Malia abriu os olhos com a luz do sol que invadia todo o quarto passando pela janela. Ela ainda estava meio sonolenta, mas podia se lembrar perfeitamente do pesadelo que teve. Não se lembra como ou que horas pegou no sono após o episódio, mas parecia que tinha sido há uns dez minutos atrás. Sua cabeça latejava e tudo ainda meio que girava a sua volta. Ela ficou focada por uns cinco minutos no teto com todos os pensamentos, quando se lembrou do que acontecera na noite passado entre ela e Theo.
Malia levantou num pulo, assustada com os flashs e por se lembrar que também, estava atrasada para a escola. Ela olhou a sua volta e tateou o lado esquerdo de sua cama, que estava vazio. Aquilo era muito estranho. “Não acredito que você sonhou com o Theo, Malia.” Ela pensou passando a mão por todo o rosto. A essa altura, Malia com certeza não sabia mais diferenciar sonho ou realidade.
Com seu carro estacionado na frente da escola, não entendi o porquê de não ter coragem de entrar. Claramente Malia já estava atrasada, mas ela estava receosa de mais, por algum motivo. Ela encostou sua cabeça no banco e fechou os olhos. Rapidamente lembrou da festa de Lydia, como Stilies tinha ficado mau com a chegada de um rapaz e como Lydia tinha ficado feliz e confusa. Quem era aquele rapaz? E por que todos haviam reagido daquela forma? Era a única coisa de que ela se lembrará de ser real. E tinha que tirar essa história a limpo!
Lydia estava concentrada em seu caderno desenhando algo quem nem ela tinha prestado a atenção no que era. A aula era de biologia avançada e como Lydia estava com alguns créditos a mais... nada melhor do que desenhar!
- Lydia! – Uma voz abafada e distante chamou sua atenção. Mas ela não desviou o olhar. – Lydia! Lydia? – A voz está um pouco mais próxima, mas ela não deu a mínima. – LYDIA MARTIN! – Lydia levantou a cabeça num pulo ficando boquiaberta com a quantidade de pessoas a encarando.
- Sim, professora? – Ela falou sem graça.
- Creio eu, que não faz parte da matéria desenhar corvos, senhora Lydia! – Ela disse numa voz baixa e contendo a raiva.
Lydia imediatamente olhou para o caderno e se assustou com o que desenhara. Era um corvo comendo alguém. Mas ela ainda não havia desenhado o rosto. Ela ficou sem palavras e gaguejou algumas vezes, mas nada saída. Lydia voltou-se assustada para a professora que olhava para ela com repreensão. Lydia notou uma sombra se movendo atrás da professora, parada na porta. Ela Malia acessando para que Lydia a acompanhasse.
- Professora... perdão mas... não estou me sentindo muito bem. Se a senhora... a senhora sabe, me permitir... – Ela disse catando suas coisas e saindo da sala.
Ela andou bem rápida até ser surpreendida por Malia descendo as escadas e a puxando para um corredor.
- O que? – Lydia perguntou.
- Você ta bem? – Malia perguntou, encarando Lydia, que estava ofegante e ainda assustada.
- Sim... eu estou bem. Mas o que foi com você?
- Bom... tenho algumas coisas que precisava te contar. – Ela parou por alguns instantes. – Mas antes quero saber quem era aquele cara da festa, que deixou um clima pesado. E por que Stiles se importou tanto. Eu não lembro de muito sabe?...
- Ah! Jackson? – Ela riu. – Meu ex-namorado. – Ela ajeitou a bolsa.
- Ah... e por que eu nunca o vi? – Malia perguntou.
Lydia a encarou séria e fechou a boca formando apenas uma linha. – Malia! Você não se lembra de nada mesmo?
- Não! Quer dizer, quase nada. Quase nada mesmo. – Ela balançou a cabeça.
- Ok... vem comigo! – Lydia saiu na frente, deixando uma Malia mais confusa ainda para trás.
Malia seguiu Lydia até a arquibancada do campo. Elas se sentaram e Lydia encarou os meninos que estavam jogando, sem falar nada.
- Hm... Lydia?
- Sim?
- Por que estamos aqui? – Malia perguntou confusa.
- Ah! Porque aqui é legal para conversar e queria ver uns caras sem camisa, sabe? Você não gosta? – Lydia perguntou com um largo sorriso saliente nos lábios.
Malia encarou com campo e conseguiu enxergar Theo, que lhe lançou um olhar e um sorriso meia boca. – É... gosto... gosto muito! – Malia ficou alguns segundos extasiada na arquibancada, até que balançou a cabeça e voltou ao normal. – Não, na verdade eu nem ligo. Desde quando o Theo joga?
- Theo? Ele não joga. – Lydia sorriu. – Ele treina para possivelmente entrar no time titular. Mas só treina as vezes.
- Ah...
- Enfim... você disse que não se lembra de quase nada. Do que se lembra? – Lydia se ajeitou na arquibancada e jogou os longos cabelos ruivos para trás.
- Bom... me lembro de que o seu ex-namorado, Jackson, chegou. E que você ficou muito abalada...e o Stiles também. Ele subiu e eu subi atrás. Nós vimos um corvo. Ele entrou no seu quarto mas eu o matei.
- Espera, você viu um corvo? – Lydia interrompeu Malia.
- Sim... não foi o primeiro. – Ela se lembrou. – Vi mais cedo com Scott, na sua casa com Stiles... é... que eu me lembre, só. – Ela concluiu.
- Isso não é estranho? Corvos... – Lydia ficou pensativa.
- Sim! Mas preciso que me ajude a me lembrar Lydia, me lembrar do resto.
- Ok. Continue.
- Depois que eu desci do seu quarto, eu me deitei no sofá. Eu estava meio sonolenta então... não me lembro se eu dormi. Sei que eu tive um terrível pesadelo.
- E como foi?
- Bom, primeiro eu sonhei que o Theo me levava para a casa. E que ele entrava... eu queria que ele ficasse lá. E ele ficou! Então nós acabamos... acabamos nos beijando e quase que... ah você sabe do resto. Então dormimos juntos. Foi quando eu entrei na outra parte. A parte mais pesada do pesadelo. Eu encontrava minha mãe e minha irmã. Elas me pediam para entrar no carro e eu estava de roupas intimas na estrada, na beira da estrada. Mas eu não entrei. Então a loba chegou e atirou nelas. E eu acordei... acordei e não me lembro mais de nada. – Ela suspira com os olhos lacrimejando.
Lydia analisou Malia por um tempo. – Você tem certeza de que não foi para casa com o Theo? – Ela perguntou confusa.
- Sim, tenho! – Ela levantou o tom. – Quer dizer... eu acho que sim. Eu não faria isso. Faria? – Ela se perguntou em voz alta.
- Não... – Lydia mentiu. – Malia, preciso que você saiba que nos beijamos ok?
- Nós? – Malia arqueia a sobrancelha.
- Sim. Você queria fazer ciúmes no Theo e eu ajudei. – Ela sorriu.
- Uau! – Ela parou e sorriu. – Eu me lembro disso! – Malia soltou uma risada fazendo Lydia soltar também. – Eu gostei.
Lydia ficou sorridente por um tempo e concluiu. – Eu também. – O silencio continuou enquanto elas se encaravam. – Ok, Mal... nós precisamos descobrir o porquê desse sonho e o porquê dos corvos. – Lydia mexeu em sua bolsa e tirou seu caderno. – Olha... – Ela mostrou o desenho a Malia. – Desenhei na aula de biologia avançada. Mas só notei o que eu desenhei quando estava terminando isso.
- É um corpo? – Malia analisou o desenho com cautela. – Feminino?
- Sim! Mas eu não terminei a cabeça então...
- Uau... isso é um pouco estranho. Por que esse corvo está comendo ela?
- Por que ela provavelmente está morta. – Lydia concluiu.
- Lydia você precisa terminar esse desenho. Isso pode ser uma aviso ou sei lá.
- Eu não sei como eu posso fazer isso.
- Nós vamos descobrir! – Malia apoiou a mão no ombro de Lydia e lhe lançou um sorriso, que Lydia devolveu.
Enquanto Malia guardava seus livros no armário, só conseguia pensar no sonho, no corvo e no desenho de Lydia. As coisas estavam ficando estranhas. Tanto para ela quanto para Beacon Hills.
- Malia! – Theo surge com um sorriso sarcástico.
- O que você quer? – Ela revira os olhos, ainda de frente para o armário.
- Nada. Só estava passando.
- Legal. Você já pode terminar de passar. – Ela fecha o armário e se vira com um sorriso forçado.
- Ok... – Theo sorri fraco.
- Theo? Espera!
Theo para e aperta os olhos. Ele bem que tentou continuar em nem olhar para trás. – Sim? – Ele se aproximou.
- Eu tive um pesadelo essa noite. Sonhei que nós... que nós... que nós ficávamos de um jeito sério. E depois sonhei coma morte da minha família.
A expressão de Theo congela e fica séria.
- Eu só queria ter certeza de que foi um pesadelo. Eu não lembro de muito. – Ela sorri fraco.
- Pesadelo? – Ele fecha a expressão completamente e tenta conter o lacrimejo de seus olhos. – Bem... provavelmente você sonhou comigo, meu bem. – Theo sorriu falso tentando não transparecer sua decepção. – Ontem eu tava com a Tracy. Não teria como não ter sido um sonho.
Malia fica murcha. – Ah... – Ela finge um sorriso aberto. – imaginei isso mesmo. Deve ter sido só um... pesadelo! – Ela se vira para ir embora e solta a respiração que nem sabia que estava segurando.
- Sonho, meu amor! Sonho! – Theo ri e vai embora.
- Droga! – Malia pensa alto antes de sair.
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