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História Tempos Difíceis - Sem controle


Escrita por: J_Santi

Notas do Autor


Vai dar merda.

Capítulo 18 - Sem controle


Os dois acordaram e começaram a se preparar para o novo dia. Yoichi preparou o café da manhã enquanto explicava tudo o que viu e sentiu nos últimos dias a Natsukii.

— Como você confia nessa Yuki? Ela nem ao menos mostra o rosto, nunca a viu na vida, e agora que ela simplesmente apareceu do nada sem nem explicar direito os reais motivos, você dá a sua confiança de bandeja?

— Meu instinto diz que ela não é perigosa. Talvez o problema seja maior.

 Yoichi colocou as coisas sobre a mesa e então começaram a comer, e em instantes o celular tocou e ele atendeu.

— Alô?

— Oi Yoichi, estou descendo, espero que esteja aí.

 O celular desligou e então foram até a sala, onde a plataforma de metal já estava no chão, Horikita caminhou até o jovem e deu-lhe um puxão de orelha. Yoichi tentou intervir, mas o olhar da mulher o manteve afastado.

— O que eu fiz dessa vez?! – perguntou Natsukii.

— Com certeza não foi ganhar um oscar, porquê senão eu estaria te aplaudindo... Você não pode sair falando apelido pra quem você salva! Sabe que isso pode nos dar problemas mais tarde!

— Calma, foi sem querer, saiu, já foi, agora abafa o caso.

— Me escuta pivete, é o seguinte: se você vacilar dessa forma outra vez, quem vai ter que ser salvo é você!

— Ei Hori, não se preocupe, eu cuidarei disso não se repetir novamente.

— É bom mesmo Yoichi.

 Ela bufou e então a expressão em seu rosto suavizou. Ayanokouji cruzou os braços e os dois a observaram, esperando o que seria dito.

— Sobre o bandido que capturaram na noite em que salvaram a tal da Haruna. Nós o interrogamos, e durante isso, ele nos contou que mandaram-no fazer isso. Disse que o Mestre estava coletando informações para algo maior. Tem alguma ideia do que ele estava se referindo? Ou até mesmo a quem?

— Uma nova era... – comentou Natsukii. – Será que isso tem a ver com o nosso passado? Com todas aquelas pessoas que viraram monstros?

— Talvez sim – disse Yoichi. – Mas tudo aquilo já acabou, nós executamos aquelas pessoas. Sei que podemos ser considerados assassinos por isso, mas foi por um bem maior.

 A conversa continuou por um tempinho. Como faltava pouco para irem, voltaram para a mesa e terminaram a conversa comendo. Horikita dizia algumas teorias do que poderia ser tudo aquilo que em breve ocorreria.

 Os minutos se passaram e eles saíram da base. Horikita foi embora de carro por uma estrada de terra que havia ali, enquanto os dois foram pelo asfalto com a moto e durante esse trajeto, Yoichi se sentia perturbado, era como se tudo estivesse acontecendo tivesse um ponto em comum, um motivo, um interesse.

— YOICHI!!!!

 Natsukii gritou e fez seu mentor voltar à realidade, olhou para frente e então viu um caminhão vindo. Virou a moto com tudo e foram direto para longe da estrada. Ele freou de uma vez e virou a moto novamente, fazendo pararem. Com tudo aquilo os dois foram para o chão.

 Yoichi levantou do chão e viu seu osso do braço exposto junto de alguns arranhões, por causa disso, teve de usar a regeneração, quando terminou, sentiu uma pontada de dor no peito.

— Ei, na onde você estava com a cabeça?

— Em lugar nenhum. Agora pega a sua mochila e vamos.

— O que está acontecendo com você? Isso não está certo, eu sinto... Por favor, me conte!

— Eu só ando um pouco estressado por causa do meu trabalho, tem muitos clientes e não estou dando conta. Agora pega a mochila e vamos! Nenhum de nós pode chegar atrasado...

 Natsukii se regenerou, sumindo com os arranhões e depois pegou a mochila, voltando para a moto junto de Yoichi, onde prosseguiram o caminho novamente.

 As preocupações de Natsukii com seu mentor estavam ocupando preenchendo a mente dele, pois aquele comportamento agressivo não existia a muito tempo...

 

********

 

 Na escola, as aulas passavam lentamente. Todos copiavam as tarefas e respondiam as questões no caderno, exceto Natsukii, que mesmo estando com os olhos nas perguntas e nas contas que estava fazendo, sua mente estava distraída com outros assuntos.

 Estava preocupado com tudo o que aconteceu ultimamente, tanto com ele quanto com os outros que estavam ao seu redor. Aquilo tudo estava começando a deixá-lo ansioso de uma maneira ruim.

— Senhor Yoori, está respondendo as questões?

— Ah, sim! Eu só estou confirmando o resultado de minhas contas.

 A mulher estreitou os olhos e então voltou a fazer seu trabalho.

Dessa vez, Natsukii voltou à realidade e se concentrou nas atividades, entretanto, aquela simples ação, deixou Minami e Lee preocupados. Eles sabiam que algo estava errado, pois poucas das vezes em que os professores lhe chamavam a atenção era por causa de estar desatento às aulas… Quando o sinal tocou e a professora saiu da sala, os amigos foram até Natsukii para descobrir o que havia acontecido.

— Me sinto como se estivesse sendo perseguido, coisas ruins e estranhas aconteceram durante esses últimos dias. Tenho medo do que isso possa se tornar futuramente.

— Seja o que for, estaremos juntos e iremos superar tudo isso como fazemos aqui – dizia Minami com um sorriso no rosto.

 Taeyang acenou positivamente e se aproximou dando um abraço no amigo. As pessoas da sala observaram aquele ato com desprezo, os julgaram mentalmente como monstros, assim como o garoto, por causa de continuarem juntos mesmo depois do ocorrido no jogo de queimada. Os alunos pensaram em uma maneira de tentar sumir com aqueles três do mapa, pois, apesar de continuarem sendo um deles era perigoso mantê-los ali, junto de pessoas comuns.

 Lee o soltou e então deu um pequeno sorriso, envergonhada por ter agido daquela forma, que, da mesma forma que servisse para fazer Natsukii se sentir melhor, também era ousadia do ponto de vista dela, já que havia feito isso antes de Minami. O professor entrou na sala, e os alunos começaram a voltar para seus devidos lugares.

O senhor iniciou a aula dando alguns avisos sobre as férias e a formatura do Ensino Médio. Os estudantes começaram a conversar, bem animados com tudo aquilo que em apenas algumas semanas se tornaria realidade. Entretanto, o professor chamou a atenção da turma para fazerem as atividades propostas para aquele dia...

 Na hora do intervalo, o trio seguiu rumo ao canto em que ficavam e se acomodaram. O tempo havia mudado, o céu estava nublado e o vento estava gelado. Então, para se aquecerem se sentaram um ao lado do outro, já que haviam esquecido os moletons na sala.

— Por que eu não fiquei com o meu moletom?? – se perguntava Taeyang.

— Porque estava calor dentro da sala e o tempo estava agradável? – respondeu Minami.

— Bem, acho que agora isso não importa mais. Vamos conseguir ficar aqui fora tranquilamente se continuarmos desse jeito – concluiu Natsukii.

 Eles continuaram a conversar, dando risadas e se mantendo aquecidos. Porém, a tranquilidade não durou muito, pois foram incomodados pela chegada do grupo de valentões da sala, que estavam acompanhados de mais dois que eram de uma outra sala.

— Juntinhos assim, vocês formam um triângulo amoroso realmente maravilhoso – disse o maior de todos.

— E vocês uma gangue de idiotas – retrucou Taeyang.

— Essa baixinha depressiva é tão ousada.

— Se não sabe o que eu passei antes de mudar para cá, fica de boca fechada, seu merda.

 A garota se levantou e cruzou os braços, observando os rostos dos valentões, um por um. O segundo maior do grupo se aproximou e bateu as mãos na parede atrás de Lee, deixando a garota entre seus braços fortes, sem saída alguma.

— Se for malcriada com ele, eu vou te machucar garotinha.

— Encoste um dedo nela e não sairá ileso daqui – ameaçou Minami.

— Vocês estão em três. Acham mesmo que tem chances?

— Em uma guerra, os fracos não ganham mesmo estando em maior número. Ou além de não possuírem força não possuem inteligência para saberem de algo tão simples assim?

— Ah, cala essa boca!

 Faltando pouco para um tapa no rosto, Minami levantou-se num pulo e segurou o braço do valentão. O maior virou e quase acertou o rosto do moreno, entretanto, Natsukii deu uma bicuda em seu braço, e se levantou em seguida.

— Que coisa horrível, não esperava isso de alguém do terceiro ano. Bater nos colegas e ainda ter amigos ameaçando uma garota? Que falta de educação.

— Cale-se! Sua aberração da natureza.

 O garoto sentiu raiva ao ser chamado daquelas coisas, entretanto, manteve o controle para evitar um desastre. Enquanto isso, mais um dos valentões se aproximou e tentou dar um soco em Taeyang. Entretanto, ela respondeu de forma rápida, segurando o punho dele e virando.

— Você de novo, lindinho? Está tentando impressionar os seus amigos? Faça igual da outra vez e corra para longe daqui, com certeza ficarão impressionados – ela apertou mais o punho dele e olhou para os outros. – Melhor irem embora, antes que eu os faça voltarem com algumas fraturas.

— V-Vamos embora mano! – pediu um dos valentões da sala deles.

— Não! – gritou em resposta. – Segurem esses dois idiotas! Eu seguro a garota, e você maiores tratem de mostrar para que vieram aqui!

 Nesse momento, os amigos do líder foram até os garotos e os seguraram com toda a força. Taeyang se distraiu com aquilo e a força que tinha se esvaiu, o que a fez ser prensada na parede e então ficar sem saída. Os dois maiores se aproximaram da garota, e então estalaram os dedos, preparando-se para a sequência de socos.

 Ao ouvir esse barulho, a garota sentiu que as coisas fugiram de seu controle e não teria outra opção a não ser aceitar que havia perdido. Mas, algo inédito aconteceu.

Ao receber o primeiro soco, sua força retornou e ela se esquivou, fazendo o valentão acertar a parede. Entretanto, o soco do outro estava vindo em sua direção, e em um movimento rápido, Taeyang puxou o outro que a prensou na parede e o punho lhe atingiu em cheio.

 Aproveitando essa brecha que tinha para reagir, deu uma joelhada na parte íntima do segundo maior, fazendo com que caísse no chão, gritando de dor. E então partiu para cima do outro. Deu um pulo alto o suficiente para que a cotovelada atingisse a parte de cima da cabeça, quando ele se abaixou, a joelhada foi no queixo. E para finalizá-lo, um soco de direita nas costelas.

— Alguém quer mais? – perguntou Taeyang ainda surpresa com aquela habilidade.

 Os outros se afastaram dos amigos da menina, e então levaram os outros do grupo para longe o mais rápido possível. Natsukii e Minami se aproximaram da garota quase batendo palmas pelo que havia feito.

— Como você conseguiu fazer isso? – perguntou Minami.

— Realmente não sei, isso foi tão incrível e ao mesmo tempo tão estranho que não compreendo. Não é algo que adquiri com o tempo.

 Eles olharam uns para os outros, um pouco assustados com a conclusão de Lee. O silêncio permaneceu, o clima mudou. Aquilo havia deixado um grande temor, tanto para a garota quanto para os garotos.

Em pouco tempo, o sinal tocou, fazendo os três caminharem até a sala, iniciando outra conversa para tentar eliminar aquele sentimento ruim que pairava sobre eles…

 

 

 O dia estava indo embora, e o último sinal já havia tocado para liberar a saída de todos os alunos. Minami foi embora de carro com a mãe, Natsukii com Yoichi na moto e Lee esperava o senhor Kurosaki chegar para buscá-la. Durante esse meio tempo, os dois valentões que vieram lhe incomodar mais cedo se aproximaram, ela os observou com os punhos cerrados. Entretanto, levantaram as mãos em sinal de que vieram em paz.

— Para uma garota, você é bem forte.

— Querem uma revanche?

— Não. Na verdade, queremos lhe pedir desculpas por tudo que fizemos.

— Estão brincando comigo? – indagou a garota, recebendo um aceno negativo dos rapazes. – Oh, está bem.

— E mais uma coisa. Podemos ser parte do seu grupo? Iremos ajudá-los a manterem esses caras longe.

— Prometem de coração que não farão mais nada comigo e meus amigos? – ela perguntou, tendo um aceno positivo em resposta. – Ótimo.

 Quando a conversa se encerrou, o senhor Kurosaki chegou e Taeyang entrou no carro, acenou amigavelmente para os dois grandalhões e foi embora.

— Novos amigos?

— Sim, depois de algumas porradas.

— Lee, não me diga que fez mal uso do que lhe ensinei.

— Ataque só para defesa, foi o que o senhor me disse e assim eu fiz. Depois disso, eles vieram se desculpar e agora estamos bem.

— Ah, pelo jeito alguém não quebrou as regras como eu achei que tinha feito. Parabéns.

 Taeyang deu um sorriso orgulhosa pelo que havia feito. Porém, se perguntava de onde havia surgido aquela força e rapidez tanto para agir quanto para pensar no momento decisivo de sua recente luta...

 

********

 

 Em algum lugar abaixo do solo onde experiências eram feitas sob o comando de uma senhora, ela observava os subordinados fazendo as pesquisas e anotações que eram necessárias. Um som estrondoso a fez sair de onde estava para ver quem havia chego. O espião adentrou o local com a máscara ocultando o rosto para evitar futuros problemas.

— Demorou mais do que o esperado, Kira.

— Peço desculpas, mas ela não colaborou muito. Tive de usar a força.

 A senhora fez um gesto para que o outro a seguisse, e assim foi feito. Passaram pelo laboratório e então chegaram em uma sala. O espião colocou a mulher numa cadeira e amarrou, e após isso, retirou a venda e a fita da boca da pessoa. Como ela estava desmaiada, usou um taser para acordá-la.

— Finalmente acordou Haruna... – disse a senhora.

— Q-Quem é você? Onde estou? O que fiz?

— Nada disso importa, o que realmente nos interessa é a sua individualidade. Sabemos que consegue ver o futuro e isso não tem limites de uso, então vai ser útil para nós. Entretanto, seu poderzinho não poderá ser usado para fugas. Esse comando em sua mente foi deletado.

— O que irão fazer comigo? Por que precisam de mim exatamente??

— Uma nova era começa, novos humanos, novas habilidades, novas regenerações individuais. Para isso precisamos de pessoas como você, para nos ajudar a criar tudo isso. Você irá saber mais o que terá de fazer quando ele chegar – disse a senhora dando um sorriso e virando-se para o espião. – Faça com que ela durma novamente, depois colete mais informações.

 A senhora saiu da sala e foi para o laboratório novamente, acompanhar o trabalho. Enquanto isso, o espião pegou uma seringa com um líquido pouco azulado e aplicou na mulher. Depois com mais um pedaço de fita tapou novamente a boca de Haruna. E então saiu da sala, passando pelo laboratório e saindo daquele lugar o mais rápido possível para que não descobrissem a localização.


Notas Finais


Já avisei que vai dar merda isso hein.


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