1. Spirit Fanfics >
  2. Temptare - Imagine Jungkook >
  3. XXIV. intocável

História Temptare - Imagine Jungkook - XXIV. intocável


Escrita por: goddess-lilith

Notas do Autor


oi meus amores <3 eu achei um vídeo no tiktok de um apartamento. se vocês quiserem uma melhor ambientação do apartamento do jungkook, vou deixar o nome da conta aqui: @/pieromadu
boa leitura ♡♡

Capítulo 24 - XXIV. intocável


s/n's pov

Fui acordada de meu sono tranquilo pelo despertador impiedoso e alto do Jeon, que me arrancaria da cama na obrigação de desligá-lo. Estiquei o braço guiada pelo som e apertei a tela de qualquer jeito para dar um fim no alarme.

Soltei um grunhido abafado. Ainda estava afundada na blusa dele; podia sentir o calor de sua derme e seu coração bater. Como de costume, Jungkook me fazia acordar em sua cama e eu pensava silenciosamente nas possibilidades um tanto quanto tentadoras de faltar no trabalho para ficar deitada com ele por mais algumas horas. Minha cabeça doía um pouco, e as lembranças de ontem ficavam coladas em minha mente como uma meia de lã no corpo. Difícil me concentrar quando mal acordo e já consigo lembrar da zona de guerra que esta cama havia se tornado ontem.

Jeon ajeitou a cabeça no travesseiro, virando de frente para mim. Observei o moreno, que descansava tão pacificamente. A posição realçava seu maxilar, levemente inclinado para cima. Os fios escuros espalhados pela fronha do travesseiro cheiravam ao shampoo doce que ele usava. Acordar com essa visão transmitia uma sensação de conforto, como se eu estivesse em casa na sua presença. Custava acreditar que tudo aquilo havia acontecido. Cocei o olho, na tentativa de fazer com que meus olhos se acostumassem com a ideia de levantar da cama. As cortinas ainda estavam abaixadas, o que deixava o quarto levemente escuro. Dormir mais ainda parecia bem convidativo.

Sentei no colchão com delicadeza. A mão direita de Jungkook repousava em minha cintura, como se me abraçasse. Os dedos tocavam o local, fazendo uma leve pressão. Olhei mais uma vez para ele. A boca fazia espaço para a passagem de ar, levemente aberta. Os lábios rosados pareciam pouco úmidos. Seu peito ia para cima e para baixo com o movimento de sua respiração — me lembrava um bebê dormindo no berço, que acordávamos com dó. Dei um sorrisinho de canto.

— Jungkook. — falei, em tom baixo. Cutuquei sua bochecha, mesmo sabendo que não faria muita diferença. Jungkook me disse que tinha sono pesado, então não esperava que despertasse com facilidade. Ele apenas moveu a cabeça, afofando no travesseiro. — Tá na hora de levantar da cama.

Não obtive respostas dele. Levantei da cama vagarosamente e fui na ponta dos pés até o corredor. Não gostava de mexer na casa dos outros sem permissão, mas gostaria de agilizar as coisas. Cheguei na cozinha e peguei duas canecas em silêncio. Fiz café com leite para ele e para mim. Voltei para o quarto depois de alguns minutos e ele apenas havia trocado de lado.

Ele parecia mais encolhido, com a mão por baixo do travesseiro. Sentei novamente na cama, ao seu lado. Coloquei minha caneca na mobília; não arriscaria de jeito nenhum segurar os dois e quem sabe sujar suas roupas. Cutuquei o moreno gentilmente mais uma vez. Para minha sorte, ele reagiu. Os olhos de jabuticaba logo puderam ser vistos. Ele me encarou, piscando.

— Bom dia. — o timbre grave da voz matinal dele me agradava. Era incrível como ele conseguia me causar sensações tão diversas em tão pouco tempo, e sequer fazia ideia. Dei um sorrisinho sem mostrar os dentes.

— Bom dia, Jeon. Ainda bem que você acordou antes que eu jogasse um balde de água em você. — brinquei. Ele deu um sorriso, ainda com a cara afundada no travesseiro. Céus, eu estava tão apaixonada e nem conseguia esconder. Pressionei os lábios, esperando a resposta dele.

— Você teria coragem de fazer isso comigo? — ele perguntou, virando com o ventre para cima. Pisquei, olhando para sua figura. É claro que não teria.

— Depende. — dei uma risada. Lhe entreguei a caneca quente, depois que ele se ajeitou sentado no colchão e agradeceu. O cabelo macio estava levemente bagunçado e jogado para o lado. Os piercings na orelha novamente me chamaram atenção; o hélix parecia brilhar junto com as argolas prateadas de diferentes tamanhos.

— Você é cruel, S/N. — ele resmungou, dando um gole na bebida.

— Você sempre diz isso, Jungkook. — dei uma risadinha enquanto olhava para ele. Não sei porque, mas parecia surreal a ideia de estar lá depois de tudo. Mordi o lábio discretamente.

— Porque você é. — o moreno sorriu. Era inaceitável o jeito que ele derretia meu coração mostrando o sorrisinho de coelho que eu achava uma graça. Levantei da cama para abrir as cortinas. Os raios de luz nos encorajavam a sair preguiçosamente do quarto naquela manhã fria. — Ah, sol. Eu sou vampiro, odeio claridade.

— Vai odiar também quando tiver que usar óculos. — reclamei. Ele terminou de tomar a bebida enquanto eu contornava a cama para pegar minha caneca.

— Como se eu já não tivesse. — uma risada cínica saiu de seus lábios. — Mas é só para descanso.

— Mais um motivo para você não ficar no escuro forçando sua vista. — senti o gosto doce e forte do café invadir minha boca ao dar um gole na bebida. — Enfim, não sou sua mãe pra ficar falando essas coisas.

— Ontem quase foi. — Jungkook deu um sorriso travesso ao proferir as palavras sórdidas, esperando uma resposta no mesmo nível. Franzi as sobrancelhas com a audácia dele tão cedo.

— Sinal de que você gostou. — dei de ombros, confiante. Brincar de pega-pega com ele entre as frases era um dos meus passatempos favoritos.

— Seria louco da cabeça se não gostasse. Foi a única aposta que eu me orgulho de ter perdido. — ele umedeceu os lábios, ficando de pé ao olhar em meus olhos. Sua presença era suficientemente impactante para me fazer questionar o pouco do temperamento forte que tinha de manhã. Peguei a caneca em suas mãos e me direcionei à cozinha.

— É uma pena que acabou. — segurando os objetos pela asa, repousei-os na pia. Jungkook apareceu logo atrás, como quem aguardava satisfações. Contornou o interior da bochecha com a língua como de costume.

— Você já sabe que se dependesse disso, você teria ido embora ontem mesmo. — Jungkook me deu um sorriso ladino, erguendo as sobrancelhas.

— Gostaria de não bancar o enigmático tão cedo na manhã? Cansa minha beleza. — me virei, lavando as canecas rapidamente. Ele deu a volta no balcão, parando próximo à geladeira. Encostou o quadril no beiral da pia; apenas o observei de soslaio.

— Ah sim, Miss Universo. Você sabe onde eu quero chegar. — Jungkook cruzou os braços, conforme eu secava as mãos com a toalha de pratos.

— Se eu soubesse, não perguntaria. Me diga porque eu já vou chegar atrasada depois de voltar para meu apartamento e me trocar. — falei.

Ele suspirou, alternando o olhar entre meus orbes em silêncio. Quase me sentia intimidada pelos seus olhos escuros, ora brilhantes, ora cheios de sentimento e profundidade.

— Você sabe. Só se faz de sonsa porque quer ouvir da minha boca. — Jungkook disse.

— Se você sabe, porque não segue o roteiro? — respondi, sem hesitar. Ele parecia levemente perplexo com a minha escolha de palavras. Observei o piercing industrial da orelha esquerda se destacar conforme ele virava a cabeça vagarosamente. Esse homem era tudo, menos suportável. Passei a língua pelo canto da boca.

— Pra que te dar o prazer de ganhar?

— Ah, é. Esqueci que você só faz isso na sua cama. — resmunguei, indo até seu quarto e recolhendo minhas roupas.

— Vamos, eu te levo para casa. Mas saiba que a gente ainda vai falar disso. Você não me escapa. — ele falou, pegando o moletom preto e colocando-o.

Tratei de pegar meus pertences em silêncio, o mais rápido possível. Não gostava muito de como o clima havia ficado, mas não tem jeito. Nem morta eu iria revelar tudo que sinto de bandeja para ter o coração esmagado impiedosamente. Descemos para a portaria; a brisa gelada da manhã me fazia arrepiar.

O carro de Jeon não passava despercebido. Fazia jus ao motorista do melhor jeito. A lataria lustrosa refletia minha figura, que não estava das melhores. Observei o cabelo desgrenhado, que custava ficar no lugar. Jungkook apertou o controle do carro, destrancando as portas.

Em questão de minutos, já estávamos na rua. Balançava as pernas incessantemente no banco do passageiro, ansiosa. Percebia que ele me olhava de canto, e parecia ensaiar para falar algo. O barulho da seta era a única coisa que impedia o ambiente de ficar silencioso.

— Se sua chefe brigar contigo, pode colocar a culpa em mim. — ele tentou descontrair, mas não tirava os olhos da pista. A mão tatuada deslizava pelo volante.

— Se eu aparecer com uma carta de demissão vou ir morar na sua casa, burguês. — ironizei, dando uma risada nervosa.

— A porta sempre vai estar aberta pra você.

— Brincadeiras à parte, é bom poder contar com você. — olhei para ele, que desviou por alguns segundos para retribuir. — Digo o mesmo também.

— Sei disso. — ele sorriu, confiante. É óbvio que ele sabia. Estava estampado na minha cara. Mais alguns segundos e eu já estava no apartamento.

— Obrigada pela carona. — agradeci, sem jeito. Jungkook sempre parecia me analisar em silêncio, como se estivesse lendo as entrelinhas de um livro. O braço direito descansava no encosto do meu banco, de forma intimidadora.

— Não precisa agradecer. — o timbre grave era inebriante. Os brincos balançavam na orelha; se aproximou de mim vagarosamente.

Pisquei repetidamente, sem reação. Seus lábios pareciam me provocar, implorando por um beijo. O olhar castanho de Jeon me aquecia mesmo sentindo o vento gelado da janela. Seria um crime ir embora sem selar nossas bocas por uma última vez, mas meu orgulho estava disposto a cometê-lo.

Sai do carro, em silêncio.


(...)


Depois de praticamente pular na roupa do serviço, liguei para Kate — que já estava no escritório. Poupei os detalhes para uma conversa de verdade, mas avisei que chegaria deveras atrasada.

Então quer dizer que você ganhou? — a voz feminina e inconfundível dela soava pelo celular. Conseguia ouvir o barulho de fundo da sala.

— Sim, ganhei.

Era o que você queria, não era? — ela perguntou, eufórica. — S/N, não me diga que é o que estou pensando.

— Do jeito que você é, deve ser sim. — respondi, amarga.

Está apaixonada, não está?

— E nem consigo disfarçar. — os passos ritmados pela calçada acompanhavam minha fala. Ela suspirou do outro lado da linha.

Não entre em pânico. Mesmo que não saia como o planejado, não tente lutar contra. Vai ser pior, acredite. — Kate disse.

— Já estou em pânico. Odeio me sentir fraca por isso. — não conseguia nem colocar em palavras o sentimento avassalador de paixão. Só me frustrava pensando nisso.

Vou te ajudar a colocar a cabeça no lugar. Se acalme e venha até aqui o mais rápido que puder. Temos tarefas profissionais a fazer. — ela tinha razão. Estava na hora de deixar Jungkook um pouco de lado e pensar racionalmente.

(...)


Notas Finais


<33


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...