Já faziam dois dias desde o ataque à escola, e S/n e Bambam tinham fugido de casa para subirem uma colina perto da floresta. O garoto estava determinado a fazer a amiga esquecer do seu término com Jennie. E que melhor maneira de fazer isso do que enchendo a cara?
S/n: Aonde a gente vai? – ela perguntou enquanto caminhavam por um acampamento, procurando um lugar para sentar.
Bam: Vai ver.
S/n: A gente não devia tá aqui. – ela continuou tentando argumentar enquanto olhava ao redor. – A minha mãe tá num estado de surto constante por causa do lance na escola.
Bam: Bom, a sua mãe não é o xerife, tá? Não há comparação, confie em mim. – brincou ele lhe lançando um rápido olhar.
S/n: Dá pra me dizer o que a gente tá fazendo aqui? – perguntou ao se aproximarem de uma fogueira.
Bam: Dá. Quando sua melhor amiga leva um chute-
S/n: Eu não levei um chute. – ela o interrompe frustrada. – A gente tá dando um tempo.
No fundo os dois sabiam que o casal não estava apenas dando um tempo. Mas S/n não queria assumir aquilo.
Bam: Tá bom, quando sua melhor amiga ouve da namorada que ela quer dá um tempo... – ele se virou, segurando uma garrafa grande de Jack Daniels. – Você embebeda sua melhor amiga.
S/n imediatamente pegou a garrafa, tomando um longo gole, antes de passá-la para Bambam. Ela se sentou em um toco de árvore perto da fogueira em um barril de metal, esperando o álcool fazer efeito. Stiles olhou para S/n, deu de ombros e tomou um gole.
Meia hora depois, Bambam dava mais um gole antes de colocar a garrafa no chão com menos da metade da bebida. O garoto se encontrava em um estado completo de tontura. S/n, entretanto, estava olhando melancolicamente para o fogo.
Bam: Fala sério, ela é só uma garota. – disse desleixadamente, deitando-se na grama. – Sabe, tem tantas- tem tantas outras garotas no mar.
S/n: Peixes no mar. – corrigiu o amigo, com uma carranca no rosto.
Bam: Peixes? Por que você tá falando de peixes? Eu tô falando de garotas. Eu amo garotas. Eu amo… Especialmente as que tem cabelo loiro avermelhado, olhos castanhos, 1,67...
S/n: Tipo a Lisa?
Bam: É, exatamente... Aí, como você sabia que eu tava falando da... Da... Do que eu tava falando? – falou com um sorrisinho bobo no rosto, mas só recebeu silêncio por parte dela. – Aí, você não tá feliz. Toma um gole. – e estendeu a garrafa.
S/n: Eu não quero mais.
Bam: Você não está bêbada? – murmurou, voltando a se deitar.
S/n: Não tô nada.
Bam: Ei, vai ver... Tipo- tipo seja como não precisar mais da sua bombinha. Vai ver lobisomem não pode ficar bêbado... Eu tô bêbado?
S/n: Pra caramba.
Bam: Ehh! – aplaudiu, levantando o punho no ar. S/n continuou em silêncio, o que aparentemente irritou Bambam. – Ah, qual lá, eu sei que é ruim. Eu sei que dói. Eu sei- bom, eu não sei. Mas eu sei disso. Eu sei que… Por mais que doa levar um pé na bunda, ficar sozinho é muito pior. – gargalhou antes de suspirar. – Isso não faz sentido. Eu tenho que beber.
Bambam rolou, estendendo a mão para pegar a garrafa quando outra mão surgiu a puxando para longe dele.
X: Olha só, que bonitinho as duas mocinhas bebendo todas.
S/n: Devolve. – ela exigiu asperamente.
X: Que foi, baixinha?
Xx: Acho que ela quer uma dose. – o amigo do cara respondeu com um sorriso malicioso.
S/n: Eu quero a garrafa.
Bam: S/n, é melhor a gente ir.
S/n: Você me trouxe aqui pra ficar bêbada, Bambam. – ela fala em um tom baixinho. – Eu não tô bêbada ainda.
E como provocação, o cara leva a garrafa à boca tomando um gole. A garota se levantou e, embora fosse mais baixa do que os dois homens, parecia muito mais intimidante.
S/n: Me dá a garrafa. – soltou como um comando.
O cara balançou a cabeça negando, e de repente os olhos de S/n começaram a brilhar em amarelo o assustando.
S/n: Me dá a garrafa agora
Os olhos de Bambam se arregalaram ao notar as garras aparecendo nas mãos da garota, e mais ainda assustado com o quão profunda a sua voz tinha saído.
Bam: S/n?
O homem lentamente entregou a garrafa, ao qual S/n pegou e atirou em uma árvore, fazendo a garrafa estilhaçar. Os dois homens saíram rapidamente e S/n se voltou para o amigo.
S/n: Você pode andar?
Bambam balançou a cabeça e se levantou, ela começou a andar, com ele tropeçando logo atrás.
Bam: Beleza, por favor, me diz que aquilo foi por causa do término? – ele perguntou, mas S/n não respondeu. – Ou porque amanhã é lua cheia?
Ao invés de responder ela abriu a porta do passageiro do jipe.
Bam: A gente vai pra casa agora, né? – perguntou recebendo um breve aceno dela, só para cair para trás no assento.
Meio desconfiada, S/n começou a olhar ao redor. Ela suspirou e foi para o banco do motorista, afivelou o cinto de segurança e ligou o motor partindo para casa.
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Enquanto isso, no meio da floresta com os dois idiotas.
Xx: Por que a gente não foge?
X: Por que você não cala a boca? – falou enquanto acendia um cigarro.
Xx: Qual é, cara, eu tô congelando aqui.
Nos três segundos que ele se virou de costas, o amigo dele é agarrado. Ele se virou preocupado o procurando e começou a andar, mas então seu tornozelo é agarrado pelo Alfa.
Xx: Socorro! Socorro! Alguém me ajuda! Socorro! – ele gritava enquanto era arrastado pelo chão. – ME SOLTA!
De repente, ele é erguido do chão e o Alfa começa a levá-lo em direção do barril cheio de fogo.
Xx: Por favor! Não, não, não, não! Não me mata! Por favor, não! Não! Não, não, não, não! Não!
Minutos depois, o Alfa se distanciava enquanto as pernas do homem queimavam para fora do barril, e lá do alto a lua brilhava sobre o corpo queimado.
_Dia seguinte_
Eram 7 da manhã quando o rádio de S/n ligou a acordando.
"Que bela manhã de segunda-feira, a escola Beacon Hills volta às aulas depois de ficar fechada na quinta e na sexta. A polícia continua a busca pelo suposto assassino Lim Jae-Beom..."
E enquanto S/n puxava as cobertas sobre a cabeça de um jeito totalmente deprimente, Mina entrava no quarto e desligava o rádio.
Mina: Eu acho melhor trocar pela campainha. – ela puxa o cobertor da cabeça da filha – Você tá viva aí?
S/n: Não.
Mina: Não tá pronta pra voltar pra escola?
S/n: Não.
Mina: Quer ficar outro dia em casa?
S/n: Não.
Mina: Quer um carro novo? – perguntou fazendo os olhos de S/n se iluminarem. – Ah... Eu também... – se sentindo iludida com a reação da mãe, S/n se levanta da cama. – Isso não é só por causa do que aconteceu na escola, né? É por causa dessa menina. Qual é o nome dela? Quer conversar sobre isso?
S/n: Não com você. – falou rudemente caminhando até o banheiro.
Mina: Ei, eu mesma levei vários pés na bunda, tá bom. E uns bem desastrosos até. – a mulher franziu o rosto só de lembrar.
S/n: Eu não quero saber dos seus pés na bunda, mãe. Vou reconquistá-la. – falou determinada, fechando a porta na cara da mãe.
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Acordar naquela manhã para Jennie pareceu muito cansativo, ela entrou no chuveiro lentamente e depois se vestiu ainda mais lentamente assim que terminou. Minutos depois, ela se encontrava sentada na parte de trás do carro, com seu pai e Chaerin na frente.
Depois daquela noite na escola com S/n e os outros, Seung-hyun sendo superprotetor do jeito que era, se certificou de agora iria levá-la e buscá-la na escola todos os dias.
Jennie não havia falado com S/n desde então. Metade de si não queria falar com ela, mas a outra estava morrendo por não falar. Ela se sentia insegura sobre confiar nela agora. Ela sentia que S/n estava escondendo algo, e não sabia o porquê dela esconder isso.
Saindo dos seus pensamentos, T.O.P finalmente havia parado em frente a escola, mas assim que a garota foi abrir a porta, a mesma estava trancada.
JN: Pai, se quer mesmo que eu vá para a escola, tem que me deixar sair do carro.
O homem ouviu a filha falar muito longe, pois estava muito atento olhando ao redor do estacionamento. Ele olhou para o policial parado bem à frente do carro, então virou para o prédio olhando a janela quebrada.
T.O.P: Chaerin, o que acha de educação domiciliar? – ele pergunta, ignorando a filha.
Ao ouvir isso, a mulher ao seu lado cantarola, enquanto Jennie sorria irritada.
CL: Olha, eu sou uma garota que prefere aprender na prática.
JN: O que você acha de um pai superprotetor que acaba com a vida da filha? – ela questiona se aproximando do banco.
CL olha para a sobrinha e sorri antes de se inclinar sobre T.O.P, destrancando as portas. Jennie olha para o pai e compartilha um pequeno sorriso com a tia.
JN: Obrigada.
CL: De nada. – ela fala de volta antes da garota sair do carro, entrando na escola.
T.O.P: Ei… – ele tenta falar, mas Jennie já estava longe. Até notar o olhar da irmã sobre si.
CL: Olha, Seung-hyun... – ela começa a falar, mas é interrompida.
T.O.P: Não. Só… – ele solta um suspiro cansado e desvia o olhar. – O seu olhar já está me dizendo tudo. Sim, eu subestimei o perigo. Sim, nós devíamos ter agido mais cedo. E sim, eu deveria ter ouvido você. Mais alguma coisa? Ou já falei tudo?
A mulher dá de ombros.
CL: Eu só ia falar pra gente parar pra abastecer.
Seung-hyun olhou para o indicador de combustível que estava abaixo do nível e retornou o olhar a irmã, que estava com um sorrisinho.
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Algumas horas depois o sinal tocou, Jennie e Lisa saíram juntas da sala. Por onde andassem as pessoas ficavam comentando sobre a outra noite, embora eles não tivessem ideia do que realmente havia acontecido ou de quem estava lá naquela noite.
JN: Estranho. Todo mundo tá falando sobre o que aconteceu na outra noite, mas ninguém sabe que foi a gente. – ela admite enquanto caminhavam pelos corredores.
LS: Mmm. Graças ao serviço de proteção aos menores. – ela solta zombando com uma falsa empolgação.
JN: Lisa, acha que eu tomei a decisão errada? – perguntou de repente.
LS: Sobre essa jaqueta com esse vestido? – ela pergunta antes lhe dá um olhar zombeteiro. – Hum, com certeza.
JN: Você entendeu, Lisa.
LS: Alô? A S/n trancou aquela sala e deixou a gente pra morrer. – ela a lembra. – Sorte dela que a gente não deu queixa… Ou a obrigou a pagar nossas contas na terapia.
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Quando soube que o xerife estava na escola, Bambam correu até a porta do escritório principal para falar com o pai. E como a conversa parecia ser longa, ele acabou se sentando no chão por ali para esperar.
Ao notar a porta se abrir, Taeyang e um policial aparecem conversando com o diretor e um homem de terno.
Xerife: Estamos vigiando a casa da família dele. Ele vai aparecer por lá. – assim que olhou para o lado ele notou o filho se levantando. – Me dê um segundo, por favor. – se aproximou de braços cruzados e um olhar severo. – Você não tinha uma prova pra fazer?
Bam: O que tá rolando? Já acharam o Jae-Beom?
Xerife: Estamos trabalhando nisso. Você vai fazer a sua prova. – tentou despachá-lo.
Bam: Olha só, pai, me escuta.
Xerife: Vai! – ele o interrompe
Bam: Isso é muito importante. – ele continua a insistir. – Você tem que tomar cuidado hoje, tá? Especialmente hoje à noite.
Xerife: Eu sempre tomo cuidado. – disse, dando a Bambam um olhar estranho.
Bam: Pai, você nunca enfrentou esse tipo de coisa antes, tá? Pelo menos não assim.
Xerife: Eu sei, por isso eu chamei alguém que já enfrentou. – acenou com a cabeça, apontando para o homem de terno com o polegar. – O detetive do estado.
O garoto olha para o detetive conversando com o diretor e o mesmo retorna o olhar para ele.
Xerife: Vai fazer a sua prova.
Bambam deu um último olhar para o pai e suspirou, pegou sua mochila e foi embora. Taeyang não deixou de acompanhar o filho com um olhar preocupado.
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S/n entrou deprimida na sala e quando notou Jennie na primeira cadeira, foi caminhando até ela com um olhar esperançoso.
S/n: Jennie.
DK: Srta. McCall, sente-se, por favor. – exigiu terminando de entregar a prova.
S/n fez beicinho e caminhou até a cadeira em frente a Bambam, sentou-se e pegou a prova em sua mesa. Ela suspirou, pensando em como isso seria difícil.
DK: Vocês têm 45 minutos pra fazer a prova. Vocês podem garantir 25% da nota escrevendo seus nomes nesta capa azul.
Bambam rapidamente clicou a caneta e começou a escrever o seu nome.
DK: Porém, como acontece todo ano, um de vocês vai esquecer e eu vou ficar mais uma vez questionando a minha decisão de ter me tornado professor. Então, me ajudem a superar isso de uma vez. Comecem. – ele iniciou um timer fazendo todos começarem a fazer a prova.
Inquieta do seu lugar, S/n observa Jennie antes de começar a prova. De repente, parecia que cada pequeno barulho na sala chegava mais alto do que o normal em seus ouvidos. Os riscos dos lápis, as borrachas apagando o grafite nas folhas, o tique do relógio, tudo estava amplificado.
Ao voltar a olhar a prova, as perguntas mudaram de repente.
"2. Por que uma garota tão bonita sairia com uma perdedora como você?"
Ela levanta a cabeça para olhar Jennie que disfarçadamente a olha de volta. Sua visão parecia ficar mais confusa a cada segundo que olhava a folha.
"3. Quando a lua estiver cheia hoje à noite, você vai matar:
A. todos os seus amigos?
B. alguns amigos?
C. a maioria deles?
D. nenhuma das anteriores?
Os barulhos continuaram a aumentar e S/n sentia que estava prestes a desmaiar. Um aluno tinha deixado o telefone na cadeira e a cada vibração dele, S/n se encolhia. Ela continuou esfregando os olhos e balançando a cabeça tentando se livrar dos barulhos.
Cansada, ela pegou sua mochila e saiu da sala chamando a atenção de todos.
DK: Srta. McCall? – o professor a chamou, mas foi em vão.
Sem hesitar, Bambam se levantou da cadeira correndo atrás dela para ter certeza de que a amiga estava bem.
DK: Sr. Stilinski!
Ele entrou no corredor, mas não a viu.
Bam: S/n? – chamou por ela e quando olhou para o outro lado e sua mochila estava no chão.
Bambam se agachou a pegando, passou a mão no bolso e pegou o telefone para ligar para ela. Seu toque soou e ele seguiu até o vestiário. E por vários motivos, Bambam se sentiu nervoso ao parar na porta.
Caminhando cautelosamente para dentro do banheiro, Bambam suspirou em alívio ao encontrar a amiga ofegante embaixo do chuveiro sem camisa. Quando ela o ouviu entrar, desligou a água e ofegou, virando a cabeça para olhá-lo.
S/n: Bambam, eu não... – ela chiou tentando responder.
Bam: Que foi? – perguntou freneticamente enquanto S/n surtava. – Tá se transformando?
S/n: Não. – balançou a cabeça. – Não, eu não consigo… Respirar.
Bambam pegou a sua mochila freneticamente e tirou a bombinha de asma.
Bam: Aqui, toma isso. Pega. – ordenou.
S/n, mesmo sem entender, pegou a bombinha e a pressionou no lábio. Depois que sentiu fazer algum efeito, olhou para o amigo, confusa sobre como aquilo havia funcionado.
S/n: Pera aí, eu tive um ataque de asma? – franziu a testa.
Bam: Não. Você teve um ataque de pânico. Mas pensar que tava tendo um ataque de asma ajudou a parar o ataque de pânico. Que irônico.
S/n: E como é que sabia?
Bam: Tive isso depois que minha mãe morreu. Nada legal, né?
Ela suspirou abaixando a cabeça tristemente.
S/n: Quando… Quando eu olhei pra ela parecia que alguém tinha me dado uma martelada.
Bam: É, isso aí é coração partido. – se lembrou de como se sentiu com as rejeições sofridas. – Escreveram milhões de músicas sobre isso.
S/n: Eu não consigo parar de pensar nela. – agarrou seu cabelo, com uma expressão de partir o coração em seu rosto.
Bam: Que tal você pensar nisso: o pai dela é um caçador de lobisomem e você é uma, então isso vai acabar mal, né. – ele sorriu e S/n o olhou séria.
S/n: Isso não ajudou.
Bam: Olha só, tá, você levou um chute, e é pra se sentir mal.
S/n: Não, não foi isso. – balançou a cabeça. – Era como se eu… Pudesse sentir tudo na sala, as emoções de todos.
Bam: Deve ser a lua cheia. – pensou em voz alta. – Vamos apenas trancá-la no seu quarto como planejamos. Assim o Alfa, que é o seu chefe, também não vai chegar até você.
S/n: Vamos ter que fazer muito mais do que me trancar no meu quarto. – falou suavemente
Bam: Por quê se sair vai ser pega pelos caçadores?
S/n: Não. – negou com a cabeça se aproximando dele. – Porque se eu sair, acho que eu posso matar alguém.
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Mais tarde, na casa dos Argent. T.O.P estava com outros dois caçadores, e um deles por acaso estava na escola aquela manhã fingindo ser um detetive.
CL: E aí, outra noite passeando pelo bosque? – perguntou enquanto entrava na sala.
T.O.P: Eu prefiro chamar de outra noite tentando evitar que inocentes sejam mortos. – enquanto ele falava, CL se distraia segurando uma arma. – Uma lista que agora inclui a minha filha.
X: Como saberemos se ele não vai atrás dela de novo? – perguntou o falso detetive.
CL: Ele não vai atrás da Jennie.
T.O.P: Ele não vai ter alvo algum, não numa lua cheia.
Xy: Por que? – perguntou o caçador que apanhou de JB.
T.O.P: O Alfa é como qualquer outro lobisomem na lua cheia. Ele vai estar sem rumo, o que significa que hoje é nossa melhor chance de pegá-lo, quando ele estiver sem foco.
CL: E se ele tiver um motivo pra ficar focado? – a mulher olhou de relance para o irmão, que lhe deu um olhar desconfiado.
T.O.P: Sabe de alguma coisa que nós não sabemos?
CL: Só não gosto de surpresas. Mas você é o especialista, então me diz aí.
Xy: Mas e o Jae-Beom?
CL: Ele é mais esperto do que isso. Não vai sair hoje à noite. – ela fala engatilhando a arma. – Tá cheio de polícia por aí.
T.O.P: E se por algum motivo ele sair...
TY: Se ele sair... – ela aparece do nada carregando um prato de biscoitos. – Você vai achá-lo, matá-lo e vai cortá-lo ao meio... – e um doce sorriso surgiu em seu rosto. – Alguém quer um biscoito?
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Jennie se encontrava sozinha no refeitório, comendo os biscoitos que sua mãe havia feito. Algum tempo depois, Jackson se aproximou, colocando a bandeja na mesa e se sentando ao seu lado.
Ela sorri para ele, recebendo um pequeno sorriso e um aceno de volta. Até ele olhar para o lábio inferior dela.
JK: Oh, você tem uma coisa na sua... Dá licença.
Ele se inclina ligeiramente em sua direção, usando o polegar para deslizar sobre o lábio inferior da garota. Assim que seu polegar sai, Jennie procura a migalha de biscoito, mas Jungkook coloca o polegar na boca, lambendo o resto, a fazendo rir.
JN: Valeu. – ele sorri acenando e se vira para sua bandeja. – Quer uma mordida?
De repente, Jungkook olha para Jennie com uma leve carranca.
JK: O que?
JN: Você quer uma mordida? – ela repete com as sobrancelhas levantadas erguendo o biscoito.
JK: Oh. – ele solta um longo suspiro, balançando a cabeça enquanto esfrega a nuca. – Não, valeu.
JN: Você tá bem? – o questiona preocupada. – Quero dizer, desde a outra noite?
JK: Melhor do que achei que estaria. – ele dá de ombros. – Ainda tá pensando em tudo que rolou?
Jennie se virou olhando-o com o rosto franzido.
JN: Mais na S/n. Eu ainda não falei com ela.
JK: Eu acho melhor assim. – respondeu cruzando os braços, tentando passar uma falsa confiança a ela.
JN: Você acha que eu tô errada?
JK: Não. Na verdade… Eu acho que ela mereceu o que você fez com ela.
No corredor ao lado do refeitório estava S/n sentada almoçando, escutando aquela conversa. Cada palavra que saia da boca de Jungkook, servia como combustível para a irritação dela. S/n começou a bater a cabeça contra a parede aumentando a força a cada batida, até que uma pequena rachadura apareceu na parede.
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Era o horário do treino, e todos os jogadores estavam reunidos no vestiário. O treinador Suga saiu da sala soltando um breve silvo do apito.
Treinador: Atenção, gênios, me escutem. Por causa da epidemia recente de conjuntivite... Obrigado, Greenberg... Os seguintes jogadores entraram pro primeiro time em caráter experimental, enfatizando a palavra "experimental". – ele olhou o papel em mãos. – Rodriguez.
A equipe bateu palmas em comemoração ao seu companheiro. Exceto S/n que estava quieta no banco.
Treinador: Bem-vindo ao primeiro time. Taylor, e, uh... – Bambam se remexeu ansioso no banco. – Oh, meu Deus do céu. Eu não tô consigo ler minha própria letra. Quê que é isso aqui, é um "S"? – aproximou o papel do rosto para ver melhor. – Não, não, não é um "S" não. É um "B". É, com certeza é um "B". Uh, Rodriguez, Taylor e, uh... Bilinski.
Mesmo estando com a letra trocada, um raio de animação atingiu Bambam com força total, o fazendo se levantar do banco e comemorar. Enquanto isso, Jungkook e seus amigos reviravam os olhos para a cena que o garoto fazia.
Treinador: Bilinski!
Bam: Fala aí.
Treinador: Segura tua onda. – reclamou fazendo os outros rirem.
Bam: Sim, senhor. – ele respondeu segurando o entusiasmo enquanto se sentava novamente.
S/n que até então estava calada se vira para o amigo.
S/n: Bambam…
Bam: É Bam. Me chama de Bam, ou eu juro que te mato. – de repente, ele franziu o rosto notando que trocar a letra do sobrenome não faria diferença no nome dele.
Treinador: Outra coisinha. De agora em diante, começando já, teremos dois capitães. Meus parabéns, McCall.
S/n ficou pasma ao ouvir enquanto Bambam a encarava animado.
JK: O quê? – ele se aproximou confuso de Suga.
Bam: Quê que foi garoto? Isso aqui não tira nada de você. Isso aqui é pra unir forças, combinar unidades diferentes. É pra pegar a sua equipe e a equipe da McCall, e transformar numa só equipe. Ei, McCall, tá junto com o Jungkook agora. E o resto... – ele apita. – Já pro campo! Vamos embora, sem moleza!
E se olhares pudessem matar, com certeza que o olhar que Jungkook enviou a S/n, a garota estaria morta. Enquanto todo mundo saia rapidamente do vestiário, S/n ia caminhando lentamente com Bambam atrás.
Bam: Acredita nisso? Você é a capitã. E eu do primeiro time. Eu sou do primeiro time!
Jungkook ficou para trás com Taehyung e Jaehyun enquanto eles pegavam seus equipamentos.
Jae: A gente não vai deixar isso barato. – falou dando um tapinha no ombro de Jungkook. – Ela não vai ser uma capitã útil na fisioterapia.
Tae: É, até porque ela joga muito mal. – ele se virou dando de ombros.
JK: Oh, essa é a opinião do meu melhor amigo?
Tae: A opinião do seu melhor amigo é: quem se importa com quem é o capitão do time? Ela é uma boa jogadora. E você precisa segurar a sua onda. Deixa isso pra lá. – falou enquanto se afastava fazendo Jungkook suspirar pesadamente.
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Bam: Você não tá surtando? – perguntou ao notar a tranquilidade da amiga. – Por que eu tô.
S/n: Qual é o problema? É só um título idiota. E eu praticamente podia sentir o cheiro do ciúme lá dentro.
Bam: Pera aí, – ele colocou a mão em seu ombro a parando. – Você sentiu o cheiro do ciúme?
S/n: É como se a lua cheia tivesse aumentado a intensidade.
Bambam entortou a boca quando a curiosidade bateu.
Bam: Você pode sentir cheiro de… Sei lá, desejo?
S/n: Como assim desejo?
Bam: Tipo, desejo sexual?
S/n: Desejo sexual? – ela franziu o rosto ao notar onde ele queria chegar.
Bam: É, desejo sexual. Tesão, paixão, excitação.
S/n virou o olhar a saída notando Lisa parada na porta conversando com uma garota, provavelmente estava esperando por Jungkook sair.
S/n: Da Lisa?
Bam: O que? Não, em geral, em sentido amplo. Consegue determinar desejo sexual?
S/n: Da Lisa por você?
Bam: É, isso. Da Lisa por mim. – respondeu carrancudo e se virou para olhar a garota. – Olha, eu tenho que saber se eu tenho uma chance com ela, tá. Sou obcecado por ela desde a terceira série.
S/n: Por que não fala com ela?
Bam: Pra me poupar da humilhação devastadora. Muito obrigada, S/n. Falou? – S/n nada respondeu e continuou a encarar o amigo. – Beleza. Então, por favor, pode ir lá perguntar se ela gosta de mim? Veja se o coração bate mais rápido, se saem feromônios, ou sei lá.
S/n: Tá bom. – respondeu cansada enquanto se afastava.
Bam: Ouh... Eu te amo. Eu te amo. Você é a melhor amiga do mundo.
S/n caminhou até Lisa e a outra garota interrompendo a conversa.
S/n: Oi, Lisa? Eu posso falar com você rapidinho?
Ela enviou um olhar à garota ao seu lado que se afastou, e olhou S/n de cima a baixo antes de responder.
LS: Claro.
Ela saiu em frente até a sala do treinador.
LS: É sobre a outra noite? – perguntou de costas a S/n. – Quer conversar com alguém?
S/n: Eu só queria perguntar uma coisa. – ela fechou a porta para tentar tornar a conversa privada.
Lisa se apoiou na mesa do treinador e deu uma batida ao seu lado, indicando que S/n deveria se aproximar dela.
S/n: Você… – ela para e resolve mudar o assunto da conversa. – Sabe se a Jennie ainda gosta de mim?
Parecia que Lisa esperava que o assunto que seria tratado fosse outro, por que seu rosto perdeu o brilho por alguns segundos.
LS: Claro que ela ainda gosta.
S/n: Sério? – um pequeno sorriso surgiu em seu rosto.
LS: Ela sempre vai gostar de você... Como amiga. Só amiga.
A pequena centelha de esperança que surgiu no peito de S/n sumiu de repente.
S/n: Só amiga. – ela lançou um olhar de cachorrinho perdido a Lisa.
LS: Se quer saber... Embora, a minha opinião não interesse. Ela cometeu um grande erro. Me pergunta como eu sei.
S/n: Como? – sua voz saiu baixa e ela sentia o corpo tremer.
LS: É óbvio que fez aquilo pra proteger a gente. – ela cruzou os braços como se estivesse indignada com a amiga. – Quando alguém arrisca a vida por você desse jeito, a gente tem que agradecer.
S/n: Tá agradecida?
LS: Olha, você nem imagina o quanto. – aos poucos as duas foram se aproximando, e tudo que Lisa falava soava sexy. – Eu estou… Estremamente… Agradecida.
Talvez fosse efeito da lua cheia ou a raiva que sentia por Jungkook se aproximar de Jennie, mas naquele momento S/n aportou o botão do “F*da-se” e fez algo que magoaria muitas pessoas.
Lisa passou as mãos pelos cabelos da outra, enquanto S/n agarrava a sua cintura com toda a força colando os lábios em um beijo profundo. As duas só saíram daquela sala quando matassem a frustração que sentiam.
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Minutos depois, S/n caminhava lentamente até o banco e se sentou ao lado de Bambam.
Bam: Oi. O que rolou? – perguntou ansioso.
S/n: O quê? – respondeu sem entender a pergunta enquanto colocava as luvas.
Bam: Como assim, o quê? Você perguntou a ela? Ela disse alguma coisa? Disse que gosta de mim? Ela deu a entender que gosta de mim?
S/n: É. É, ela gosta de você. Ela tá totalmente afim.
Bambam começa a comemorar, sem ver o sorriso malicioso que surgiu no rosto de S/n.
Minutos depois, a equipe começa a praticar o lançamento de bola na rede. Um atrás do outro na fila ia arremessando enquanto Taehyung ficava no gol e dois outros jogadores na defesa.
Treinador: Próximo! – um dos jogadores marca um gol, deixando a vez para S/n. – Perfeito.
Bam: Ei, tá tudo bem? Olha, eu sei que a gente teve boas notícias e tudo, mas ainda faltam sete horas pra lua cheia, tá? – ele tentou tranquilizar a amiga, sem saber o real motivo de sua carranca.
Treinador: Vai! – gritou enquanto apitava.
S/n correu em direção aos jogadores de defesa, mas eles a derrubaram. E assim que a viram estremecendo no chão, eles comemoraram batendo os capacetes, deixando Jungkook contente.
Treinador: Hahaha. – ele se agachou ao lado dela rindo. – Eu acho que algumas pessoas não gostaram do seu novo posto, McCall. O próximo! Vamos lá.
Ele apitou para a próxima pessoa ir, que no caso era Bambam e S/n se levantou agarrando o taco do chão. Bambam olhou para o treinador meio assustado.
Treinador: Tá com algum problema Bilinski?
Bam: O quê? Não.
Treinador: Então tá, vai logo. É a sua vez, moleque. Vai!
Mas antes de Bambam pudesse se mexer para ir, S/n o empurrou de volta para que ela pudesse ir de novo. O que pareceu alegrar Suga.
Treinador: É isso, McCall! Esse é o espírito da coisa! É assim que eu gosto! Manda ver, McCall!
Os olhos de S/n começaram a brilhar assim que ela pegou outra bola e saiu correu para o gol com toda a raiva. Ela bateu no primeiro cara com o ombro, então se abaixou para rolar o próximo em suas costas. Ao chegar perto do gol, acertou Taehyung com o taco, derrubando-o e atirou a bola para a rede.
Quando perceberam que Taehyung não havia se levantado todos correram até ele.
Jae: Tae! Oh, caramba, Taehyung!
Jungkook saiu correndo na frente até o amigo, que ao vira-lo percebeu o nariz sangrando.
JK: Tae, você tá me ouvindo?
Assustado, Bambam foi até S/n que estava tirado o capacete.
Bam: Quê que você fez?
S/n: Que foi? Ele tem o dobro do meu tamanho. – tentou se defender.
Bam: Sim, mas todo mundo gosta do Taehyung. E ele não é um lobisomem, S/n. – ela olhou para o amigo e revirou os olhos. – Agora todo mundo vai te odiar.
S/n: Eu não ligo. – respondeu como se aquilo não fosse nada indo embora.
Lisa se aproxima preocupada enquanto o paramédico da escola avaliava a situação.
LS: Ele tá bem?
JK: Tá, o nariz só tá sangrando um pouco... – ele fala até perceber que o batom dela estava borrado.
LS: Que foi?
JK: Seu batom.
Lisa pega seu espelho compacto da bolsa, e olha para si mesma tirando o borrado.
LS: Oh, como será que ficou assim?
JK: É. Eu me pergunto como? – respondeu desconfiado.
De repente, o rosto de Bambam congela em estado de choque enquanto olhava para os dois. Então tudo começa a fazer sentido em sua cabeça.
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