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História Teenager - Capítulo Único


Escrita por: ProjetoStarter e netfeellix

Capítulo 1 - Capítulo Único


 

Às sete e meia de todos os dias eu me levantava e caminhava até o parque. Eu não passava de um fotógrafo frustrado e todos os dias quando eu tirava tempo da minha linda rotina de vagabundo para fotografar, me sentia menos perdido no mundo.

No auge dos meus 25 anos, estava morando de favor em um apartamento dos pais do meu melhor amigo, havia trancado a faculdade, pois não me obrigaria a estudar algo que eu não queria e ainda estava sem emprego tendo que aceitar bicos por aí para ter o que colocar na geladeira.

Sempre ia até a praça divagando sobre isso, afinal de contas eu achava isso um absurdo e ao mesmo tempo não conseguia fazer nada para mudar. Já havia entregue milhares de currículos e nada, mas quando eu chegava na enorme reserva de natureza meus problemas sumiam. Eu poderia mentir e dizer que as flores de todas as cores, os muitos aromas e os casais apaixonados era o que me tirava o estresse, mas o real motivo estava todos os dias sentado no mesmo lugar, com sua calça de couro extremamente grudada no corpo e um moletom ridiculamente maior do que ele.

 Quase sempre eram roupas pretas. Ele quase sempre estava todo de preto, mas o que destacava em si era o cabelo, toda semana ele estava com uma cor diferente, até hoje eu não sabia como o cabelo dele nunca caiu. Assim que cheguei em meu ponto exclusivo de fotografar. ele estava lá, como sempre. Naquele dia, ele fazia um contraste com as flores amarelas; seu cabelo estava num tom amarelo tão forte e lindo que quando o sol batia sobre ele, iluminava tudo, inclusive eu. Ele nunca me viu, pelo menos eu achava que não. Às vezes eu me sentia frustrado com isso, não ter coragem de me apresentar pessoalmente e ficar tirando fotos dele de longe... E que fotos eu tinha.

Me ajoelhei a alguns metros dele e comecei a fotografar de longe. Naquele dia eu tirei a melhor foto dele que eu poderia conseguir. Seus olhos estavam fechados enquanto ele sentia o sol bater em seu rosto, seu cabelo tão claro quanto a luz e as flores o acompanhando, foi tão bonito que eu sabia que aquela foto nem precisaria de edição depois.

Quando terminava eu costumava me sentar em um dos bancos perto do lago e ficar vendo as fotos que tirei. Naquele dia fiz a mesma coisa e acima de tudo olhei por horas a foto que tirei dele e de como ele ficou bem ali. Encarando bem a foto eu notei como ele era novo, quer dizer, tinha cara de que ainda estava na escola, mas se era isso, eu, conhecendo adolescentes como conheço, sabia bem que ele estava cabulando aula. Eu que nunca diria, afinal de contas ele era meu melhor, e único, modelo.

Peguei minhas coisas e voltei para casa.

Aquele dia todo passei editando fotos e as colocando em um blog anônimo que eu tinha, na esperança de um dia bombar e ficar famoso por isso. Em cinco anos nunca aconteceu, mas a esperança é a última que morre.

Na manhã seguinte ele não estava lá, o que me deixou triste. As flores estavam tão lindas que se ele estivesse lá, eu poderia tirar uma foto muito melhor do que a do dia passado. No outro dia ele também não estava lá, nem no outro e no seguinte também não, e isso me deixou nervoso comigo mesmo, se eu tivesse a coragem de falar com ele, de me apresentar e quem sabe sugerir um ensaio, talvez, e só talvez, ele estivesse aqui comigo.

Na volta para casa naquela sexta eu resolvi voltar andando, não era longe, 3 quadras no máximo, então, quando estava perto de casa, eu passei por uma cafeteria. Na porta escrito a mão estava o aviso:
 

"Procura-se balconista, não é necessário experiência.

Início imediato"
 

No mesmo momento eu arranquei o papel amarelo pastel da porta e entrei. Não importava o que era, eu precisava de um trabalho.

Parei em frente o caixa e esperei chegar a minha vez para falar do aviso na porta e aproveitar para pedir um café.

— Olá. Bom dia.

— Bom dia, eu vi o aviso na porta e entrei.

— Ah sim, eu vou chamar meu gerente, ok? Quer alguma coisa enquanto isso?

— Quero um café puro grande.

— Já vou preparar.

Peguei meu café e me sentei em frente a janela do local. A vista era bonita, o lugar todo era. Muito aconchegante e do tamanho certo para se sentir em casa.

Notei algum tempo depois que o local era em frente uma escola, na verdade eu só percebi quando eu vi o número enorme de adolescentes que entravam pela porta falando alto e rindo de tudo. Você só percebe que esta ficando velho quando começa a não gostar de adolescentes, e quem gosta? Muitas vezes nem eles mesmo se suportam, só fingimento. Mas entre eles, e pagando a minha língua, estava ele, com seus cabelos agora cor de fogo, uma jaqueta preta que cobria a camiseta da escola e um jeans escuro. Ele estava lindo, mas ao mesmo tempo que eu ficava feliz em vê-lo, eu ficava triste em saber que ele era realmente novo demais para mim.

Nossos olhares se cruzaram por milésimos de segundos e eu senti uma corrente elétrica passar por mim, ele sorriu e antes que eu pudesse sorrir de volta alguém se sentou na minha frente, me impedindo de sorrir para ele.

— Bom dia, desculpa a demora, meu nome é Jackson e o seu é?

— Jinyoung. Park Jinyoung.

— Prazer, Park Jinyoung, está aqui por causa do aviso né?

— Sim, eu estou sem emprego há um tempo, estou morando de favor em um apartamento dos pais de um amigo meu e estou mesmo precisando de emprego.

— Seu horário é flexível?

— Sim. Não estou estudando no momento.

— Quantos anos tem?

— 25.

— Tem algum passado sombrio?

— Não.

— Então está bem, contratado. Vou resolver a papelada e me dá seu telefone que assim que tudo estiver pronto eu te ligo.

— Ok, muito obrigado.

Levantei com o sorriso na orelha, me despedi e saí. Agora eu tinha um emprego, tinha tempo para fotografar e ainda por cima estaria perto da minha paixonite, que eu ainda estava rezando para ter pelo menos 18 anos.

A semana passou voando, eu não fui todos os dias até o parque como sempre, porque sabia que ele não estaria lá e então não teria graça. Naquela semana fiquei em casa atualizando minha conta de fotos e dando F5 para ver se as visualizações subiam. Claro que isso não aconteceu, mas, eu tinha uma mensagem nova.


"Suas fotos são lindas, parabéns"

 

Não sabia o que responder, eu quase nunca recebia mensagens e não fazia ideia de como agir.

Pensei então em não responder, era um comentário anônimo e poderia muito bem ser alguém só querendo tirar uma com a minha cara.

Mesmo assim, depois de refletir muito, eu resolvi que a pessoa merecia uma resposta, já que havia tirado um tempo do seu dia para comentar ali.

"Muito obrigado por apreciar meu trabalho, isso quer dizer muito para mim"
 

Fiquei tentado a não apertar o enter, mas por fim apertei e fechei o notebook seguindo com minha vida. Antes que eu pudesse ficar ansioso demais com uma resposta ao comentário, o celular tocou me fazendo tirar aquele pensamento da cabeça.

— Alô?

— Park Jinyoung?

— Eu mesmo.

— Oi, sou eu, o Jackson. Eu só liguei para dizer que está tudo pronto para você começar amanhã mesmo, e trás para mim sua carteira de trabalho.

— Ah sim, eu levo, que horas eu tenho que está aí amanhã?

— Às 10h.

— Está bem, até amanhã.

Jackson desligou e eu me joguei na cama com o controle da TV na mão.
 

****
 

Na manhã seguinte eu estava nervoso. Não pude ir até o parque porque tinha que estar apresentável para meu primeiro dia e isso me deixava muito alegre e muito triste, afinal de contas eu não havia visto minha paixonite e não sabia se ele era um cliente assíduo do café, não sabia quando o veria outra vez mesmo que estivesse ao lado dele.

Resolvi que iria andando até o trabalho. Não demorei nem meia hora para chegar e como ainda era cedo, resolvi me sentar em alguma mesa disponível ali do lado de fora mesmo. Estava altamente entretido com um joguinho no celular que não percebi quando ele apareceu e ficou me olhando do outro lado da rua. Só percebi o olhar dele em mim quando umas vozes altas do outro lado da rua chamaram minha atenção. Ele estava tão maravilhoso, bem como em todos os dias, mas algo nele estava diferente agora, ele me olhava como quem implorava um "Oi" e eu não sabia se era para mim mesmo que ele estava olhando mas acenei de qualquer forma.

Então ele ajeitou a postura e sorriu tão abertamente que eu pude ouvir, com toda clareza, passarinhos cantando. Ele acenou de volta e logo um outro cara, mais baixo e com mais cara de bebê ainda, se agarrou no braço dele e os dois saíram do meu campo de visão. Entrei no café e me preparei para meu primeiro dia.
 

*****
 

Não era tão difícil assim, era mais questão de prática. Em todas as minhas 4 horas de trabalho, eu fiquei olhando para a porta como se por magia ele fosse entrar a qualquer momento só porque eu queria, o que devo dizer que não aconteceu infelizmente.

Faltava mais ou menos umas 2 horas para eu sair, o lugar estava cheio, muitos adolescentes gritando como se o mundo fosse acabar, alguns adultos olhando de maneira estranha para eles, e eu implorando aos céus que ele entrasse pela porta dupla com sininho no alto e me desse novamente aquele sorriso lindo que ele tem. Ele não veio, mas ao longe no final da fila eu vi o menino que mais cedo se pendurou em seu braço, automaticamente deduzi que ele estava por perto.

Eu estava ajudando a menina do caixa e enquanto ela registrava os pedidos eu os anotava para que fossemos mais rápidos. O cara baixinho com a cara de bebê estava falando com um outro menino tão criança quanto ele, não pude deixar de ouvir:

— Eu disse para ele parar de cabular as aulas para ir ver o crush fotógrafo dele, mas ele não me ouve agora está lá tendo que ficar depois da aula, estudando, para não bombar nas matérias. Eu não falo mais nada, Jae, eu não sei nem porque estou levando café para aquele ingrato.

— Calma Bambam, desse jeito vai surtar, ele é seu amigo e nós sabemos que Yugy não tem juízo. O melhor que podemos fazer é ajudá-lo a não bombar agora.

Eu nem conseguia disfarçar o sorriso, ele tinha uma queda por mim como eu tinha por ele... Se eu não estivesse meio a tantas pessoas, eu poderia dar um berro ali mesmo.

— Olá meninos, já sabem o que vão pedir?

— Olá, boa tarde! Eu quero, por favor, um café mocha grande, sem chantilly e com leite de coco, e um americano grande descafeinado.

Anotei tudo nos copos e olhei para seu amigo.

— Você vai pedir também?

— Não, obrigado estou só acompanhando.

Sorri e voltei minha atenção para o menor, que descobri chamar Bambam.

— Qual seu nome?

— No mocha é Yugyeom e no americano é Bambam.

— Ok. Só aguardar.

Os dois sorriram e foram para o outro lado do balcão.

Pelo restante das minhas horas trabalhadas eu não podia estar melhor, o menino que eu gostava estava gostando de mim de volta.

Agora eu só tinha que tomar coragem e falar com ele da próxima vez que ele viesse aqui.
 

***
 

A semana se passou tranquila, Yugyeom não foi até lá mas seus amigos iam muito, sempre falando dele. Agora que eu sabia que ele sentia algo por mim, até comecei a achar que eles iam contar a Yugyeom que eu estava lá, mas logo esse sentimento passou. Me achar não fazia parte da minha personalidade.

Naquele dia em específico era minha folga, acordei cedo e fui até o parque.

Estava entretido fotografando as violetas quando minha visão foi tomada por uma cabeleira tão azul quanto as flores passando por mim. Com a câmera ainda posicionada nos olhos, eu o vi se sentar no mesmo banco de sempre sendo camuflado pelas flores azuis escuro. Se eu achava que seu melhor cabelo fora o amarelo, eu realmente tinha me enganando, com certeza seu melhor cabelo fora o azul. Comecei a fotografar sem me importar se ele ouvia ou não.

— Você está tirando fotos minhas?

Eu nunca tinha ouvido sua voz, abaixei a câmera sem dizer nada e me sentei no chão, ele não olhava para mim, na verdade estava de olhos fechados deixando o sol tocá-lo. Não consegui descrever o que senti, o que a voz dele causava em mim. Eu só queria poder ouvir para sempre, e vê-lo. Seu sorriso é lindo, e eu estava muito mais, se é que possível, apaixonado. Do nada ele se levantou e se sentou ao meu lado, com suas costas apoiadas em meu braço.

— Eu venho te observando desde a primeira vez que eu vim aqui — meu coração falhou uma batida. — Era minha distração. Eu venho para cá quando não estou aguentando mais os meus pais me cobrando as notas perfeitas que eles tinham na escola e todos os dias jogando na minha cara que eu reprovaria outra vez. Sabe, eu nunca dei motivo para eles, mas já que queriam brigar comigo sem razão, agora pelo menos eu dou motivo. Mas e você, o que realmente faz? Além de trabalhar no café é claro.

Eu não prestei atenção em nada do que ele estava dizendo, eu só foquei no som melodioso de sua voz e nas vibrações de suas costas em meu braço quando ele falava algo, mesmo assim me esforcei para responder.

— Eu... — droga, estava gaguejando mais do que em seminário, respirei fundo e continuei. — Eu sou um fotógrafo não formado, quase me formei em engenharia há uns dois anos, moro de favor na casa de um amigo e agora trabalho em um café para pagar minhas contas — suspirei derrotado e ele sorriu. Do que ele estava rindo? Não tinha nada de engraçado naquilo. — O que foi?

— Parabéns, você parece corajoso, destemido e tem uma vida que eu queria ter.

Me virei com tudo quase o fazendo cair, mas o segurei pelos ombros.

— Você tem ideia do que está falando? Eu tenho quase 30 anos e nem em uma casa minha eu moro.

— O que tem isso? Você é uma pessoa independente e eu posso provar. Seus pais são vivos?

— Sim.

— Então você podia voltar para a saia da sua mãe quando quisesse, mas sabia que teria que aguentar regras que não suporta e por isso ficou, mesmo no perrengue, você escolheu ficar para não abrir mão da sua vida. Independência.

Sorri olhando para ele, que pela primeira vez olhava fundo nos meus olhos. Ninguém nunca havia falado comigo daquela forma. Sorri.

— Como pode saber tanto?

— Estou passando pelo mesmo. Já tenho 19 anos, já sei o que quero e para onde quero ir, as tatuagens que quero fazer e a próxima cor de cabelo que quero ter e mesmo assim meus pais não me deixam escolher. Ditam as regras como se eu fosse o prisioneiro e eles os beleguins, eu só queria ser livre, viajar, curtir a noitada de todos os lugares, viver.

— Você é um típico jovem adulto falando e pior ainda: me faz sentir como um.

— Pior?

— Ser um jovem adulto é o céu e o inferno ao mesmo tempo, muitas coisas a se pensar, muitas pessoas que se importam, quase ninguém que te entende, muita gente que te julga. É o purgatório e cabe a você sair ou não dele ileso.

Me levantei sacudindo a poeira das roupas e seguindo para fora do parque. Yugyeom vinha em minha direção.

— Jinyoung, o que acha se sairmos hoje?

Sorri e me virei olhando para seus olhos colocando a mão como uma aba para enxergar melhor.

— Eu adoraria. 20h em frente o café?

— Pode ser.

Ele sorriu e voltou para o seu lugarzinho.

Continuei meu caminho com um sorriso idiota no rosto. Será que ele estava brincando comigo? Será que seus amigos estavam indo ao café para sondar o que eu fazia, como eu agia, para ele usar contra mim depois? Bom, naquele momento não me interessei, ele queria sair comigo, eu queria sair com ele e era isso que iria acontecer.

Do momento que cheguei em casa até a hora de sair para vê-lo nervoso estava e nervoso fiquei. Troquei de roupa pelo menos umas 50 vezes. Ele não disse aonde iríamos então eu não sabia o que vestir. Eu realmente me sentia um adolescente saindo pela primeira vez com a pessoa que eu gosto e isso me fazia sentir bem e mal ao mesmo tempo.

Quando o relógio bateu sete e meia, eu já havia roído todas as unhas das mãos.

Fazia muito tempo que eu não me sentia nervoso com algo assim, não conseguia parar quieto. Eu até queria comprar um café, mas não conseguia entrar e sabia que na real eu nem queria nada e só estava muito ansioso para o que aconteceria depois.

Pelo único minuto que me distrai não o vi chegar e só notei sua presença quando ouvi sua voz melodiosa perto o suficiente para me fazer arrepiar.

— Oi. — Ele sorria como o anjo que era, seus cabelos azuis brilhantes contrastavam com as luzes da rua, e eu parecia um bobo olhando todo apaixonado para ele.

— O... Oi.

— Vamos?

— Sim. — Seguimos por uns dois minutos em silêncio até que eu, no auge da minha coragem, resolvi quebrar. — Para onde vamos?

— Eu vou te levar para onde eu vou quando eu fujo, espero que você goste de dançar.

Eu não era lá muito chegado, mas ele não tinha que saber disso naquele momento.

— Eu amo dançar.

— Que bom. — Ele sorriu mais abertamente e pegou na minha mão, espero que ele não notasse que ela estava suada de nervoso.

Andamos em silêncio rumo ao centro da cidade, o bom de onde moro é que dava para fazer tudo apé e isso era maravilhoso.

Não demorou muito até que chegamos em uma casa noturna. O prédio era pintado em um preto fosco e as portas eram vermelhas sangue. Por um minuto eu fiquei nervoso, para onde ele estava me levando? Mas logo isso passou assim que ele deu  "oi" para o segurança e entramos. O local era todo decorado com flores mínimas em uma parece de cores pastéis, naquele momento estava tocando qualquer indie norte americano. Ao contrário do que pensei, eu estava confortável com o local. Ele parecia conhecer muitas pessoas ali e em nenhum momento deixou de me apresentar ou largar minha mão, eu estava ficando sem graça e ainda bem que a luz era baixa porque com certeza meu rosto estava todo vermelho.

— Quer algo para beber?

— Quero.

Aquela foi a primeira vez que ele se afastou de mim e eu não sabia o que fazer, então encostei no balcão ao meu lado e fiquei cantarolando a música que estava tocando, aquela eu gostava.

All I am is a man I want the world in my hands... I hate the beach But I stand In California with my toes in the sand.

Ao longe eu vi a cabeleira azul vindo em minha direção e pulando na minha frente com dois copos de qualquer coisa, também azul, que fosse.

— Eu amo essa música — nessa altura já estava no refrão. — 'Cause it's too cold for you here and now so let me hold both your hands in the holes of my sweater...

Ele me arrastou para a pista e começou a rebolar sentindo a melodia da música. Eu sorri pelo quanto ele estava feliz estando naquele local e ouvindo aquela música, logo me soltei também e começamos a cantar juntos e dançar até que ela acabou e então notamos que estávamos juntos demais um do outro. Antes que eu pudesse soltá-lo, ele me beijou.

Agora eu sabia que ele realmente me fazia sentir um adolescente daqueles bem clichê, apenas porque eu me sentia um garotinho muito inexperiente perto dele, parecia que nossas idades estavam trocadas e que eu tinha 19 e não ao contrário.

Ficamos no local até umas 3 da manhã.

Estávamos largados na calçada devidamente alegres.

— Para onde vamos agora?

— Para casa. Vem, vou chamar um táxi.

Ele dormiu assim que entrou no carro e eu fiquei de copiloto do motorista.

Não demorou nem meia hora para chegarmos e levar Yugyeom até o apartamento não foi tarefa fácil, porém consegui e podia tê-lo largado no sofá, sua coluna não iria reclamar na manhã seguinte, mas fiquei com dó e o levei para meu quarto. Tirei seus sapatos e o deitei na cama.  

Arrumei meu sofá do jeito mais confortável que eu poderia para não deixar minhas costas chorando depois, o que não deu muito certo.

Já estava quase caindo no sono quando ouvi os passos no corredor. Se antes eu já estava apaixonado, naquele momento a paixão transbordou meu coração. Yugyeom com cara de sono e com os olhos caídos por conta do mesmo. Ele não disse nada, apenas veio em minha direção deitando em cima de mim e sorrindo fraco.

— Pensei que iria para cama.

— Não achei que tínhamos intimidade para isso e eu não queria te deixar dormir aqui, esse sofá é duro.

— Dois bons motivos para vir comigo para cama.

— Quais? — Ele sorriu e mordeu o lábio.

— Primeiro que dormir comigo vai fazer nossa intimidade crescer e além disso suas costas não ficam doendo.

— Me convenceu. Vamos.

Ele se levantou e me puxou pela mão, nossos corpos não desgrudaram e ele fazia de tudo para que eu perdesse o pouco de sanidade que eu ainda tinha.

Assim que chegamos no quarto ele tirou a camisa.

— O que está fazendo?

— É que está calor aqui, você não acha?

Na verdade eu não achava não, mas eu sabia exatamente o que ele estava querendo.

— Sim. Muito calor, se quiser tirar mais peças eu não vou me incomodar.

Ele sorriu e tirou sua calça. Meu corpo ardia em antecipação, mesmo sabendo certo o que ia acontecer.

Vê-lo daquela forma foi o ápice da paixão que eu senti, queria fotografá—lo daquela forma, guardar em imagem o ser maravilhoso que ele é.

— No que está pensando?

— Na sorte que eu tenho. Eu nunca pensei que sentisse o mesmo por mim.

Ele sorriu e por um segundo suas bochechas tomaram uma cor rosada o deixando ainda mais adorável, mesmo que naquele momento ele estivesse estupidamente gostoso.

— Quem tem sorte sou eu. Nunca achei que você me daria bola, sempre quis conversar com você e nunca tive coragem e olha aonde estamos agora? Nós dois somos sortudos.

Eu sorri e ele veio caminhando até mim. Eu estava sentado, com as costas apoiadas na cabeceira da cama, ele se sentou em meu colo me olhando fixo nos olhos. Seus cabelos coloridos bagunçados, sua boca carnuda e vermelha, não resisti e joguei meu corpo para frente para beijá-lo.

Não foi desesperado. Tínhamos todo o tempo do mundo. Ele passou os braços pelas minhas costas e eu agarrei sua cintura. Yugyeom deitava seu corpo por cima do meu nós unindo ainda mais e fazendo questão de rebolar em meu colo, me tirando gemidos entre nosso beijo.

Girei nossos corpos ficando por cima dele e arrancando de si um sorriso enquanto ele mordia meu lábio inferior. Sentei em seu colo tirando minha camiseta.

— Você é lindo.

— Devo dizer o mesmo de você.

Entre beijos, arranhões e mordidas ele novamente foi para cima de mim, tirando meu shorts e descendo os beijos que passaram pelo meu pescoço e terminaram na barra da minha cueca. Meu corpo tremia em ansiedade pelo que ele faria depois. Estar nu em sua frente seria vergonhoso se sua boca quente não estivesse fazendo um trabalho maravilhoso em meu pênis que implorava para que ele fosse mais rápido do que aquilo. Perdi meus dedos em seus cabelos e quão sedosos eles eram.

Eu já estava perto do ápice quando ele parou e ficou me encarando, minha respiração estava totalmente descompassada, ele sorriu e se levantou para tirar a peça que faltava.

Quando estava totalmente nu, ele voltou para meu colo se sentando sobre meu membro, rebolando.

Eu sentia o gosto de ferro na boca de tanto que havia mordido a mesma. Ele alisava mais seu corpo e quando cansava descansava as mãos em meu peito, onde arranhava. Me sentei na cama juntando nossos corpos e beijando seu pescoço enquanto as estocadas ficavam cada vez mais fundas.

Eu nunca havia sentido tamanho prazer em todas as transas que tive, ele realmente era um garoto diferente e me fazia sentir do mesmo jeito.

Quando ele afastou nossos corpos aproveitei para começar uma masturbação em seu membro esquecido.

Entre gemidos chegamos ao ápice. Nossos corpos suados e cansados descansavam grudados um no outro. Eu fazia um carinho em seus cabelos tentando a todo custo entender que aquilo havia mesmo acontecido e que não era tudo da minha cabeça. Tomei um susto quando do nada ele cortou o silêncio entre nós.

— E agora? — Ele se mexeu um pouco, mas não saiu a posição que estava.

— Como assim?

— O que acontece agora?

— Nós ficamos juntos? — Ele ergueu a cabeça olhando fundo nos meus olhos como quem quisesse ler minha alma.

— É isso que você quer?

Por um momento minha mente fértil viajou para um futuro onde nós dividíamos o mesmo apartamento, fazíamos amor em todos os cômodos e até tínhamos filhotes correndo pelos quartos, um sorriso reconfortante passou pelo meu lábio.

— Sim, é exatamente isso que eu quero.

Ele sorriu e voltou a se ajeitar em meu peito, dessa vez dormindo.

Se por um acaso eu soubesse que acordar cedo e fotografar em um parque cheio de flores coloridas colocaria um cara desses em minha vida, que me faz sentir como se eu fosse um adolescente descobrindo o amor. Com toda certeza eu teria ido muito, muito antes.

Sorri e fechei os olhos me entregando ao sono e ao amor que estava começando a nascer em mim.


Notas Finais


obrigada @saewoong pela capa!


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