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História Tempestades de Paixão - A bordo do Polar Tang - Interpretações


Escrita por: Aniayukari

Notas do Autor


Oi Pessoal!! Cheguei com mais um capítulo para vocês!
Sugiro que leiam com atenção para entender os acontecimentos...
Boa leitura!

Música desse capítulo. https://www.youtube.com/watch?v=DPSFm0ol7yA&list=RDDPSFm0ol7yA&start_radio=1&ab_channel=LyricsdeM%C3%BAsicas

Capítulo 42 - Interpretações


 

LAW POV.

 

O clima desta manhã, está relativamente agradável, apesar de ensolarado, o vento que constantemente soprava impedia que o calor se tornasse insuportável. Olhando a minha volta encontrei uma árvore que fornecia abrigo contra o sol, por coincidência Bepo estava assentado no local, provavelmente aguardando pelos eventos futuros.

Eventos que sou contra, porém estou de mãos atadas, ou aceito a escolha dela ou ela não volta. Sentei ao lado de Bepo, ele e todo o pessoal estão preocupados. Devido a exigência dela e a resistência de aceitarmos, foi necessário explicar para todos a real situação da Anny-ya. 

— Capitão, trouxe café da manhã. — Penguin se aproximou acompanhado de Shachi. — Também trouxe para a Anny… Você viu ela?

— Não! Deve estar no navio. — Para complementar minha frustração, Anny-ya se recusou a dormir no submarino, alegando que só voltaria a ficar no Tang quando retornasse oficialmente.

— Falando nela… — Olhei na direção que Shachi apontou e a vi andando na nossa direção. 

— Bom dia pessoal. — Anny-ya abriu um sorriso largo, se está preocupada, não deixou transparecer. — Posso comer um desses? 

— Claro, também fiz para você.  - Anny-ya bateu palmas animada.

— Anny-ya, se lembra das minhas instruções? — Combinamos que durante a luta, iria monitorá-la, é a primeira vez que tento algo desse nível, ativarei o “room” e o “scan” para tentar monitorar o corpo dela enquanto luta, se tiver êxito, posso evitar que ela vá além do limite e vou ter conhecimento do que se passa com o corpo dela quando luta.

— Law, promete que não vai interromper? — Ela pediu com aquele olhar cintilante, suas bochechas estavam enormes porque a boca estava cheia de onigiri, não importa quanto tempo passe continua parecendo uma esquilinha.

— Não interferirei! Só se for necessário. — A expressão irritada é um sinal que não gostou .

— Não é justo! Quero saber qual o máximo que consigo chegar! — Redarguiu com uma profunda tristeza.

— Anny-ya, prometo que será só em último caso… Só não peça que fique sentado vendo você morrer sem fazer nada… O que faria se estivesse no meu lugar? 

— Okay… mas só se for necessário… Se interromper antes, não vou te perdoar! — Anny-ya tem me colocado em uma situação complicada. — Vou conversar com o meu irmão. 

— Se serve de consolo, o Sabo não está em uma situação melhor que a sua capitão. — Shachi tem razão, o irmão terá que lutar contra ela mesmo sabendo das limitações, não fui o único a receber um ultimato, Anny-ya deixou claro que não aceitaria que ele pegasse leve.

— Capitão, o que planejou para poder se declarar para a Anny? — Fiquei em silêncio fingindo não ter escutado. — Não me diga só está pensando em chegar e dizer, sem ter preparado nada em especial.

— Especial? — No momento meus pensamentos estão todos voltados em como vou mantê-la viva. 

— Capitão, precisa se esforçar … Como pretende superar o Eustass? — Ainda não consigo acreditar que Anny-ya se envolveu intimamente com aquele desgraçado, é demais para minha cabeça imaginar ela sendo beijada e tocada de todas as formas possíveis.

— É bom pensar em algo que a surpreenda, se quiser ter ao menos uma chance. — Havia seriedade na voz de Penguin.

— O que está querendo dizer Penguin?  — É irritante pensar que de alguma forma tenho que ficar me comparando com o Eustass-ya.

— Está achando que vai chegar e dizer “eu te amo” e ela vai simplesmente se jogar nos seus braços?  

— Vou dar uns cascudos nela se fizer isso. — Sachi complementou.

— De que lado vocês estão? — Esses idiotas, só estão me arrumando mais preocupações.

— DO LADO DA ANNY. — Os dois responderam em unisom.

— Calados. — Agora até meus subordinados estão contra mim. — O que poderia ser especial pra Anny-ya? 

— Vou dar só uma dica… pense no que ela gosta… - Penguin me olhou desconfiado. — Sabe ao menos das coisas que ela gosta? 

— Espero que sim … Se não souber, é melhor descobrir. — Shachi soltou um longo suspiro. 

—  Chega! Vamos nos concentrar em manter a Anny-ya viva por enquanto…

Sei o que a Anny-ya gosta! Nesse aspecto ela é sem complicações, pequenas coisas a deixam feliz, sei dos seus gostos, mas são tão simples. Não sei o que poderia ser grande o suficiente para ser especial. 

 

Minha lista de preocupações só faz aumentar!

 

Os preparativos para “o teste final” estão prontos.  Tudo ficou deliberadamente preparado para esse momento. Preparei a sala de cirurgia para uma emergência. Dragon pediu para que só ficasse no local quem realmente fosse necessário para evitar que pessoas se machucassem.

— Prontos? - Dragon-ya se aproximou dos dois,  diferente da irmã, Sabo-ya está visivelmente desconfortável. — Trafalgar?

—  Sim! — Espero ter energia o suficiente para aguentar até o fim da batalha.

 

Ativei o “room” e sinalizei que poderiam começar.

 

Sabo-ya fez o primeiro movimento.  Revestindo o braço com o Haki de armamento ele desferiu um soco no rosto dela, Anny-ya se moveu agilmente e desviou, um chute foi desferido com a intenção de acertar a barriga, ela se abaixou e contra atacou com uma rasteira derrubando Sabo-ya de costas, que, sem perder tempo se levantou com um mortal para trás e voltou ao ataque, um chute acertou as costelas, arremessando ela para longe a fazendo cair, enquanto tentava se recompor e se por em posição de luta, seu adversário pulou em sua direção na intenção de continuar o ataque.

Prendi a respiração quando pensei que seria atingida, mas antes que acontecesse empunhou Aeons e se defendeu para em seguida partir para o ataque, Anny-ya está com uma resistência incrível, até o momento só usou força física e consegue lutar de igual com o irmão, porém Sabo-ya não está usando todo seu potencial ainda. Ela atingiu o estômago dele com o cabo da arma o fazendo cambalear, mas não foi o suficiente para evitar que levasse um soco no rosto.

O garoto empunhou o cano de metal que carrega preso às costas, as armas se colidiram e foi possível escutar o tilintar dos metais, ambos se afastaram pulando para trás, estavam ofegantes. quando o garoto passou a usar suas garras de dragão para atacar, ela não conseguiu manter o mesmo ritmo e precisou recorrer  ao seu poder.

Duas lâminas de vento compacto se formaram em cada ponta de Aeons. As lâminas não são somente afiadas e capazes de cortar, Anny-ya consegue também lançá-las, com uma velocidade absurda conseguiu lançá-las na direção do irmão, algumas acertaram o braço dele fazendo cortes.

É uma luta instigante, ambos estão se esforçando ao máximo. Não conseguiria prever o resultado se não fosse a desvantagem da Anny-ya. Os órgãos internos dela começaram a trabalhar mais rápido, a frequência cardíaca está a 200. Ela chegou ao limite, com o corpo trabalhando dobrado o cansaço aumenta, a fadiga que está sentindo é visível, ela vai desmoronar a qualquer momento. O resultado dessa luta estava decidido antes mesmo de começar, é triste, ela se empenhou muito.

Ann-ya guardou a Aeons.. Levantou as mãos na altura da cintura e seus ombros relaxaram, o poder emanava de seu corpo e seus lindos cabelos loiros flutuavam. A areia ao seu redor começou a se mover junto com o vento, a rodeando. Uma aura emanava dela, a pressão do vento se espalhou pela praia, as árvores começaram a balançar e as pedrinhas flutuavam em volta da mesma. Quando a velocidade do vento aumentou, as pedrinhas começaram a se quebrar, até que virassem detritos menores

O vento a rodeava com intensidade de tal maneira que era possível vê-lo. O incrível, é que ela manteve a consciência, de todas as vezes, que presenciei seu poder chegar nessa magnitude, sua consciência se perdia.

A pressão do ar se tornou insuportável e diferente das outras vezes em que um furão se formava, Anny-ya criou algo majestoso. O vento se moldou na figura de um enorme pássaro, o bater de asas provocou uma ventania, se ela conseguir atingir seu adversário com aquilo, é provável que ganhe. Com deliberado esforço ela movimentou as mãos e o pássaro voou na direção do seu adversário. Pude perceber a empolgação dos rapazes. Fiquei orgulhoso de ver o quanto Anny-ya cresceu. 

Quando o pássaro estava prestes a se chocar contra Sabo-ya, o vento se dispersou e lufadas de ventos se espalharam por todo o local. Infelizmente ela não aguentou até o final…

—  Shambles… — A teletransportei antes que seu corpo se chocasse contra o chão e ela caiu no meu colo. 

— Perdi…— Foi a única palavra que saiu de sua boca enquanto uma lágrima solitária escorreu pelo seu rosto.

— O importante é que sua luta foi espetacular. —  Tentei confortá-la.

— Isso é irrelevante, se fosse uma batalha de verdade eu morreria. — Suas mãos seguraram firme na minha camisa e ela escondeu o rosto no meu peito. 

— Anny-ya, calma… — Ela foi tão incrível na luta, não deveria ficar frustrada.

— Como posso ir para o mar se não consigo me manter em pé durante a luta? — As lágrimas quente escorreram no meu peito e escutei ela fungando.

— Seus companheiros estarão lá para te dar suporte. —  Mania que ela tem de achar que tem que dar conta de tudo sozinha.

— Não quero ser a pessoa que é sempre protegida! — Ela me encarou com o olhar marejado e um biquinho lindo, as sardas dela estão evidentes pelo fato de ter lutado no sol … Porra… Como é adorável, tudo que tenho vontade é de abraçá-la.

—  Meu bebezinho está chorando? — Sabo se aproximou sorridente. 

— Não sou um bebe… Queria ter ganhado e finalizado o treinamento. 

— Filha! O seu treinamento está finalizado… A luta se manteve igualada, comparado com Sabo que treinou intensamente desde criança, seu desempenho foi espetacular. —  Nem o elogio do pai a deixou feliz.

— Talvez uma noite de diversão anime essa mocinha. —  Uma voz feminina ecoou do nosso lado.

— Robin! - Anny-ya se levantou do meu colo com dificuldade, para abraçar a mulher, que retribuiu o carinho. —  O que faz aqui?

— Seu pai pediu um favor. —  Essa mulher é do bando do Mugiwara, porquê ela está aqui? - A propósito, Koala me disse que está partindo… pensamos em fazer uma despedida para você.

— Uma noite de garotas. —  A ruiva sorriu animada, não estou gostando nem um pouco dessa ideia. 

— Noite das garotas? Isso significa bebida e rapazes? —  Ikkaku se juntou ao trio. —  Quero participar.

— Ótimo! Então vamos nós quatro, saímos a noite.. — A morena sorriu afetuosamente para a Anny-ya. 

— Espera! É perigoso ter quatro garotas sozinhas à noite, vou acompanhar vocês. — Sabo-ya tem razão. Mas minha preocupação é outra: Anny-ya chama atenção por onde passa, e Ikkaku adora uma bagunça. 

— Você é garota Sabo? — Koala puxou a bochecha do rapaz. 

— Não!

— Então você não vai idiota! Não seja intrometido. 

— Concordo com Sabo-ya! É perigoso! E Anny-ya é um imã de confusão. —  Não consigo imaginar nada de bom saindo dessa noite. —  Se é uma despedida pra ela porque não podemos participar?

— Ficaríamos mais à vontade para nos divertir sem a presença de rapazes. —  Robin falou tranquilamente. — A ilha é protegida pelos revolucionários, ninguém faria mal a Koala e muito menos para a filha do Dragon.

—  Quero ir! Law eu nunca tive uma noite de garotas — Anny-ya é ingênua, não vê maldade em uma noite como essa, o olhar inocente que resplandecia sua meiguice era um demonstrativo disso… É impossível dizer não para esse olhar. —  Por favor, capitão!

— Tsc… agora eu sou capitão? —  Ela só se lembra desse fato quando quer algo. —  Façam o que quiserem, mas se as duas se meterem em confusão…

— Relaxa capitão, eu cuido da loira. - Ikkaku vai sumir na primeira oportunidade para ficar com alguém. 

— PAI! PRECISO DE DINHEIRO. —  Anny-ya saiu gritando na direção do pai, e ao que parece uma mini discussão começou entre os dois.  

— Será que alguém vai ser corajoso o suficiente para chamar a filha do Dragon para dançar essa noite? — Robin sorriu divertida. Tenho certeza que a Anny-ya não vai querer dançar com nenhum estranho.

— Me lembro que no esconderijo alguém pediu a mão dela em casamento pro Dragon. — Koala respondeu tentando conter a risada

— Lembro! Foi divertido a cena! — Robin sorriu anasalado.

— Não foi divertido, Dragon quase matou o cara. — Uma gota de suor escorria da testa do Sabo-ya.

 

 Os três se afastaram conversando sobre o assunto.

 

— Concorrência está forte em capitão! — Esse idiota do Penguin acha que não percebo que está me provocando desde cedo.

— Cala boca Penguin!

O dia prometia ser ruim só pelo fato da Anny-ya lutar. Passei a noite sem conseguir dormir. Quando a luta finalizou fiquei preocupado que ela ficasse deprimida. O resultado, é que aquela maldita levou apenas cinco minutos para esquecer de tudo e recobrar a animação.


 

NARRADORA POV.

 

Anny passou o restante da tarde na sala de entretenimento conversando com os companheiros. E com muito esforço a menina conseguiu convencer Ikkaku a usar um vestido. É claro usando um pouco de chantagem ao relembrar para a morena todas as ocasiões em que a fez passar vergonha. Resignada a mulher não viu outra alternativa a não ser ceder.

— Loira vamos tomar banho juntas? 

— Sim! - Anny falou animada se levantando.

— Porquê vão tomar banho juntas? — Bepo perguntou inocentemente.

— É divertido! - Anny sorriu gentilmente. - Ikkaku esfrega as minhas costas. 

— Posso ir junto? Aí vocês esfregam o meu pelinho. — A ideia de se divertir com as companheiras durante o banho deixou o urso animado. 

— Hum… Pode! Vou lavar seus pelinhos Bepo. — Anny esfregou a cabeça do urso.

— QUE?! — Law, Shachi e Penguin questionaram assustados . 

— Nem pensar! - Ikkaku redarguiu irritada. — O banheiro vai ficar apertado.

— Desculpe! — Bepo ficou chateado por perder a tal diversão do banho. 

— Não fique triste Bepo…Se quiser pode ficar no quarto enquanto nos arrumamos. — Anny tentou animar o amigo

— Quero! — Ikkaku conteve a risada vendo a inveja do restante dos rapazes, e o olhar enciumado do capitão, que só não proibiu a presença do urso no quarto das meninas porque conhecia a ingenuidade de Bepo. 

—  Bepo sortudo, vai ver as garotas trocarem de roupa. — Penguin se jogou no sofá frustrado. 

— Está cheio de graça hoje né Penguin! — Law fuzilou Penguin com o olhar fazendo o mesmo se encolher.

— Esse ai olha pro perigo e da risada. — Shachi balançou a cabeça indignado ao ver Penguin não medir as palavras diante do capitão que já está além de irritado com a história de “noite das garotas”.

 

No quarto, as meninas espalharam roupas para todos os lados, Bepo observava a bagunça enquanto tinha um vestido pendurado em seu ombro, um sutiã em sua mão e laços cor de rosa presos em cada orelha sua, graças a Anny que deixou seu lado infantil aflorar.

 Ikkaku que não era nada interessada nesses momentos de “garotas”, suspirou resignada com a situação, que parecia ilustrar uma criancinha brincando com um urso de pelúcia gigante, mesmo ansiosa, por ter que vestir algo além do macacão, a morena não conseguiu deixar de sorrir afetuosa para os companheiros.

Entre risadas, brincadeiras e muita bagunça, as Heart finalizaram os seus looks e saíram do quarto caminhando até o convés do navio.

Os homens ficaram admirados diante da beleza das companheiras.

Ikkaku usou um lindo vestido azul marinho acima dos joelhos e com um decote em V no busto, a peça moldou-se ao corpo da mulher ressaltando as belas curvas, os cabelos cacheados e soltos caiam sobre seu ombro, a beleza natural da morena foi realçada com um batom bordô. 

Law esboçou todo seu descontentamento, quando seu olhar recaiu em Anny usando um vestido carmesim acinturado que se abria em uma saia rodada acima dos joelhos. A área do busto era decotada, deixando exposta uma quantia de pele. Atrás, uma tira dourada entrelaça em zig zag nas costas. Os ombros estavam expostos, contudo, uma fina alça dourada deslizava logo abaixo de sua clavícula. As madeixas loiras estavam levemente onduladas e presas em um rabo de cavalo.

Todas as curvas de Anny estavam devidamente destacadas… Para a tristeza de Law, que imaginava os olhares que ela atrairia.

Quando Ikkaku observou o olhar de reprovação de seu capitão, segurou na mão de Anny e a arrastou para fora do submarino, não que tenha surtido muito efeito, escutou Law praguejando e seguindo as duas, que ao descerem a rampa encontraram Robin trajando um vestido verde frente única colado ao corpo. Koala trajava um vestido curto cor creme com manga longa e bufante, para a ocasião ela optou por não usar seu costumeiro chapéu.

— Injusto! É a despedida da minha irmã, eu deveria ir! — Sabo resmungou tentando disfarçar sua real frustração. 

— Pare de reclamar! Você não vai, e ponto final! - Koala, se irritou com a insistência. 

— Todas prontas? — Robin sorriu pendendo a cabeça de lado. 

— SIM! — Responderam juntas sem conter a empolgação.

— Anny-ya… não se meta em confusão! — Law advertiu e recebeu uma carranca da garota que se irritou por ser a única que ele chamou a atenção. 

 

Uma carruagem parou no local e as garotas entraram animadas, já os rapazes, observavam sem escolha as donas de seu coração partirem sem se importar em deixá-los sozinhos.   

 

— Sabo! Vai cuidar da sua irmã caçula! — A voz de Dragon ecoou atrás dos homens.

— Elas não querem a companhia de rapazes. — Mesmo com o desejo de ter acompanhado as meninas, ele sabia que apanharia se as seguissem.

— Se acontecer algo com minha filha vou matar os dois. — Dragon apontou para Sabo e Law.

 

Os dois sorriram satisfeitos, Dragon entregou de graça a desculpa que precisavam para irem até o local onde as meninas estariam.

 

Robin escolheu o salão de entretenimento local  para a comemoração. Anny ficou admirada. O salão central era iluminado, o piso brilhava de tão lustrado, a decoração era sublime e contava com máquinas de jogos. Várias pessoas se espalharam pelo ambiente.

— Senhoritas. — Um homem trajando uma camisa branca e gravata borboleta segurando uma bandeja com taças de bebida abordou as garotas.

Cada uma pegou uma taça. A bebida de Anny possuía o sabor adocicado de morangos misturados com licor de cacau, disfarçando o alto teor de álcool que advinha das doses de vodka misturada no drink.

— Anny, se não estiver acostumada a beber não exagere. — Robin advertiu  gentilmente a menina. 

Anny balançou a cabeça concordando com o conselho de Robin, o que passou despercebido, era que o gosto doce, atrativo ao seu paladar, a fazia beber rápido e sem dar muita atenção a quantidade.

A animação do ambiente contagiou as mulheres que conversavam animadas. Para elas, ter uma noite descontraída e sem preocupações era raro e queriam aproveitar cada segundo. 

— Com licença! — Dois rapazes, que deveriam ter uma média de vinte anos, abordaram as meninas, um deles com olhos verdes e cabelo alaranjado com as pontas desbotadas. O outro com olhos negros e cabelos na tonalidade azul.

— Podemos entregar uma rosa para as damas mais lindas dessa noite? — Cada uma das meninas receberam uma rosa vermelha e se sentiram lisonjeadas.

Após entregarem as rosas, ambos se prepararam para sair, mas antes, o de cabelo azul olhou intensamente para Anny e piscou para ela saindo em seguida. 

— Eles…AHH… São…Não acredito… Que emoção…

As meninas se entreolharam sem entender as palavras desconexas que Anny soltava, a loira que já tinha um leve rubor no rosto causado pelo álcool não conseguia explicar o motivo da empolgação relacionada aos garotos. Seja por empolgação ou pelo álcool, Anny não conseguiu perceber o olhar furioso de Law que acabara de chegar no local. 

Sem aviso prévio, um som de guitarra começou a ser ouvido, e quando as cortinas se abriram e feixes de luzes coloridas iluminam o palco, foi possível entender que a empolgação de Anny advinha do fato dos garotos fazerem parte da banda Night Fever, popular entre os jovens, uma das quais Anny era fã, os pulinhos de alegria e as palmas demonstravam toda a alegria da menina. 

 

A banda começou a tocar e o vocalista e guitarrista dedicaram toda a atenção a Anny e Koala que estavam na frente do palco…

 

Você é insegura

Não sei por qual motivo

Você faz cabeças  virarem quando passa pela porta

Não precisa de maquiagem para se cobrir

Sendo do jeito que você é já é o suficiente

 

Quem não estava feliz com os flertes que as garotas estavam recebendo, eram Sabo e Law, que acompanhados de alguns dos Heart, chegaram a tempo de presenciar a atenção especial que as meninas estavam recebendo desde que ganharam as rosas.

 

Todo mundo na sala pode perceber

Todo mundo menos você

Baby, você ilumina meu mundo como mais ninguém

O jeito que você vira o cabelo me deixa arrepiado

 

Anny estava extasiada, pela primeira vez tinha colocado os pés em uma ilha e não tinha sofrido nenhum ataque, tudo estava devidamente perfeito para a loira que nunca imaginou ter um privilégio de conhecer sua banda favorita.

 

Mas quando você sorri para o chão, não é difícil notar

Você não sabe que é linda

Se ao menos você visse o que eu posso ver

Você entenderia porque te quero tão desesperadamente

 

Quando Ikkaku olhou para o outro lado do salão viu Law vindo na direção delas. A morena pela primeira vez resolveu intervir. Caminhou de encontro com Law.

 — Que surpresa você aqui, capitão!  —  Ikkaku enlaçou seu braço ao de Law e o arrastou em outra direção. — Porquê não me paga uma bebida? 

 — Pare de me arrastar Ikkaku. —  A irritação estampou a face de Law quando foi tirado da direção que pretendia ir. 

 — Ela está feliz! Deixa ela aproveitar…A loira passou por tanto sofrimento, ela merece se divertir… Pare de ciúmes! A loira não vai se jogar nos braços do primeiro que aparecer…

 — Ela ficou com o Eustass-ya!

 — Porque você pisou na bola! Desde o dia que aquela menina entrou no Tang, ela se esforçou para te agradar e ter sua atenção… Se a loira ficou com outro foi porque você terminou com ela.

 — Tsc… Anny-ya é fraca para bebida não a deixe beber muito.  — Law se deu por vencido após sentir o amargor da verdade lhe queimar a garganta, então desistiu de ir até Anny e se direcionou até o bar para pegar algo para beber.

 

Antes de retornar para as amigas, Ikkaku passou para conversar com os companheiros e se certificar que não teriam mais nenhuma interrupção. 

 

Se de um lado do salão a tensão tinha se formado, Anny não percebeu, estava absorvida pelo embalo da banda e mexia o quadril no ritmo da canção enquanto se servia de mais uma bebida que lhe foi oferecida. Quando olhou em volta para ver as amigas, viu Koala dançando animada e Robin conversando com um homem loiro e alto. Anny vasculhou o salão com o olhar à procura de Ikkaku.

E foi quando ela o viu. Anny abriu e fechou a boca diversas vezes, não conseguia acreditar que aquela pessoa estava ali. Deu alguns passos na direção dele e semicerrou os olhos para se certificar que realmente era quem ela pensava. Um sorriso largo estampou seu rosto quando suas suspeitas se confirmaram.

 

"Aquela pessoa realmente está aqui!"

 

Olhou freneticamente em volta à procura de seu alvo anterior, deu um pulinho, e foi na direção de Ikkaku que estava conversando com os companheiros. 

 — IKKAKU… IKKAKU… IKKAKU…  —  A menina repetiu freneticamente enquanto puxava o braço da morena.

 — Quantos desses você já bebeu?  —  Perguntou apontando para a taça enquanto observava a agitação de Anny. 

 — Dois. Mas não é isso que importa…Ikkaku eu vi ele… - A empolgação da garota começou a chamar a atenção do restante do pessoal. 

 — Loira explica direito!  —  As palavras desconexas impediam o entendimento.

 — Ele…Ele… Está aqui… Temos que ir lá… Falar com ele… ELE… ELE… Aquela pessoa… - —  Ikkaku arregalou os olhos

 — Tem certeza? … É ele mesmo?  — Anny confirmou freneticamente com a cabeça.  —  Porra loira… Que sorte você achar ele bem nesse lugar. 

 — Como diz o Kid, não é sorte é destino!

 — Que seja! Então vamos lá, antes que ele vá embora.  — A morena segurou nas mãos de Anny que travou.

 — Vamos chegar lá assim? De repente? Tenho vergonha, está cheio de pessoas aqui… Precisa de privacidade.  —  Anny cujo o álcool já afetou seu raciocínio não sabia como agir nessa situação.

 — É só puxar ele num cantinho é dá para ter toda a privacidade do mundo.  — Ikkaku piscou para Anny que sorriu igual uma criança que está prestes a fazer algo proibido.

 

Os que estavam ali presentes observaram as companheiras se afastando e se entreolharam confusos. Alguns já sabiam, que Law, não ficaria satisfeito com aquela situação. 

 

Law, que ficou no bar por alguns minutos e tomou dois copos de Whisky, resolveu retornar após se acalmar. Tendo percebido que estava mais irritado do que o normal, não sabia exatamente como iria ficar apenas observando outro homem flertar com Anny sem interferir.

Ao retornar não percebeu a tensão entre os companheiros. Law se encostou na parede e soltou um longo suspiro, seus olhos se direcionaram para a frente do palco onde Anny dançava. E ele identificou um único e exclusivo problema… Anny não estava lá… Olhou em todas as direções tentando localizá-la.

   — Viram a Anny-ya?  —  Law encarou os subordinados e percebeu o desconforto deles.

 — Ham… Saiu com a Ikkaku — Shachi falou evitando dar muitas explicações.

 — Saiu para onde?  — Law sabia que algo estava errado.

 — Ficar com alguém… — Sem saber da história entre Law e Anny, Clione respondeu naturalmente. Penguin e Shachi sentiram o sangue gelar.

 — Que?! De que merda está falando?! — Law trincou os dentes irritado, e diferente dos companheiros, seu sangue ferveu.

 — Ah… Ela chegou aqui animada dizendo que ele estava aqui… - Outro companheiro respondeu, e Law trincou o maxilar.

 — Ele quem?!  —  Law contestou furioso.

 — Calma capitão, ela não falou quem era… A música alta não deixou a gente entender o teor da conversa.  — Penguin tentou ter um momento de sensatez, mas também se sentia confuso, nunca tinha visto Anny empolgada falando de algum homem.

 — Kid… ela falou o nome do Kid. - Bepo respondeu. 

 — Aquele desgraçado está aqui?  —  Law esbanjou uma aura assassina e seus subordinados começaram a  gaguejar. — Aquele filho da puta só pode estar seguindo ela.

— Iiih vai dar merda… — Como um vidente, Shachi já previa a confusão que estava por vir.

— Ao menos viram para onde ela foi?! — Todos negaram com a cabeça para irritação do Cirurgião. 

— Foram para um cantinho… —Bepo respondeu, sem conseguir entender o porquê da irritação de Law.

— Hãn?!... Qual cantinho? Ninguém consegue me dar uma porra de informação direito? — O aspecto sombrio de Law deixou todos acuados. 

— Ela chegou aqui animada contando para que tinha encontrado “ele”... depois falou sobre Kid… Ikkaku disse que elas deveriam ir logo antes que ele fosse embora… Anny falou que tinha vergonha de ficar em público e Ikkaku sugeriu um lugar com privacidade. — Sabo explicou enquanto seu olhar se mantinha fixo em Koala. 

—E você simplesmente deixou ela sumir com o Eustass-ya? Achei que tivesse vindo cuidar de sua irmã! — Sabo apenas balançou o ombro não demonstrando interesse. 

— Quem veio para vigiar minha irmã foi você! E sinceramente, diferente de você, não tenho motivos para impedi-la de ficar com outra pessoa. — Sabo não esperou pela resposta de Law, saiu apressado na direção de Koala, quando viu um homem suspeito próximo a ela. 

— E vocês? Não se preocuparam em cuidar da companheira de vocês? - A raiva de Law estava visível e alguns de seus companheiros não entendiam o real motivo.

— Capitão, qual seria o motivo para impedirmos ela de ficar com alguém? — Uni contestou, a verdade é que ele, a um tempo atrás tinha descoberto, de uma forma não agradável, sobre seu capitão  e Anny, porém resolveu manter a discrição e não comentar com ninguém. 

— Penguin e Shachi, venham comigo, o restante não saia daqui!

 

Law encerrou a discussão e saiu a procura de Anny.

 

 

A cada vez que piscava, a visão de Anny ficava turva. Com passos pesados ela tentou retornar para junto das companheiras. A banda encerrou o show. Uma movimentação estranha chamou a atenção dela. As pessoas estavam agitadas, acidentalmente alguém esbarrou no garçom que derrubou a bandeja de bebida  que recaiu no vestido de Anny.

O cheiro forte de bebida fez o estômago dela se contorcer e uma sensação de ânsia subiu pela sua garganta até se instalar em sua boca. Recuando alguns passos o ar fresco vindo da porta atrás de si chamou sua atenção. Anny então, resolveu sair para respirar ar puro. A quantidade de álcool ingerida durante a noite começou a surtir efeito. 

Sentindo algumas pontadas na cabeça e dificuldade para andar, Anny não tinha vontade de voltar para o barulho do salão. Andou do lado de fora até avistar um banco que ficava no parque, localizado a alguns metros de distância de onde estava.

Com deliberado esforço, caminhou até chegar no banco, sentiu náuseas e dificuldade para respirar. Ela não conseguia entender o porquê de se sentir mal, já que a maioria do que bebeu eram apenas sucos. Afinal foi o que o garçom disse, o que Anny não tinha entendido, era que o fato das bebidas terem sabores de morango, abacaxi, groselha, não necessariamente significava que as bebidas eram apenas sucos. A garota se sentou e abaixou a cabeça olhando para os pés nus, já que retirou a sandália dourada de tiras a deixando em cima do banco.

—Ei garota! Está se sentindo bem? — Uma voz masculina ecoou das sombras das árvores e Anny olhou na direção tentando identificar quem lhe chamava. — Você…

— Estou com falta de ar pode me ajudar? — Ela solicitou com a respiração pesada. 

— Como? - O homem sentou ao lado dela um pouco preocupado. Não sabia o que fazer em tais situações. 

— Pode desamarrar essas fitas? Estão me apertando. — Anny apontou para as tiras que ziguezagueava suas costas. 

— Droga não consigo desamarrar. — Os nós pequenos e delicados do laço eram difíceis para as mãos grandes e largas do homem desfazerem, que sem paciência, segurou a fita com as duas mãos e as arrebentou. 

— Obrigada. — Anny respirou com mais facilidade ao se livrar do aperto do vestido.

— Está sozinha? — O homem perguntou curioso.

— Meus companheiros estão lá dentro. — Anny apontou na direção do salão de festas. 

— Quer que te acompanhe até lá? — Questionou vendo que ela não teria condições de andar sozinha.

— Não posso voltar lá nessas condições. — Anny apontou para o vestido, que, pela falta das fitas, precisava ser segurado para não cair. — Podemos ficar aqui mais um pouco? 

— Sem problemas!

 

Anny apenas suspirou aliviada, tendo a certeza que estava em boa companhia…

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado do capítulo.

Será que teremos confusão?? Quero saber quais são as apostas de vocês!!


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