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História Tell Me You Want - Surpreendente


Escrita por: pandinne

Capítulo 13 - Surpreendente


Por mais que meu final de semana tivesse sido horrível pela perda que tive, querendo ou não, também foi tão... Bom. Tudo porque HyukJae estava comigo, confortando-me de um jeito carinhoso que eu nunca pensei em presenciar. Ele havia feito meu coração palpitar de uma forma descomunal, tamanha emoção.

Ele era imprevisível demais. Nunca posso e nunca terei como prever suas ações ou atitudes, porque ele sempre me surpreenderá com tudo. É indescritível como ele consegue fazer qualquer coisa comigo, de um jeito tão simples e normal. Talvez porque eu já tenha me acostumado com seu modo de ser frio, gélido e temível, e qualquer coisa doce ou terna pareça ser a oitava maravilha do mundo. De qualquer forma, quando acontece isso chego a sentir falta de toda aquela safadeza e perversão, a qual pertence somente a ele. Posso dizer que, sinceramente, não me entendo, isso sim.

 

Quinta-feira.

Liguei para minha mãe ontem e expliquei que eu adiaria minhas férias por causa da viagem. Ela aceitou numa boa e me incentivou a fazer um bom trabalho. Se soubesse o que está por trás dessa história, me trancaria bem trancado para me impedir de sair com meu chefe EunHyuk. Minha irmã, ao contrário, ficou irritada comigo. Para ela, estar longe de Seul por várias semanas era uma falta de consideração da minha parte. Mas também, né... Com quem ela iria desabafar?

Minha chefe ficou furiosa quando EunHyuk avisou que eu iria acompanhá-lo em sua viagem às filiais, e tentou convencê-lo de mil maneiras a não me levar junto. A bruxa argumentava de todas as formas, por exemplo, que eu não tinha experiência e estava há pouco tempo na empresa. Mas acabou desistindo de fazê-lo desistir, pois Hyuk é quem mandava e ela apenas tinha de acatar. Já SiWon, se sentiu aliviado por não ser ele a acompanhar o Iceman naquele trajeto todo que, provavelmente, demoraria uma eternidade para ele, mesmo que fosse apenas um dia.

EunHyuk passou para me buscar com seu motorista às seis da manhã. Fomos direto às suas particularidades, e eu fiquei chocado com tanto luxo por viajarmos em seu jatinho particular, não o da empresa. Enquanto eu deslumbrava tudo, nem havia percebido que já estávamos em vôo. Acho que tínhamos acabado de sair da cidade. Olhei para tudo com tanta curiosidade que tive a impressão de que ele estava se esforçando para não rir da minha cara de estupefação.

Quando chegamos à China, um carro nos pegou no aeroporto principal e nos levou ao Sheraton Guangzhou Hotel, onde nos hospedamos no último andar em duas suítes. Esse era só... O melhor da cidade.

Ele cumpriu sua promessa: quartos separados. Entrei no meu e olhei ao redor, deparando-me com aquele cômodo imenso que me engolia, assim que a porta se fechou atrás de mim. Larguei minha mala e me aproximei da janela, animado com tanto luxo. Tudo era grande e espaçoso, e o melhor de tudo: havia uns janelões que me permitiam apreciar a paisagem lá fora. Era tudo tão incrível que eu fiquei minutos ininterruptos a admirar o céu maravilhoso, até que me dei conta de que havia muito mais para ver.

Comecei a bisbilhotar e mexer nas coisas. Abri o frigobar e vi alguns chocolates, que logo os devorei enquanto eu caminhava por todo o cômodo até encontrar a parte do quarto que havia a cama. Como esperado, não contive meu espanto ao me jogar naquela kingsize toda arrumada com uma roupa de cama acetinada maravilhosa em tons brancos combinando com um divã lindo. Em seguida, rapidamente me levantei e corri ao banheiro. Era outra maravilha. Todo envidraçado com janelas enormes e transparentes, com vista para a cidade; uma loucura!

Se bobear eu ficaria horas apenas babando e nem me dando conta dos afazeres importantes que a viagem pretendia. Mas também, o que eu queria? Não estava acostumado com tantas regalias assim, quando acontecia eu tinha de aproveitar o máximo.

Tudo culpa daquele chefão idiota, babaca, imbecil, idiota de novo, imperturbável, perverso, maravilhoso, gostoso, delicioso pra caralho. Ai... Não consigo nem xingar esse imbecil mentalmente que já penso em como ele é deliciosamente o melhor do “tudo de errado”.

Falando no meu delicioso chefe, enquanto eu pensava nele ao sair do banheiro, senti meu telefone vibrar e logo toquei a tela sensível, constatando que era o infeliz. Bendito seja; não morre mais.

— Alô?

— E aí, gostou da suíte? – Ele perguntou assim que atendi.

— Adorei. Enorme. Cinco vezes maior que a minha casa. – Brinquei e acabei escutando um riso do outro lado da linha. Levei a mão à nuca e dei um sorrisinho idiota e abobalhado, que logicamente ele não viria.

— Dentro de dez minutos estarei lhe esperando na recepção. – Avisou – Não esqueça os documentos.

— Sim, senhor. – Respondi e desliguei.

Peguei tudo o que seria necessário e dei uma olhada no espelho, arrumando os fios alongados que caíam sobre meu rosto. Sorri para minha imagem no reflexo e saí do quarto para chegar à recepção pontualmente, como o solicitado. No entanto, não gostando nada do que meus olhos agora viam, EunHyuk conversava com uma mulher. Ela era alta, glamourosa e loiríssima, parecia européia. E quando ele me viu, fez um sinal para que eu me juntasse a eles, para que nos apresentássemos.

— Nicole, este é meu secretário, DongHae.

A tal Nicole me olhou de cima a baixo com um olhar esnobe, como se eu fosse um pedaço de lixo, e isso me deixou intrigado. Ao contrário dela, num gesto de profissionalismo, me curvei numa leve mesura para que nada saísse do eixo enquanto escutávamos EunHyuk continuar as apresentações.

— DongHae-ssi, a senhorita Fox veio de Paris. – Ele acrescentou em inglês. – Ela vai passar uns dias conosco. Nicole é a encarregada de verificar se podemos lançar nosso produto na Europa.

EunHyuk sorria para nós enquanto a loira de pernas compridas iguais bambu concordava com a cabeça. Percebi algo estranho no olhar dela. Não sei o que era, mas não me agradava nem um pouco.

Um homem se aproximou e informou que nosso carro nos esperava lá fora. Quando saímos pude ver que era uma enorme limusine preta. Hyuk sentou ao lado daquela quenga e se esqueceu de mim, deixando-me completamente inquieto. Mas o que apenas me incomodava era perceber que entre eles havia alguma coisa. Os olhares da loira revelavam isso. De qualquer forma, como sou muito profissional, mantive a compostura, olhando pela janela para tentar pensar em outra coisa.

Minutos depois, chegamos a um dos escritórios principais da Coreia, na China, e fomos recebidos pelo CEO, Kim Young Min, que sorriu para mim assim que nos viu e logo veio nos cumprimentar.

Instantes depois, vários diretores, entre eles EunHyuk e Nicole, entraram na sala de reuniões do escritório. Era uma sala retangular com painéis escuros e uma parede de vidro que dava para uma mata. No centro da sala havia uma mesa comprida com várias cadeiras e, num dos lados, várias mesinhas menores – sentei numa dessas. Meu chefe presidiria a reunião bem na minha frente. Seu olhar implacável me fazia sorrir ao lembrar o apelido que SiWon colocou nele: Iceman.

A reunião começou e uma das intérpretes do chefe se levantou do meu lado e sentou-se à mesa maior. Era o dever dela traduzir tudo o que se passava entre nós para a tal Nicole. Eu apenas prestava atenção, anotando tudo que era necessário nos documentos em minhas mãos. Mas acabou que ocorreu algo que me surpreendeu. Em dado momento, o senhor Kim mencionou o pai de EunHyuk e este, muito sério, mas também muito educadamente, lhe pediu que não voltasse a citá-lo.

O que será que houve entre pai e filho para que ele nunca quisesse tocar no assunto? Foi essa a pergunta que durante uma hora pipocou em minha cabeça, sendo interrompida apenas pela mensagem que recebi na notificação do aplicativo instalado em meu notebook.

O contato estava agendado como Chefinho, mas o ícone era do brasão da empresa. Gelei, porque ele nunca havia mandado mensagem por aquele aplicativo, então abri para ler: “Caro DongHae-ssi, está acontecendo alguma coisa com você? Sua boca o denuncia e só fica aberta. PS: Você é o homem mais sexy da reunião.”

Sem mover a cabeça, o observei de relance e engoli minha risada. O imbecil estava me ignorando desde que apareci na recepção do hotel e agora vem com essa de mensagem como se estivesse mandando um e-mail formal?

Que cara de pau!

Decidi responder do mesmo jeito: “Prezado senhor EunHyuk, eu lhe agradeceria se o senhor me deixasse trabalhar.”

Era óbvio que ele havia recebido minha mensagem, eu sabia disso, pois o vi olhando com interesse a tela do computador e percebi que sua expressão havia mudado. Pouco depois, ele digitou de novo e recebi outra notificação: “Suas palavras me desconcertam. Está irritado com alguma coisa? PS: Você fica maravilhoso de terno.”

Remexi na cadeira, um pouco desconfortável. Será que ele percebeu? Tentei sorrir, constrangido, mas minha boca se recusava a tal proeza. Por alguns minutos prestei atenção à reunião, até que meu computador indicava que eu havia recebido uma nova mensagem: “Advirto-lhe, DongHae-ssi, que, se o senhor não responder minha mensagem em cinco minutos, vou parar a reunião. PS: E vou te castigar!”

Arregalei os olhos assustado ao ler aquilo, mas tentei manter a calma. Sorri de canto e o encarei, sendo retribuído apenas com um olhar gélido e impenetrável. Ele estava atacado e gostava de me provocar. Porém, dessa vez eu não entraria em seus joguinhos e me manteria tão imperturbável quanto ele sempre é.

A propósito, decidi inovar, pegando meu celular rapidamente para alterar o nome dele em minha agenda. Pronto. Agora era Iceman e não mais Chefinho. Sorri debochado e desviei o olhar rapidamente para encontrá-lo observando o próprio computador, provavelmente esperando a resposta de minha mensagem ou escrevendo outra.

Entretanto, como sempre há uma carta por baixo da manga de sua superioridade, fui surpreendido novamente quando, de repente, ele realmente interrompeu a reunião.

— Senhores, sinto lhes dizer, mas acabo de receber uma mensagem que preciso responder imediatamente. Um contratempo. Peço-lhes desculpas. – Ele se levantou e ajeitou a gravata com sua elegância sem fim. – Os senhores fariam a gentileza de nos deixar a sós, eu e meu secretário, por alguns minutos? E, por favor, não quero ser interrompido por nada nesse mundo. Meu secretário avisará aos senhores quando tivermos terminado.

Socorro!

Vou morrer de vergonha.

Ele está louco ou o que?!

Abri os olhos o máximo que eu conseguia, vendo que todos os diretores pegavam suas pastas e saíam da sala. A intérprete que antes traduzia tudo à Nicole me lançou um olhar e acompanhou seu chefe. A última a sair foi a loira anoréxica, que olhou para mim com ódio e sumiu da sala após dizer para Hyuk um “Estarei lá fora” em inglês. E eu, ainda sentado em minha cadeira, o encarei perplexo sem entender nada. Ele fechou o computador, colocou os dois braços atrás da cabeça e se esticou na cadeira com um sorrisinho de canto, cravando seu olhar intenso em mim.

— DongHae-ssi, venha cá.

— Mas... Mas por que fez isso? – Desconcertado, levantei-me como uma flecha, apenas porque eu realmente estava surpreso com o que ele acabara de fazer. Ele me olhou, sorriu, e não respondeu.

— Dei-lhe cinco minutos.

— Mas...

— Quem parou a reunião foi você. – Acrescentou.

— Eu?!

Ele assentiu despreocupadamente e pegou minha mão assim que parei à sua frente. Ainda sentado, ele me colocou entre suas pernas com aquele olhar maravilhoso subindo por todo meu corpo. Depois me empurrou e me fez sentar sobre a mesa, diante dele. Minha respiração já começava a se modificar. Eu estava excitado, mas com medo de sermos pegos.

— Aqui não tem câmeras. – Ele resolveu o problema que se embolava em minha cabeça quando varri toda a sala para saber se havia ou não – Mas também não tem isolamento acústico. Se você gritar, todo mundo vai saber o que está acontecendo.

Fiz menção a protestar, já que a cada instante eu estava com mais tesão, mas ele se aproximou de mim e fez aquilo que sempre me deixava tão louco. Passou sua língua por meu lábio superior, me olhou por segundos e lambeu meu inferior, mordendo-o em seguida, até que eu abrisse a boca para que ele enfiasse a língua e me beijasse daquele jeito deliciosamente feroz. Meu autocontrole era sugado por aquele beijo, de tal maneira que me deixava sem ar, com tanta vontade que não havia como pensar em outra coisa a não ser aquele ato ardente, me fazendo perder totalmente o controle, como sempre.

Seus dedos deslizaram por meu tronco e abriram os botões de minha calça social enquanto com o peso de seu corpo ele deitava-me à mesa, ainda dominando meus lábios com sua habilidade incomum de me submeter a qualquer ato. Suas mãos se esfregavam entre minhas pernas, apertando meu sexo sem pudor algum, até que minhas calças estivessem propriamente jogadas ao chão.

Olhei para ele embalado pelo tesão e a adrenalina, com um medo imenso de sermos pegos. Então seus dedos escorregaram nos elásticos laterais de minha boxer e a puxaram para baixo, retirando-a sem preocupação do lugar onde estávamos.

— Hum... Adoro o estado que você fica para mim. – Ele murmurou passando aqueles dedos enormes por cima da minha ereção descoberta.

Apreciei o momento e entrei no joguinho dele como um gato selvagem.

— Exatamente... Para você. – Passei a língua por meus lábios e o olhei com um sorrisinho safado de canto. Meu gesto o estimulou e o deixou louco.

Abri as pernas sem pudor e o puxei para entre meu corpo, pedindo-lhe mais. Aproximei nossos rostos para beijá-lo novamente, mas ele recuou para que eu não o fizesse, movendo a mão em meu pênis com lentidão, exatamente para me torturar.

— Trouxe na mochila o que eu disse para levar sempre?

Fechei os olhos ao me xingar mentalmente quando me dei conta da resposta que o daria.

— Deixei no hotel. – Sussurrei frustrado. Minha reação o fez sorri malignamente.

— Que pena, pequeno. – Ele me retirou da mesa sem me tocar, com exceção da parte interna das minhas coxas. – Tenho certeza de que na próxima vez você não vai esquecer.

Olhei para ele, paralisado.

Ele vai me deixar assim?

Para garantir que não faria nada além de me provocar, ele me deu uma palmada no traseiro quando desci da mesa, mordiscando meu inferior de um jeito sensual.

— DongHae-ssi, temos de seguir com a reunião. – Rosnando contra meus lábios, ele me deu uma nova palmada no traseiro com a ponta dos dedos, daquelas que não fazem barulho mas ardem por um dia inteiro.

— Ai! – Resmunguei e fui obrigado a me calar quando o dedo indicador dele pressionou meus lábios.

— E, por favor, não interrompa nada outra vez.

Senti minhas bochechas arderem violentamente com tudo aquilo. O desejo ainda dominava meu corpo, e ele estava lá, super controlado. Isso me enchia de raiva, ele tinha a plena certeza disso.

— DongHae. – Ele segurou minha mão e me puxou para si, num gesto possessivo. – Quando terminarmos a reunião quero você nu no hotel. Por enquanto, fico com sua cueca.

— O quê?!

— Isso mesmo que ouviu.

— Sem chance! Devolva.

— Não.

— Hyuk, por favor. Estou duro. Como vou ficar sem cueca? – Indaguei com um bico enorme e um gesto birrento.

— Muito simples. – Ele se levantou, sorriu com malícia e deu de ombros. – Ficando!

Ele pegou minha calça no chão e a vestiu em mim, sem retirar aquele sorriso ironizado de sua expressão por me ver completamente duro à sua frente. E para piorar minha situação, ele deixou que seu rosto se esfregasse em minha ereção ao subir a peça, dando uma pequena mordida em minha virilha.

— Ahn... Droga...

— Agora vamos. – Com um sorriso safado, ele murmurou contra meus lábios ao se endireitar diante de mim. Antes que eu tentasse beijá-lo, ele me girou em seus braços e foi me empurrando até a porta. – Diga a eles que entrem. A reunião é importante.

 Petrifiquei no mesmo instante, limitando-me a bufar de tão histérico ao ponto de ter um troço. Como isso podia estar acontecendo comigo? Fechei os olhos e mordi o inferior com muita força, tentando concentrar uma dor em cima para que meu pênis baixasse. Mas tudo o que eu fizesse era em vão. Eu estava duro demais para que algo me fizesse broxar naquele instante, ainda mais sem a boxer apertada para segurar a ereção por dentro da calça.

— Essa você me paga! – Virei para ele e resmunguei irritado.

Respirei fundo e estufei o peito, caminhando até a porta com determinação. Porém, a passos lentos, deixando minhas mãos à frente do corpo, sentindo meu pau duro apontando em certa região da peça. Como ele havia solicitado, pedi para que todos entrassem na sala.

Com normalidade, minutos depois tudo voltava ao normal, exceto que eu continuava ereto, sem cueca e andando como se estivesse cagado.

 

A reunião se estendeu mais do que o esperado e só saímos do escritório às oito e meia da noite. EunHyuk estava com uma cara séria. Aquele bicho do pau com cabelo loiro, chamada Nicole, era chata demais para o meu gosto. Tudo o que ela fez foi colocar obstáculos em cada coisa que se discutia. Não sei como eu aguentei ter que sentar ao lado dela na limusine quando estávamos indo embora.

Durante o trajeto de volta ao hotel, Hyuk se escondeu atrás de uma máscara de hostilidade que não me agradava. Só se dirigia à minha pessoa para pedir vários papéis, e eu como seu secretário, entregava todos. Ele e Nicole liam os documentos e falavam sem parar. A voz dos dois já estava me dando alergia de tão irritante que estava sendo. Minha vontade era apenas de chegar logo ao hotel para que eu pudesse tirar minhas roupas e esperá-lo como havia pedido.

Não dava para parar de pensar naquilo um segundo sequer. EunHyuk e eu. Hyuk em cima de mim. Hyuk me possuindo, penetrando, fodendo. Eram as únicas coisas que eu pensava a todo instante. E dei graças aos céus quando finalmente paramos. No entanto, como alegria de pobre dura pouco, ele me jogou um balde de água fria quando se referiu a mim para comentar algo que não fosse sobre papéis.

— DongHae-ssi, quer jantar comigo e com Nicole? – Escutar isso me paralisou. A pergunta, na realidade, deveria ser: “Nicole, quer jantar comigo e com DongHae?

Senti uma raiva se concentrar em meu estômago, subindo por meu peitoral e se detendo em minha mandíbula que se auto pressionou de tanto ódio. Eu estava fervendo, ardendo, pipocando, explodindo, e dessa vez o ardor não tinha nada a ver com desejo.

Percebi o olhar daquela mulher sobre mim. No fundo, ela ficou tão chateada quanto eu por ter que dividir a companhia de EunHyuk com outra pessoa. Era óbvio que ela notava como eu o olhava, assim como eu havia notado que tinha algo a mais entre eles. Como toda pessoa que conhece EunHyuk por sexo, sabe das opções e desejos que ele tem, e não seria surpresa saber que ele curte homens.

— Obrigado pelo convite, senhor EunHyuk. – Respondi, respirando fundo para não mostrar minha raiva. – Mas já tenho outros planos.

Ele fez uma cara de surpresa. Por seu olhar, obviamente esperava qualquer resposta, menos a que eu dei. Ri internamente, dei boa noite a ambos e me afastei. Dava para sentir o olhar dele nas minhas costas, mas continuei andando. E só parei quando cheguei ao elevador e as portas se fecharam, sendo possível finalmente respirar após enfrentar aquela tensão.

Contei os milésimos de segundos em que o elevador subia ao último andar, xingando todos os nomes que me vinham à cabeça. Finalmente as portas se abriram e eu saí correndo, direto para meu quarto. Entrei e tranquei, recostando-me a madeira luxuosa do cômodo com uma raiva que nunca antes me consumiu.

— Idiota! Você é um idiota! – Gritei irritado até com o ar que eu respirava, para só depois caminhar até o banheiro.

Arranquei minhas roupas e me enfiei embaixo do chuveiro, deixando que a água levasse embora toda aquela irritabilidade ralo abaixo. Eu não queria pensar em EunHyuk. Queria mais é que ele se danasse. Ele e aquela loira anoréxica.

Droga!

Que ódio!

Como ele pode ter se esquecido de algo que falou que faria comigo? Como pode me fazer deixar tudo de lado para querer fazer junto dele o que havia combinado e depois vir dizer outra coisa, como se tivesse se esquecido? 

Urgh!

Ficar só me autoquestionando com tudo aquilo não daria em nada, então saí do chuveiro, sequei o cabelo e me obriguei a ser o homem forte que sempre fui.

O telefone do quarto começou a tocar, mas eu não atendi a nenhuma chamada. Peguei rapidamente meu celular e vi que havia três chamadas perdidas de minha irmã, mas acabei por decidir ligar outra hora. O que eu queria naquele momento era apenas sair daquele quarto e realizar algo que não me fizesse pensar nele.

Telefonei para um amigo da China, e marcamos de nos encontrar. Ninguém estragaria minha alegria, muito menos EunHyuk.

Coloquei uma calça jeans toda desfiada nas coxas com rasgados enormes desde o começo do fecho até os joelhos e uma camiseta preta bem justa ao corpo, fazendo par com uma jaqueta preta. Passei um perfume delicioso, que faria qualquer um virar o rosto e sentir o rastro bom que eu deixaria. Coloquei meu celular num dos bolsos traseiros e a carteira noutro. Eu estava pronto e só faltavam os sapatos que estavam na porta de entrada quando eu saísse. Logo os coloquei e abri a porta, espiando o corredor vazio para ver se havia alguém. Hyuk estava na suíte ao lado e, ao invés de esperar o elevador, resolvi ir pelas escadas.

Desci cinco lances de escadas e finalmente peguei o elevador para chegar ao térreo. Olhei os espelhos da caixa metálica e sorri para mim mesmo, adorando a maliciosidade da minha proeza, por “fugir” para me divertir, sem ter que dar satisfação alguma àquele crápula. 

Rapidamente cheguei à recepção, atravessando as portas do Sheraton Guangzhou Hotel, quase dando pulos de alegria por estar enfim “livre”. Porém minha animação durou pouco por, de repente, me dar conta de que deixei o caminho livre para aquela demônia da Nicole. O mau humor voltou a tomar conta de mim, mas eu não deixaria me levar. Meu amigo Hangeng estava me esperando.

O motorista na porta do Hotel me levou ao endereço que lhe dei. E não demorou muito para eu ver meu amigo, que estava no lugar combinado. Ele estava charmosíssimo e rapidamente nos abraçamos com plena saudade. Éramos amigos de infância, sempre dei muito trabalho a ele, que tinha um instinto protetor para comigo. Meu pai tinha o dele como melhor amigo, e até o fim de sua vida íamos todo verão acampar.

— Nossa, fishy. Como você está charmoso. – Disse ele ao se apoiar em mim. Esse era o apelido que ele e mais um bando de amigos haviam me colocado devido ao meu nome. E para ser sincero, eu gostava muito quando o diziam.

— Eu ainda não cheguei a usar seu charme. – Ri baixo e passei um dos braços pelo tronco dele com algumas batidinhas nas costas. Hangeng era um dos chineses mais atraentes e sempre tentava me ensinar sobre o “charme chinês”, quando nos encontrávamos.

Após uma sucessão de risadas e elogios mútuos, andamos pelas ruas. Geng sabia que eu adorava comer o pastel do Chilli China quando ia visitá-lo, e logo me levou até lá, tendo a certeza de que eu iria gostar. Como sempre, comemos bastante, tomamos latinhas de refrigerante e conversamos sobre tudo, durante horas.

Por volta das duas da manhã, eu estava extremamente cansado e só queria voltar ao hotel. Despedimos-nos e combinamos de nos ligar no dia seguinte. Eu precisava realmente descansar depois daquele dia cansativo. Pelo menos eu estava feliz pela noitada com meu amigo. Geng era tão otimista e tinha tanta vitalidade que estar com ele sempre me fazia muito bem. Por isso voltei ao hotel cheio de energia com um sorriso de orelha a orelha.

Não demorei muito para chegar em frente ao hotel. Paguei o motorista de taxi, me despedi nas formalidades chinesas e desci do carro, sem perceber que uma limusine estava parada à minha direita. Caminhei com determinação até a porta, coçando a nuca com um pouco de cansaço, quando ouvi uma voz vinda detrás, o suficientemente alta para que eu escutasse.

— DongHae!

Virei no mesmo instante e o coração disparou, gelando todo meu corpo. Pela janela vi o rosto petrificado de EunHyuk, também conhecido como meu Iceman. O jeito como ele mexeu a boca, me revelava que estava irritado, e seu olhar confirmava isso.

Tentei não me importar, mas era impossível. Eu me importava com aquele homem. Mesmo que eu tentasse, era difícil não querer saber o porquê ele estava daquele jeito. Então caminhei lentamente até o carro e notei que seus olhos me percorriam inteirinho, sem que movesse o corpo.

— Onde você estava? – Ele perguntou grunhindo quando cheguei perto dele e inclinei para olhá-lo pela janela aberta.

— Me divertindo. – Um silêncio incômodo se instalou entre nós dois, até que não consegui resistir por querer saber mais. – E sua noite, foi boa? – Perguntei curioso em um tom ironizado. – Você e Nicole se divertiram?

— Você deveria ter dito onde estava. – Ele suspirou pesadamente. Seus olhos me esquartejavam vivo. – Te liguei mil vezes e...

— Senhor EunHyuk – O interrompi – Se não me engano, o senhor me deu a opção de decidir se queria jantar com o senhor e com a senhorita Nicole... – e acrescentei num tom cordial, educadamente. – Não se lembra disso? – Ele não respondeu. – Simplesmente decidi me divertir tanto ou mais que o senhor. – Então continuei, me sentindo totalmente perverso por intimidá-lo.

Isso o encheu de raiva. Dava para ver em seus olhos, que me queimavam de tão puto que estava. Olhei para sua mão e percebi que os nós de seus dedos estavam brancos de tanta fúria.

De repente, a porta da limusine foi aberta por ele.

— Entra. – Ele ordenou. Refleti por alguns segundos, o suficiente para deixá-lo ainda mais irritado. Mas acabei entrando. Na verdade, era tudo o que eu estava querendo.

Fechei a porta e me sentei ao lado dele. EunHyuk me olhava de um jeito desafiador, condenatório. E, sem tirar os olhos de mim, apertou um botão do veículo para se comunicar com o motorista:

— Vá! – E o carro começou a se deslocar, segundo sua ordem. – Para sua informação, DongHae-ssi... – Ele disse a mim, com a mandíbula tensa. – ...o jantar com a senhorita Nicole foi de negócios. E, como manda o protocolo, o senhor é o secretário e por isso era a você que eu deveria convidar e não a Nicole Fox.

Realmente, eu estava de acordo. Ele tinha razão, eu sei, mas continuei aborrecido. Em algumas ocasiões eu não conseguia ficar quieto e esta era uma delas. Sem querer dar o braço a torcer, respirei fundo e ataquei:

— Espero que o senhor ao menos tenha se divertido na companhia dela.

O olhar de Hyuk me incendiou enquanto ele se mantinha a poucos centímetros de mim, sem se aproximar. Seu perfume embriagava meus sentidos e centenas de borboletas começaram a bater asas no meu estômago.

— Eu lhe garanto, acredite ou não, que eu teria aproveitado mais se estivesse em sua companhia. E, antes que continue se comportando como um menino mal criado, exijo saber com quem esteve e onde esteve. Estou há horas esperando você voltar, sentado nesta limusine, e quero uma explicação.

Eu já ia xingá-lo de inúmeros palavrões por ter me chamado de criança, mas seu comentário acabou com minha indiferença.

— É sério que você ficou horas me esperando na porta do hotel?

— É.

Meu lado príncipe que ainda acredita em contos de fadas teve vontade de dar pulos de alegria.

Ele ficou me esperando!

O quão fofo isso pode parecer perto de alguém que sequer se deixa encarar?

— Hyukkie, que fofo. – Murmurei num tom carinhoso e quase manhoso. Sequer me dei conta da forma a qual havia pronunciado seu nome. – Me desculpa. Eu achava que...

Notei os ombros dele relaxaram e um pequeno sorriso quase se formou em seus carnudos.

— Sei. – Ele resmungou sem abandonar o jeito duro de falar. – Agora sou Hyukkie, DongHae-ssi? 

Isso me fez sorrir. Ele não moveu nem um músculo. E, como já conseguiu me atingir, cheguei ainda mais perto. Senti a expressão de seu rosto voltando ao normal.

 — Hyukkie... Desculpa. – Voltei a murmurar de um jeito manhoso.

— Não peça desculpas. Tente se comportar como um adulto. Não acho que estou pedindo muito.

Ótimo. Ele acabou de me chamar de imaturo.

Em outras circunstâncias, eu teria descido do carro e fechado a porta na cara dele. Mas, não dava, eu não conseguia. Seu encanto já havia me enfeitiçado. Ele continuava sem olhar para mim, mas eu não desistiria, mesmo depois disso. Eu queria a atenção dele e a conseguiria de qualquer forma.

— Passei o dia inteiro pensando em ficar nu para você. E quando você falou desse jantar com a Nicole eu...

Fui impedido de terminar a frase.

— Esta viagem é basicamente de trabalho. – Seus lindos olhos intensos estavam cravados em mim. – Esqueceu?

A dureza com que ele se dirigiu a mim rompeu o encanto que eu me encontrava no momento e, com isso, minha trégua foi por água abaixo. Minha expressão mudou; a respiração se acelerou e eu acabei colocando meu jeito estouradinho para fora.

— Sei muito bem que esta viagem é de trabalho. Deixamos isso bem claro antes de sair de Seul. Mas hoje você parou uma reunião no meio, expulsou todo mundo da sala, me deixou duro e depois guardou minha cueca. Acha que eu sou de ferro? Ou mais um brinquedinho dos seus joguinhos? – Ele não respondia e nem me interrompia, mas ficava me olhando de um jeito analisador. – Tá bom, eu aceitei a viagem. Sou o culpado por estar nesta situação contigo e...

— Você está excitado agora?

Olhei para ele boquiaberto.

Ele ficou louco?

— Não interessa. – Afastei-me dele por precaução, contraindo as sobrancelhas e surpreso com aquela pergunta. – Pelo amor de Deus! Estamos aqui discutindo e você me pergunta se estou excitado? – Gritei totalmente descontrolado.

— Sim. – Ele disse calmo. Recusei-me a responder, enfurecido. Tive a sensação de que eu ia enlouquecer. – Você ainda não me disse com quem saiu e aonde foram.

Soltei o ar bufando. Deixei-me cair no encosto do assento do carro e me rendi. Discutir com ele era muito cansativo.

— Jantei com meu amigo Hangeng no Chilli China e estou normal. Mais alguma coisa?

— Só vocês dois?

Por um instante pensei em mentir e dizer que jantamos com um time de futebol, mas eu não queria que ele me interpretasse mal.

— Sim, só nós dois. Quando eu e Geng nos encontramos, gostamos de falar sobre diversas coisas.

Ele pareceu aliviado com a minha resposta e vi que a expressão de seu rosto se suavizou. Seus olhos tentaram me hipnotizar, mas mantive-me firme quando ele tentou se aproximar, como se quisesse me beijar.

— Me dá sua cueca.

— Mas... Vem cá, por que eu tenho que te dar minha cueca? – Protestei.

Ele sorriu e me beijou com calma, aliviando a tensão daquela discussão. Depois do beijo, ele se afastou e continuou a me olhar daquele jeito intenso de sempre.

— Porque da última vez que você esteve comigo, não estava usando e não te dei permissão para colocar uma.

— Ah, tá. Então você está me dizendo que eu deveria ter saído pela China sem cueca com meu pinto balançando? – Vi que minha brincadeira não o divertiu, então levei as mãos ao zíper e logo abaixei as calças. – Tá, vou te dar essa maldita cueca.

Ele deu uma risada soprada e esticou uma das mãos para pausar meus movimentos. Balançou a cabeça em negativo e piscou para mim com um sorriso de canto, puxando-me para perto de seu rosto com uma mordidinha sexy em meu lábio inferior.

— Senta na minha frente. – Ele sussurrou entre nossos lábios de um jeito sensual que me fez arrepiar.

Sem me opor, mudei de lugar e me sentei no assento diante dele. EunHyuk esticou novamente o braço e tocou minhas pernas. Sua mão acariciava minhas coxas, adentrando cuidadosamente os desfiados de minha calça para encostar-se à minha pele, que se arrepiava aos toques dos dedos gélidos dele.

— Adoro sua pele macia. – Ele mordeu o canto dos lábios e subiu mais suas mãos até encostar-se ao meu sexo, fazendo-me separar as pernas, ainda com o zíper aberto. – Excelente e tentador.

Notei que a respiração dele começou a se intensificar ao puxar um pouco minha calça para baixo, fazendo com que o volume pré-formado em minha boxer aparecesse. Fiz menção de fechar as pernas, mas ele não permitiu.

— Fica assim... – Hyuk murmurou esfregando a destra em minha pré-ereção.

Ele desenhava um caminho em minha boxer, contentando-se apenas quando sentiu meu pênis completamente duro sob suas ações. Fiquei desconcertado por não saber como agir, porque estávamos com o motorista dentro do carro. Meu corpo reagia a ele de um jeito inexplicável, e eu o desejava de uma forma desumana.

O que aconteceria? 

O que ele faria comigo esta noite?



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