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História Tempos Difíceis - Nosso segredo


Escrita por: J_Santi

Capítulo 12 - Nosso segredo


Durante as aulas, os três amigos estavam muito distraídos em seus próprios pensamentos, cada um lutando com seus próprios demônios dentro de suas mentes bagunçadas pelo tempo; apesar de a pouco tempo estarem conversando tranquilamente.

— Senhores Yoori e Keiichi, e senhorita Lee, poderiam nos dizer o que acabei de explicar?

Eles se mantiveram quietos, tentando desesperadamente tentar lembrar o que o professor havia dito, infelizmente não conseguiram.

— Por favor, parem de viajar na maionese e prestem atenção na aula, porque isto pode cair na prova. Entenderam?

— Sim, professor – responderam os três, em coro.

O homem ajustou os óculos no nariz e voltou a explicação, dessa vez, os três ficaram focados nas falas do professor, anotando de vez em quando algumas coisas importantes... Quando deu o sinal do intervalo, eles foram para o canto, se entreolhando meio perdidos em seus pensamentos.

— Eu estou tão desligado hoje... – falou Natsukii.

— Eu também, não entendo muito o porquê disso – comentou Minami.

— Eu estava lembrando da minha terra natal, não sei porque. Eu odeio aquele lugar – revelou Lee, dando de ombros em seguida.

— Como você pode odiar o lugar onde você nasceu?

— E-Eu não odeio exatamente o lugar, mas sim as pessoas que tive que conviver… Meus pais, eles...  – ela relembrou de vários ocorridos.

— Ei – Keiichi começou –, sem pressão. Leve o tempo que for necessário para nos falar disso.

Ela respirou fundo e puxou as mangas do moletom, revelando cicatrizes profundas, recentes e antigas que já estavam sumindo...

— A minha mãe tinha problemas mentais e já tinha fugido diversas vezes de lugares como hospícios e prisões por conta de minha família. Ela fez essas coisas em mim... Eu tenho muitos outros cortes pelo corpo, alguns ficam escondidos por conta do meu cabelo – ela puxou algumas mechas revelando cicatrizes no pescoço e na lateral do rosto. – Outros desses diversos cortes foram feitos pelo meu pai que chegava em casa bêbado e me batia com o que tivesse perto dele, desde um chinelo até coisas de vidro... Eu não aguentava mais, então fiz as malas e resolvi sumir do mapa. Atualmente estou morando com um casal de idosos que estão dando tudo o que nunca recebi. Amor, carinho, cuidados

Ela puxou as mangas novamente para esconder as marcas e começou a chorar por conta das memórias de seu passado terrível. Minami chegou mais perto dela e a abraçou.

— Ei, não precisa chorar mais – afirmou Minami, acariciando os cabelos dela delicadamente. – Agora está tudo bem, você vai receber tudo o que nunca teve, tanto do casal de idosos quanto de nós.

Ela enxugou as lágrimas com a manga do moletom e se acomodou ali, Natsukii se aproximou e repetiu o gesto. Taeyang nunca se sentiu tão feliz em toda a sua vida. Ter encontrado aqueles dois havia feito muito bem a ela…

 

********

 

Em um restaurante, Yoichi cozinhava loucamente junto com os outros, pois o local estava lotado. Eles não esperavam que ficasse daquele jeito em um começo de semana...

Enquanto fazia suas coisas, acabou vacilando e se cortou, Yoichi xingou mentalmente mil e uns palavrões. Ele olhou para os lados e conferiu se não havia ninguém prestando atenção nele, se curou e continuou o trabalho. Sua mente ainda estava cravada nas imagens das vítimas mostradas no jornal, por um segundo sentiu-se fora de si...

Ele olhou de longe a abertura na porta onde um dos garçons acabara de passar com uma bandeja cheia de garrafas de bebidas, e se deparou com um senhor, ele se parecia muito consigo mesmo e isso o fez pensar que poderia ser seu pai. Mas ao ver uma senhorinha se juntando a ele na mesa, de imediato, esqueceu aquela ideia tola. Além disso, seu pai provavelmente teria sido morto pela própria criação, pois nunca mais teve algum sinal dele.

Ele voltou os olhos para seu serviço e continuou a trabalhar...

 

********

 

No final do dia, todos já estavam indo embora. Keiichi pediu a Taeyang para que dormisse em sua casa, ela não recusou, ligou imediatamente para seu novo lar e a senhora que cuidava dela atendeu e permitiu que ela fosse para lá. Ficou muito feliz com tudo aquilo e fora correndo junto de seu amigo até chegarem à casa dele...

Cheguei, mãe! – manifestou-se Minami, entrando em casa com a amiga. – E trouxe uma amiga que gostaria que você conhecesse.

— Oh, quem é? – perguntou a mulher, virando-se para observar por cima do encosto do sofá.

— Taeyang Lee, ela se mudou para cá a pouco tempo.

— Prazer em conhecê-la Taeyang. Me chamo Keiichi Midori, pode me chamar só pelo primeiro nome se quiser – disse, dando um sorriso para a menina.

— Prazer em conhecê-la, Midori.

— Mãe, eu a convidei para dormir aqui. Não tem problema né?

— Desde que os responsáveis dela estejam sabendo, não vejo problema algum.

Ele sorriu e guiou a garota até seu quarto no andar de cima. Colocaram as mochilas uma perto da outra em um canto do quarto, e Minami ligou seu console enquanto Lee observava calmamente cada ação que o rapaz fazia. Ele estendeu a mão com um controle e ela pegou.

— Sabe jogar? – Keiichi perguntou e teve um aceno negativo da garota. – Eu vou te ensinar então.

Ele começou a explicar tudo o que achou necessário e logo já estavam jogando. Taeyang tinha aprendido extremamente rápido e Minami estava começando a perder vezes seguidas.

— Ganhei! – gritou o garoto quando a vida do personagem controlado por sua amiga foi a zero.

— Porque eu deixei – ela sorriu para ele.

— Vou fingir que acredito em você, Lee.

Minami checou o horário em seu celular e percebeu que já estava tarde e avisou Taeyang. A mãe de Keiichi bateu na porta e em seguida abriu-a, em uma de suas mãos estava uma muda de roupas junto de uma toalha para Taeyang vestir e poder dormir de maneira confortável.

Enquanto ela foi ao banheiro a fim de tomar um banho e se trocar, os Keiichi arrumaram a cama da garota. Após isso, Midori foi ao quarto dormir e o Minami tratou de se trocar rapidamente...

Quando Lee voltou ao quarto, estava tudo arrumado para dormirem, ela sentou-se em sua cama no chão ao lado da cama de Keiichi e ficou pensativa. Ele veio até a menina e se sentou perto.

— Eu... – começou Taeyang. – E-Eu queria saber se poderia guardar segredo sobre uma coisa.

— Sim, eu posso guardar. Mas o que seria essa coisa?

— E-Eu queria saber se eu poderia te mostrar minhas outras cicatrizes. Eu sei que isso é algo estranho de se pedir, mas eu…

— Quer alguém para compartilhar tudo o que passou, correto?

Ela assentiu. Minami então esperou que ela estivesse confortável o suficiente para mostrar-lhe algumas de suas outras cicatrizes.

Taeyang retirou a blusa de frio que vestia e revelou o que estava sempre escondido por baixo de seu moletom negro. Ela juntou o cabelo e amarrou-o revelando mais cicatrizes, algumas claras e outras um tanto escuras. Virou-se de costas para Minami e deixou que ele observasse cada uma daquelas marcas permanentes em sua pele, feitas com objetos cortantes. Em certas áreas das costas dela, havia marcas roxas e avermelhadas.

— Eu ainda não consegui me recuperar por completo, por isso minhas costas estão desse jeito... Eu sinto muita vergonha disso tudo. Essas malditas cicatrizes no meu corpo, isso me deixa deprimida. Eu gostaria muito de usar uma roupa curta, sair em um dia quente usando uma regata, o cabelo preso, mas elas não me permitem fazer nada disso. E eu me sinto inferior às outras meninas por causa delas, eu gostaria de ser igual as outras. Todas bonitas, com a pele perfeita e os cabelos curtos.

— Lee – ele envolveu a garota em mais um de seus abraços acolhedores, tomando cuidado para não tocar aonde não devia. – A imperfeição é algo que nos faz únicos de todas as maneiras, ela nos deixa unicamente lindos – ele se afastou, deixando seus olhos verdes caírem sobre as cicatrizes – E sabe de uma coisa? Eu gosto de você mesmo com todas essas marcas. Porque elas a deixam mais bonita do que já é, e ninguém vai me convencer do contrário...

Ele passou seus dedos pela cicatriz do pescoço dela. Mesmo que atrapalhadamente, os olhares se cruzaram e Minami a puxou para um beijo, porém não demorou para conseguirem se ajeitar e prosseguir.

Taeyang ficou surpresa com aquilo tudo, estava numa montanha russa de emoções. Seu sentimento por Minami havia sido correspondido com rapidez num simples ato inocente, e agora ambos estavam ali, unidos daquela maneira.

Os dois esqueceram completamente de tudo que havia acontecido e focaram apenas no presente. Minami conduziu o beijo, era calmo, cheio de amor e carinho, talvez ela esperasse algo um pouco mais agitado pela personalidade energética de seu companheiro. Porém, de maneira alguma aquilo deixou Taeyang se abalar.

Não demorou muito para se encontrarem deitados na cama com aquele beijo que parecia não acabar nunca, até que foram obrigados a se separar por causa da falta de ar que se fez presente. Taeyang voltou a realidade e lembrou que não havia colocado a blusa de frio novamente, ela rubrou de vergonha por estar em cima de Minami somente com o sutiã em seu busto.

— Me desculpe – disse ela, se levantando e colocando a blusa de frio novamente, e, por fim, soltando o cabelo.

— Quem te deve desculpas sou eu – disse Minami, embaraçado por sem querer ter encarado a garota por inteiro. –  Não deveria ter feito isso. Foi muita ousadia da minha parte e eu nem sei se você realmente sente alguma coisa por mim.

— Apesar de terem se passado somente algumas horas desde que nos conhecemos e começamos a conversar, sinto que realmente me apaixonei por você assim que te vi pela primeira vez…

Ambos os pares de olhos brilharam sem cessar ao se encontrarem novamente. Keiichi amou ver aquela expressão no rosto de Taeyang, meiga e tímida. Ela tinha ficado mais meiga usando a blusa de frio um pouco grande demais para seu tamanho.

— Ei, Lee-chan – disse Minami, colocando uma das mãos no rosto da garota e afastando as mechas negras de seu rosto. – Não tenha medo do que os outros irão pensar e ou falar de você, pois isso só te impedirá de ser feliz.

Ele grudou os lábios novamente aos da garota. Prosseguiu mais calmamente, mas Taeyang não quis seguir o ritmo dele e acelerou, fazendo com que os papéis se invertessem. Ela passou os braços em torno do pescoço de Minami e permaneceu assim até que a falta de ar se fez presente outra vez…

 Após uma noite de novas experiências e uma descoberta de sentimentos recíprocos, eles finalmente se deitaram e dormiram cada um em sua própria cama. Mas Minami não parava de relembrar no que disse para a garota, que também não parou um só segundo de relembrar de seus lábios e jeito tão afetuoso durante tal ato.


Notas Finais


Espero que tenho gostado.
Até breve FOF@S!


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