apontando o arco para ele. Allison correu em direção ao pai, que recobrava a consciência aos poucos. Jackson também recuou e se juntou ao outro na porta da frente, parcialmente destruída. Victoria deu mais alguns passos com eles em sua mira, nenhum dos dois pareciam intimidados, mas partiram. Eles estavam lá apenas para causar caos, e isso estava feito.

- Eu estou bem – Levantou com uma enorme dor de cabeça. A filha o ajudava a ficar de pé, enquanto os três se encaravam sem entender nada do que havia acontecido. E logo os olhares pairaram sobre a garota, como se esperassem algum tipo de satisfação – Céus, você sabe alguma coisa sobre o que acabou de acontecer?

 Aquilo já tinha ido longe demais e Allison resolveu contar todos os acontecimentos envolvendo Peter, Lydia e os garotos aos seus pais. Pelo menos agora, o bando teria mais um reforço para decifrar isso tudo.

▽▽▽

 Pela manhã Derek já estava sabendo da invasão à casa dos Argent e então a sua desconfiança com o caso dos Whittemore ficou ainda mais forte e clara. Allison levou seu pai ao loft, onde Derek, Scott e Lydia já se reuniam. Em meio a discussões por todo o dia, nenhuma conclusão havia sido feita. Além, claro, do óbvio fato de que a ressurreição não havia acontecido como planejado e que os garotos não eram eles mesmos. Mas o ataque às duas famílias e o propósito disso ainda era um mistério. Bem como o paradeiro dos dois garotos.

 A casa na floresta de que Lydia se referiu anteriormente como esconderijo estava vazia e nenhum sinal de Peter por ali também.

 Três dias depois e as coisas estavam ainda piores. Allison e seu pai haviam adoecido e foram internados no hospital com fortes dores de cabeça, no corpo, e convulsões. Enquanto a causa disso ainda não tinha sido descoberta, outras pessoas começaram a apresentar os mesmos sintomas que eles. Um deles era o senhor Whittemore, pai adotivo de Jackson.

- Este também teve comprometimento do sistema linfático – O médico de plantão estava lendo um dos prontuários para Melissa que o acompanhava para outra sala, com pacientes no mesmo estado.

- Inchaços também?

- Alguns dos pacientes sim, há manchas escuras na pele também. Dois deles estão com os gânglios linfáticos inflamados – Ele explicou com o semblante preocupado, o que não passou despercebido por ela – Ainda temos aquele exame para sair no fim do dia, mas eu já vou pedir a transferência de todos para a ala isolada imediatamente.

- Espera, pensei que aquele exame era só para descartar a possiblidade, uma precaução – Ela o interrompeu preocupada. Se a hipótese deles estava realmente certa, seria um caos na cidade.

- Eu estou torcendo que sim, Melissa. Mas tudo indica que enfrentaremos algo muito preocupante – Respondeu.

-

 Yersinia pestis

 Esse era o agente causador confirmado e também o que eles temiam encontrar. Naquele mesmo dia os pacientes foram isolados dos demais e um alerta emitido a população e aos órgãos competentes. Nos dias seguintes a mídia estava noticiando os alarmantes casos identificados de “Peste Negra” na cidade de Beacon Hills.

 “O último surto urbano de Peste Negra nos Estados Unidos foi em 1925, em Los Angeles. Pouquíssimos casos isolados são noticiados desde então, mas inesperadamente cinco pacientes estão internados no Hospital Central de Beacon Hills. Todos com diagnóstico confirmado da doença, mais especificamente do tipo Peste Bubônica, que afeta os gânglios e causa gangrena. As equipes Medica e Sanitária, juntamente com a polícia estão trabalhando arduamente para descobrir a fonte de infecção. Foi emitido um alerta às cidades vizinhas para se atentarem aos sintomas da doença e…”

 “A Peste Negra causou a morte de cerca de 50 milhões na África, Ásia e Europa no século 14. Uma das doenças mais antigas conhecidas pelo homem, que agora torna-se notícia novamente devido a esses casos na cidade de Beacon Hills. A população está aterrorizada, vamos conversar agora com um morador que...”

 Era o que passava na televisão o dia todo, e o que estampava as capas dos jornais. Os habitantes da cidade estavam apavorados e os profissionais temiam um aumento de casos. Por sorte o diagnóstico veio rápido e o tratamento era efetivo, mas o medo de um surto maior até impedia que algumas pessoas saíssem de suas casas enquanto isso não era controlado.

 Por mais que Scott implorasse e brigasse, ele não poderia visitar sua namorada. Nenhum dos doentes poderia receber qualquer visita, mesmo essa sendo um lobisomem imune de doenças. O hospital estava sendo monitorado e recebendo alguns médicos de fora, e Melissa não conseguiria pôr o filho para ver Allison mesmo que tentasse. Ele estava desolado, a sua garota estava em um quadro mais crítico, mas a mãe tentou o tranquilizar quanto ao ótimo tratamento e prognóstico que a doença tinha nos dias atuais.

-

▽▽▽

 John estava em sua sala, lotado de serviço e sem nenhuma resposta quando Derek apareceu inesperadamente.

- Eu tenho algo para você, precisamos conversar – Ele disse e entrou sem cerimônias. O xerife não estranhou, pois parecia que o genro trazia as soluções que estava buscando.

 Eles estavam com as fichas médicas sobre a mesa, John estava quebrando a cabeça com isso nos últimos dias. Já Derek tinha outro problema que ocupava sua cabeça e foi então que tudo clareou hoje pela manhã. Enquanto assistia ao noticiário, ele pensou na hipótese de as duas coisas estarem relacionadas e foi como se um “clique” soasse na sua cabeça. O xerife acompanhou e entendeu o seu raciocínio, prestando a atenção na teoria do Hale.

 Derek sabia que tanto Allison e Chris, quanto o senhor Whittemore tiveram contato com Isaac e Jackson. E agora, tendo acesso aos prontuários, ele viu que dois garotos do time de Lacrosse estavam doentes também. Não tinha como ser coincidência, o surto de Peste Negra e a ressureição dos garotos tinham conexão.

 Eles precisavam agora entender que conexão era essa e o que era preciso fazer para resolver essa situação.

 Lydia passou o dia todo procurando por algo no Bestiário a pedido de Derek e convocou uma reunião quando encontrou uma importante informação que poderia desvendar de uma vez os acontecimentos e ajudar a entender melhor as ações de Isaac e Jackson.

- Ouçam isso – Ela estava no loft, com o livro em mãos. Derek e Scott estavam no sofá, com expressões cansadas, mas ainda assim, atentos as dizeres da ruiva que lia um trecho traduzido do Bestiário.

 “Gjenganger”

 “É uma espécie de fantasma, assombração, originário do folclore escandinavo, e com aparições reais aqui relatadas. Gjengangers são espíritos de pessoas que morreram precocemente, geralmente vítimas de assassinatos, deixando assuntos inacabados para trás. Uma coisa é certa, deve-se temer suas ações, pois sempre serão malignas, independentemente de sua postura antes de morrer. Isso se confirma pelo fato de causarem males a seus familiares e conhecidos. Não possui forma espectral, é totalmente corpóreo, o que o difere de espíritos em geral. Sua habilidade, no entanto, é a de espalhar doenças através do contato com as vítimas, onde geralmente atacam pela noite. Alguns meios são ditos como eficazes para afastar um Gjenganger, como símbolos sagrados, ou uma vez que são espíritos corpóreos, trancar portas e janelas para impedir que adentrem as casas. Entretanto nenhum meio efetivo de combate é conhecido até então. ”

- Como assim, aí não diz como revertemos isso? – Derek perguntou.

- Isso é tudo o que tem. E eu nem sei se há uma forma de revertermos isso – Respondeu desanimada. Esse era o sentimento que pairava sobre os três.

- Você acha mesmo que eles voltaram como esses Gjengangers? – Scott perguntou a Derek.

- Eu não sei, é uma hipótese. Se realmente for, temos que encontrá-los logo antes que contagiem mais pessoas.

-Aí diz que eles sempre aparecem pela noite, podemos começar hoje mesmo – McCall se manifestou.

- Como saberemos onde eles estarão?

- Ficaremos vigiando. Eles sempre atacam os familiares e conhecidos, certo? Eles já foram atrás da família da Allison e do Jackson, é provável que eles tentem algo com nós dois. Ou com a minha mãe ou a sua, por exemplo – Lydia concordou com o pensamento de Scott. Derek estava contente por ele estar tomando as rédeas assim, feito um líder mesmo sem perceber – Minha mãe vai estar de plantão hoje à noite e eu acho que eles não tentariam nada em um lugar movimentado com lá. Eu sei que não podemos derrotá-los ou trazê-los de volta, mas quem sabe consigamos ao menos imobilizá-los até termos uma solução para isso tudo.

- Certo, eu fico alerta para qualquer coisa hoje à noite em casa – Lydia respondeu.

- Eu estarei lá também, nós temos que nos proteger. Não podemos deixar que ninguém mais seja uma vítima deles – A ruiva concordou plenamente. Eles estavam tão focados que por um momento até esqueceram que Derek estava bem ali do lado deles – Quero dizer, o que você acha disso, Derek? – Ele não queria passar por cima do seu alfa, só acabou se empolgando um pouco.

- Acho que você já acertou tudo, Scott. Eu confio em você – Respondeu com um sorriso no rosto e um sentimento de orgulho no peito. Scott foi seu terceiro beta, mas se desenvolveu mais rápido do que qualquer outro lobisomem que já havia visto. McCall ficou contente com a confiança que o mais velho tinha em si.

- E acho que você deveria ficar aqui no loft por essa noite, espero que não me leve a mal – Derek poderia até protestar contra isso e bater o pé uns dias atrás. Mas ele não estava se sentindo bem, as dores aumentaram e o cansaço também, e sabia que não era algo normal. Ele tinha que repousar, e no dia seguinte buscaria alguma orientação, pois estava muito preocupado com a saúde dos bebês.

- Tem razão, mas não hesite em me chamar quando precisar, ok? – Scott assentiu – E você deve chamar John também, qualquer ajuda a mais será bem-vinda.

▽▽▽

- O que eu faço com você, Lydia Martin? – Sua mãe estava na porta de casa com os braços cruzados, a expressão cansada demais para tomar qualquer decisão. Mas acima de tudo sentia uma grande decepção por não saber lidar com a filha, o que fez a ruiva sentir-se ainda pior ao entrar pela casa de cabeça baixa. Ela sabia que estava errada de diversas formas.

- Mãe, eu...

- Não diga nada, eu estou exausta hoje. Eu não dou conta mais dessa situação, não sozinha – Ela respondeu e subiu para o quarto. Lydia fez o mesmo em seguida. Ela não poderia contar a verdade para a mãe e isso custava muito para a relação das duas.

 Scott já estava do lado de fora da casa da ruiva em uma posição estratégica em que passaria a noite. John estava fazendo ronda pelo quarteirão em sua viatura. Se Isaac e Jackson resolvessem aparecer, eles o encontrariam.

  Enquanto isso no loft, Derek recebe a visita de Peter. Ele hesitou em abrir a porta, mas não seria enganado novamente. O mais velho levantou as mãos no ar, mostrando que veio em paz, mas não era o suficiente para desmanchar a expressão acusatória do sobrinho.

- Sua barriga já está bem grande, quantos meses mesmo? – Disse caminhando, sem ser convidado, pela sala de estar e sentando-se no sofá.

- Sei que não foi para isso que veio – Respondeu ríspido.

- Você sabe que eu me importo com você, nada mudou.

- Não foi essa a impressão que tive quando me usou. Mesmo eu estando grávido – Tinha muito ressentimento em sua voz ainda.

- Eu fiz o que era necessário. Você está bem, não está? Isso que importa.

- Pare de agir como se você se importasse com alguém além de você mesmo! – Derek ergueu seu tom de voz.

- Você realmente não entende, não é? – Peter levantou-se e ficou de frente ao sobrinho. Ele não se intimidava, mas ao mesmo tempo entendia a reação do ex-alfa – O Isaac foi a melhor coisa que aconteceu comigo, talvez a única, depois do acidente com a nossa família. Esse sou eu sem ele, psicótico, egoísta, mal. Então não venha me julgar por esgotar até o último recurso que eu tinha para trazer de volta o amor da minha vida – Sua voz também estava mais alta e seu dedo indicador apontado para o peito do mais novo. Os olhos agora se encaravam, havia muita raiva e mágoa, mas ambos sabiam que esse não era o momento para lavar roupa suja.

- Se foi isso que veio me dizer, já pode sair – Ele deixou de encarar o mais velho e deu um passo para trás. Sentiu um leve desconforto em sua barriga e sua vista escureceu brevemente.

- Não, na verdade. Eu não estou conseguindo encontrá-los e sei que vocês... Derek?

- Está tudo bem, é só que... Argh – Derek gemeu de dor e se ajoelhou no chão. Sentiu uma pontada forte em sua barriga e seus sentidos ficaram desorientados. Seus olhos se fecharam automaticamente pela dor e apenas escutava Peter dizer algo como se estivesse bem distante de si.

- Derek? – Ele se agachou e ficou de frente para o sobrinho – O que houve, me responde. É alguma coisa com os bebês?

 Derek continuou gemendo com a dor forte que sentia. Suas mãos foram para a barriga, algo estava muito errado e não era de hoje.

- Eu não sei, está doendo demais. Peter, você precisa.... Você precisa... – Ele falava com dificuldade.

- Diga, Derek, e fique comigo, ok? – O ajudou a se levantar e o pôs deitado no sofá

- Pegue meu celular – Disse e prontamente o mais velho estava correndo pela sala em busca do aparelho – Ligue para Satomi, o número está na agenda.

- Satomi, aquela velha alfa japonesa? – Peter questionou enquanto fazia o que era pedido.

- Ela está me ajudando a passar pela gravidez – Derek respondeu. A dor tinha dado uma aliviada, mas ele sentia que era apenas um intervalo.

 Peter assentiu com a cabeça e logo a mulher atendia o telefonema. Ele colocou no viva voz e explicou brevemente a situação do sobrinho para ela.

 Derek estava em contato com Satomi e sua emissária Morrell há alguns meses para ajudá-lo com a gravidez. A mulher é uma velha conhecida de sua família e seu bando vive em Old Oak, uma cidade um tanto distante de Beacon Hills. Por esse motivo suas conversas e orientações eram feitas sempre por meio de telefonemas. Elas tinham combinado de levá-lo para Old Oak quando Derek estivesse entre o oitavo e nono mês, já que era uma cidade maior, mais desenvolvida e principalmente, tinha uma grande população de criaturas sobrenaturais que viviam em harmonia. Havia clínicas e até mesmo um hospital que secretamente cuidava de assuntos não humanos. Derek estaria bem assistido lá. No entanto, aparentemente as coisas teriam de ser antecipadas.

“Ele ainda está no sétimo mês, certo? Ele não deve estar em trabalho de parto, pelo menos não deveria ainda” – Ela disse.

- Eu não sei o que está acontecendo, ele está com muita dor, eu não sei o que fazer e....

- Peter, eu não estou aguentando – Derek se contorcia de dor novamente, era tamanha que sua transformação começou a aparecer, deixando o mais velho bem aflito.

- Por favor, eu não sei o que fazer, acho que ele está pronto mesmo sendo cedo.

“Não é comum dar à luz antes dos nove meses como acontece com os humanos. Alguma coisa está errada, ou diferente. ”

 Peter estava em completo estado de desespero, sem saber o que estava acontecendo com seu sobrinho ou o que fazer para ajudar. Seus olhos corriam para ele no sofá, a onda de dor havia passado novamente e Derek se acalmava aos poucos, suas garras recuando e seus olhos voltando ao normal.

- Os seus olhos... – Falou consigo mesmo, mas chamando a atenção da alfa.

“O que disse? ”

- Os olhos dele estão azuis, ele deixou de ser um alfa há algum tempo. Isso pode ter alguma relação?

 O telefone ficou mudo por uns segundos. Peter só escutava alguma conversa ao longe, como se ela pedisse por uma orientação.

“Receio que tenha sim, Peter. O corpo de um alfa homem se adapta para a gestação, se ele perde subitamente o poder de alfa isso retrocede, o útero e os outros órgãos se atrofiam e os hormônios diminuem rapidamente. Em outras palavras, ele não está mais em condições de gestar os bebês. Se o parto não for feito logo, nem os bebês e nem Derek sobreviverão. ”

 Os dois se encararam surpresos e assustados. Vendo o pavor e desespero em Derek, Peter sentia-se totalmente culpado, o sobrinho só estava nessa situação por causa dele, ele fez Derek perder seu poder de alfa e agora a vida de três pessoas estavam em risco.

“Peter, está me ouvindo? ” – A voz dela o tirou de seus pensamentos e o focou novamente.

- Sim, o que podemos fazer?

“Traga ele imediatamente para cá, é a única chance.

- Old Oak fica há horas de carro, não sei se temos esse tempo.

“Então alguém terá que fazer o parto aí mesmo, a vida dos três depende disso. “

 Peter já estava com o rosto pálido, aquela notícia havia o acertado em cheio. Ele encerrou a ligação e ficou encarando o sobrinho deitado no sofá em meio ao sofrimento. Sofrimento esse que ele havia causado ao mais novo. Era o remorso finalmente batendo à porta ou simplesmente um arrependimento momentâneo?

 Seja o que fosse, ele não poderia deixar Derek desamparado nesse momento, mesmo que ainda não tivesse noção do que fazer.

- Scott, ligue para ele – Derek disse com a voz arrastada percebendo o quão perdido o outro estava. Peter assentiu e fez como pedido.

 McCall assim que soube tratou de encontrar John que ainda rondava a vizinhança em sua viatura. Seu primeiro instinto foi ir atrás de sua mãe, mesma que ela não fosse uma médica, era a única pessoa que conhecia, e confiava, para questões como essa.

 Em alguns minutos eles chegaram ao loft. Scott teve que se conter muito para não partir para cima de Peter quando o viu ao lado de Derek. Só de pensar que o moreno estava nessa situação por causa dele, além de Allison também estar doente no hospital, era o suficiente para fazer seu sangue ferver. John o segurou pelo braço e Peter pode jurar ver os olhos de McCall brilharem um vermelho vivo por alguns segundos.

 Quando o beta se acalmou Derek o explicou, com certa dificuldade, que não era mais um alfa e por isso tinha que ter um parto às pressas. Porém não houve mais tempo algum para pensar ou fazer qualquer coisa, pois Isaac e Jackson acabavam de entrar pela porta do loft.


Notas Finais


Só tiro porrada e bomba, hein?? O que vai ser deles todos agora? Quem poderá nos defender? Pode chamar o Chapolim Colorado que agora só falta mais dois capítulos.
Até mais xD

**Arte do capítulo por: http://sudjino.deviantart.com/
Editado por mim.


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