1. Spirit Fanfics >
  2. Teia Negra >
  3. Aquele que a persegue

História Teia Negra - Aquele que a persegue


Escrita por: Jessiyou

Notas do Autor


CARAACAAAA DEPOIS DE MESES EU VOKTEEEIIIIIII
MEU DEUS EU TO ?????

TERMINEI O CAPITULO AGORINHA E JA TO POSTANDO PQ TAVA ANSIOSA!!
NAO VOU ME ALONGAR, SO SAIBAM QUE ESSE CAPITULO TA COMPLICADO:

Capítulo 7 - Aquele que a persegue


Fanfic / Fanfiction Teia Negra - Aquele que a persegue

Capítulo VII ➸ Aquele que a persegue.

Sasuke não conseguia entender o porquê de ter sido obrigado a marcar horário com o governador. Ele e Naruto, seu parceiro, mesmo que não goste de admitir, estavam ali por causa de uma investigação criminal de um novo serial killer. Não estavam ali para planejar festas ou pintar o rosto do homem em um mural e colocar no centro da cidade. Mesmo assim, a secretária do governador disse que ele só estaria livre nessa manhã, por uma hora. 

E ali estavam, Naruto e Sasuke, sentados na sala do Governador esperando-o. E ótimo, foi só Naruto pensar na maldita demora do homem, que ele logo apareceu. Usava um terno e o cabelo branco estava escovado para trás. O homem, de certa idade, se sentou de frente para os dois do outro lado da mesa. Os olhos escuros dele estavam distante, e os dois agentes entenderam o porquê.

— Minha secretária deve ter dito que tenho apenas uma hora disponível. — O homem então olhou para o relógio redondo na parede e acrescentou: — Quarenta e cinco minutos, agora. 

— Não vamos tomar o seu tempo, senhor Hiruzen. Eu e meu… — Naruto engasgou com a palavra que estava prestes a sair, Sasuke revirou os olhos e Hiruzen ergueu as duas sobrancelhas. — Meu parceiro. — Aquela palavra causou um certo desconforto em Naruto, mas ainda mais em Sasuke.— Queremos falar sobre um assunto que pode ser complicado para você, mas que é extremamente necessário. 

— É. A mídia está caindo para cima de mim. Nesse momento eles já sabem que tem um novo serial killer na cidade, e como os idiotas que são, querem ganhar dinheiro em cima disso. — Ele murmurou, insatisfeito. Se recostou na cadeira grande e preta. — Querem perguntar sobre Danzou Shimura? Ou melhor, o Escultor, como os jornais começaram a chamá-lo. — Riu sozinho, mesmo que não achasse graça. — Não sei o que contar, apenas o que já está nos arquivos e nos jornais. Ele matou a minha filha, capturamos ele e eu fiz com que fosse pra cadeira elétrica. É isso. Não sei que informações posso fornecer.

— Entendemos. A pessoa que está fazendo novas vítimas depois de cinco anos, além de recriar os assassinatos, está também com uma obsessão pela legista Hinata Hyuuga. — Sasuke falou, impaciente com o descaso do homem a sua frente. — Você estava no dia em que ele morreu, certo?

Hiruzen acenou e deu de ombros.

— Os ossos dele não estão na cova. Como deveriam, imagino. Você sabe sobre algo?

— Sei. Os ossos do verme não estão lá porque eu não enterrei nada com o caixão. Mandei que queimassem o corpo. — Hiruzen respondeu, os dois agentes se surpreenderam. — Aquele lixo não merecia nem mesmo um enterro, mas minha esposa pediu para queimá-lo e assim o fiz. O caixão e o enterro eu providenciei porque não queria mais mídia diante do caso. Foi encerrado. Ele morreu. Deveria ter sofrido, mas acabou. 

— Você sabe me dizer algo sobre a ex-mulher dele? Disseram que ela não se envolveu no assunto. 

— Bem que ela fez. Até a procurei, mas ela não quis falar comigo, ó se lamentou pela morte da minha filha e disse que se soubesse da loucura do marido, teria avisado. 

Naruto e Sasuke se entreolharam, pensando na mesma coisa: não tinham nenhuma pista. Achavam que os ossos tinham sido roubados, mas parece que Hiruzen, o governador, mandou queimar o corpo e encenou um enterro. E a mulher de Danzou, bom… não havia motivos para ir falar com ela. Os dois se levantaram e acenaram para o mais velho. Antes de saírem da sala, a voz irritada e grave de Hiruzen os fez parar:

— Seja quem for o maldito, encontrem ele. Essa mulher, essa legista, sobreviveu ao primeiro assassino, mas não acho que vá sobreviver a esse. É matemática. O primeiro não quis matá-la, mas esse quer. Eu estou sempre a par das informações agentes, assim como sei que vocês não tem nada, sequer uma pista de quem possa ser, sei que esse assassino está tornando isso pessoal em relação a senhorita Hyuuga. — Ficaram em silêncio, de costas, ouvido o homem de mais idade falar. Havia pesar e também raiva no tom de voz dele. — Não sejam como a polícia dessa merda, façam alguma coisa. A cidade vai entrar em combustão se mais pessoas morrerem. Vocês são duas crianças ainda, mas sabem do óbvio: a mulher é a chave para conseguirem pegá-lo. 

E com isso, eles se foram. Cada um para um lado, cada um com seus próprios pensamentos. As palavras de Hiruzen ainda martelando em suas mentes, no entanto, algo era mútuo: eles não usariam Hinata para capturar o assassino. Não fariam isso porque não tinham coragem. Mesmo sabendo que ela é a chave para o desenrolar do caso. 

[...]

— Ele o quê?! — Ino gritou. 

— Fale baixo! — Hinata sentia as bochechas queimarem de vergonha. As pessoas que transitavam pela calçada olharam para elas com raiva ou confusão. Não deveria ter contado, mas estava com a informação entalada em sua garganta. — Vou ter que te levar pro meu apartamento se você ficar gritando que nem uma louca. 

— Desculpe, desculpe. — A loira balançou as mãos e deu um sorriso curto. — Mas é sério? Esse Sasuke, além de gostoso, é direto assim? Nossa, que sorte a sua, hein? 

— Ele estava brincando, eu acho. Porque eu fiquei vermelha que nem uma pimenta e ele foi lá e tirou uma foto, me mostrou e começou a rir. Deve ter falado aquilo para testar minha reação. 

— Amiga, ele pediu para você ser a inspiração dele. Acha mesmo que esse homem estava apenas querendo ver sua reação? — A loira zombou da situação. Ela passou o braço pelo ombro de Hinata e puxou a amiga para mais perto. — Olha, você é bonita, inteligente, tem um humor legal as vezes, não é estranho dois homens estarem interessados. Não precisa ficar arranjando motivo para explicar isso, ou fingir que não é nada demais. Eu te conheço muito bem dona Hinata Hyuuga, e sei que você está interessada. 

— Você conhece a Hinata de cinco anos atrás. Aquela que era vulgar, não ligava para nada além do sucesso na carreira e ter um homem na cama sempre que quisesse. — Corrigiu, se soltando do aperto da amiga. A expressão de Ino murchou, culpa se fez presente por ter ido embora logo depois de tudo. — Não se preocupe, Ino. Não precisa se sentir uma péssima amiga. Só estou dizendo que as situações tornaram tudo mais complicado. Eu estou cheia de cicatrizes internas. Você acha que eles vão querer algo depois de ver como eu realmente sou? Porque eles me conhecem por fora. Me conhecem apenas como estou me apresentando. 

— Eu não os conheço pessoalmente, mas tenho certeza que não devem ligar para isso. E Hinata, essas cicatrizes fazem parte de você agora. E você é linda assim. Dessa forma. — Ino parou de andar e ficou de frente para Hinata, a diferença de altura era um pouco gritante, porque a loira usava um sapato de salto alto e a Hyuuga era baixa mesmo se usasse  tamanco. Ino passou os dedos com as unhas em feitas em torno do rosto de Hinata e abriu um sorriso amável. — Me apaixonei por você a cinco anos atrás e me apaixonaria agora. 

— Deixe disso. — Hinata revirou os olhos, mas seu estômago deu voltas. Ino continuava encantadora e os anos só melhoraram sua aparência, lhe deram um ar mais adulto, diferente de como ela era antes. Mas ainda sim… Hinata abriu a boca para dizer algo, flertar, mais precisamente, mas o telefone tocou. — Só um momento. — Pediu antes de atender. — Alô?

— Senhorita Hinata! — A voz de Sasori lhe trouxe um certo calafrio, algo ruim tamborilou pelos seus pensamentos. Será que havia outro corpo? — Tentei falar com você, mas você não me atendia. Você está bem?

— Estou. Estou sim, e você? O que aconteceu?

Não queria ligar para você, tentei até mesmo resolver sozinho, mas não consegui. Tem um homem aqui. — Sasori fez uma pausa, deixando Hinata mais apreensiva. — Ele disse que precisa da sua presença agora. É um policial. O nome dele é Hidan Itazuna. Você o conhece?

[...]

Quando chegou ao laboratório, o único pensamento de Hinata era: quem diabos era Hidan? Ela não fazia ideia, mas se ele havia solicitado sua presença com urgência, algo deveria estar errado. Muito, muito errado. E esse era seu medo, o medo de Hinata era que esse homem fosse lhe contar algo, lhe mostrar algo ruim. Não, ele não era o assassino, ou talvez fosse. Ou talvez fosse e estivesse cansado de brincar com Hinata, então inventou um nome qualquer para atraí-la. Pensou na voz de Sasori ao telefone. Bom, parecia tranquila. Nada anormal. Tinha urgência, mas nada tão estranho. 

Ao entrar e passar pela ala de espera, os olhos de Hinata se cerraram. Sasori estava em pé, a postura na defensiva. Alguns metros adiante, o homem que deveria se chamar Hidan, estava encostado na porta do escritório de Hinata. Ele usava o uniforme da polícia. Céus, o homem era um policial! Estava ficando maluca! Criando teorias da conspiração a troco de nada. Pigarreou para chamar atenção deles, que se encaravam. Hidan tinha cabelos tingidos de branco, e era bem bonito. Talvez fosse poucos anos mais velho. 

— Hidan, é isso? — A voz de Hinata saiu rouca, e ao estender a mão, tentou disfarçar o nervosismo. — Sasori me ligou e disse que você precisava falar comigo. Com urgência. Do que se trata?

O homem alto olhou para Sasori, que era alguns centímetros mais baixo. Sasori abriu a boca para protestar, mas Hinata balançou a cabeça para o lado. Ela foi até a porta do escritório e a abriu, fazendo um sinal com a mão para que ele entrasse. Hinata fechou a porta e deu a volta na mesa, passando as mãos pela calça jeans que usava. A vestimenta não era nada casual, então tinha certeza que estava vermelha por causa disso. Mas não era sua culpa estar usando uma camisa branca aberta, uma calça jeans e sapatilhas pretas. Tinha se vestido assim para sair com Ino, não ir para o IML.

— Deixe-me me apresentar formalmente. — A voz de Hidan era tão sensual quanto ele. Hinata engoliu em seco pelo pensamento, mas tinha motivos. Estava na seca havia muito tempo, então sua mente era muito fácil de ser interessar por qualquer homem. — Meu nome é Hidan Itazuna. 

— Você é um policial. — Aquilo soou mais como uma pergunta, o que fez o homem assentir. — Eu não me lembro de você. Entrou na policia a pouco tempo?

— Sim. Fui empregado a três meses. — Ele respondeu. — Não sei se é importante, mas foi eu que encontrei o corpo do casal. As duas primeiras vítimas do Copiador. 

— Ah. — Hinata forçou um sorriso. Não sabia como reagir àquilo. 

— Era um dia de comemoração, e como todo mundo, eu fui prestigiar. Mas eu vi uma movimentação estranha. — Ele continuou. — Vi alguém sair correndo do beco onde os corpos foram encontrados. No começo, pensei que fosse só um bêbado. Mesmo assim eu fui olhar. Foi quando vi os corpos. Claro, tentei ir atrás do homem. Assimilei ser um homem por causa da postura e do porte. Quando eu voltei, já havia algumas pessoas ali. Já tinham visto os corpos. O xerife chegou uns minutos depois e quando viu os corpos, ligou para o FBI, disse que estávamos lidando com um assassino em série. — Hidan passou a mão pelo cabelo que estava penteado para trás. Ele deu um sorrisinho, desacreditado. — Achei aquilo um absurdo, embora eu entenda que a polícia de Boston não seja tão competente quanto o FBI, mas mesmo assim... 

— Bom... — Hinata riu pelo nariz. — Se quer saber, o FBI não tem nenhuma pista. 

— Eu soube. Pra ser sincero, estou trabalhando nesse caso. 

— Como é? — Hinata engasgou com a revelação do homem, totalmente surpresa. Aquilo não era mais caso de polícia, em hipótese alguma deveria ter algum policial metendo o nariz no caso. Se descobrirem, ele pode ser afastado do trabalho. Hinata não soube se ficava agradecida ou desconfiada por tal empatia dele. Talvez ele só queira concluir o caso e ter sucesso. Sim, era isso. — Por que está fazendo isso? Não está mais em suas mãos. 

— Eu sei. Mas eu li sobre o caso do Escultor. Li tudo. Li sites sensacionalistas, vi as reportagens que fizeram e estudei sobre. — Ele deu de ombros. — Não consigo imaginar como deve ser para você ter outro maluco obcecado. E nem mesmo se eu tentar imaginar, vou chegar perto. 

— E... — A voz de Hinata falhou, ela respirou fundo e o encarou com atenção. — Por que está dizendo isso? Você tem alguma pista? Tem algo? Eu não... eu não posso fazer nada. Não quero. Posso te dar o número dos dois agentes e você conversa-

— Não tenho nada. — Ele cortou. Hinata parou de mexer na bolsa. — Vim lhe dizer. Avisar que estou tentando. 

— Por que? Por quê me dizer isso? — Quis saber.

— Só quero que saiba. — Ele sorriu amigavelmente. — Se precisar de algo, tem meu número. — Hidan colocou um papel em branco com um número escrito de caneta azul no meio. — E caso eu descubra algo, qualquer coisa...

— Obrigada. Você está arriscando seu trabalho e sua vida também. Esse homem, quem quer que seja ele, é perigoso. — Hinata saiu de trás da mesa e se aproximou de Hidan. Estendeu a mão, que foi prontamente apertada por ele. — Só posso dizer obrigada. 

— Claro. — Ele assentiu após soltar a mão da Hinata. — Só peço que não diga para os dois agentes que estão cuidando desse caso. 

— É claro. Claro, não se preocupe. — Hinata suavizou a expressão, um pouco sentimental com a atitude dele. — Bom, obrigada. Eu ligo para você, e também sabe onde me encontrar. 

Hidan sorriu de lado e abriu a porta do escritório. Quando os dois saíram, Sasori estava perto da entrada, de olho. Hinata quis rir, mas apenas se despediu de Hidan e o olhou ir até a porta de saída. Se passaram exatos dois minutos para o colega de trabalho de Hinata soltar um suspiro em desaprovação. 

— O que foi? Você está com uma cara estranha desde que eu cheguei. 

— O que ele queria? Não confio nele, senhora. Acho que esse homem quer alguma coisa. Você não notou a forma como ele te olhou assim que você apareceu? — Sasori reclamou, com uma expressão enojada. — Tem algo nele que não cheira bem.

— Para ser sincera, ele tem um cheiro muito bom. — Hinata riu alto quando o ruivo fez uma careta. — Mas ele é policial, Sasori. Acredito que isso é só implicância matinal sua. Aliás, já tomou seu café? 

— Já tomei. O que significa que não é implicância. Eu tenho um sexto sentido. — Ele a alertou.

— Acredito. — Hinata fingiu estar acreditando. — Eu ainda não tomei café, você me daria a honra da sua presença na padaria ali da esquina? Ou eu preciso esperar seu sexto sentido dizer se é uma boa ideia?

Hinata abriu um largo sorriso e juntou o braço no dele. 

— Você está de bom humor, Hinata. — Sasori percebeu. — Aconteceu algo?

—  Não! Pelo amor de Deus, não.— Hinata falou alto. Os dois saíram do IML. — A Ino já está enchendo o meu saco, você também não. 

  [...]

Nenhum corpo. Nenhuma ligação de Sasori ou de Naruto e Sasuke. Hinata passou a tarde inteira longe do IML, apenas mofando no apartamento. Aquilo, na verdade, era pior. Estava acostumada a trabalhar o dia todo, sempre tinha um corpo. Depois que Sasori apareceu, ele começou a passar a maior parte do tempo lá, então estava quase se tornando tão bom quanto ela. 

Não sentia ciúmes, na verdade, gostava, porque assim se sentia mais livre e menos enclausurada com a quantidade de gente morta lá. Poderia até mesmo socializar e tentar ser mais... humana. Poderia. Havia tentado nos últimos cinco anos, mas foram tentativas frustradas. Agora com a Ino de volta, por tempo determinado, é óbvio, Hinata sentia que a situação estava começando a mudar. Talvez a companhia da loira espalhafatosa fosse ajudar a se misturar entre pessoas. Pessoas vivas. 

— Pois eu acho, eu, eu Hanabi, acho que você deveria ir. — A Hyuuga mais nova falou, ela estava sentada na cama pintando a unha do pé de vermelho. — E acho que deveria convidar um dos agentes gostosões. 

Hinata mordeu o lábio inferior, pensando seriamente sobre a sugestão de Hanabi. Sim, poderia convidar Naruto ou Sasuke. Mas se sentiria mal. Ou talvez não. De qualquer forma, não ia querer pensar nisso a noite toda, enquanto tentava se divertir. Já não era uma companhia muito boa, se ficasse com o peso de ter escolhido um dos dois, seria a pessoa mais chata do mundo. Ino havia convidado-a para se divertir, uma noite de amigas. Seria isso. Não convidaria Naruto nem Sasuke. 

— Não. Acho que não.

— Não porque você vai sair com a Ino — havia um ênfase naquilo, um ênfase que não passou despercebido por Hinata —, ou não porque você não sabe quem convidar? Convida os dois e quando chegarem lá, finge surpresa.

— Não. — Hinata revirou os olhos, aquilo era uma péssima ideia. — Eu e Ino vamos sair como amigas que não se viam a tempos. E não vou convidar eles porque realmente não sei quem convidar. 

— Mas em um universo paralelo, quem você convidaria? — Hanabi perguntou. Ela se inclinou na direção do pé e assoprou as unhas. 

— Naruto. — Disse rapidamente, mas então suspirou. — Sasuke. Não. Naruto. Mas o Sasuke ele... que droga! Por quê me fazer pensar nisso? Te odeio.

— E eu que sou a irmã mais nova aqui. — Hanabi riu. 

— É que não é justo. Os dois são legais. Eu gosto dos dois. Gosto do Naruto por ser extremamente gentil e gosto do Sasuke por ser... decidido. 

— Decidido? — A Hyuuga mais nova repetiu aquilo como se fosse uma ofensa. — Que porra de adjetivo foi esse? — Hinata abriu a boca para protestar, mas ela continuou: — Faça um gráfico do percentual de beleza de cada um. O que ganhar você convida.

— Credo, não vou fazer isso. É ridículo. — Retrucou entortando o nariz. — Enfim, diga que estou bonita para alguém que vai a uma boate.

Hanabi analisou a roupa de Hinata. 

— Está ótimo. 

— Você nem olhou direito! — Reclamou. 

— Olhei sim, e você está linda. Azar do Naruto e do Sasuke, se eles vissem você vestida assim, teriam um treco. 

Hinata se olhou no espelho. O cabelo em tom preto quase azul estavam amarrados no topo da cabeça e o comprimento do cabelo caia até mais abaixo do ombro. Decidiu que não usaria brincos ou colar, para não chamar muita atenção. Havia passado apenas um rímel para destacar os olhos e um gloss labial. Usava um macaquinho preto simples, mas elegante. 

— Você acha que essas botas estão boas?

— Eu acho que estão ótimas! — Ino falou ao entrar no quarto. Hinata colocou a mão no peito, assustada. Hanabi abriu um sorriso. — Você está tão gostosa, vou morrer de ciúmes quando os caras ficarem dando em cima de você. — A loira fez bico.

— Cale a boca. 

— Konohamaru vai chegar daqui a pouco, se vocês não derem o fora daqui em cinco minutos, vão me ver usando a fantasia de Lufa-Lufa sexy que eu comprei...

— Eca, Hanabi. — Ino fez uma careta. — Deixe de ser nojenta, mantenha suas fantasias só entre você e seu namorado. Vamos, Hina. 

[...]

Hinata fixou os olhos mais à frente, vendo Ino dançar no meio da pista. Seus pés doíam tanto que só não tirava as botas pretas porque seria uma vergonha que não estava afim de passar. Mas, se tirasse apenas um pouco... se libertasse seu pé daquele aperto horroroso da bota, com toda certeza se sentiria um pouco mais leve. Se apoiou na cadeira que ficava em frente ao balcão e abaixou o zíper da bota. Teria caído para a frente se não fosse alguém lhe segurar. 

— Você está bem? — A voz masculina não era conhecida, o que fez Hinata apenas dar de ombros e se virar. 

— Sim, obrigada. — Hinata resmungou, mal-humorada. O homem permaneceu ao seu lado por mais três minutos, até sair. Quando ficou sozinha novamente, decidiu que já estava na hora de ir embora.

A verdade é que tentou. Tentou muito fazer amizade e ser alguém legal. Foi gentil, engraçada e as vezes riu de piadas sem graça dos amigos de Ino. Eles disseram que Hinata é legal, bonita e não conseguiam aceitar o fato de Ino tê-la escondido por tanto tempo. Claro, os cinco homens do grupo disseram isso. As duas mulheres, Temari e Tenten, apenas anotaram seu número e a convidaram para uma festa no próximo mês. Não as culpava por serem tão secas, não tinha intimidade e a conversa era totalmente fora da sua zona de conforto. 

Temari reclamava de um tal de Shikamaru e Tenten dizia que os homens não valiam nada. Foi apenas isso as quatros horas que se seguiram. Nem sequer se deu ao trabalho de lembrar dos nomes dos outros. Bebeu mais do que estava acostumada, e admitia estar um pouco bêbada, mas claro, não tão bêbada a ponto de beijar um desconhecido. Mas bêbada ao ponto de quase ligar para Naruto. Ou Sasuke. Os dois. 

Saiu da cadeira e foi para a parte externa da boate. O ar livre lhe recebeu com um tapa na cara, um tapa na cara muito bem-vindo. Lá dentro estava tão abafado e quente que era difícil respirar. Hinata abriu a bolsa e olhou a hora. 3 horas da manhã. Maldita seja Ino que costuma ficar nas festas até todos irem embora. Ligaria para um táxi e depois mandaria uma mensagem de texto. Discou o número três vezes, e na quarta tentativa, grunhiu de frustração por além de não se lembrar, não conseguir acertar as teclas direito. 

Tá, talvez estivesse bêbada. Mais do que conseguia achar. No entanto, a vontade de ir para seu apartamento era maior do que seu senso de permanecer na boate e esperar Ino. Queria o conforto da sua cama. Queria apenas isso. Dormir. Precisava dormir. Mas antes precisava vomitar também. 

Começou a caminhar pela calçada vazia até virar na rua Bourbon. Estava a uns dez quarteirões de casa, chegaria quase ao amanhecer. Mas quem ligava? Queria ir embora. Desastrosamente, se livrou das botas e as deixou jogadas, não se importando de pegá-las. Olhou para baixo e viu seu pé, ou boa parte dele. Riu alto. Gargalhou, melhor dizendo. A bebida fazia com que sua mente achasse tudo ridículo. Não ter um dedão era pior do que ridículo. 

Continuou caminhando e embora estivesse sozinha às três da manhã, a bebida fazia com que não se importasse o suficiente. Seu corpo estava relaxado, sua mente estava aberta e não conseguia sentir nada. Nem tristeza, solidão ou medo. Era bom. Tinha se acostumado a viver com aqueles sentimentos, então de um dia para o outro, tudo retornar mil vezes pior. Olhava para todos os lados tão rápido, que jurou ter visto algo. Ou alguém. 

No entanto, não se incomodou. Caminhou por mais dez minutos, subindo ruas desertas e descendo avenidas. Passou por um beco estreito cheio de sacos de lixos. Estagnou. Seu sangue gelou. Seu coração errou uma batida. Um barulho ecoou pelo beco escuro. Era como se algo estivesse sendo arrastado, ou arranhando algo. Os sentidos de Hinata de repente ficaram em alerta, todo o seu corpo entrou em combustão. Se virou, devagar e atenta. 

Então tudo pareceu escurecer e se tornar real demais. Assustador demais.

A apenas alguns metros estava alguém. Pela visão de Hinata, parecia ser um homem. Usava um moletom preto com uma calça preta, os sapatos também. Ele estava usando o capuz e a cabeça estava abaixada. Algo brilhante refletiu e os olhos claros de Hinata foram mais para o lado. Ele estava com uma faca grande, de cortar carne. Faça de açougueiro encostada na parede do beco. Hinata cerrou os olhos, tentando ver melhor. O homem levantou a cabeça lentamente e a visão que Hinata teve foi um pesadelo. 

Ali, a alguns metros, estava Danzou Shimura. Mas não realmente Danzou. Era uma máscara. Uma máscara real demais. Não de papel ou qualquer coisa do tipo, mas sim feita de pele. Uma pele velha e até mesmo suja. De qualquer forma, ali, na sua frente, havia um homem usando a máscara do Escultor. Hinata notou a cicatriz no queixo. Era igual. Ou pelo menos achou que era. Hinata arfou, recuando alguns passos. 

Então o homem começou a correr na sua direção, com a faca arrastando na parede. Hinata se virou rapidamente e começou a correr também, a adrenalina enchendo seus pulmões. Tentou gritar, tentou pedir por ajuda, mas não conseguia. Ou corria ou parava para gritar. E o barulho da faca na parede significava que ele estava atrás dela. Hinata saiu do beco e a luz do poste iluminou melhor o caminho. Virou algumas ruas, mas sabia que estava sendo perseguida porque ouvia os passos dele. 

Parou de correr e bateu na porta de alguém, precisava de ajuda. Não conseguiu esperar porque ele estava se aproximando. Era mais rápido. Muito mais rápido. Hinata voltou a correr, sentindo todo o pavor e o medo percorrer suas veias. Sentiu as lágrimas embaçarem e a garganta ficar irritadiça. Olhou para trás e ele ainda estava ali, com a faca na mão é muito, muito próximo. 

Tentou gritar, mas o som saiu abafado. Sua voz saiu esganiçada. Virou a esquina, suas pernas doloridas e suas costelas reclamando por conta do esforço repentino. Mas o medo, o medo daquela faca rasgar sua pele, daquele homem lhe pegar era maior. Hinata desceu a rua é quase caiu ao passar por latas de lixo. Elas rolaram pela rua emitindo um som estridente. Cachorros começaram a latir e Hinata achou que aquilo fosse afugentar o homem, mas ao olhar para trás, o viu ainda mais perto. 

Teria virado no final da rua, mas decidiu atravessar e ir na direção de uma casa que estava com todas as luzes ligadas. E teria chegado, se não fosse o carro que vinha em uma velocidade consideravelmente alta. Tentou parar, ou esperou que o carro parasse. E realmente viu quando a mulher arregalou os olhos e tentou frear. Tudo aconteceu em câmera lenta. 

O carro batendo contra seu corpo, as luzes dos postes ficando claras demais e um barulho agudo nos ouvidos. Seu corpo batendo contra o vidro e caindo na calçada. Tudo era dolorosamente real. E antes das cores sumirem e da sua visão ficar preta, Hinata viu a mulher se abaixar na sua frente e falar. Falar alguma coisa. Alguma coisa que não conseguia escutar por conta do zumbido incessante. 

Sangue. Hinata estava sentindo o gosto de sangue. Fechou os olhos e abriu de novo, dessa vez conseguia visualizar mais sombras. Havia mais pessoas ali. Estavam turvas e desfocadas, mas Hinata sabia que eram pessoas. Teria aguentado mais se a ideia de paz não fosse tão tentadora, e a morte não parecesse tão... simples.


Notas Finais


Estou imensamente feliz por tirar a fanfic da estante. Pensei que iria entrar em hiatus c ela, e no começo realmente aconteceu isso.
Desde já, eu quero dizer que agora a fanfic entra em colisão de casal. É impossível(p mim) eu desenrolar assassino com os dois casais, ainda mais que é triangulo amoroso.

Gente eu quero me desculpar por essa cena nada aterrorizante, juro q eu me senti no lugar dela, imaginando como deveria ser e até fiquei nervosa: se você não sentiu nada saiba que você é sem coração. TO BRINCANDO KKKKKKK
Um personagem novo. Um novo ciclo e novas suspeitas, será? No próximo terá mais personagens novos na trama e desconfiem de todos em!! Curtiram o Hidan? Confesso que adoro esse homem no anime, não nego que vou ser cadelinha dele na fanfic.

Caramba gente que preguiça de colcoar o link do pinterest, mas é importante. vocês não precisam ter conta para conseguir ver o que tem. EU ACHO: https://pin.it/48OcEy6. <--- Isso torna tudo mais real, gente. Fiz com carinho e tenho que atualizar, mas kkkkkk PREGUIÇA.

Venho com o próximo assim que receber a capitcha nova dessa belezinha. Avisando que tenho um final previsto já.
Perdoem os ERROS eu pretenso revisar amanhã ou daqui uns diazinhos.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...