1. Spirit Fanfics >
  2. Tempestades de Paixão - A bordo do Polar Tang >
  3. Relaxar não é uma opção.

História Tempestades de Paixão - A bordo do Polar Tang - Relaxar não é uma opção.


Escrita por: Aniayukari

Capítulo 54 - Relaxar não é uma opção.


 

NARRADORA POV. 

 

(Polar Tang 01:00 horas - Madrugada)

 

— Será que a Anny desistiria de treinar se ela e o capitão ficassem juntos? — Uni perguntou

— Duvido, quando a Anny quer algo, não desisti. — Shachi sabia que sua amiga era teimosa e nem mesmo Law a faria mudar de idéia.

— Sentirei falta da loira. — Ikkaku esboçou uma feição triste.

— Porquê  não pudemos ir com eles? —  Bepo não entendia porquê Law e Anny saíram sozinhos para se divertir.

— Porque eles foram num encontro, amigão. — Penguin passou a mão nas costas de Bepo tentando confortá-lo.

— O que é um encontro? —  Bepo perguntou inocentemente.

— É quando duas pessoas vão namorar. — Shachi explicou.

— Hum… O que seria namorar? 

— É quando duas pessoas se amam e se jun…

— E procriam! Fazem filhotes! — Ikkaku interrompeu Shachi.

IKKAKU!! — Foi repreendida por dizer algo tão explícito para Bepo.

— O Captein quer fazer filhotes com a Anny!? — Bepo arregalou os olhos espantados.

— Isso mesmo, ele quer fazer muitos filhotinhos. — Ikkaku continuou ao perceber que Bepo sabia o que seria procriar.

IKKAKU! — Voltaram a repreendê-la, por dizer coisas desnecessárias para Bepo.

 

… Ahh…Hmm.. Ahh… Law…

 

— É brincadeira, né? — Penguin olhou pro teto. 

— Por favor me diga que não é o que eu estou pensando. — Shachi tampou os ouvidos com as mãos. 

— Você não está escutando a Anny gemer e a cama balançar. — Ikkaku não sabia se admirava a performance da amiga ou se debocha de Sachi.

— Cala a boca mulher!! — Sachi exclamou irritado.

— Bom, ao menos sabemos que o encontro deu certo. — Uni não sabia se chorava por estar escutando a garotinha do bando fazer sexo ou se ficava feliz por seus conselhos terem funcionado.

— Eeh! É a Anny que está gritando? Será que ela se machucou? — Bepo ficou preocupado com a amiga.

— Se ela se machucou não sei… Mas que amanhã ela não anda…Isso é certeza!

— Cala a boca Ikkaku!

— Hãn?! Será que não é melhor irmos lá?

NÃO!! — Todos gritaram.

— Me desculpe! — Bepo abaixou a cabeça.

 

(Polar Tang 13:00 horas)

 

 

Anny acordou com uma sensação aconchegante e calorosa… Os raios do sol entravam pela beirada da cortina dando um ar preguiçoso para aquele dia.

Virando-se de lado encontrou Law deitado. Anny estranhou o fato do cirurgião estar dormindo, era habitual o mesmo acordar quando os primeiros raios do sol apareciam. 

Refletindo sobre o passado, Anny se lembrou dos momentos tempestuosos com Law, das vezes em que se convenceu que deveria esquecê-lo a qualquer custo. A soma desses acontecimentos a fez levantar uma barreira que os separasse, evitando que seus sentimentos lhe roubassem a razão. Porém desde que se reencontraram, apesar dos altos e baixos, e por mais que tentasse se convencer do contrário, sabia que Law estava se esforçando para reconquistá-la.

A última noite foi uma comprovação, qualquer um que conhecesse o cirurgião sabia que ele não era de se expor… A não ser que fosse por algo verdadeiramente importante. 

O zelo com o qual Law preparou o encontro deles foi como raios de sol, que aqueceram o coração da garota e dissipou a neblina de incertezas que pairava sobre seus pensamentos. 

Feliz… Anny sentia uma terna e cristalina felicidade… E toda essa felicidade há assustava… Considerava que sua vida seguia um certo ritmo, sempre que começava a navegar num mar calmo, uma tempestade chegava e a jogava num mar revolto.

Soltou um longo suspiro e apoiou a cabeça no ombro de Law.

— Anny-ya…? Algum problema? — Law  acordou e percebeu Anny perdida em pensamentos. 

— Ah…Na-Nada… Você demorou pra acordar, fiquei preocupada. —Tentou disfarçar.

— Não está mentindo, está? — Law passou os dedos pelos fios dourados, sabia que se algo a incomoda-se, dificilmente ela  revelaria. 

— Na verdade… Queria saber se tenho que sair escondida…. — Anny abaixou o olhar, não tinham conversado a respeito de revelar para o bando que estão juntos.

— Não Anny-ya, não precisamos esconder que estamos juntos. — Law sabia que depois da noite anterior, todos saberiam sobre seu envolvimento com Anny.

— Estamos juntos? — Anny arqueou a sobrancelha e sorriu com uma expressão enigmática no rosto.

— Não estamos? — Indagou, confuso, sem saber se a noite que passaram não foi o suficiente para Anny voltar para ele. 

— Estamos juntinhos?— Com um sorriso divertido perguntou novamente.

Law sorriu de canto, não respondeu com palavras e sim com ações. Ele a puxou para perto de si, Anny sentiu o toque macio dos lábios dele envolvendo os dela num beijo inocente. Law acariciou os cabelos loiros, sentindo a textura macia. O beijo permaneceu lento e amoroso, numa demonstração mútua do carinho que sentiam um pelo outro

Anny começou a sentir os efeitos do beijo, seu corpo pedia por mais contato.

Colocou sua perna entre as pernas dele, estremeceu ao sentir a coxa firme de Law contra sua intimidade, os dois estavam nus, cobertos apenas pelo fino tecido do lençol. Anny aprofundou o beijo e deslizou sua mão pelo abdômen dele.

A segurando pela cintura e num movimento rápido a tirou de cima dele, encerrando as carícias.

— Temos que levantar, Anny-ya. — Além de já ter passado da hora habitual de sair da cama, Law se via completamente exausto, sua noite tinha sido esplendidamente deliciosa, mas esgotou todas as suas energias satisfazendo a garota.

— Ei! Não vamos terminar? — Anny não acreditou que Law simplesmente… Parou. 

— Não… Só mais tarde. — Ele se levantou sentando na cama. 

— Ta! — Emburrada, Anny se virou de lado se cobrindo com o lençol. 

— Não fique brava, porque não busca uma roupa e vem tomar banho? —Law puxou o lençol expondo a nudez dela

— Hum… Okay! — Não foi preciso muito para ela se animar novamente, afinal já fazia tempo que eles não tomavam banho juntos. 

— Anny-ya… O que… O que está fazendo? — Law arqueou a sobrancelha ao ver Anny vestindo sua cueca box preta.

— Ah! minha calcinha sumiu! Não posso sair sem usar nada. — Anny explicou, enquanto vestia também a camisa dele.

Law a avaliou de cima a baixo, estava totalmente sexy vestindo uma cueca, que ficou colada no corpo dela deixando a polpa da bunda totalmente à mostra, a camisa sem abotoar deixava seus seios parcialmente expostos. Percebeu que Anny ficava perfeita vestindo qualquer coisa.

— Vem aqui, Anny-ya. — Law a chamou, ele ficou sentado enquanto Anny ficou em pé, parada no meio das pernas dele. 

— O qu-que foi, Law?

— Tsc… Você não ficou com nenhuma marca. — Law praguejou, a pele dela não tinha nenhum sinal da noite intensa dos dois, não havia nenhum roxo que denunciasse o quanto ele a chupou, em contrapartida, o corpo do cirurgião estava repleto de vergões vermelhos, entregando o quanto as unhas dela tinha arranhado a pele dele. 

— Que bom, né?! Sinal que minha Inu Inu no Mi está funcionando. — Anny sorriu e saiu do quarto para buscar uma roupa. 

Aproveitando a ausência dela, Law foi até seu banheiro e encheu a banheira e entrou dentro sentindo a ardência de seus arranhões. Mexendo os ombros tentou aliviar a tensão dos músculos, a água quente o ajudou a relaxar. 

Anny entrou no banheiro retirando sua roupa e prendendo seus cabelos. Law observou Anny entrando na banheira. Aos seus olhos ela parecia um pouco diferente. Ela agia com mais liberdade e sua insegurança não era tão visível.

— Law você parece estar bem cansado. — Anny notou que as olheiras do cirurgião estavam mais escuras.

— Estou exausto. 

— Imagino… Você se esforçou muito estudando sobre meu problema, e depois teve o festival. — Law arqueou uma sobrancelha,  Anny não fazia ideia dos reais motivos por ele estar cansado. — Me deixa lavar seu cabelo pra recompensar seu esforço.

— Você está diferente, Anny-ya. — Law comentou, Anny se ajoelhou no meio das pernas dele e colocou shampoo nos fios negros.

— Diferente como? — Questionou, massageando o couro cabeludo dele.

— Está desinibida, não tem receio de tomar iniciativa, antes você não me pediria para lavar meu cabelo. —  Não que ela tivesse deixado de lado seu jeito tímido, mas Anny demonstrava estar mais à vontade na presença do cirurgião.

— Antes eu tinha receio de deixar transparecer que eu gostava de você. — Law observou semblante melancólico dela. — Pensava que se eu fosse muito carinhosa, você desconfiaria dos meus sentimentos e se afastaria… E bom… Foi exatamente o que aconteceu, né?

—  Me desculpe Anny-ya…  — Envergonhado, relembrou de como lidou de forma imprudente com os sentimentos da garota.

— De qualquer forma, agora é passado! Vamos esquecer por hora o quão tapado e idiota você foi. — Anny respondeu naturalmente enquanto tirava a espuma das mechas negras.

— Tsc… Vou ter que dar um jeito nessa sua boquinha atrevida Anny-ya? 

—  Hum… Talvez… —  Ela passou os braços em volta do pescoço dele e roçou seus lábios nos dele esperando que Law “desse um jeito em sua boca atrevida”.

— Tenho que ir, pode terminar o seu banho tranquilamente. — Law falou depois de dar um beijo nela e se levantar se enrolando em uma toalha.

— Hãn??... Law espe… — Anny ficou sem entender o que estava acontecendo, Law a tinha evitado por duas vezes seguidas e ela estava ficando completamente confusa. 

Anny se recostou na banheira, enquanto ensaboava seu corpo, tentava entender o comportamento estranho de Law. Ele tinha comentado que ela estava agindo com mais liberdade, e aparentou  gostar do comportamento dela… Então, porque esquivava-se  dela?

 

.

.

 

Penguin lavava a louça do café da manhã e Shachi guardava as vasilhas, quando Law entrou na cozinha em silêncio, sentando-se em seu lugar,  esfregou os olhos tentando afastar o sono.

— Café? —  Penguin perguntou já colocando uma xícara na frente de Law.

— Anny não veio tomar café, ela está bem? — Shachi estava um tanto quanto bravo, se seu capitão estava naquele estado, imagina a coitada da garota. 

— Credo! Capitão, você parece que foi mastigado e cuspido por um rei dos mares. — Uni que entrou na cozinha percebeu o estado lamentável do cirurgião. 

— Por um rei dos mares eu não sei…Mas por uma loba… — Ikkaku se sentou, adorando ver o estrago que sua amiga fez.

— A Anny… está… — Penguin não queria nem imaginar o estado que sua amiga deveria estar.

 — Quem rasgou minha almofadinha!! — Anny entrou na cozinha com o semblante fechado.

Com os cabelos ainda ondulados, ela o prendeu em um rabo de cavalo e vestiu um vestido modelo ciganinha rodado na cor branca e estampado com flores de cerejeira, seu comprimento ia até o meio das coxas. 

— Anny você está…

— Viva? — Shachi completou a frase de Penguin. 

Porquê não estaria?! E parem de completar a frase um do outro é estranho! —  Anny tinha uma veia saltada em sua testa.

— Loira, não foi você quem rasgou isso aí, ontem a noite? — Ikkaku sorriu maliciosa.

Não! já faz alguns dias que rasgou… Law foi você?! — Irritada, Anny batia o pé no chão.

— Não… — Law sabia que se revelasse que foi ela quem estragou o objeto, Anny ficaria profundamente triste.

Law você é o capitão! descobre quem estragou minha almofadinha! — Anny estava quase chorando, aquele foi um presente de Sabo. 

— Anny, não se preocupe, eu vou costurar pra você. — Uni pegou o objeto e avaliou que o estrago não foi tão grande. 

— Obrigada Uni, você é o melhor!! — Anny o abraçou em agradecimento. —  Mas Law, você ainda tem que descobrir quem estragou minha almofadinha.

— Loira… como está se sentindo? — Ikkaku mudou o rumo da conversa. 

— Estou ótima! Penguin está com fome. — Anny abriu a porta da geladeira procurando algo para comer.

— É claro que está… — Penguin resmungou.

— Vocês estão estranhos? Não dormiram direito? — Anny observou que todos aparentavam estar abatidos.

— Terei pesadelos pelo resto da minha vida. — Deprimido, Shachi se debruçou em cima da mesa.

—  Sinto que a pureza do mundo foi corrompida. — Penguin suspirou. — Quero a imagem de Anny fofinha de volta.

— Estou confusa. —  Anny não conseguia entender o comportamento anormal dos companheiros.

— Loira, eles estão traumatizados porque escutaram a alta performance sua e do capitão. — Ikkaku observou Anny ficar tão vermelha que achou que ela morreria de vergonha. — Mas relaxa, estou orgulhosa.

— Vo-Vocês, es-escuta- escutaram… — Anny gagueja envergonhada.

— Bom o quarto dos meninos ficam embaixo do quarto do capitão… Estávamos lá jogando cartas. — Ikkaku sabia que seria impossível não escutar nada. 

Law!! Por que todo mundo escutou a gente?! Você não usou seu poder?! — Anny trincou os dentes, estava irritada e envergonha. 

 — Usei! Só que depois de um tempo era usar meu poder ou te f…

 — Law!! Olha o que vai falar!

 — Porque está brava Anny-ya? Achei que não queria esconder que estamos juntos.

 — Então vocês estão juntos??!!  — O trio indagou com entusiasmo.

 — Isso não significa que quero que todos escutem a gente fazer amor. —  Anny ignorou a pergunta do trio.

 — Não tenho culpa se você geme alto.

 — É culpa sua que faz forte!

 — CHEGA!! —Penguin e Shachi gritaram juntos. 

 — Parem de drama, não é novidade pra ninguém que a loira já não é mais virgem.

 — IKKAKU!!  — Anny repreendeu a postura inconveniente da morena.

 — Que?! tô mentindo?  — Ikkaku tentava conter a risada. 

 — Eu… Eu… Sinto muito que tenham… Escutado algo tão vergonhoso.  — Constrangida Anny se curvou. 

 — Anny-ya, você não tem do que se desculpar. — Law sabia que errado eram os outros que estavam comentando coisas desnecessárias.

 — Shiiu! Law, isso tudo, é culpa sua! Não vamos fazer mais nada no submarino! 

Anny não conseguia esconder seu constrangimento, se viu tão vermelha que sentia seu rosto queimar. Estava irritada com o cirurgião por deixá-la naquela situação tão constrangedora. Apressada saiu da cozinha para não ter que olhar para os companheiros.

—  Tsc… Vocês três… —  Law trincou os dentes e fuzilou o trio com o olhar.

—  Loiraa, espera por mim… — Ikkaku saiu correndo antes que fosse castigada. 

—  Pensa pelo lado bom capitão, você não vai mais acordar só o bagaço. — Shachi brincou, era explícito como a noitada deixou Law cansado. 

—  É… Mais duas noites assim, você morre… Ou vai afinar o p…

—  Room… Shambles…

 — CAPITÃOOO!!

 

No deck da sala de observação, Anny estava sentada no chão olhando para o mar.

 

—  Loira como vai ficar as coisas entre você e o capitão? 

—  Eu achei que tudo estava bem… Mas tem algo, que está me incomodando. — Anny suspirou.

—  O que foi loira? 

—  Ele me evitou hoje cedo, não quis fazer sexo… —  Anny cruzou os braços emburrada. —  Sem falar que ontem a noite a gente nem chegou na quinta vez e ele me tirou de cima… Será que ele não sente mais tesão por mim? 

— Tá explicado porquê o capitão está parecendo um morto que esqueceu de cair. 

— Que? Porquê? —  Anny não estava entendendo onde sua amiga queria chegar.

— Loira, vocês dois estavam com tesão acumulado, o capitão deve ter comido de todas as formas possíveis e ainda te aguentou montada nele… Fique feliz por ele ter aguentado tanto. 

— Ahh… Então não dá pra ficar duro toda hora?

— Não é bem assim que funciona loira… E porquê diabos você quer que um pau fique duro toda hora? 

— Eu não quero!!

— Deixa o capitão descansar, você esgotou as energias do coitado e ainda o deixou cheio de arranhões. — Na cozinha, Ikkaku tinha percebido que mesmo de camisa, dava para ver alguns arranhões no peito de Law.

Anny arregalou os olhos, se lembrou que o corpo dele estava cheio de vergões vermelhos. 

— Nesse caso, vou lá cuidar dele. —  Anny se levantou, Law tinha feito muito por ela nos últimos dias e queria retribuir. 

A menina saiu deixando Ikkaku sozinha, a morena ficou dando risada, conversar com Anny era divertido,  pois a inocência da garota a fazia ter dúvidas de coisas que eram óbvias para qualquer um.

 

Anny foi para a cozinha, pensou em preparar algo para Law comer. Já fazia tempo que ela não cozinhava, e esta era uma atividade que ela gostava.

 

—  Ei Shachi, viu o Penguin? —  Anny perguntou ao entrar na cozinha. —  Queria saber se o Law comeu.

—  Eu sou o Penguin… E não, o capitão não comeu. —  Anny não sabia, mas Law tinha usado seu poder para trocar as mente dos meninos de corpos.

— Olha… Falarem juntos ou completarem a frase um do outro… Tudo bem… Mas isso aí já é bizarro. —  Anny achava que Shachi estava fingindo ser Penguin.

—  Anny eu sou o Penguin! —  O cozinheiro estava irritado por ter que estar em outro corpo. 

— Okay, vou entrar na brincadeira… Então, suposto Penguin, vou preparar um lanchinho pro capitão tá bom… E se ver o outro Penguin diz que usei a cozinha dele.

— Não tem outro Penguin! Eu sou o Penguin!

— Ta! Ta!

Anny ignorou o amigo e se concentrou em sua atividade. Ela preparou onigiris, e colocou cupcakes para assar. Aproveitou o momento para fazer um suco de laranja. Deixou o forno programado para desligar e foi para a sala de cirurgia, pegou um frasco de vidro e um pacote de erva de camomila. 

Anny preparou uma bandeja com tudo que tinha feito. 

— Shachi avisa pro Penguin que depois eu limpo a cozinha. —  Anny gritou do corredor.

— Já avisei que eu sou o Penguin, droga!!

 

A loira revirou os olhos, não via nenhuma graça na brincadeira do amigo e decidiu que mais tarde chamaria Bepo para ensinar meios de diversão mais legais para Shachi.

 

— Law, posso entrar? —  Solicitou quando chegou na porta do escritório.

— Entra.

Com dificuldade, equilibrou a bandeja em uma das mãos e abriu a porta.

 Law que estava deitado no sofá e com o rosto tampado pelo chapéu, sentou-se ao ver Anny entrando com uma bandeja na mão.

— Trouxe um lanchinho. —  Anny encarou docemente meiga.

— Lanchinho?  —  Law pegou a bandeja e colocou no sofá, avaliou que era muita comida para uma pessoa só.

—  Sim… E tira a camisa. —  Law sentiu um frio na espinha, estava começando a sentir saudades da Anny tímida. 

—  Fiz óleo de camomila, para aliviar o desconforto dos arranhões. —  Anny percebeu que Law achou que ela queria outra coisa. 

—  Não precisava se preocupar, Anny-ya. —  Comentou, enquanto retirava a camisa. 

— Você sempre cuida de mim, só quero retribuir. 

Anny sentou no braço do sofá e Law ficou de costas para ela, que tinha passado o óleo nas mãos e com delicadeza foi espalhando o conteúdo pelas costas do cirurgião, tentou não se atentar para aquela visão majestosa que provocava um calor incontrolável em seu corpo.  

— Chá? —  Law sentiu falta de uma garrafa de café.

— Sei que prefere café para recuperar energias, mas chá ajuda a dormir, e dormir ajuda a se recuperar… E assim você vai estar recuperado para noite. 

— Recuperar… Para a noite…? 

—  Ikkaku disse que nossa noite te deixou acabadinho…

— E sua intenção é me fazer dormir agora, pra ficar acordado a noite toda pra dar conta desse seu fogo todo? —  Ele sorriu provocante. 

—  Não! Eu só queria… Ah! Deixa pra lá —  Anny cruzou os braços e fez um biquinho

—  Vem aqui. —  Puxando-a pela mão, Law a fez sentar em seu colo. —  Você também arranhou aqui na frente. 

— A propósito, acho que deveria examinar o Shachi ele tá estranho. —  Anny deslizava a mão com óleo de camomila pelo peitoral de Law. 

—  Ele se machucou? —  Law pegou um cupcake e deu para ela morder.

— Não, mas tá estranho, ele está fingindo ser o Penguin… Será que ele está carente? — Anny massageou os ombros dele.

— Talvez ele esteja com problemas na cabeça. —  Law tentou conter um sorriso ao perceber que Anny não tinha conhecimento do que realmente estava acontecendo. 

— Coitadinho… — Anny se arrependeu de ter dito que o amigo estava fazendo brincadeiras sem graça.

Em silêncio, Law aproveitava a sensação gostosa de ter as mãos de Anny deslizando pelas suas costas, queria ficar preso naquele momento para sempre.

— Vem aqui… —  Law a puxou para seu colo a fazendo ficar de frente para ele, apreciar a beleza dela era terapêutico, um calmante natural que afastava toda e qualquer preocupação de sua mente. 

—  O que… O que é isso? —  Anny avistou um livro familiar no encosto do sofá.

—  É o seu livro… — Law praguejou mentalmente, ela não deveria ter achado aquilo.

—  Está todo rabiscado! Porquê fez isso, Law?! —  Anny atribui a culpa do estrago em seu livro ao cirurgião.

—  Não Anny-ya… Foi a Ikkaku que fez essa bagunça no livro. — Law tentou se defender, não iria se responsabilizar pela bagunça da morena.  

— Mas o que… Coração desenhado por velas na praia… Pedido de encontro ao som de uma serenata…  Que doideira é essa, Law? —  Anny estava espantada com aqueles devaneios escritos nas páginas de seu livro. 

—  Ikkaku disse que… Você queria esse tipo de coisa romântica… —  Law explicou, tentando esconder seu constrangimento.

— Você realmente não me conhece nadinha… —  Anny  passou os braços em volta do pescoço dele. 

— Estou confuso… —  Admitiu, tinha quase certeza que Anny gostava dessas fantasias românticas.

— Law… Não sei nomear o que eu quero…Mas eu fiquei feliz de acordar e não precisar fingir que nada aconteceu… Fiquei feliz de preparar um lanche pra você e estou feliz de estar aqui, sem precisar ter medo que nossos companheiros saibam da gente... Só quero que tenhamos momentos só nossos.

— Anny-ya obrigada por não desistir de mim…

Três segundos depois, Law esmagou seus lábios nos dela, num beijo apaixonante, seus corações batiam no mesmo ritmo como se fossem um só, cada poro de seus corpos absorviam o amor que um sentia pelo outro.

As mãos dele subiram pelas coxas por dentro do vestido até chegar na bunda dela onde apertou com força. Mesmo esgotado não conseguia resistir a tentação de tê-la sentada em cima dele, ela era tão receptiva ao seu toque, o que o deixava satisfeito. 

— Pensei que estava cansado, senhor Trafalgar. — Com um sorriso maroto, retirou a mão dele que estava quase chegando em sua intimidade. 

— Estou contando com seus cuidados para relaxar, senhoria Monkey D… Eu não vou fazer nada… —  Ele sussurrou no ouvido dela e colocou as mãos para trás. 

  Anny entendeu a indireta… desceu beijando o pescoço, clavícula e peitoral deixando um rastro de saliva, até chegar no abdômen, ela amava aquela parte do corpo dele, beijou e chupou cada gominho.

Ela ficou de joelhos na frente dele. Aproveitou para desabotoar e abrir o zíper da calça, sentiu o volume do membro sobre as camadas do tecido... Law gemeu baixinho, sua menina, sabia como enlouquecê-lo

Anny estava adorando a liberdade de tomar iniciativa, gostava de ver as reações que provocava no Cirurgião. Timidamente passou a mão pelo membro coberto, Law apertou os lábios para contar um gemido. 

— Capitão preci… — Shachi que estava no corpo de Penguin entrou sem bater na porta e ficou paralisado com a cena de Anny ajoelhada no chão. 

—  Penguin! — Anny se levantou apressada, seu rosto ardia de tanta vergonha, como se não fosse o suficiente seus amigos a terem escutado de madrugada, agora foi pega em uma posição completamente reveladora.

— Merda! — Law se levantou ajeitando sua roupa.

— PORQUE VOCÊS NÃO TRANCAM A PORTA?! — Traumatizado, Shachi gritou.

— E porque você não bate na porta? — Law ironizou, pois  Shachi nunca aprendeu a simples lição de bater na porta. 

 — Não acredito que quase vi a Anny ch..

PENGUIN!! — Anny gritou.

— Eu sou o Shachi!

— La…La…Law… 

Anny começou a gaguejar, o momento constrangedor despertou algo dentro dela, seu coração aumentou a frequência de batimentos até que sua consciência apagasse e…

Ela se transformou num filhote. 

— Que gritaria é essa? — Ikkaku que estava indo fazer manutenção em uma máquina na sala de cirurgia parou na porta. 

— Entrei aqui e o capitão e a Anny…

— Calado. — Law o repreendeu antes que falasse o que não devia. 

— Entrou sem bater, né idiota? — Ikkaku não precisou de muita informação para deduzir que Shachi pegou o casal no flagra.

Ela disse que não faria mais nada no submarino! — Shachi esfregava os olhos tentando limpar de sua mente do que viu.

— E você acreditou?! É uma besta mesmo!

Enquanto a discussão acontecia, o filhote farejou o cheiro de comida e se lambuzou com os cupcakes que estavam na bandeja, seu focinho e patinhas ficaram lambuzados de cobertura de chocolate.

— Anny-ya, pare! — Law percebeu muito tarde a bagunça que ela fez e seu sofá ficou todo sujo de comida. 

Assustado com o tom de voz de Law, o filhote saiu correndo antes que qualquer um o pudesse segurar. 

— Vão atrás dela. — Law ordenou, já sabendo que cinco minutos seria o suficiente para que a pequenina causasse  uma enorme confusão.

 

Nada…

 

Absolutamente nada…

 

Os Heart tinham se mobilizado para encontrar o filhote… Mas depois de meia hora procurando ninguém conseguiu encontrá-la.  

Tinha procurado em cada canto mas o filhote parecia ter evaporado. Law começou a se preocupar, fora as travessuras que fazia, a lobinha poderia se machucar, principalmente por ter o hábito de brincar com fios de eletricidade.

SOCORRO…SOCORRO…AHHH…CAPITÃO, ME AJUDA!! 

Escutando os gritos de Bepo, Law correu para a sala de comando… E não conseguia acreditar no que via…

Enquanto todos procuravam por ela, a pequena tinha se escondido na sala de comando, e ficou lá até algo lhe chamar atenção. Com Bepo virado de costas, tudo que ela via era o que parecia um pompom branco e macio.

 

E então…

 

Ela mordeu…

 

A lobinha mordeu a cauda de Bepo, que corria de um lado para o outro desesperado com ela pendurada. 

— Anny-ya, solte o Bepo! — Law ordenou, sem sucesso, a pequena não se importava nenhum pouco com a ordem, tudo que queria era brincar com seu “brinquedo”

Law coçou as têmporas, o cansaço e a bagunça que Anny estava provocando lhe deu dores de cabeça. O filhote não conseguia ter uma boa interação com Bepo, e o coitado do Mink vinha sofrendo com isso, pois a lobinha constantemente o atormentava como se estivesse numa disputa de território... Mas tudo que conseguia disputar com Bepo era quem seria o mais fofo da tripulação.

— Bepo fica parado eu vou te ajudar. — Uni entrou na sala e começou a correr atrás de Bepo que não conseguia ficar quieto pois as presas da lobinha estavam machucando sua cauda.

Na correria, Bepo tropeçou e caiu. Quando percebeu que Uni cairia em cima de si, a lobinha saltou, Law tentou pegá-la mas não conseguiu fazer a tempo de evitar que ela caísse no painel de controle.

A pequena já não tinha medo, estava achando completamente divertido fugir de todos, ela começou a pular em todos os botões, e diversas luzes começaram a piscar, e um sinal de alerta soou pelo submarino. 

— Merda!... Room

Law tentou usar seu poder para pegá-la, mas o filhote foi mais ágil e saiu correndo por debaixo de suas pernas. 

O problema que Law previu aconteceu. A lobinha causou um curto circuito e todas as funções do submarino começaram a falhar. O Tang começou a se preparar para submergir, o problema era que as portas e janelas não estavam fechando e o submarino seria inundado. 

— Porque estamos submergindo com tudo aberto?! — Desesperada, Ikkaku apareceu na porta.

— Anny-ya destruiu os controles… Tente resolver isso rápido que o Polar Tang afunde. 

— Misericórdia isso não é um filhote… É uma máquina de destruição!... Se jogarmos ela dentro da marinha é certeza que em uma semana os piratas não vão ter mais com o que se preocupar.

ANNY!!!

 

Law escutou Shachi e Penguin gritando e o som de panelas caindo. 

 

Depois de tanta confusão, graças às habilidades de Ikkaku, o Polar Tang voltou a funcionar. 

 

Os Heart, seguiram na missão de encontrar Anny. Law não conseguia saber exatamente como, mas quando ela estava em forma de filhote, ele não conseguia sentir a presença dela com seu haki de observação. 

— Capitão, vem aqui… — Penguin chamou sussurrando e Law o seguiu até o escritório.

— O que eu faço…? — A lobinha estava toda fofa, dormindo tranquilamente dentro do chapéu de Law.

— Camuflagem perfeita. — Uni comentou, era quase imperceptível ver ela dentro do chapéu. 

— Se tentar tirá-la dali, ela pode acabar estraçalhando seu chapéu. — Shachi comentou.

— Encontraram a capetinha?! — Ikkaku, que estava exausta apareceu na porta. 

— Prefiro ela assim do que fazendo coisas obcenas. — Shachi adorava a versão de filhote fofo de Anny. 

— Sério?... Porque eu prefiro a versão que ela só destrói o capitão. — Ikkaku, assim como Bepo também sofria com a Anny lobinha. 

— A falação de vocês acordou ela… — Uni apontou para o filhote que bocejava e coçava a orelha com a patinha.

Law prendeu a respiração, temendo que seu chapéu fosse destruído. 

O oposto aconteceu, ela se levantou e foi até Law, ficando com as patas dianteiras apoiada na perna dele, o filhote queria que o cirurgião a pegasse. 

Atendendo ao pedido, Law a pegou no colo e foi para o seu quarto, onde não havia perigo dela causar mais confusão.

Ele se deitou e a colocou na cama ao seu lado. Não demorou muito para o filhote voltar a dormir.

O cirurgião ficou fazendo carinho na cabeça dela enquanto refletia que Anny realmente tinha tomado uma decisão sábia.

Se ela não controlasse seus novos poderes colocaria em risco sua vida e a vida dos outros. Seria impossível treinar um “animal” dentro do submarino.

 

Law não tinha outra escolha… Teria que novamente se separar de sua pequena… 

 

Sentiu um nó desconfortável se formar em sua garganta… 

 

Tudo que ele podia fazer seria aproveitar da melhor forma possível os próximos três dias em que ela estaria no Polar Tang…

 

Pois assim que ele desse andamento em sua vingança, haveria grandes chances dele nunca mais poder retornar para o calor dos braços de sua amada.

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...