(Now Playing: Black Honey - Midnight)
- Tudo bem? - Cora perguntou caminhando devagar pela floresta enquanto Kira iluminava o caminho.
- Humrum! - a outra respondeu um pouco trêmula.
- Basta seguirmos o plano do Scott e manter a coisa dentro da floresta nos perseguindo, certo?
- Certo. - Kira concordou virando-se para a amiga e suspirando.
Por que ela tinha que ser tão linda?
Queria abraçá-la e protegê-la do que quer que fosse.
- Ei, eu tô aqui, tá bem? - ela falou segurando suavemente na mão da kitsune.
Kira retribuiu o toque e sorriu.
Era impressionante o efeito que aquele sorriso causava nela. Já tinha namorado algumas garotas e garotos mas nenhum deles havia chegado perto de fazê-la se sentir daquele jeito. Chegou a conclusão de que era o jeito inocente de Kira que a atraía e encantava.
E inocência era praticamente o segundo nome da outra garota!
Droga, precisava dar um jeito de conquistá-la ou esquecê-la de vez.
- Você ouviu isso? - a amiga falou parando abruptamente.
- O que? Não ouvi nada.
- Espera. - Kira falou novamente. Desta vez a garota se ajoelhou e colocou a mão esquerda no chão como se estivesse sentindo algo nele.
- O que você tá fazendo? - Cora perguntou ajoelhando-se também.
- Sente isso?- Kira perguntou colocando a mão de Cora no chão também.
- Não estou sentindo nada. - Cora respondeu confusa.
- Coloca a sua mão sobre a minha.
Cora a obedeceu e assim que tocou na mâo da amiga, sentiu os dedos formigarem e uma energia estranha passar pelo seu corpo.
- O que...?
- Ele está próximo daqui! - Kira falou se concentrando.
-Onde você aprendeu isso?
- As Skinwalkers.
- Entendi.
As duas se levantaram e olharam ao redor.
Silêncio.
De repente, o grunhido agourento da besta invadiu a pequena clareira e as garotas visualizaram pela primeira vez a figura bizarra que era o Nuckelavee.
Os cascos de cavalo pisavam forte no chão e os braços enormes se ergueram prontos para atacar a kitsune. A garota por sua vez ergueu sua katana e contra-atacou. A lâmina da arma atingiu um dos braços da criatura, porém a pele grossa não sofreu qualquer ferimento.
- Acho que essa é a hora que temos que correr até o rio! - Cora falou com urgência já se tranformando e puxando a amiga.
As duas correram pela floresta enquanto o Nuckelavee as perseguia. O bafo tóxico dele ia danificando toda a vegetação pelo caminho e Cora já estava começando a sentir a respiração falhar quando finalmente ouviu o barulho da água corrente.
- Prepara pra pular! - ela gritou pra Kira e as duas impulsionaram os pés assim que chegaram às margens dando um salto enorme e pousando com os joelhos flexionados do outro lado do rio.
O Nuckelavee parou diante da correnteza e soltou um rugido raivoso, virando-se novamente para a floresta atrás de si desaparecendo na escuridão em seguida.
- Temos que ir atrás dele de novo? - Kira perguntou resmungando.
- Nosso dever é mantê-lo longe da cidade, então a resposta é sim. Infelizmente. - Cora respondeu levantando-se e oferecendo a mão para ajudar Kira a se levantar.
A garota aceitou a mão da amiga e sorriu.
- Então vamos lá!
***
(Now Playing: Birdy - Deep End)
- Elas ficarão bem. - Scott falou sentando-se no sofá.
- Eu espero. - Malia respondeu sentindo o coração pulsar um pouco mais rápido.
Ele sorriu e olhou ao redor.
- Gostei do seu apartamento.
- Não é grande coisa, mas o aluguel é barato. - ela respondeu sentando-semao lado dele.
- Eu falei sério quando disse que senti sua falta. - ele falou abruptamente.
- Por isso me ligou todos os dias e se preocupou em responder minhas mensagens? - ela retrucou ironicamente.
O alfa respirou profundamente e segurou as mãos dela carinhosamente.
Ela tinha que resistir. Tinha que...
- Eu fui um idiota. - ele falou colocando uma das mãos no rosto dela fazendo-a se virar lentamente até olhá-lo nos olhos.
- Você foi um idiota. - ela sussurrou tentando mentalmente resistir aquele toque.
- Muito idiota. - ele se aproximou ainda mais diminuindo a distância entre suas bocas.
Ela o amava. Amava tanto que doía. E se ele soubesse o quanto ela o desejava naquele momento... O seu corpo praticamente gritava implorando para que se amassem ali mesmo e matassem toda a saudade acumulada.
Mas então, algo dentro dela a trouxe de volta à racionalidade.
- Qual é o nome dela? - ela perguntou com a voz cortante.
Scott piscou confuso e se afastou um pouco.
- O que?
- Você me entendeu. Qual é o nome dela?
- N-Não tem ...- ele gaguejou.
- Você acha que eu sou idiota? É claro que tem alguém! Eu sei! Assim como sei que a sua repentina atenção e saudade por mim só despertou depois que você me viu conversando com o Theo!
O rapaz se levantou irritado e andou em círculos pela sala.
- Malia, eu-eu não... - ele tentava falar mas parecia não encontrar palavras.
Ela riu sarcasticamente.
- Vai embora, Scott. Quando você estiver pronto pra me falar a verdade a gente conversa! - a garota falou levantando-se e abrindo a porta do apartamento.
- Malia. - ele a chamou suavemente mas ela estava irredutível.
O jovem passou por ela lançando-lhe ainda um último olhar suplicante antes que ela batesse a porta atrás de si.
Assim que se viu sozinha, o peso em seu peito se tornou insuportável.
Ele não negara. Não conseguira negar a existência de outra garota!
Ela sentiu seus olhos arderem e as pernas enfraquecerem levando-a até o chão enquanto soluçava.
O que seria deles a partir daquela noite?
***
Eram 10 horas da manhã e Lydia olhava o quadro de evidência que Stiles havia montado na noite anterior sem de fato vê-lo. Sua mente estava distante, revivendo todos os sonhos que tivera naquela madrugada.
- Um sacríficio é muito mais forte na noite de hoje e ainda mais forte quando de bom grado. - a mulher falou colocando a adaga sobre a garganta da banshee.
- Apenas salve os meus amigos!
Lydia pode ouví-la sussurrando algo e logo após um relâmpago cortou o céu.
- Está feito! Ao mar ele retornou.
- Ótimo! - a banshee respondeu.
- Agora, vamos ao que me interessa. Seu sangue!
A lâmina afiada passou pela sua garganta e ela sentia o líquido quente saindo do ferimento. A mulher colocou a mão sobre o local e a ruiva sentiu seu sangue sendo drenado para fora do corpo.
Lembrou-se do primeiro sonho. O sonho que lhe mostrava sua própria morte.
Olhou novamente as fotos das quatro garotas desaparecidas e lembrou-se da capela macabra onde vira uma delas suplicar por ajuda.
Aquilo era um ritual de sangue.
E era assim que também morreria.
Sua mente vagou novamente.
Estava diante do espelho tentando digerir o que havia visto quando a figura de uma velha senhora negra surgiu atrás dela.
- Fique longe da minha neta. - a mulher falou em sua mente.
- O que? - Lydia perguntou confusa virando-se para a senhora.
- AFASTE-SE DA MINHA NETA! - a figura gritou furiosa lançando as duas mãos para o pescoço da banshee.
Não havia dúvidas de que aquela senhora era o espiríto da avó de sua amiga Anna.
Por que ela queria que as garotas se afastassem?
Lydia engoliu a seco tentando afastar de si a ideia de que a velha, ou a própria Anna tivesse algo a ver com o primeiro sonho.
Bakançou a cabeça e mais uma vez, deixou-se levar pela lembrança dos sonhos.
- Judy? - Judith ouviu a voz calma e rouca que por tanto tempo fora seu refúgio. A voz do seu amado irmão.
- Julian? - ela virou-se à procura do irmão pelo quarto.
Ele estava em pé ao lado da sua cama. Suas roupas estavam molhadas e a expressão de dor em seu rosto a assustou.
- Julian! Oh, Julian! - a dor em seu peito tomou força quando compreendeu a visão que estava tendo. Ela sentiu seu peito rasgar como se tivesse sido atacada pelas garras de um felino selvagem. - Não! Não, não, não! - era tudo o que conseguia dizer. Suas pernas vacilaram e ela se viu curvada sobre o chão sentindo as lágrimas molharem seu rosto.
- Houve uma tempestade. O navio não suportou as ondas e...
Aquela era a maldição em ser uma banshee.
Ela sabia quando as pessoas morriam.
Porém, jamais imaginaria que veria o seu próprio irmão.
- Judy, eu preciso que me ajude. Digo, não a mim exatamente, mas Izabel. - ele falou se aproximando da irmã.
Ela levantou o rosto para encará-lo.
- Como assim?
- Izabel espera um filho meu, estou certo?
A garota assentiu afirmativamente.
- Ela virá atrás dele, Judy. Se ela souber que ele carrega meu sangue, ela virá atrás dele.
- Ela? A rainha das Banshees?
- Sim!
Judith olhou para o irmão e pensou no futuro sobrinho que jamais conheceria com tristeza. Mas sabia que precisava mantê-lo longe da banshee louca.
- O que devo fazer, Julian?
- Izabel deve ir com seu amigo e a família dele para a América. - ele falou.
E por fim, a imagem do último sonho se dissipou. Aquele em que ela vivera a realidade de Judith McCall.
Ela sentira.
Sentira toda a dor que assombrara a garota ao perder todos que amava.
O namorado que iria embora por conta da Grande Fome, a melhor amiga que carregava em seu ventre o sobrinho e por fim, seu irmão, morto em um naufrágio.
A ideia de ver seus amigos e famikiares morrerem a aterrorizava.
Estava disposta a se sacrificar por eles.
- Amor, meu pai está perguntando se você irá comer algo antes da viagem. - Stiles falou entrando no quarto subitamente a assustando. - Você está bem? - ele perguntou fechando a porta atrás de si.
- Hã? Claro! Estou bem! Só estava pensando... - só então se deu conta de que ele estava muito gostoso nas suas antigas calças de moletom e camiseta desbotada. - Estava pensando que nem aproveitamos a sua cama direito!
(Now Playing: Bishop Briggs- Wild Horses)
Ela levantou-se aproximando dele com um sorriso sedutor tentando disfarçar o desconforto dos pensamentos anteriores.
- Você sabe, ficamos na casa da minha mãe, e aí depois aconteceu o que aconteceu e quando viemos pra cá...- ela continuou.
Stiles não esperou que ela terminasse de falar. Imediatamente o rapaz a puxou pela cintura e colou seus lábios finos nos carnudos dela.
O beijo era urgente, apaixonado e quente.
As mãos dele deslizaram sobre o seu corpo até pararem apertando vigorosamente seu bumbum.
Ela não havia planejado aquilo mas por algum motivo sentira-se bem por estar acontecendo. Ficaria longe dele por pelo menos um mês e sentiria falta daqueles braços, daquelas mãos a apertando, daqueles beijos, daquele corpo magro e ao mesmo tempo definido se encaixando perfeitamente no seu.
Ele a segurou pelos quadris e a sentou na escrivaninha.
- Ainda bem que você está de vestido! - ele falou sorrindo maliciosamente.
- Ainda bem! - ela respondeu puxando a calça dele para baixo.
Ela sentiu o corpo estremecer completamente quando ele se impulsionou para dentro dela e teve que morder o lábio inferior para controlar o volume dos gemidos que dava.
Poderia passar o dia ali. Aliás, o dia, a semana, o resto de sua vida.
O resto de sua vida...
Talvez isso não estivesse tão longe afinal...
Bem, pensaria naquilo depois. Aquele não era o momento. Não mesmo.
***
"Passageiros do vôo BA8704 com destino a Edinburgh, o embarque será efetuado no portão 9".
- É o nosso! - Ethan falou jogando a mochila sobre o ombro.
- Acha que a gente vai encontrar a tal "Mãe"? - Jackson perguntou sem muita emoção.
- Honestamente? Eu nem sei por onde começar!
O rapaz pensou no pedido que Lydia havia feito. Ao que tudo indicava, uma criatura conhecida nas lendas escocesas estava à solta em Beacon Hills e como ele e Jackson estavam mais próximos do local de onde ela saía, a banshee havia pedido que tentassem localizar a pessoa, divindade, ou o que quer que fosse, responsável por manter a besta presa.
- Ótimo! - Jackson respondeu seguindo o namorado pelas escadas rolantes. - Se não fosse a Lydia pedindo, eu nem me daria ao trabalho de sair de casa!
Ethan sorriu e assentiu com a cabeça.
- Se a gente pretende mesmo chamá-la pra ser nossa madrinha, isso é o mínimo que podemos tentar fazer.
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