O relógio marcava 18:48h, quando Keyla, Lica e Felipe saíram do elevador e deram de cara com Guto lhes esperando escorado no portal, com a porta escancarada.
Carregados com algumas pastas e sacolas, o pianista não perdeu tempo e logo indagou:
— Vocês não estão de mudança pra cá, não né?!
— Ora, ora... – Reclamou Lica entregando a ele uma caixa enorme de papelão.
Já casa adentro, Keyla falou num alto tom de voz:
— O Tato e o Jota estão subindo com os comes e bebes pelo elevador de serviço!!
— E o resto do pessoal?! – Perguntou Guto.
— Presos no engarrafamento. A Ellen acabou de enviar uma mensagem! – Avisou Benê enquanto descia as escadas na companhia de Estela.
— Dona Estela... Aí desculpa! Entrei gritando... - Se envergonhou Keyla.
— Benezinha, gatíssima! – Observou Lica. — Dona Estela. Tudo bem?! – Cumprimentou.
— Estou bem e vocês?! – Estela.
— Bem! – Responderam as duas juntas.
— O que é que tem nessa caixa, hein Lica?! – Indagou Guto.
— Fotos... Um monte delas!
— Tem coisa da época da escola, aí! - Completou Felipe.
— Sério?! - Guto.
Vindos da cozinha, Tato e Jota chegam cumprimentado todos os presentes:
— Boa Noite. – Disse Jota.
— Salve família!! – Saldou Tato.
— Isso aí é o bordão do Anderson, Tato! – Observou Benê.
— É verdade né?! – Concordou Tato.
Enquanto isso, Guto tentava abrir a tal caixa com as fotos, mas foi impedido por Lica.
— Guto... Não! É surpresa. Estou com uma ideia sensacional.
— Hum... Tá certo Heloísa! Bora para o Terraço?! – Guto.
— Vão indo vocês... Eu vou voltar pra cozinha, ajeitar as coisas por lá. - Avisou Tato.
— Credo Tato! Nunca vi gostar de uma cozinha assim. – Reclamou Keyla.
— Ela quer você pertinho dela... – Provocou Tina que entrava porta adentro junto de Ellen e Anderson.
Os cumprimentos se misturavam e se encontravam... Com todos juntos, os amigos seguiram até o terraço. Tato, voltou para a cozinha e com a ajuda de Viviana, montou os pratos.
— Essa cozinha da senhora é um sonho! Tem de tudo. - Observou ele.
— Ah... Imagino que você tenha uma maravilhosa também, em casa. - Viviana.
— É boa, mas com esse dinamismo, não! – Sorriu ele enquanto finalizava um dos pratos.
De volta ao terraço, Ellen estava encantada com o espaço!
— Isso aqui ficou lindo demais!!
— Ôh... Pensa num negócio chique!? - Observou Keyla.
— Tudo idealizado pela Estela... Elogiem ela! - Disse Benê.
— Quisera eu ter uma sogra dessas... - Disse Lica enquanto Felipe o olhava feio.
— Pois é?! - Concordou Keyla.
— Que bobagem, gente. Não foi nada. Só que minha nora e meu filho, merecem tudo de melhor. - Justificou-se Estela.
— No dia que a general Mitsuco me disser isso, eu danço ‘Axé Music' no meio Avenida Paulista, mano! – Avisou Anderson.
— E porque você faria uma tolice dessas?! - Indagou Benê.
— Tô zoando Benê. - Anderson.
— É, tá zoando?! Mas eu estou me lembrando muito bem da promessa, tá anotado! - Afirmou Jota.
— Êh... Cunhadinho folgado.
— Dona Estela...
— Estela, querida! Pode me chamar de Estela. - Disse Estela interrompendo Lica.
— A senhora, assim, não quer nos dar umas idéias pra festa. - Sugeriu Lica.
— Bom, se eu puder ajudar...
— E pode! – Exclamou Lica colocando a famigerada caixa de papelão encima da mesa de centro.
— Ih... - Chiaram os meninos.
— Tá bom! Então vamos as sugestões. – Falou Benê enquanto apanhava em mãos, um bloco de notas e caneta.
— Sim senhora, Benedita! - Disse Tina.
— É... Vocês, moças, fiquem aqui... Que nós, vamos para o estúdio! - Avisou Guto.
Assim fizeram. Guto levou Jota, Anderson, Felipe e Tato para o estúdio. Afinal, os rapazes precisavam fechar a parte musical da festa. Além da bonita surpresa que preparavam.
No terraço, Estela participava das ideais das meninas. E na verdade, a mãe de Guto se encantava com aquela amizade. Assistir aquelas cinco moças, unidas e numa só sintonia era bonito demais.
— Quero fazer uma projeção de fotos... Que estejamos espelhadas por todos os cantos, sabe?! – Sugeriu Lica.
— Tá, mas como Lica?! - Perguntou Tina.
— Hum! Dá pra fazer um projetor com caixas de sapato e lupa. - Exemplificou Ellen.
— Sim, mas queria as nossas fotos espalhadas sabe?! Eu queria que estivéssemos entre essas projeções... - Continuou Lica.
— Entendi Lica! Amanhã eu agito isso, vamos selecionar as fotos então?! - Ellen.
— Entendeu mesmo?! - Insistiu a filha de Marta.
— Ela entendeu, alias, entendemos... – Disse Tina, enquanto abria a famigerada caixa. — GENTE... Tem coisa dos tempos do Grupo, aqui!! - Seguiu ela.
— Claro! - Lica.
— E do Cora, olha Benê!! - Exclamou Keyla.
— O TONICO BEBÊ!! - Tina.
— CADÊ?! - Ellen.
— AÍ... Ai gente, que saudade do meu bebê, bebê!! - Disse Keyla saudosa.
— Que saudade mesmo... Saudade da Nina neném! Olha quem não tem criança, arrumem, eu recomendo! - Disse Tina.
No segundos em que elas babavam a foto de Tonico, Benê afirmou:
— Eu já arrumei!
— O que?! - Perguntaram as cinco ao mesmo instante.
— Mano do Céu... Não vai me dizer que você tá grávida, Benê!! - Exclamou Ellen.
Nesse instante, Estela que ouvia tudo, gargalhou.
— O Guto já sabe?! Porque se não sabe ele vai desmaiar! - Constatou Lica.
— Que fofo!! Baby Gunê a caminho... Imagina?! - Tina derreteu-se.
— Dá pra parar!! Eu não estou grávida. – Disse Benê de forma enfática. — Eu não sei porque, mas toda vez que eu vou contar alguma coisa, para as pessoas, elas tendem a achar, que é pra dizer que estou grávida... Que coisa! – Reclamou ela cruzando os braços emburrada.
— Ah... Mas deve ser porque um baby Gunê seria a coisa mais fofis do mundo! - Disse Lica.
— Gente, visualiza: O olhos do pai, o cabelo da mãe, a boca do pai, o narizinho da mãe... - Detalhava Keyla.
— E a fofura dos dois! Eu não iria aguentar essa criança. - Afirmou Tina.
— Chega!
— É... A gente tá irritando a Benê! - Ellen.
— Mas o que você ia nos contar?! - Keyla.
— É sobre uma menina! Ela tem cinco anos, vive num orfanato, tem TEA, como eu e nós, decidimos acolhê-la aqui, conosco. - Explicou Benê.
— Jura?! Tipo adoção?! - Lica.
— Não! Não é adoção. É só um acolhimento. Enquanto não aparece um lugar legal para Maria poder ficar.
— Maria?! Eu quero conhecer! Deve ser uma graça. - Tina.
— É, é mesmo. Vocês vão conhecê-la.
— Benezinha?! E se ela não tiver pra onde ir... ?! – Sondou Ellen.
— Eu não estou cogitando está possibilidade, Ellen.
— Mas é uma possibilidade! Real, não?! – Indagou Lica seguindo na sondagem.
— O que vocês querem dizer?!
— Nada Benê! Essas duas aí, são duas curiosas. - Desconversou Keyla.
— É!! Vamos seguir com as fotos!! - Tina.
Enquanto as meninas davam sequência aos arreglos da festança que estava por vir. Guto e os rapazes, finalizavam a parte musical no estúdio. Anderson, o produtor deles, ouvia a música que Felipe fez especialmente para as garotas... Porém, este se distraiu quando encontrou rascunhado nas últimas folhas de um caderno, um verso que começava indagando sobre o amor.
•••
“Quem disse que o amor é assim, tão rarefeito?!
Efeito nuvem, perfeito sentido.
Falta o ar. Amor e amar
Gostar é um feito, sentimento perfeito.”
•••
Ao ler isso, Anderson logo provocou:
— Já temos o refrão de uma canção.
— É o refrão de uma canção sim. Mas travei, não consegui terminar! - Explicou Guto.
— Porque?! - Anderson.
— Não sei! Eu escrevi pensando no tanto que eu gosto da Benê, aí, do nada fugiram as palavras. - Seguiu Guto explicando.
— E se completássemos a letra?! - Sugeriu Felipe.
A ideia de Felipe foi fazer uma música a dez mãos, para as fives. E assim fizeram!
Passados os dias, no grande dia, música pronta e coração acelerado, eles fizeram o último ensaio pela manhã.
A tarde já trazia a atmosfera de um dia especial... E de fato, seria!
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