1. Spirit Fanfics >
  2. Tempos Difíceis >
  3. Mascarado

História Tempos Difíceis - Mascarado


Escrita por: J_Santi

Capítulo 25 - Mascarado


Natsukii acordou durante a noite por causa de um grito nas ruas que foi abafado em seguida.

Caminhou até a janela sentindo o coração batendo em seus ouvidos e puxou a cortina até que pudesse enxergar boa parte da rua. Cautelosamente observou o local, até que encontrou duas pessoas. Uma delas estava desmaiada e jogada em cima do ombro de outra, que provavelmente fora responsável pelo ato.

 A figura estava parada próxima à casa de Kurosaki e não se mexia. Natsukii forçou a vista na tentativa de tentar descobrir o rosto e o que usava, mas falhou ao perceber que aquela pessoa virava em sua direção como se soubesse que estava sendo observada, e então, a única coisa que pôde ser vista por um breve momento fora uma máscara em seu rosto...

Aterrorizado por ver aquilo sem qualquer explicação plausível, saiu de perto da cortina e as poucas luzes que haviam na rua começaram a tremeluzir e, por fim, se apagaram. O medo do desconhecido se instalou no ambiente de maneira abrupta e deixou Natsukii inerte após os passos que dera para longe da janela.

 Seu corpo tremia e sua mente processar tudo o que havia acontecido momentos antes. Seus pensamentos assombrosos foram interrompidos após sentir uma mão em seu ombro que fora o suficiente para fazê-lo virar rapidamente.

— Desculpe, não queria te assustar – cochichou Minami percebendo o estado do amigo. – O que aconteceu?

— Você não ouviu o grito? Havia alguém em perigo e esse mesmo alguém foi pego por um sujeito de máscara!

— Oh, eu não ouvi e pelo jeito não fui o único... – disse apontando para Taeyang que continuava dormindo tranquilamente. – Bem, voltando ao assunto, talvez esse seja o responsável ou um dos responsáveis pelo sumiço de tantas pessoas por essas redondezas. Devemos informar a polícia sobre o que vimos e ajudar também para tentar acabar com esses desaparecimentos, depois, se nos permitirem iremos ajudar na investigação a fim de descobrir o local onde estão mantendo essas pessoas e para quê.

— Certo. Vamos voltar a dormir antes que percamos o sono e quando estivermos com as energias renovadas, iremos começar a agir de acordo com seu plano.

— Pedirei à Lee que fique em alerta, não quero perdê-la.

— Nenhum de nós quer, ela é importante e precisa de nós, da mesma forma que precisamos dela.

 Eles voltaram para suas camas improvisadas e dormiram sem muita preocupação já que haviam decidido o que precisava ser feito...

 

********

 

 Aproximadamente três horas se passaram e em um lugar desconhecido as experiências continuaram a serem feitas. Enquanto a senhora analisava os resultados das pesquisas e as substâncias aplicadas em cada pessoa, Kira havia chego com mais uma cobaia para processos arriscados.

 O corpo fora deixado em uma das macas perto da sala de testes, ela se aproximou e elogiou o trabalho feito. Como Kira era simplista com respostas, agradeceu, e então pediu permissão para ir embora.

— Ah, antes de partir quero que dê uma olhada na nossa parceira, preciso dar notícias a Ele.

 Kira assentiu e caminhou pelo grande salão de experiências até chegar na porta reforçada que dava acesso a sala onde Haruna estava. Entrou com a identificação na pulseira que usava e a porta fechou automaticamente ao se afastar e caminhar para o centro da sala.

 A jovem estava amarrada em uma cadeira com um pedaço de fita na boca, acompanhando os passos de seu sequestrador. Kira caminhou até a mesa que havia no canto esquerdo da sala procurando o que precisava, deixou sua máscara em cima da mesa e avançou para o centro da sala com uma seringa em mãos.

 Num ato rápido, arrancou a fita e seu olhar frio pesou sobre Haruna que retribuiu de forma melancólica.

— Conte-me os acontecimentos mais relevantes rapidamente e não terá de se agoniar olhando para o conteúdo da agulha por muito mais tempo.

— Os planejamentos terão de ser repensados, o T02 ficará preso por um tempo, mas não precisará de ajuda. O T01 e o T03 estão tendo complicações com os poderes e provavelmente serão alvos fáceis de exterminação, porém o T03 demonstrou uma alteração considerável quando fora preciso se livrar de ameaças.

— Há mais alguma coisa? – indagou com uma das sobrancelhas levantadas.

— Você irá morrer. Mas não estou conseguindo saber o porquê...

 Haruna encarou seu ouvinte por alguns instantes buscando tentar descobrir e informá-lo melhor, mas a única coisa que conseguiu fora uma pequena dor de cabeça e desviou o olhar, Kira irritou-se com o aquilo e, consequentemente, sua paciência esvaiu por completo.

 Sua mão desocupada foi rapidamente para o pescoço de Haruna e o apertou, fazendo-a buscar desesperadamente por ar enquanto se contorcia na cadeira para tentar se soltar e evitar o aperto crescente em seu pescoço.

— Não ouse mentir, sabe que a sua vida depende de tudo o que conta aqui.

— P-Por favor... Eu... N-Não estou men... mentindo. N-Não tenho p-porquê... Fazer isso!

 Kira se convenceu que as palavras que saíram da boca de Haruna eram sinceras e a soltou, o ar foi recuperado e ela voltou a encarar aquela pessoa na sua frente e se esforçou para tentar obter as respostas que buscava, infelizmente não conseguira.

— Por favor, não siga mais esse caminho. Eles vão te matar se continuar dessa forma! Sei que isso não é por você e que existem motivos por trás disso tudo, mas deve haver alguma forma de ajudar essa pessoa com quem você tanto se importa!

— Sabe, eu não vou desistir desse objetivo e muito menos de tornar esse mundo em um paraíso, a perfeição está apenas a dois meses de distância e não estou pensando exatamente só nele. Quantas pessoas nesse mundo miserável enfrentam doenças incuráveis? Quantas pessoas já não perderam membros de suas famílias por causa dessas merdas? – questionou Kira. – Cansei de ver as pessoas sofrerem, está na hora de agir.

 Sua aura amedrontadora e o olhar frio desapareceram por alguns instantes, sendo substituídos por ternura. Aquilo fez Haruna se entristecer e pensar novamente sobre o assunto em que estavam discutindo.

 Antes que Haruna pudesse se aprofundar naquele assunto ou dizer qualquer coisa, a face indiferente de Kira retornou, então se aproximou novamente e aplicou com calma o conteúdo da seringa no braço direito de Haruna fazendo com que caísse em um sono profundo novamente, caminhou até a mesa e tratou de higienizar a seringa após o uso.

 A máscara que repousava em cima do móvel fez com que pensasse novamente sobre tudo aquilo que havia ouvido e falado. Entretanto, já havia jurado lealdade a Ele e não podia voltar atrás, porquê caso contrário, todo o progresso que estava sendo feito seria perdido.

 Respirou fundo e apanhou sua máscara, colocando-a novamente em seu rosto, depois saiu da sala e, por fim, do laboratório...

 

********

 

 O alvorecer havia chego na janela do quarto onde os amigos dormiam, o brilho gentil do sol da manhã fez com que acordassem preguiçosamente e começassem a se preparar para irem à escola.

 Taeyang ouviu o que os meninos disseram ver naquela madrugada e tranquilizou-os dizendo que iria ficar em estado de alerta, pois naquele momento era necessário evitar a perda de qualquer membro do grupo que estava recém formado para tentarem fazer algo a respeito do mascarado...

 Ao saírem da casa do senhor Kurosaki passaram rapidamente na delegacia para relatar o ocorrido. O ambiente estava abarrotado de gente, o barulho das conversas e dos telefones tocando eram significativos e, consequentemente, incomodavam e atrapalhavam os que estavam presentes.

— Acho que vai demorar um bocado para sermos atendidos, melhor passarmos na volta, senão iremos nos atrasar – disse Minami se virando para ir embora e esbarrando em um homem. – Ah! M-Me desculpe!

— Tudo bem, isso acontece bastante por aqui... – respondeu tranquilamente o rapaz com quem Minami esbarrou. – O que pessoas tão jovens como vocês vieram fazer em um lugar como esse?

— Precisávamos relatar o que vimos na noite passada, talvez tenha alguma conexão com as pessoas desaparecidas nos últimos dias – relatou Minami.

— Creio que eu consiga passar vocês para uma das salas rapidamente, apenas venham comigo.

 Seguiram-no até a recepção e observaram a conversa entre ele e um rapaz um pouco mais novo, após breves minutos de explicação do caso dos jovens, foram finalmente liberados e levados para uma sala. O rapaz abriu a porta e pediu para que entrassem, seguidamente, dirigiu sua fala a pessoa que estava ocupada atrás das telas dos computadores:

— Com licença, teria um tempo para ouvi-los?

— Sobre o que querem falar? – indagou a voz feminina que se escondia atrás da tela do computador à sua frente.

— As informações que temos podem ajudá-los no caso de desaparecimento em grande escala – se manifestou Lee.

 O barulho dos cliques havia parado e a sala silenciou por um momento, a figura ocupada saiu detrás das telas e se surpreendeu ao encontrar com os jovens.

— Oh, rostos conhecidos aqui na delegacia? Isso é realmente raro, por favor sentem-se. Ah, obrigada por trazê-los Yuto.

— Não há de quê Aya – respondeu fechando a porta.

 Ela abriu uma das gavetas e apanhou um caderno e caneta para anotar o que seria dito, escreveu algumas coisas antes de pedir para dizerem o que precisavam posteriormente esperou pelas informações.

— Nessa madrugada fui acordado com um berro, e por impulso, fui para a janela tentar ver o que aconteceu. A rua estava com pouquíssima iluminação, mas quando meus olhos perceberam uma sombra estranha fiquei curioso sobre o que poderia ser e me mantive encarando aquela figura. Uma pessoa estava desmaiada no ombro da outra, que estava em pé e totalmente imóvel. Não fui capaz de ver o rosto por causa de uma máscara.

— Havia algum desenho nela, algo que possamos usar de referência para tentarmos buscar nas câmeras de segurança? Qualquer detalhe de roupa ou cabelo talvez sejam o suficiente para encontrar esse sujeito?

— O cabelo era curto, foi o único detalhe que reparei depois da máscara em seu rosto e antes de me afastar por completo da janela.

— Então não há mais nada para ser anotado? – indagou Ayanokouji tendo em resposta um aceno negativo. – Certo, obrigada pelas informações garotos. Eu e meus companheiros vamos adicionar isso no nosso sistema e muito em breve começaremos as buscas novamente com essas informações.

 O trio se levantou e se despediram formalmente de Ayanokouji, a admiração de Taeyang por sua tutora cresceu ainda mais e ansiava poder perguntar mais a respeito do que ela fazia para ser tão forte e importante daquela maneira, descobrir como Ayanokouji havia alcançado tal grau de prestígio e os obstáculos que enfrentou durante todos esses anos certamente era mais um assunto que Tae não conseguia impedir de discutir mentalmente...

 Horikita observou a partida dos jovens e voltou para sua mesa novamente, a preocupação e a ansiedade tomaram conta da mulher que se esforçou para pensar em algo para conter esse problema de maneira eficiente.

 Porém, seu raciocínio foi interrompido quando Yuto adentrou o escritório indagando sobre o que poderia ser feito no momento.

— Vamos fazer uma reunião para discutir sobre esses desaparecimentos, apontando os pontos onde houveram mais desaparecimentos e buscando informações através das câmeras de segurança. Temos grande chance de descobrir o paradeiro dessas pessoas e assim fazermos algum progresso significativo em nossa busca...

— Com toda a certeza de que podemos fazer a reunião ainda hoje, creio que todos estarão juntos na hora do almoço. Mas se quiser, pode ser em outra hora caso queira discutir detalhadamente o que pretende fazer para encontrar o mascarado.

— Não será preciso, o horário de almoço será perfeito e não teremos de esperar todos serem chamados. Obrigada pela sugestão, Madara.

— Por nada, Aya...

 Yuto se retirou com um sorriso no rosto e Horikita tornou a analisar as informações que apareciam nos monitores enquanto fazia anotações importantes que podiam se mostrar úteis mais tarde para resolver o problema em questão.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...