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História Temptare - Imagine Jungkook - XII. o sol e a lua


Escrita por: goddess-lilith

Notas do Autor


oii gente. espero que não tenha demorado muito! essa história tá tomando um rumo muito sentimental, mal posso esperar para apresentar para vocês a melhor cena <3
boa leitura, meus xuxus.

Capítulo 12 - XII. o sol e a lua


Fanfic / Fanfiction Temptare - Imagine Jungkook - XII. o sol e a lua

S/N's POV

Isso foi um convite do tipo "você é o jantar" ou "você quer jantar"? — indaguei, curiosa. Jungkook deixou uma risada boba escapar, passando os dedos nos cabelos castanhos.

— Um convite do tipo " você quer dormir na minha casa". Só isso. — ele falou, meio sem jeito. Quando não estava tomado pela confiança do momento, Jungkook ficava nervoso com acontecimentos pequenos. Não que isto seja uma coisa ruim, mas acho bem engraçado que a personalidade dele oscile tanto em tão pouco tempo. Sorri, olhando para o moreno.

— Tudo bem. — disse. — Mas você vai ter que me emprestar suas roupas.

— E eu por acaso disse que não iria? — Jeon perguntou, ironicamente. Por incrível que pareça, me sentia cada vez mais confortável do lado de Jungkook. E aos poucos, conseguia entender ou pelo menos tentar entender o que passava por sua cabeça.

Passamos mais alguns minutos dançando juntos depois de recuperar as energias da música passada. Estava com a cabeça na lua, apenas sentindo uma satisfação enorme de estar ali compartilhando aquele momento com Jungkook. Ao mesmo tempo que pensava em como estava feliz e eufórica com as duas coisas que eu mais gostava no mundo, também passava pela minha cabeça que este instante ficaria guardado na minha memória e eu sentiria aquela felicidade agridoce toda vez que fosse recordar. Contente porque aconteceu, mas angustiada por estar longe. Fechei os olhos e resolvi focar no presente, enquanto sentia Jungkook cada vez mais próximo de mim.

Aproximava meu corpo do dele no ritmo da batida, jogando os ombros para trás enquanto movia o quadril. Ele fazia o mesmo, às vezes segurava minha mão na oportunidade de me fazer rodopiar na pista de dança. Eu sorria alegremente toda vez que ele fazia isso. Conseguia ver que ele também fazia o mesmo. Poucas vezes vi Jungkook tão genuinamente feliz, sem se importar com mais nada. Depois de mais quatro músicas, o cansaço tomou conta de nossos corpos, que responderam com a respiração descompassada.

— Tá cansada? — Jeon perguntou, me puxando para mais perto. Quase conseguia sentir a batida de seu coração de encostar em seu peitoral. Deitei a cabeça no ombro dele, abraçando o moreno.

— . Você quer voltar para a mesa? — perguntei.

— Eu queria dizer que não, mas eu não sinto mais meus pés. — o moreno riu, repousando sua mão direita delicadamente nas minhas costas.

— Então vamos lá. — me desprendi de Jeon. Tive a visão dos orbes escuros, que brilhavam conforme o reflexo das luzes da pista. Os olhos inocentes e repletos de esperança que eu sempre procurava conforto. Ficava impressionada como eles pareciam duas jabuticabas. Era uma das coisas mais adoráveis que eu havia reparado em alguém. Andamos até a mesa; Hoseok e Jimin já estavam lá e também pareciam exaustos.

— Ah, finalmente o Jimin voltou! — exclamei, sorrindo para o loiro. Ele começou a rir, cobrindo a boca com as mãos.

— Oi, S/N. — ele deu um aceno de cabeça, transformando a risada em um sorriso. Jimin sempre fechava os olhos quando sorria.

— Aproveitou bem? — perguntei, sentando do lado de Hoseok. Jungkook se sentou logo do meu lado, ficando na ponta da mesa.

— Como nunca. — o loiro suspirou. Namjoon sorriu, satisfeito. Hoseok estava suspirando com a cabeça para trás, marcando o maxilar. Uma gotícula de suor se fazia visível, descendo próximo da orelha do homem. — Hoseok também, parecia que estava possuído. No bom sentido, é claro.

— E tem bom sentido pra isso? — Jungkook indagou, rindo. Jimin deu um sorriso pervertido, cobrindo a boca novamente.

— Se você pensar bem, acho que tem. — ele respondeu, olhando para mim enquanto levantava as sobrancelhas de modo tendencioso. Fiz uma careta para ele, entendendo muito bem o que ele tinha dito.

— Eu tô morto. Quero deitar na minha cama e não abrir mais os olhos até todo esse cansaço sair do meu corpo. — Hoseok falou, abrindo os braços e relaxando mais o corpo no assento.

— Isso vai demorar. — respondi, fazendo o moreno rir. Os dedos compridos e repletos de anéis de Hoseok correram por seus fios castanhos, na tentativa de aliviar o calor de seu corpo. — Eu e o Jimin estávamos pensando em pedir um Uber porque vamos amanhã para a casa do Taehyung.

— E vocês todos vão dormir na casa de quem? — Jungkook perguntou, colocando o cotovelo apoiado na mesa. Hoseok e Namjoon entreolharam o loiro, que respirava fundo.

— De quem mais você achava que seria? — Jimin respondeu com outra pergunta, arqueando a sobrancelha. Jeon soltou uma risadinha, mostrando os dentes que se assemelhavam tanto a um coelho.

— A sua casa é quase um segundo lar para todo mundo. — olhei para Jimin, dando um longo gole na garrafa de água. Estava quase vazia.

— Logo vou começar a cobrar imposto de vocês. — a mesa explodiu em risadas com a fala de Jimin.

A relação de todos eles parecia bem saudável. Já havia observado que Jungkook tinha respeito máximo por Namjoon, mas além de tudo: eles realmente se gostavam. Se importavam uns com os outros, e sempre que um ficava de fora, faziam questão de compensar para o outro lado. Não sentia inveja, mas às vezes me perguntava como era ter uma amizade daquelas. Eu não era muito dependente das minhas amigas, porém momentos como estes me faziam refletir acerca do meu relacionamento e como eu tratava os outros.

— Bom, eu acho que a gente já vai então. — Jeon colocou as mãos nos bolsos, ajeitando o que parecia sua carteira e celular. — Vou levar S/N para casa.

— Para a casa dela ou para a sua casa? — o loiro cruzou os braços, entreolhando Hoseok que segurava a risada prensando os lábios. O rosto de Jeon rapidamente se transformou em uma careta para Jimin, deixando-o sem resposta.

— Vocês dois se cuidem. Namjoon, fica de olho neles. — Jeon falou, olhando para o platinado. Logo, fez sinal para que eu levantasse da mesa para sair do local.

— Isso nem faz sentido, eu sou mais velho que ele! — Hoseok resmungou, gesticulando. Levantei da mesa, pegando o sobretudo e colocando por cima de meus ombros. Meus pés doíam um bocado, e tinha quase certeza que eu teria uma bolha d'água assim que tirasse as plataformas.

— Mas você já está em outro estágio de sanidade. Depois que você dança, não tem ninguém que te segure. — o moreno falou, ajeitando a gola da jaqueta. Poderia considerar Jungkook mais atraente com trajes pretos do que despido; a cor lhe caía muito bem e fazia horrores por aquele corpo definido. A camisa social que tinha o primeiro botão aberto — graças à mim — deixava a mostra sua clavícula. Parecia desenhada de tão perfeita. Uma corrente repousava em seu pescoço, que brilhava mais conforme seus movimentos. Jeon Jungkook era um pacote completo. Era impressionante como numa questão de segundos, a faceta angelical era substituída por uma energia dominante e tão provocativa.

Hoseok parecia convencido o suficiente, e ainda recompunha sua respiração. Jimin estava despreocupado, mexendo no celular assim como Namjoon. Provavelmente ficariam aqui por mais um tempo e depois iriam para casa. Chequei o horário em meu celular; já passava da meia noite. Não que eu tenha costume de ficar fora de casa de madrugada, mas estava "consideravelmente cedo" para um sábado. Ou melhor, domingo.

— Muito obrigada por terem aceitado vir aqui. — eu falei, olhando para Jimin principalmente. Ele sorriu, assentindo.

— Precisamos fazer isso mais vezes. — Jimin disse.

— Com certeza.

— Se cuidem, viu. — Jeon disse, apontando para eles na mesa. Namjoon assentiu, dando um sorrisinho de lado. — Depois a gente se fala. Tchau, galera.

— Tchau, Jeon! Tchau S/N! — eles falaram em uníssono. Acenei com um sorriso no rosto, me distanciando da mesa. Senti falta da energia deles. Segui Jeon no meio daquele local que parecia cada vez mais cheio. As luzes davam um tom mais charmoso para a construção. O moreno estendeu a mão para mim, evitando que nos perdêssemos de vista; entrelacei meus dedos nos dele, sentindo uma súbita ansiedade subindo por meu estômago. O toque dele era suave e me deixava até um pouco boba. Logo quando saímos daquele lugar, senti um pingo gélido cair em meu nariz.

— Ótima hora para chover. — disse, desprendendo delicadamente minha mão de Jeon. O moreno olhou para cima, mas logo abaixou a cabeça novamente levando alguns pingos na cara. Eu ri da reação dele, mas sabia que iríamos ter que andar até o carro e nos molhar um pouco.

— Eu até gosto de chuva, mas essa me pegou. — ele sacudiu os cabelos castanhos, passando a mão pelo rosto. — Vamos, antes que piore.

— Ah, mas nem tá tão forte assim. Parece garoa. — respondi, contornando a parte da frente do sobretudo em mim na tentativa de me esquentar um pouco. — Aliás, você sabe onde está o carro, não é?

— Claro que sei. — Jeon falou, fazendo bico. As luzes amareladas refletiam na calçada conforme andávamos até o automóvel. Meus pés realmente estavam pedindo para um descanso. Abaixei a cabeça de leve para que não caíssem pingos no meu rosto.

Em poucos segundos, já estávamos dentro do carro. Arrumei o sobretudo e fechei a porta, estremecendo. Parecia que havia uma frente fria chegando, e ela não ia ser muito receptiva conosco. Não me leve a mal, eu adoro o frio; não é à toa que eu vim para o Canadá. Ajeitei o cabelo, enquanto Jungkook se ajustava no banco do motorista. O moreno afundou um pouco no banco, colocando a carteira e o celular no porta-luvas. Sua tela de bloqueio mostrava um cenário estrelado, com detalhes minimalistas.

Observei-o silenciosamente dar partida no carro, manejando a marcha e girando o volante. Coloquei as mãos entre minhas coxas, aquecendo-as. As ruas estavam bem movimentadas para o horário, mas isto porque era final de semana. A garoa caía em diagonal, marcando o vidro do carro; Jungkook ligou o para-brisa. Pessoas transitando pelas calçadas, amontoadas por conta da brisa gelada que as recepcionava. Os carros lustrosos e úmidos refletiam os feixes de luz dos postes, dando um toque de luxo para as ruas. As edificações espelhadas a cada esquina tornavam tudo ainda mais agradável de se olhar. Às vezes, só conseguia observar os faróis dos automóveis, que se estendiam por conta da pista molhada. Deixei meus pés relaxarem um pouco, acompanhando a atmosfera que servia quase como um sedativo para minha mente que ainda martelava a música alta de minutos atrás.

— Você está quieta demais. — ele resmungou, fazendo a curva cuidadosamente enquanto olhava para a rua.

— Só estou observando a chuva. Você quer que eu encha seu saco? — respondi movendo meus lábios em um sorriso sacana, mesmo sabendo que Jungkook provavelmente não olharia para minha face dado a atenção no trânsito. Só ouvia o barulho do aparelho limpando o vidro de modo uniforme. Mesmo assim, não era aquele silêncio desconfortável.

— Eu não disse isso. — o moreno deu uma risadinha, tirando sarro de mim. Seus olhos espelhavam a iluminação que vinha da pista, cintilando em branco e vermelho conforme os faróis. — Mas não estava reclamando.

— Então você prefere que eu fique quieta?

— Também não. — Jeon chacoalhou a cabeça, me observando de soslaio. Trocou de marcha, exibindo a mão direita tatuada que ainda me arrancava olhares sem dó nem piedade. — Eu quero que você fale quando precisar.

— Bom, então lá vai: você sabe que eu não vou dormir no sofá, não é? — encostei o cotovelo na borda da janela, ao mesmo tempo que cruzava as pernas.

— Você fala como se tivesse esquecido que a gente já dormiu junto. — ele deu um sorriso de canto, me provocando.

— Eu só fiz isso porque você pediu com muito carinho.

— Então eu vou ter que pedir de novo? — Jungkook perguntou, batucando os dedos no volante enquanto esperava o sinal abrir. Apenas olhei para ele, inconformada. Parecia que ele tinha resposta para absolutamente tudo.

— Ainda acho que você deveria dormir no sofá.

— Minha cama é bem grande. — ele retrucou, fazendo a curva para a esquerda. A chuva estava gradualmente mais fina, e as pessoas que transitavam nas ruas não se incomodavam com a presença da mesma.

— Tsc. — emiti o som com a boca, revirando os olhos.

— Vai me dizer que você não gostou de dormir comigo? — ele colocou a mão no encosto do meu banco, apoiando o braço.

— De jeito nenhum. — menti, olhando para ele.

— Você não precisa bancar a durona nessas situações.

— Eu só quis ser cuidadosa com você aquele dia.

— E eu agradeço. Mas espero que eu não tenha que esperar você dormir para ir até minha cama. — Jeon falou, manejando o volante.

— Desde que você não se aproveite da situação. — proferi. Não estava incomodada com a situação, mas também não queria admitir que havia aproveitado aquilo. Eu sentia um pouco de carência e coisas desse tipo me faziam derreter. Já não dormia do lado de alguém fazia um bom tempo.

— Isso não faz parte do meu caráter nem de longe, pode ficar tranquila. — os olhos do moreno se alternavam entre a rua chuvosa e o painel do automóvel. — Eu não sou daqueles caras desesperados por sexo, apesar da nossa aposta. Sei que você deve ter ficado com uma má impressão de mim.

— Mais ou menos. — admiti, apoiando minha cabeça na mão direita que repousava na borda da janela ainda. — Não é isso, mas tenho um pouco de medo com o ritmo das coisas.

— Eu sei como se sente. — o olhar terno de Jungkook pairou sobre mim. Aqueles orbes escuros pareciam me fazer questionar minha existência toda vez que me observavam. — Eu sempre fui respeitoso com as pessoas, até demais. Sei que isso não vai te tranquilizar muito, porém gostaria que se sentisse à vontade comigo.

— Eu me sinto, até demais. — dei um sorriso bobo, olhando para baixo. — Eu ando pensando além da conta, mas não se preocupe com isso. Acho que você sabe bem, já que passa quase grande parte do tempo em sua cabeça.

— Hum. — foi a única coisa que ouvi sair da boca do moreno seguido de alguns minutos em silêncio. Fiquei olhando os pingos deslizarem pelo vidro com agilidade, que me mantiveram distraída o suficiente para não ficar pensando na troca de palavras anterior. Essa cidade ficava impecável de noite. Jungkook resolveu ligar o rádio; Company do Justin Bieber iria ser a trilha sonora até sua casa.

— Eu não sou muito fã dele, mas eu gosto dessa música. — entreolhei Jungkook. Por algum motivo, a situação toda me deixava quase escapar todas as borboletas que eu sequer pensava que podiam existir na minha barriga. Os olhos castanhos dele pairaram sobre mim. Conseguia ouvir ainda os pingos caindo pela janela.

— Não posso defender ele com unhas e dentes também. — ele sorriu, tímido. Jogou o cabelo para o lado, fazendo os pingentes do brinco tilintarem. — As músicas dele são boas mesmo.

Jungkook ficou confortável o suficiente para poder cantarolar com os lábios cerrados o refrão que se aproximava. Dei um sorriso de canto, percebendo que ele me fitava esperando reação do ato. Quase podia sentir minha bochecha explodir, mas contive o sorriso bobo.

— Você devia cantar mais vezes. Sua voz é muito bonita, Jungkook. — disse, movendo os pés de leve no ritmo da canção.

— Você acha? — o moreno perguntou, enquanto entrávamos numa rua mais sossegada. A chuva que nos acompanhava havia progressivamente diminuído, quase imperceptível. Só havia restado as gotas de água formando caminhos entre os vidros.

— Claro. — assenti, olhando para o moreno que movia os orbes com rapidez focando na rua.

— Às vezes fico com medo do que as pessoas podem achar. — ele admitiu. Observei seu peito inflar num suspiro.

— Sempre vai ter alguém para te julgar, infelizmente. Mas eu acredito muito que você deveria pelo menos postar um cover no YouTube de alguma coisa. Qualquer coisa que seja. — falei, tentando convencê-lo.

— Você não me venha com ideias. — ele se alegrou, fazendo a curva no volante. — Olha, estamos chegando. Estou torcendo muito para que eu não tenha deixado nenhuma bagunça na sala.

— Não esperaria nada diferente de você. — zombei, olhando para a janela.

— Ei, eu sou bem organizado, viu? — Jungkook se defendeu. A frase me arrancou uma gargalhada genuína.

— Quero só ver.

Jungkook entrou na garagem que havia abaixo do conjunto de apartamentos. O porteiro havia reconhecido o carro numa questão de segundos, cedendo para que ele estacionasse facilmente. Depois de alguns minutos, saímos do carro. Senti uma brisa gélida recepcionar minhas pernas quase desnudas; a meia arrastão não mudava muita coisa. O moreno fechou a porta do carro, trancando-o com o controle que estava nas chaves. Jungkook ainda tinha um perfume tão penetrante depois de tantas horas.

— Vamos lá. — ele fez sinal com a cabeça, ajeitando a carteira no bolso da calça. 

Andei atrás dele, em direção do elevador. Jeon andava como se fosse dono de qualquer lugar que pisava, balançando os ombros moderadamente de um jeito atraente e elegante. No fundo, ele sabia que seja qual for o local que entrasse, geraria olhares de múltiplas pessoas de um jeito magnético. Sua presença era memorável, mesmo sem qualquer esforço de arrancar suspiros. Jeon parou bruscamente no meio do caminho, quase me fazendo tropeçar.

— O que foi? — perguntei, arqueando as sobrancelhas.

— Eu tive uma ideia. — Jeon exclamou, com os olhos quase brilhando. Pegou minha mão e me arrastou até as escadas.

— Me diga que é mentira que a sua ideia brilhante é subir de escadas, Jungkook. — rosnei, segurando no corrimão. Meus pés já estavam aclamando por descanso e essa criatura ainda me vem com essa ideia.

— Você vai entender. Prometo que não vai ser em vão. — ele sorriu, olhando para trás.

Com muito sacrifício graças à minha preguiça, subimos todos aqueles degraus até o final. Havia uma porta com uma daquelas maçanetas que você empurra, semelhante àquelas portas de shopping. Era branca e parecia pesada. Coloquei as mãos na cintura, sentindo a temperatura de meu corpo subir mesmo estando numa temperatura mais baixa.

— Vai me dizer que você mora na cobertura. — perguntei, arfando.

— Não. Mas eles deixaram a porta aberta. — Jeon falou, dando uma risada perversa. — Você vai adorar isso. — ele abriu a porta, dando lugar para o piso mais alto do local. O vento gelado nos dava boas-vindas, junto com os prédios e milhares de outras construções que mantinham luzes hipnotizantes. Jungkook andava pela extensão do piso, marchando com o sapato de sola grossa. Deixei um suspiro escapar de meus lábios, olhando para aquela paisagem. Nunca havia visto o quão alto poderia ser a cobertura de um prédio. A noite fria dava um toque especial para o local; fiquei imóvel apenas observando por alguns segundos e captando tudo aquilo.

— Caralho. — praguejei, piscando repetidamente.

— Eu nunca trouxe ninguém aqui. — Jeon falou. Olhei para os orbes castanhos, que agora pareciam cheios de vida porém inertes presos nos meus. Os fiapos de cabelo dele custavam a ficar no lugar, por conta da lufada de ar fresco. Coloquei uma mecha atrás da orelha, apenas observando o moreno.

— Me senti especial agora. — sorri, andando para mais perto da borda. A emoção de estar lá era de outro mundo. Se eu tivesse uma lista de coisas nas quais as sensações seriam indescritíveis e satisfatórias, com certeza este momento estaria lá. Fixei meus olhos no céu, contando as estrelas mentalmente. A chuva havia cessado, e agora o tempo estava limpo o suficiente para observar com nitidez a lua.

— Não se ache tanto, viu? — ele brincou, enquanto dava uma pausa. — Droga. Tenho que lembrar de tirar essas lentes logo que chegar lá no apartamento. — Jungkook resmungou, piscando repetidamente enquanto olhava para o céu próximo de mim.

— Você usa óculos? — voltei o olhar para o moreno. Ele assentiu, fungando. — Seus olhos parecem cansados mesmo.

Me aproximei dele, alternando a visão entre um olho e o outro. Havia perdido totalmente a vergonha na cara para poder ficar observando Jungkook por minutos; ele também não havia desviado o olhar.

— O que foi? — ele perguntou, dando de ombros enquanto dava um sorriso tímido. Chacoalhei a cabeça, em negação.

— Nada. Só estou te olhando. — respondi, colocando as mãos no bolso de meu sobretudo. Ele olhou para baixo claramente acanhado com a situação, mas ainda mantinha o sorriso nos lábios. — Olha só, Jeon Jungkook ficou com vergonha?

— Tsc. — ele resmungou mordendo o lábio enquanto olhava para o horizonte. Desviei os orbes de sua figura, sorrindo satisfeita. Fechei os olhos por um instante, apenas sentindo o vento refrescante beijar minhas bochechas de modo sutil.

— Eu poderia ficar aqui pelo resto da noite. — falei, ainda de olhos fechados. — Pena que meus pés estão doendo.

— Os meus também. — ouvi a voz grossa de Jeon concordar. Tornei a olhar para paisagem, dando alguns passos mais próximos da borda.

— Me surpreendo em como ainda estamos de pé depois de dançar tanto. — afundei as mãos no bolso, deixando um calafrio percorrer meu corpo. Senti Jungkook se aproximar de mim, encostando parte do peitoral nas minhas costas delicadamente. Ao mesmo tempo que eu clamava por sua presença nas horas vagas, me sentia tão boba com os pequenos gestos que ele insistia em me proporcionar, como pegar na minha mão e ficar perto de mim. Eu era aquilo que a literatura definiam como romântica incurável.

Coitado do meu coração, que se encontraria numa situação lastimável de paixão com o ritmo das coisas. Foquei em aproveitar o momento, apreciando a imensidão da lua que não me deixava sofrer sozinha. Dizem que o sol se apaixonou pela lua, e para seu azar, não podiam ficar juntos, já que não podem aparecer ao mesmo tempo. Se vamos falar disso, podia afirmar com convicção de que eu estava esperando insaciavelmente pelo eclipse que teria com o meu sol, mais conhecido como Jeon Jungkook.


Notas Finais


tô cada vez mais feliz com os comentários de vocês, são tudo para mim.
muito obrigada, gente <33


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