História Tempting Consequence. - ( Park Jimin.) - 02

22:08 PM

Todos os nosso atos tem consequências...

Boas ou ruins.

E talvez eu esteja sendo um santo, ou o próprio demônio.

Depende de qual lado da estória você vai acreditar.

Posso estar sendo o vilão, ou até mesmo o mocinho.

Posso ser o pobre injustiçado, ou o que cavou a própria cova.

É tudo uma questão de ponto de vista.

Ou não.

Observei o corpo da mulher cravado de balas no chão a minha frente.

As palavras dela implorando para não morrer não me impediram de disparar friamente contra o rosto dela...

Fiz isso pelo meu filho.

Travei a pistola e entreguei para o homem.

Em seguida coloquei as luvas novamente.

Esperei ele checar o pulso para ter certeza.

Alfredo: Morta, assim como a tia e a mãe dele. E os dois primos também...

Virei o rosto para ver os outros corpos estendidos no chão.

Era aquele o meu prêmio de consolação?!

Namjoon: Você está bem?

Assenti.

Mesmo sabendo que tudo aquilo não traria ele de volta, eu já me sentia mais leve.

Alfredo: Estamos tentando encontrá-lo Park, o miserável até nisso deu sorte.

Namjoon: O que vamos fazer com os corpos?

Jimin: Cortem, em vários pedaços. Espalhem e deixem o legista ter trabalho para identificar. Mas coloquem a cabeça de todos eles em bandeijas diferentes. Esse prêmio é da minha mulher.

Namjoon: Como quiser, Alfredo, faça isso longe da minha presença, eu acabei de jantar.

O homem assentiu e ordenou aos outros que fizessem isso.

O moreno tirou o cigarro e o isqueiro do bolso, em seguida me entregou.

Acendi e levei a boca.

Namjoon: A sua mulher não vai vim ver?

Senti os meus olhos arderem mas respirei fundo.

A minha mulher nem mesmo sair do quarto consegue...

Não quer sequer beber um copo de água.

Jimin: Ela não está com condições, mas eu prometi a cabeça de todos eles numa bandeija.

Namjoon: Se quiser pode ir, sei que quer ir ficar com ela nesse momento..

Sim, eu quero ficar com ela, mesmo que seja apenas para ouvi-la chorar..

Engoli em seco.

Seriam mais horas me sentindo impotente...

Sem poder dar um jeito no que aconteceu, afinal não tinha nada que eu pudesse fazer.

Perdi a vontade e joguei o cigarro fora.

Jimin: Leve as cabeças ainda frescas.

Namjoon: Claro.

Eu já me preparava para ir em direção a porta quando ouvi o barulho de algo caindo.

Alfredo: Jimin!!

O homem me chamou alto e eu olhei por cima do ombro.

Ele estava terminando de revirar a casa do assassino do meu filho e agora encarava uma porta no corredor.

Jimin: Não estou surdo, diga Alfredo.

Alfredo: Tem uma criança aqui...

Franzi o cenho e o meu amigo que estava ao meu lado foi imediatamente até o quarto.

Em segundos ele retornou com uma garotinha no colo.

Ela aparentava ter no máximo dois anos, e estava chorando muito.

Alfredo: Será que é a filha dele? Ou sobrinha?

Jimin: E desde quando ele tem uma filha? É mais fácil ser sobrinha.

Fixei os meus olhos na menina.

Alfredo: É só um palpite.

Namjoon: Ok, já acabamos, vamos embora.

"Briana: Mate a família dele inteira, por favor..."

Claro. 

Estendi a mão na direção do moreno.

Jimin: A arma.

Namjoon: Para quê?

Jimin: Me entregue a pistola Namjoon.

O homem inocentemente se aproximou e me entregou a arma.

Eu segurei o objeto de forma fria.

Namjoon: O que está pensando...

Ele franziu o cenho.

Ele me conhece bem...

Namjoon: Ora, não está pensando no que eu acho que está pensando não é Park....

Sim...

Eu estava sentindo tanta dor...

Sem dormir desde o dia em que aquele miserável me ligou e disse onde tinha deixado o corpo do meu filho após o sequestro...

E a pior parte foi encontrar aquele pingo de gente com marcas roxas pelo corpo e com uma faca cravada na cabeça...

Senti as lágrimas deslizando pelo meu rosto ao lembrar.

Jimin: A família dele inteira. Todos esses miseráveis.

Alguns homens se encararam e o meu amigo parecia assustado.

Namjoon: Jimin...

Jimin: Coloque ela no chão.

Namjoon: Não está falando sério....

Jimin: Não me faça repetir!!!

Gritei!

Ele colocou a garota no chão e ela começou a olhar em volta de forma curiosa com os olhos arregalados.

Namjoon:  Você já fez o suficiente Park! Já chega!!

Jimin: Eu digo quando já chega!!! O ponto final é meu, e não seu!!!

O homem balançou a cabeça negativamente.

Namjoon: Ela é uma criança!!!! Não seja tão miserável!!!

Jimin: O meu filho também era uma criança!!!

Gritei novamente.

Jimin: Ele era só uma criança...

Involuntariamente puxei a pistola e apontei para aquela pequena vida na minha frente.

Inocente? Sim.

Mas o mundo é injusto...

Cruel...

E eu irei fazer um favor evitando os possíveis sofrimentos que ela teria..

Não é?

Essa pequena vida que assim como o meu filho não tinha culpa de absolutamente nada...

De nada...

Alfredo: Você está certo Park. Honre o nome do seu filho. Honre a sua família.

O meu filho...

Eu iria desabar....

Mas não na frente de ninguém.

Não na frente de ninguém!!!

Jimin: Saiam, mas você fica Namjoon.

Alfredo: Eu.. - O cortei

Jimin: Saiam agora!!!

Gritei bem alto e eles sairam.

Menos o moreno.

O único amigo que eu tinha...

Namjoon: Eu sei que está doendo, mas não se suje desse jeito, não queria mais essa culpa na sua costa Park...

Jimin: Não foi o seu filho Namjoon...

Senti as lágrimas deslizando incessantemente pelo meu rosto...

Jimin: Eu quero que ele sinta a mesma dor que eu estou sentindo...

Namjoon: Você já matou a família dele inteira, não faça isso com uma criança...

Jimin: O meu garotinho...

Namjoon: Jimin, por favor...

Jimin: Só Deus pode me parar nesse momento!!!

Gritei entre as lágrimas.

Jimin: Só ele...

Senti o meu corpo tremer enquanto eu me agachava na frente da garota e colocava a arma no pequeno rosto dela.

Inocência faz bem no seu caso, não faz idéia de que vai morrer...

Namjoon: O seu filho não iria querer isso Jimin...

Jimin: O meu filho está morto e enterrado Namjoon...

Meu coração apertou num nível extremo!!!

A ponto da minha cabeça doer.

Jimin: O meu filho só tinha três anos...

Comecei a chorar um pouco mais alto enquanto o meu corpo tremia.

Totalmente desesperado...

Jimin: Eu não vou aguentar...

Meu peito doeu de uma forma sufocante e eu observei a menina tocar com as mãos pequenas no cano da arma.

O seu pai...

O seu pai acabou com a minha vida...

E eu vou acabar com a dele também.

Namjoon: Não faz isso...

O homem estava praticamente implorando.

Namjoon: Não seja um monstro também...

A garota fez uma expressão alegre e sorriu com apenas alguns dentes pequenos na boca.

Namjoon: Não faça isso, pense no seu filho...

Destravei a arma e meu coração quase parou de bater vendo ela tocar na minha mão e fazer uma cara de choro.

Jimin: Eu sinto muito...

Disse baixinho e senti a minha alma perturbada...

Porque você não está atirando seu covarde...

Mate essa garota!!!!

Mate essa miserável!!!

Jimin: Me perdoe.

Iria disparar.

Disparar apenas uma vez, um único tiro seria o suficiente para matá-la.

Mas a menina simplesmente levantou do chão e deu passos pequenos, falhos e incertos na minha direção.

Gelei quando ela prendeu os braços pequenos no meu pescoço e começou a chorar.

Jimin: O que...

A arma caiu da minha mão e o meu amigo balançou a cabeça negativamente enquanto respirava fundo.

Namjoon: Ela quer colo..

Jimin: Como??

Namjoon: Colo, ela com certeza estava dormindo e ouviu o barulho dos tiros.

A criança literalmente se prendeu em mim e puxou o meu cabelo.

Jimin: Ai garota!!!

Berrei e ela começou a chorar.

Namjoon: Não fale tão alto, ela se assusta seu idiota.

O homem se aproximou e pegou a menina no colo novamente.

Namjoon: Oii, você está com sono não é...

O que eu faço, o que eu faço...

Eu estou aqui para matar a família inteira daquele desgraçado...

Vingar a morte do meu filho...

Eu prometi isso a mãe dele...

Namjoon: Eu sei o que está pensando, mas ela é uma criança inocente..

Jimin: Eu prometi para a minha mulher...

Namjoon: Nem toda promessa vale a pena ser cumprida.

Jimin: Eu, eu, eu...

Deixei mais lágrimas deslizar e sentei no chão em meio ao sangue.

Acabado.

Totalmente acabado.

Jimin: Eu sou fraco, muito fraco...

Ele se aproximou e tocou no meu ombro.

Namjoon: As vezes ser fraco é sinal de força.

Jimin: Não...

Namjoon: Vamos.

Jimin: O meu filho...

Namjoon: O seu filho está orgulhoso de você, tenho certeza disso.

O meu filho....

Namjoon: Não se sinta mal. Você fez o certo.

Imediatamente levantei do chão e tentei limpar o canto dos meus olhos.

Jimin: Não quero ter testemunhas da minha fraqueza...

Disse baixo e envergonhado.

Sim, eu estava com vergonha de mim mesmo...

Ele me entregou a menina e ela realmente parecia estar com sono.

A garota começou a apertar o meu rosto.

Ignorei a existência dela por alguns segundos.

Namjoon: Ela é adorável.

Fingi que não estava ouvindo.

Saimos da casa e os homens nos encararam.

Namjoon: Não responda nada.

Assenti.

Passamos por eles, e o moreno abriu a porta do carro para mim.

Namjoon: Não deixe ela olhar pela janela.

Assenti e entrei com ela no colo.

Bastou apenas a porta ser fechada para mim ouvir a sequência de tiros sendo disparados pelo meu amigo.

Sem testemunhas da minha fraqueza...

Sem rastros...

A minha mulher não precisa saber o quanto eu fui fraco...

Ninguém nunca vai saber!!

A menina encostou o rosto no meu tórax e dormiu em segundos.

Imediatamente o homem entrou no carro, ligou e deu partida quase em fuga.

Namjoon: Você está bem?

Jimin: Não...

Namjoon: Você foi homem, muito homem garoto. Eu estou orgulhoso, muito.

Coloquei a menina deitada no banco e respirei fundo enquanto mais lágrimas deslizavam pelo meu rosto.

Fraco...

Covarde...

Namjoon: Eu já pedi para virem limpar a bagunça e levarem as cabeças para a sua mulher. Ninguém vai saber. Apenas fique tranquilo, Deus literalmente tocou no seu coração hoje.

Sim, só podia ser isso, e vindo justamente de mim, claro que era isso.

Deus me tocou e eu fui fraco.