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História Tell Me What is Love (Xiuchen) - Dois


Escrita por: findseldorado

Notas do Autor


boa leitura!!

Capítulo 2 - Dois


O pequeno havia sido acordado por um Junmyeon já pronto para ir à faculdade. O mais novo sempre fazia isso quando Minseok acabava dormindo no sofá sem sequer colocar o celular para carregar, impedindo que o despertador o fizesse.

— Que horas são? — perguntou coçando os olhos e torcendo o pescoço, logo gemendo de dor pelo mal jeito que tinha dormido. — Tenho que parar de dormir aqui, isso tá me matando.

— Concordo, tem cama pra quê? São 8:45, aliás. — respondeu o irmão rindo. — Estou indo ok? Vou passar na casa dos meninos pra fazer um trabalho e vou aproveitar e dormir na casa do Sehun; eu guardei a pizza na geladeira e vou fazer um café para você tomar quando vier aqui à tarde pegar minhas coisas. Se cuida e tente não esbarrar em apresentadores famosos e lindos por aí. —  disse mordendo sua maçã e abrindo a porta do pequeno apartamento.

— Sermão logo de manhã? Francamente Jun, você tá parecendo...

— Não ouse terminar esta frase, Kim Minseok, ou eu jogo esta maçã na sua cabeça. Estou atrasado e eu te amo, tchau. — saiu fechando a porta atrás de si.

O mais novo sabia que era de sua progenitora que Minseok estava falando, e não suportava ouvir uma palavra se quer sobre a mulher, até porque nunca poderia ser chamada de mãe. Mas toda manhã que Minseok acordava atrasado, a mulher o enchia de xingamentos e sermões desnecessários, sempre ressaltando que foi a pior escolha dela ter dois filhos e que a vida dela seria melhor se tivesse abortado e blá blá blá. Triste eu sei, mas o pequeno superara, deixando estas memórias pra parte mais esquecida da sua mente.

Levantou do sofá para se espreguiçar e rumou para o banheiro, tomando um banho consideravelmente demorado; não preocupava-se com o horário pois o Goyang News começava com os preparativos às 18:30, dando tempo para Minseok fazer o que quiser o dia inteiro. 
Saiu do banho e trocou-se, colocando sua bermuda de corrida, uma blusa sem mangas e seu seu tênis; pegou seu suporte de braço para celular e o prendeu no mesmo, plugando seu fone de ouvido no aparelho. Saiu de casa descendo pelas escadas e cantarolando a música que tocava em seus ouvidos.

O dia estava ensolarado, não muito quente. Uma brisa refrescante tocou seu rosto e Minseok logo começou a correr em direção a praça que ficava à alguns quarteirões de seu prédio.

—  Bom dia, Minseok! — gritou a senhora Kage, dona da quitanda que ficava perto de sua casa. A mulher o conhecia desde que mudara para o pequeno apartamento perto do centro e sempre dava as melhores receitas com vegetais do mundo.

— Bom dia dona Kage! Depois eu passo aqui, preciso comprar uns brócolis! —  disse de volta, já se afastando devido à leve corrida, tirando uma risada da velha mulher e rindo junto. Minseok odiava brócolis.

A praça estava cheia como sempre. Várias pessoas exercitavam-se ali; umas correndo, outras se alongando, casais passeavam ali com seus filhos no carrinho, o grupo de ioga para idosas dançava calmamente, tudo normal. O pequeno foi para a pista de corrida que rodeava a grande praça, e passou a correr um pouco mais rápido, observando o movimento. Lá pela terceira volta, viu escondido entre as árvores um casal de meninos conversando e olhando-se apaixonadamente, sempre sorrindo um para o outro, e o coração de Minseok apertou ao ver um dos garotos dando um rápido selinho nos lábios no outro. 

Voltou a correr porém com um semblante frustrado no rosto. Por que isso não acontecia com ele? O pequeno sempre se culpava em relação à isso, pensando o que os outros tinham que ele não tinha. 

— Qual é o meu problema? — resmungou ainda correndo.

O sol brilhava forte no céu e Minseok já havia corrido bastante, então resolveu voltar para casa. Passou novamente na quitanda e chamou a senhora Kage.

— Já tomou café da manhã? Tome aqui. — ela disse pegando uma maçã bem vermelha de uma cesta e entregando para o pequeno que aceitara e logo mordeu um pedaço.

— Deixa eu perguntar uma coisa, senhora Kage — disse ainda mastigando. — O que é o amor? Digo, o amor que você sente por outra pessoa, o amor de um relacionamento, sabe?

Ela o olhou por poucos segundos.

— Hm, acho que não seja algo que eu consiga responder. O amor é uma sensação de calor no peito, de nó na garganta e uma felicidade inocente, é o sentimento de estar com uma pessoa que te faz bem, que te faz vivo... é estranho, não tem muito como explicar, soa até bobo isso vindo de uma senhora como eu.  —  ela diz e ri nasalado. — Por que a pergunta, anda apaixonado?

— Ah, quem me dera. Foi só por curiosidade mesmo, é algo que vem me encafifando esses dias . Eu nunca consigo encontrar alguém que goste realmente de mim, senhora Kage, estou começando a achar que tem algo errado comigo.

— Ora, não diga isto! Você ainda é jovem, Xiumin, tem muito tempo pela frente e vai encontrar alguém que te ame. Não fique assim todo preocupado. — disse e Minseok torceu o nariz ao ouvir o apelido.

— Eu já tenho quase 27 anos! Já estou cansado de procurar o amor em todo canto e nunca encontrar.

— Então não procure, oras. Quando você menos esperar o amor vai dar de cara com você. Agora vá para casa, jajá é hora do almoço e você não pode ficar sem comer. Ande ande. — ela disse movimentando as mãos para que ele saísse. O pequeno murmurou um obrigado pela maçã e saiu caminhando pelas ruas até sua casa.

Ao virar a rua ouviu uma pessoa xingando e resmungando e virou sua cabeça, deparando-se com um rapaz de moletom e calça de pijama na parte de trás de seu prédio, que desferiu um chute na lixeira do mesmo. Ele parecia estar com dificuldades para abrir a tampa de ferro então Minseok resolveu ir ajudá-lo.

— Precisa de ajuda? — perguntou tocando seu ombro.

—Não, eu só... Ei, você não é o cameraman que esbarrou em mim ontem?

—Senhor Kim! O que faz aqui? — perguntou surpreso, a feição irritada do outro sumindo e uma expressão amigável surgiu em seu rosto. Porém Minseok não pôde deixar de notar os olhos vermelhos e inchados de Jongdae.

— Ah, eu moro aqui.  — disse apontando para o prédio e coçando a nuca.

—  Oh, claro, que pergunta a minha. Você mora sozinho? — Minseok pergunta e o encaracolado olha para os próprios pés e confirmando levemente com a cabeça, parecendo constrangido. —Fui muito invasivo, não fui? Me perdoe, senhor Kim eu não queria deixá-lo constrangido.

— Relaxa, não foi invasivo, eu só... — vacilou, perdendo seu olhar em algum ponto atrás do pequeno. —Deixa pra lá. Me desculpe mas eu preciso ir, deixei uma panela no fogo e não quero que ela exploda. — disse rindo levemente, olhando dessa vez para os olhos redondinhos e delicados do Kim mais baixo.

— Sim, tudo bem. Até mais tarde, senhor Kim. — disse fazendo uma pequena reverência.

— Por favor, me chame de Jongdae. — riu novamente após o outro concordar e abriu a porta dos fundos, entrando pela mesma.

Assim que a fechou, as lágrimas brotaram em seus olhos e ele subiu correndo para seu apartamento batendo a porta em seguida.

— Droga, Minseok! Por quê perguntou isso? — disse secando as lágrimas e fungando.

Jongdae sabia que o menor não tinha culpa do acontecido, sequer sabia que ele namorava alguém e morava com este. Mas a simples pergunta o lembrou de que estava sozinho agora, o lembrou que foi descartado e jogado no lixo pelas mãos de quem amava, e o lembrou principalmente que o amor é uma droga. Porém, Jongdae não lembra mais como é o amor.

Depois de tantas noites com o coração doendo e as lágrimas molhando o rosto ele transformou todo o amor que sentia em rancor e coisas ruins, esquecendo completamente qual é a sensação gostosa de amar e ser amado.

Foi até a cozinha e encarou o fogão vazio; não havia nenhuma panela no fogo, era uma mera desculpa para sair dali e não chorar na frente do cameraman. Mas o que ele estava fazendo ali, afinal?

— Ah, deixa pra lá. — afastou o pensamento e abriu o congelador, tirando de lá uma lasanha congelada e a levando ao microondas.

Após 5 minutos o aparelho apita e o mesmo preparou-se para comer. Havia tempos que não comia algo decente, pois passou os últimos dois meses comendo praticamente nada e desidratando de chorar.

Pois é, Jongdae estava um caco.

Colocou o prato dentro da pia e foi caminhando até a sala, mas antes de se sentar no sofá sentiu uma dor insuportável no estômago seguida de ânsia; correu para o banheiro e colocou tudo pra fora, sentindo-se tonto. Depois que toda sua lasanha estava fora de seu corpo, sentou-se ao lado do vaso e passou a chorar novamente, segurando as madeixas encaracoladas. Levantou-se, deu descarga e saiu do banheiro andando devagar, indo até a sala para pegar seu celular. Discou o número de seu melhor amigo e depois de três toques o mesmo atendeu.

— Jongdae, está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? — perguntou preocupado.

— Não, Soo, não está nada bem. Eu fui tentar comer e vomitei tudo, estou me sentindo acabado. Você pode vir aqui? — perguntou mexendo na costura do sofá abaixo de si.

— Me dê 30 minutos que chego aí, ainda não fui liberado para o almoço, prometo que vou. — respondeu preocupado.

— Tudo bem, não se apresse. A porta está destrancada, não precisa bater.

Os dois despediram-se e Jongdae deitou no sofá, fechando os olhos em seguida. Adormeceu no sofá sem perceber, e quando acordou viu na tela de seu celular que eram 17:30 e tinham várias mensagens de Kyungsoo.

soo [16:45]: eu cheguei e você estava dormindo, resolvi não te acordar; deixei um lanche preparado para você na geladeira, coma antes de ir pra emissora. Bom trabalho hoje, é sexta feira! Amanhã passo aí, ok? Boa sorte.

 

Respondeu com um áudio agradecendo e foi comer o lanche, não vomitando desta vez. Tomou um banho e foi arrumar sua bolsa para ir à emissora, vestindo-se com uma calça social preta e seu sapato de couro da mesma cor, vestiu sua blusa social e pegou seu terno e o cabide; penteou os cabelos e não saiu do quarto sem olhar-se no espelho.

—Vamos lá, Dae, você consegue. — Sussurrou para si e esboçou um sorriso triste.

Suspirou e saiu do cômodo com o cabide do terno nas costas, pegando a chave do carro e de casa.

ㅗ ㅜ

A maquiadora de Jongdae retocava levemente a maquiagem no mesmo enquanto arrumava seus papéis com as matérias da noite. Leu rapidamente um caso de crime passional, onde a mulher matou seu ex marido por deixá-la e riu debochado.

— É por isso que o amor é ridículo, olha o que leva as pessoas a fazer! É absurdo.  — disse para a garota, que apenas riu de leve.

— Não fale assim, Jongdae. — disse uma voz alegre que o encaracolado conhecia, e logo sorriu de volta para o pequeno de traços angelicais. 

Minseok arrumava uns fios da câmera que filmava o encaracolado e Jongdae pôde perceber o quanto ele era atraente até fazendo seu trabalho.

—É a verdade! Escuta só essa: "mulher mata ex marido por ler mensagem de texto que ele enviou para outra".  É doideira, Minseok, vai por mim; essa coisa de amor não dá certo. — disse um pouco alegre; até que gostou de conversar com o pequeno.

— Se você diz... — se rende, ligando a câmera.

A breve conversa com Minseok alegrou 0,01 por cento da noite de Jongdae, tanto que apresentou o jornal um pouco mais entusiasmo; o pequeno realmente parecia ser uma boa pessoa. Ao fim do jornal, trocaram breves palavras e se despediram.

Quando chegou em casa, Jongdae, pela primeira vez em muito tempo, decidira jantar. Antes mesmo de sequer pedir algo, seu celular toca e ele identifica o nome de Kyungsoo brilhando na tela.

— Alô?  — disse o encaracolado em um tom baixo.

— Nem vem com esta voz triste, vá se arrumar. Vamos em um restaurante pois você precisa comer; lá é meio chique então coloque uma roupa decente, ok? Nada daquele moletom. Chego aí em 15 minutos. — disse o amigo sem rodeios.

— Mas eu não quero ir, Soo! Por favor, janta comigo aqui. E o que você tem contra meu moletom? — disse e o outro bufou.

— Jongdae, sai dessa, já fazem quase três meses que aquilo aconteceu! Você não devia ficar assim ainda, Yixing não merece todo seu sofrimento.

A simples menção do nome do chinês fez Jongdae estremecer e uma onda de raiva e tristeza o atingiu com mais força.

— Nunca mais diga esse nome para mim, Kyungsoo. É fácil pra você falar isso, não é? Quem foi o chutado e humilhado nessa história fui eu, não você, então não me diga para parar de sentir algo que você não faz a mínima idéia do que é! — e desligou o telefone sem ao menos deixar o amigo responder.

Sentou-se no chão ao lado do sofá com a cabeça entre os joelhos e passou a chorar, mas dessa vez não por tristeza. Jongdae chorava por ter sido um idiota com o melhor amigo segundos atrás, principalmente porque ele estava certo; o encaracolado sabia que Kyungsoo estava certo, porém não conseguia melhorar. O ódio que todo esse tempo alimentou por Yixing não permitia que ele ficasse bem, a mágoa o impedia de seguir em frente.

Yixing destruiu Jongdae de todas as formas possíveis.

Alguns minutos depois, o enrolado ouve a porta abrir e logo em seguida se fechar, mas não mexeu um músculo para ver quem era, fungando e secando as lágrimas. Kyungsoo vai em direção ao som e encontra o amigo sentado no chão e o acompanha, encostando em seu ombro.

— Me perdoa, Dae. Eu fui um estúpido, não devia ter dito aquelas coisas e principalmente não respeitado seu tempo. Eu sou um péssimo melhor amigo. — disse e o enrolado negou com a cabeça, rindo nasalado.

— Não, Soo, você tem razão, eu já devia estar melhorando e esquecendo aquele cara. Mas eu não sei, parece que algo me impede, entende? — o amigo balança a cabeça em concordância.

— Talvez você precise de alguém que cuide desse seu coraçãozinho do jeito que ele mereça, você merece ser amado da forma certa.

— O amor é patético, só traz coisas ruins, Kyungsoo. Veja o que aconteceu comigo. É isso que acontece com quem realmente ama, é uma sensação horrível. — o amigo riu e balançou a cabeça.

— Então você se esqueceu completamente de como é o amor, Dae. — o enrolado ia começar a falar, mas Kyungsoo o interrompeu. — Não vamos mais falar disso. O que você quer comer?

— Qualquer coisa pra mim está bom.

Kyungsoo havia pedido comida tailandesa para os dois, e Jongdae comeu como se não houvesse amanhã; adorava aquele tipo de comida. O encaracolado perguntou se o amigo poderia dormir com ele esta noite, mas Kyungsoo tinha que ir para a casa de seu namorado  Jongin e não pôde.

Jongdae estava sem sono, então acabou por assistir algum filme na televisão; mas  não prestava atenção direito. Sua mente estava pensando em mil maneiras de fazer algo para melhorar e tentar esquecer tudo o que aconteceu, até que uma teve uma idéia.

Iria ao parque na manhã seguinte.


Notas Finais


oioi# um capítulo bem grandinho pra vocês.
espero que tenham gostado!!


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