POV ALY
Acordei e tateei melhor o lugar em que estava, constatei que era a praia. Abri os olhos devagar quase me cegando com o sol. Sentei e limpei a vista tentando me acostumar com a claridade. Senti algo gelado nas minhas costas e dou um grito ouvindo as risadas de Paulo a seguir.
Paulo- Tá gelado, é? -perguntou rindo e se sentando aos meu lado com um refrigerante em mãos
Aly- Não, imagina. -percebi que estava rouca
Paulo- Tá tudo bem? Tá doendo o machucado?
Aly- Que machucado? -ele aponta para minha cabeça e tateio até achar o ponto em que doía
Paulo- Eu não quis te levar pro hospital com você desmaiada, mas podemos ir agora.
Aly- Peraí Paulo.... O que aconteceu? -pergunto ainda não entendendo a situação
Paulo- Aly, você não lembra? -aceno negando e esperando sua resposta- A casa pegou fogo, Aly. A gente saiu enquanto dava tempo e você acabou caindo e bateu a cabeça, e a minha irmã... A Marce, eu não sei como ela tá, onde ela tá, o pessoal... -parecia preocupado e falava muito rápido, coloquei minhas mãos em seu rosto
Aly- Calma Paulo, calma. Devem estar bem, e provavelmente nos procurando. -vou tentar não falar muito
Paulo- Eu fiquei assustado Aly, me desculpa por não ter te levado no hospital, nem pedido ajuda.
Aly- Você não tem culpa.- falo o tranquilizando- Agora nós vamos levantar e tentar achar eles.
Paulo- Tá.
Seguimos pela calçada da praia quando vi passar um casal exatamente igual a Valéria e Davi. Minha voz estava rouca, então não consegui gritar, só cutuquei Paulo e apontei para eles que agora já estavam longe.
Aly- O Davi e a Val!
Paulo- Será que são eles?
Aly- Vamos ir até eles! -segurei em sua mão e os seguimos até chegarem a um táxi. Quase os alcançamos, mas foram mais rápidos seguindo em frente.
Paulo- Morena, eu sei que vai parecer meio pessimista, mas acho que deveríamos ir até o hospital.
Aly- Tem razão. -sussurro e vamos caminhando até o lugar. Na esquina do mesmo, ouço vozes conhecidas e acabo olhando para trás vendo Jorge e Mário, quando cutuco Paulo. Corremos até eles e antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, o breu vêm a tona.
POV MARCE
Marce- C-como assim ainda não apareceram? -pergunto assustada me sentando na cama
Mário- A gente tentou achar eles, ligamos e ninguém atendeu, mas eu soube que o Jorge e o Davi foram procurar eles na cidade.
Marce- O meu irmão, Mário... Será que ele tá bem?
Mário- Com certeza, baixinha. Tenho certeza que estão todos sãos e salvos e vamos voltar inteiros pra casa! Quer dizer, nem tão inteiros assim. -riu fraco se referindo aos gessos na minha mão e pé Ambos direito
Marce- Bobão! -digo rindo fraco- Grandão, me dá um abraço? -pergunto quase chorando
Mário- Claro que sim, Marce, quantos você quiser! -ele vem para perto de mim e com cuidado me abraça. Acabo despejando várias lágrimas em sua roupa- Vai ficar tudo bem, não é?
Mário- Vai, vai sim!
Ficamos um bom tempo assim, até que pego no sono.
Acordo depois de um longo cochilo e vejo Mário sentado dormindo na cadeira aos lado da cama, segurando minha mão. De pouco em pouco massageio com o polegar entre seus dedos até acordar, e ao me ver acaba sorrindo.
Mário- Dormi muito?
Marce- Não sei, eu dormi também!
Mário- Está melhor, não sente dor? Posso afogar seu travesseiro...
Marce- Não, não precisa Mário, eu tô bem. Ainda com um pouco de dor nas costas mais tô bem.
Mário- Que bom. Você tem visita! -pereceu contente e saiu do quarto sem dizer mais nada. A porta se abre de novo mostrando quem era, e como de costume, acabo chorando. Paulo solta a mão de Aly e vem me abraçar enquanto ela vai do outro lado da cama fazendo o mesmo.
Paulo- Não chora, pirralha, tá tudo bem.
Aly- A gente tá bem, anã, vai ficar tudo bem agora. -eles se separam
Marce- Minha vontade é de bater em vocês, mas eu amo tanto esses dois chatos que não dá certo! -digo tentando limpar as lágrimas- Onde vocês estavam? Queriam me matar do coração?
Paulo- É uma longa história maninha, quando você estiver melhor a gente conversa, mas agora você descansa.
Aly- É aproveita essa deliciosa sopa de hospital! -disse rindo- vê se descansa pra receber alta logo!
Marce- Claro que sim, não aguento mais ficar deitada.
Paulo- Falou a pessoa que mais dorme lá em casa!
Marce- Haha, engraçado. -rimos nós três
Alguém bate na porta e abre em seguida.
Mário- Desculpa incomodar vocês, mas a Laura já pode receber visitas, eu e o pessoal vamos lá, vocês vão?
Marce- A Laura? O que aconteceu com ela? -pergunto preocupada
Aly- Não se preocupa com isso Marce, só descansa, tá?
Paulo- A gente vem te ver amanhã. -me dá um beijo na bochecha e sai- E vê se dorme!
Marce- Mas... Mas... -argh, por que ninguém me conta as coisas? Odeio isso, odeio.
POV MAJO
Acordei sentada em uma das cadeiras da sala de espera do hospital. Meu pescoço doía devido ao mal jeito que dormi. Olhei para os lados e vejo Daniel conversando com Koki, e o resto do pessoal dormindo. Massageio os olhos e vejo Cirilo vindo em minha direção com dois copo de café.
Cirilo- Trouxe pra você, vai te fazer bem.
Majo- Brigada. -sorri fraco e peguei o copo bebendo o líquido quente até perceber que queimei a língua fazendo Cirilo rir
Cirilo- Cuidado, tá quente!
Majo- Ata, obrigada por avisar! -rimos- só você pra me fazer rir em um momento desses...
Cirilo- Sem pessimismo Maria, vai ficar tudo bem. Tenho certeza que o resto do pessoal estão sãos e salvos, onde quer que estejam.
Davi- Gente, achamos a Alicia e o Paulo, ele tá bem mas ela tá desmaiada!
Dan- Onde eles estão? -perguntou preocupado
Davi- O Paulo foi com ela seguindo os médicos, não sabemos o que foi!
Eles mudam suas feições para pensativos e Cirilo me encara.
Majo- Era pra ser o passeio perfeito Cirilo, mas TUDO deu errado! -derramo as lágrimas presas dentro de mim desde o ocorrido- Só acontece merda com a gente, só acontece merda! -bato minhas costas na cadeira e Cirilo me faz o abraçar
Cirilo- Não é verdade, Maria, a maior parte da nossa viagem foi maravilhosa e tenho certeza que vamos ter ótimos momentos pra recordar-diz acariciando meus cabelos- As coisas da vida são assim, eu também tô transtornado pelo que aconteceu com a galera, mas a gente tem que manter a calma e o pensamento positivo.
Doutor: Laura Gianolli.
Nos levantamos e ficamos frente a frente com o Doutor sendo Adriano o mais curioso que parou ao seu lado primeiro
Majo- Tá tudo bem com ela, Doutor?
Adriano- O que aconteceu?
Doutor- Já temos um relatório do estado da paciente e... Sinto informar vocês, mas a amiga de vocês ainda não acordou e seu estado de saúde piorou.
Koki- Meu Deus! -levou as mãos a boca sendo seguido por todos
Dan- E o que mais, Doutor?
Doutor: Como médico e diretor geral do hospital, liguei para os pais da paciente, pois a decisão não cabe a mim e nem a vocês, mas sim aos responsáveis dela.
Cirilo- Que decisão?
Doutor- De acordo com os exames, a fumaça do incêndio acabou afetando 90% do pulmão dela, é um milagre ela estar respirando. Mas... -ele pareceu receoso por um momento- Com o tempo, o estado dela se alarmou infectando a condição cerebral e a coordenação motora. Um dos únicos fatores que proporcionam sua vida é o coração.
Sinto novas lágrimas surgirem e pigareio um pouco me escorando ao lado da parede.
Adriano- Que merda! -esbravejou chutando uma lata ao lado das cadeiras
Davi- Doutor, é possível que ela viva? - acabou perguntando o que todos queríamos saber. O médico abaixa a cabeça e nega. Levei um choque no corpo inteiro e nem sequer ouvi o resto do que ele disse.
Depois de ir, passaram mais da incontáveis minutos até que me levantei novamente. Sentei ao lado de Cirilo e Daniel que aconchegava Carmem no seu colo.
Majo- Isso não podia estar acontecendo. -comento com o mesmo que permaneceu quieto- O que... O médico falou depois? -ele suspirou pesadamente
Cirilo- Vai caber aos pais dela, se desligam os aparelhos, ou não.
Outra vez não penso em mais nada, só encaro o horizonte. Como pode a vida ser tão injusta? Em um dia estamos lá, todos felizes e comemorando, e no outro, um incêndio, capaz de distruir até os mais puros e fortes corações. Eu só queria que tudo isso fosse um sonho. Um terrível e mórbido pesadelo.
POV MARGA
Val- Ele só podia estar tirando uma com a minha cara, onde já se viu, ir me acusando daquele jeito! -esbravejou pela décima vez
Marga- Val, ele só tava fazendo o trabalho dele!
Val- O trabalho dele deve ser sair apontando o dedo pras pessoas que saem por aí, isso sim, cadê o respeito, sociedade?! -me fez revirar os olhos também pela décima vez
Marga- Val, aperta o passo, estamos quase chegando no hospital. -digo segurando Bruce firme no meio dos braços
Val- Tá tá, eu hein, você também Margarida, só reclama, só reclama.
Chegamos ao hospital e a primeira coisa que vi foi todos sentados nas cadeiras em frente ao corredor, uns piores que os outros. A primeira que me viu foi Majo que veio e me abraçou abraçando Val também.
Val- Isso tudo é saudade?
Majo- Sim! -diz parecendo mais feliz
Marga- Que bom que estão bem! Eu tava morrendo de preocupação na delegacia!
Majo- E eu aqui, vocês não imaginam a aflição que eu tava! -sorri mais aliviada- Mas... Falando em delegacia, como foi? -falou me puxando para perto das cadeiras enquanto Val foi falar com Davi
Marga- Eles me encheram de perguntar, parecia jogo do milhão.
Majo- Margarida, o assunto é sério. O que eles falaram?
Marga- Pelo que o policial nos contou, foi um incêndio proposital, alguém botou fogo na casa!
Majo- Que ódio! Deve ter sido alguém que nos odiasse, pra chegar a esse extremo.
Marga- Sim, mas cá entre nós, eu tenho minhas suspeitas.
Majo- Eu também, mas não é certo acusar sem provas.
Marga- Claro. Ei vem cá, onde foi o Jorge?
Majo- Não sei, não o vi ainda.
Marga- E como tá o pessoal? Tá todo mundo bem?
Majo- Na verdade mais ou menos, mas... Vamos comer algo? Agora me deu fome.
Marga- Vamos, vamos perguntar se mais alguém quer. -ela acentiu e perguntamos ao pessoal, sendo seguida pelos que concordaram e deixando Bruce com Carmem, que agora estava acordada.
Mal saímos para fora e a chuva veio, só acabando com nosso almoço. Realmente, será que dá pra piorar?
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