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História Temptare - Imagine Jungkook - XIX. ela - parte 2


Escrita por: goddess-lilith

Notas do Autor


cheguei com mais um capítulo pra vocês cheirosos. aproveitem e boa leitura!
músicas do capítulo: boy like you - ke$ha e life of a party - the weeknd

Capítulo 19 - XIX. ela - parte 2


Fanfic / Fanfiction Temptare - Imagine Jungkook - XIX. ela - parte 2

S/N's POV

Resolvi ficar em silêncio, me poupando de discutir com ele. Eu sabia que o beijo podia não significar nada, e com certeza não seria eu que daria o primeiro passo arriscando tudo. Quer dizer, Jungkook estava mesmo se fingindo de bobo ou não fazia ideia de que eu nutria cada vez mais sentimentos de todos os tipos por ele. Felizmente, o automóvel que nos levaria chegou rápido, deixando Jungkook ocupado com a papelada toda e colocar o próprio carro em cima do caminhão. Usei este tempo para me distrair com o celular.

— Tá tudo bem? — ele perguntou, se ajeitando no banco enquanto o barulho repetitivo da ré do motor tocava. — Foi alguma coisa que eu disse?

Ele parecia genuinamente se importar, e acertava na mosca sempre que sentia que eu agia diferente. Mordi o lábio, com receio de falar qualquer coisa que estragasse o clima. Sorte a minha que não era a primeira vez que isso acontecia, então vesti minha melhor cara de "tá tudo bem sim, meu querido" e dei um sorriso de canto.

— Por que não estaria?

— Ah é, você tá com fome, né? — ele piscou, com um olhar repleto de ternura. Por trás de todas as provocações, Jungkook era surpreendentemente cuidadoso comigo. Me perguntava constantemente como eram as relações anteriores dele. — Eu posso pedir a comida e quando chegarmos, vai estar na portaria.

— Vai esfriar. Melhor esperarmos, afinal, não gosto de comida fria. — cruzei os braços, sem dar mais brechas do assunto. — Ei, Jeon.

— Hm? — o moreno arqueou as sobrancelhas, esperando minha frase. — Pode falar.

— Como foi o seu antigo relacionamento? — observei o brilho dos olhos de Jeon oscilar, conforme ele digeria a pergunta.

— Ah... se terminou, foi por um motivo, não é? — ele deu um sorrisinho tímido, se esquivando da resposta.

— Sim, mas por que acabou? — perguntei notando que ele estava batucando no volante, mas com os olhos ainda perdidos em mim.

— Acho que ela não estava satisfeita. Apesar de ter passado, nunca consegui entender como ela pôde prolongar isso por tanto tempo. Claro que eu não penso mais nisso, só levarei esta dúvida para o caixão.

Molhei a boca, com um certo desdém. Não conseguia imaginar como alguém poderia ter destratado Jeon Jungkook, gentil e cavalheiro. Apesar de seus defeitos e impasses, ele era muito melhor do que a maioria que eu havia conhecido. Como não conseguiria ficar satisfeita? Evitei deixar meus pensamentos apaixonados me subirem a cabeça.

— Sinto pena dela por ter perdido alguém tão especial. — deixei minha sinceridade sair por minha boca sem rodeios. Os olhos curiosos de Jungkook piscavam, como quem queria complementar mais algo.

— Você acha?

— Claro, olha pra você. Preciso dizer mais? E eu nem tava me referindo ao dinheiro. Isso é bônus.

Arranquei uma risada dele, que se revirou no banco. Fiquei aliviada, porque não queria que se tornasse um fardo falar de alguém que já se foi em sua vida.

— É claro que a gente brigava, mas eu me esforcei muito para manter tudo estável. Ela trabalhava muito, e não fazia esforço para tirar folgas e me ver. — ele negou com a cabeça, fazendo os brincos balançarem junto. — Acho que deixei ela se aproveitar de minha bondade, mas acontece. Isso constrói caráter, veja pelo lado bom.

— Se ela voltar arrependida, não ficaria surpresa. — sorri, olhando para os carros passando com rapidez na rodovia. Sentia o calor do olhar de Jungkook em minha figura, que ficou pousado por longos segundos no mesmo lugar.

— Ah, mas aí quem não vai querer sou eu. — o sorriso de Jeon era contagiante, e mostrava o alívio de estar bem consigo mesmo. — Já tenho outros planos.

— Posso ser a primeira a saber?

— Você vai, querendo ou não.

— Agora vai ter que me contar. — contive minha euforia de bobinha apaixonada num sorriso. Não iria mentir: questionava o tempo todo se realmente havia uma possibilidade de ter Jeon ao meu lado.

— Quem vai ficar na curiosidade é você agora. — ele mostrou a língua, feito uma criança. O espírito jovem de Jungkook escapava dele como areia escorria pelos dedos de alguém que tentava prendê-la.

— Isso é injusto. — fiz bico, me aproveitando de sua fraqueza para arrancar alguma informação.

— Claro que não, S/N. Só estou te dando o troco.

— Ah, então você quer devolver na mesma moeda? — ouvir isso foi simplesmente música para os ouvidos de Jungkook, e eu tinha certeza por sua expressão facial. Ergui as sobrancelhas, com um sorriso sórdido. — Tome cuidado.

— Você é só fala. Cão que ladra não morde.

— Acho que você se perdeu no personagem, meu bem. — me sentia o gato risonho da Alice, apenas alimentando as brincadeiras de Jeon. Ele negou, fazendo graça.

— Você não perde uma, não é?

— Não pretendo perder, Jungkook. — foquei as orbes em seus olhos brilhantes. Se eu não fosse tão convencida, juraria que havia sentido um certo temor no olhar dele. Aquela emoção de quem iria perder seu lugar.

— E é tão insistente assim como diz? — ele respondeu, apoiando o cotovelo na borda da porta do automóvel.

— Ah, Jungkook querido. — suspirei, me inclinando no assento do carro. A janela comprida me fornecia distração o suficiente para não sentir tanto peso do olhar dele, que parecia grudado. — Não sei o que faço com você, garoto.

— Você sabe, só não fez ainda. — observei o moreno de soslaio morder o lábio, encarando a janela também.

— Olha só, foi isso que eu ouvi? — sorri, em um tom de euforia. Tomei coragem e me aproximei do moreno, que se recusava a olhar para mim depois de ter dito aquilo e quase me cantar vitória. — Jungkook implorando para ter um pedaço de mim?

— Sossega o facho porque se não eu vou ter que te pegar de novo pra você ficar quietinha. — a sobrancelha arqueada e o olhar congelante foram o suficiente para me fazer calar a boca em questão de segundos. Mordi o lábio na tentativa de conter minhas emoções que quase pulavam do peito.

Para ser sincera, não sabia se realmente queria arruinar essa relação esquisita que tínhamos. Eu estaria mentindo se falasse que não aproveitava toda essa tensão que havia entre Jungkook e eu. Era bom aproveitar sua amizade e companheirismo, porque ele era uma ótima pessoa. Mas o benefício de ter um passe-livre para flertar sem escrúpulos era melhor ainda. O único problema é que ele me deixava confusa, divagando e me questionando se eu sabia jogar sem intrometer meus sentimentos no meio.

Demoramos cerca de meia hora para chegar até o mecânico mais próximo e resolver a divergência do raio do motor do carro. É claro que eu nem fiz questão de sair, porque não entendia nada e já era tarde da noite. Não estava com saco para tentar entender o que havia dado errado. Apenas observei Jungkook naquela calça preta que destacava tanto suas pernas. Tinha certeza de que ele fazia exercício físico, porque parecia prezar muito por seu corpo e saúde. Outra coisa que eu poderia colocar na minha lista de "fatos admiráveis do Jungkook".

— Já tá tudo certo. — o moreno se aproximou na janela. Aposto que minha bunda já estava quadrada de tanto ficar naquele banco. Eu já havia tirado os sapatos e acomodado minhas pernas do jeito mais confortável para aguentar a volta até o apartamento de Jungkook.

— Ainda bem. Pensei que demoraria mais. — resmunguei.

Ele se acomodou no banco do carro, alcançando o porta-luvas e tirando de lá um pequeno dispositivo preto que já me era familiar. Como eu sabia? Kate vivia usando isso quando estava estressada com o trabalho. Assisti incrédula Jungkook puxar com os lábios encostados e então soltar a fumaça de um jeito irresistível.

— Ah, então você pode fumar? — ergui a sobrancelha esperando uma explicação plausível sair de sua boca, mas tudo que recebi foi um sorrisinho malicioso.

— Sim, meu bem. — ele respondeu, com palavras banhadas em acidez. O aroma de baunilha do vape se espalhava no ar. Era a cara de Jungkook usar um desses negócios aromatizados. Ele era tão sensível a odores, que fazia questão de ser a pessoa mais cheirosa de todo lugar que fosse. — Eu estou cansado. Você podia me dar um desconto, não é?

— Desconto? Jungkook, você é um filha da puta às vezes. Quer me proteger?

— Quero. Melhor eu fumando do que você.

— Não adianta nada. Você vai parar ou eu vou ter que arrancar da sua mão? — perguntei, indignada. Ele colocou a língua por dentro da bochecha, fazendo a típica expressão.

— Eu adoraria que você pegasse, mas eu quero ir pra casa. Lá a gente brinca, tá bom?

— Não tem brincadeira. Você foi injusto comigo só porque era o Taehyung. Se fosse você, deixaria. Ou estou mentindo?  — cruzei as pernas, me encostando na porta do carro. 

Ele ficou em silêncio, rodando o volante para dar ré e sair na primeira rua. A caneta de vape ainda estava entre os dedos; levou para a boca mais uma vez. Outra lufada de baunilha deixada no ar. Ele detestava perder a razão pelo visto. A mão tatuada deslizava pelo controle do automóvel, conforme Jungkook estava com a mandíbula travada. Eu repousei minha mão no banco do passageiro, em silêncio. Se esta seria nossa viagem para casa, eu estava fodida quando chegasse. Não demorou muito para que Jeon encontrasse um jeito de me chamar a atenção. Se não fosse pela ultrapassagem de velocidade, eu não teria olhado para ele de soslaio.

— Você quer matar a gente por acaso?

Não recebi resposta, porém havia funcionado. Depois de alguns segundos, Jungkook voltou a dirigir novamente. Eu apenas observava o braço direito coberto por desenhos e com as veias saltadas manejarem a marcha. Curiosamente, ele pegou minha mão que estava no banco e colocou agressivamente na marcha. Sua mão foi por cima, segurando meus dedos gélidos. Senti um arrepio, olhando para o moreno. Ele nem sequer olhou; apenas continuou segurando minha mão através do objeto.

Em silêncio, chegamos no apartamento. Subi com agilidade e apenas fiquei encarando-o no elevador. A escassez de assunto por conta da tensão anterior não me deixava desconfortável: muito pelo contrário, apenas me abastecia como jogar lenha numa fogueira. Mordia o lábio para evitar escapar um sorriso repleto de maldade.

— Finalmente, em casa. — Jungkook se jogou no sofá, aliviado. Suspirei, deixando os sapatos no canto da sala junto com os dele. Meus pés estavam implorando por uma pausa dos saltos.

— Até eu que não moro aqui tava sentindo falta. — tirei sarro, sentando no sofá do outro lado. Ele riu, apoiando os cotovelos nos joelhos olhando para mim.

— Você pode chamar a comida que eu vou tomar banho. Ok?

— Você vai sem mim? — fiz bico, unindo as sobrancelhas numa expressão de piedade. Ele passou a língua pelos lábios, como quem não acreditava no que ouvia.

— Você tá abusada demais pro meu gosto.

— Quem me beijou foi você, Jeon. Não esquece disso. — levantei, sentindo o olhar dele me seguir até a cozinha. Procurei pelo meu celular na carteira e abri o aplicativo de delivery. O iFood vai me salvar de ser a refeição dessa fera por alguns minutos.

— Como poderia esquecer de seus lábios, S/N? — ele ergueu a sobrancelha, passando a mão pelos cabelos negros.

— Não me venha com provocações baratas agora, Jeon.

— Por que insiste em usar meu nome tanto assim?

— Te incomoda seu nome na minha boca por acaso? — levantei os olhos da tela, olhando para ele que agora estava inclinado no sofá com os olhos fechados. Observei apenas seu peito ir para cima e para baixo, numa respiração pesada.

— Me incomoda que o meu pau não esteja na sua boca. — ele disse, sem rodeios. Evitei arregalar os olhos, não dando o gostinho de vitória que ele queria.

— Eu ia sugerir que a gente fosse junto, mas com uma condição. — hesitei, esperando que isto chamasse sua atenção. Jeon se endireitou no sofá, esticando os ombros. — Nenhum dos dois pode olhar para baixo nem se tocar.

— E quem perder paga a janta?

— Sim. — assenti, com um sorriso. Sabia que eu iria vencer. A curiosidade masculina era o suficiente para me dar uma vitória de bandeja. 

— E se, hipoteticamente, os dois ganhassem? — conseguia enxergar um ponto de interrogação na expressão facial de Jungkook. O que ele estava tramando?

— Aí a gente racha, e vamos ver o que acontece depois.

— Fechado.

 


Notas Finais


gente, eu fiz uma playlist no spotify! se quiserem ouvir enquanto lêem, pretendo atualizá-la toda semana.
link: https://open.spotify.com/playlist/7salGf3kYC9dOSyBuw7AiO


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