E mais uma noite eu me encontro aqui sozinha, enrolada em cinco edredons que pareciam não me aquecer de forma alguma. Mesmo que o ar-condicionado esteja no vinte quatro graus , estou sentindo que está no menos trinta.
Por incrível que pareça, meus pais decidiram viajar por um bom tempo e só me avisaram isso quando vi suas malas em cima da cama, quando faltavam pouquíssimos minutos para que o vôo deles.
Desde a hora que cheguei, meu corpo pareceu estar cada vez se amolecendo aos poucos. Minha garganta está latejando, meu nariz está entupido, fora os espirros constantes.
Isso é tão chato, meu corpo é tão sensível! Minha saúde tem que estar constantemente sendo cuidada, qualquer deslize faz minha pressão baixar ou a minha imunidade cair. Sei que minha alimentação não é a melhor do mundo, mas também não vivo só comendo besteiras, justamente por minha saúde.
Houveram incontáveis vezes em que tive que ser internada por sintômas " normais " tipo gripe, porém mim, parece que juntam diversas outras doenças em um único momento, deixando meu corpo fragilizado.
Agora estou assistindo "Jane the virgin" e é tudo tão intenso. As palavras ditas pelo narrador com certeza é a parte mais engraçada de toda a série. Estou com muito vontade de prosseguir os episódios, mas meus olhos estam pesando cada vez mais rápido.
A vontade de dormir está me consumindo, minha respiração entrecortada não fica me estressando tanto quanto antes. Queria dormir em paz, mas acabo tomando um susto ao ouvir batidas na minha porta, às 01:30 da madrugada.
Fiquei assustada, mas a curiosidade falou mais rápido. Dei passos incertos pela casa escura, ouvindo ainda mais batidas. Cheguei na porta e escutei o código secreto na porta.
Três batidas, dois estralos e uma palma...
Aquilo me transmitiu uma grande nostalgia. Lembro-me de sempre usar esse código para poder entrar na casinha na árvore. Não gostávamos que nossos pais vinhessem ver como estávamos, com isso decidimos fazer esses barulhos específicos, para saber quando era um ou o outro.
Rapidamente abro a porta, me deparando com o moreno de cabeça baixa, com dois sorvetes nas mãos. Um era de morango e o segundo de baunilha, o meu sabor preferido.
Sua cabeça subiu seu olhar para os meus e deu um sorriso, mas ele não parecia estar nada bem. Seu rosto se encontrava um pouco rosado e seus olhos estavan um tanto marejados.
- Ji! - forçou um sorriso - Você está bem? Quer tomar um sorvete comigo? Sei que baunilha é o teu sabor favorito.
- Jungkook...- fui interrompida.
- Por favor, não! - fechou o sorriso, me repreendendo - Eu não quero te ouvir me chamando assim, sou seu Kookie. - baixou a cabeça .
- Jungkook, o que está...- tentei ignorar o que o mais velho havia falado. Ele colocou um dedo em cada ouvido e ficou falando " lá lá lá " - Ei, para com isso! " - fui até seus braços para que o mesmo me escuta-se, mas ele começou a girar e fiquei indo atrás dele. - Jungkook, para com isso!
Quando falei isso, seus braços envolveram minha cintura em um ato rápido, apertadando o meu corpo contra si. A cabeça do mais velho ficou em meu ombro e pude sentir minha camisa molhar de pouquinho e pouquinho.
- Jungkook o que você está fazendo? - ele me apertou mais e fungou.
- Por favor, Ji, não me deixa. Eu sou um imbecil, me...me des...culpa. - falou quase em um sussurro - Preciso de você, quero po...der recompensar todas as merdas que fiz contigo. Tudo que fa...falei foi da boca para fo...fora. Juro que mesmo sendo esse idiota - precionou ainda mais nossos corpos, me fazendo ficar na pontinha dos pés, alçando seus ombros - Eu te amo, te amo muito. - suas lágrimas desceram ainda mais e me agarrei em seu pescoço,o puxando para mim. Minhas lágrimas desciam sem ao menos conseguir me conter.
- Kook...- ele se afastou um pouco, para que pudesse me olhar nos olhos. Ficamos nos encarando por um bom tempo. Seus olhos estavam um pouco vermelhos, assim como suas bochechas, que estam encharcadas. Sua boca entreaberta me faz sentir o cheiro forte do Soju, mas isso não me incomodou.
- Por favor, Ji, pode perdoar esse babaca? - sorri um pouco e abaxei a cabeça.
- Eu não estava com raiva de você, era só tristeza... Aquelas palavras que me dissesses foram bem dolorosas para mim. - percebi que ia chorar de novo - Ei, não chora mais por isso, hm? Só quero dizer que a única coisa que queria ouvir era que estava arrependido. Nunca e em hipótese alguma quis tirar sua felicidade, pois eu te amo muito. Tudo que te faz feliz, ms deixa feliz também, ok? Só não achei justo que estivesse sido enganado, sendo que eu já sabia. - ele concordou com a cabeça, ainda tristonho.
- Sei que nunca fez nada de mal para mim, mas parece que quando eu e ela estávamos juntos, me sentia possuído e um tanto cego por não conseguir notar os indícios de que ela me traía. - riu sem humor e passei meu polegar por sua bochecha, fazendo-o cessar suas palavras e começar a se concentrar naquele singelo carinho. Seus olhos se fecharam logo em seguida. Fiquei admirando aquele rostinho tão bem desenhado, era tão perfeito...
Pelo frio presente, começei a ficar com mais frio e o garoto percebeu.
- Seus pais estão aqui? - neguei com a cabeça - Vamos entrar, tá muito frio aqui fora. - concordei e adentramos o cómodo escuro. Meu corpo se tremilicava e o frio aumentava cada vez mais. Começei a sentir ele ainda mais fraco e quando ia cair, me segurei em uma cadeira e o Kook se virou. - Ji, o que está sentindo? - colocou a mão em minha testa e pescoço.
- Fri...frio...
- Aish, Ji, por quê não me disse antes? Seu corpo está queimando. - ele me mirava preocupado e me pegou no colo, estilo noiva - Vou te levar à seu quarto. - concordei e quando chegamos, me colocou em minha cama.
- Kook...- ouvi dizer um " hm " , não fazia ideia do que ele estava fazendo, pois meus olhos se encontravam pesadas de mais, para que pudesse abri-las - e...eu est...ou com sono.
- Ji, não pode dormir agora. Acha que consegue tomar banho sozinha? - concordei com a cabeça - Ótimo, então vou preparar uma sopa para você e pegar algumas coisas para que melhore mais rápido. - tirou um mecha do meu rosto, colocando-a atrás da orelha.
- Kook, não precisa se preocupar que... - espirrei - não estou com fome e daqui a pouco vou melhorar, hoje sou eu quem tem que cuidar de você. - o mais velho pareceu aceitar o que disse e se deitou no meu busto, abraçando minha cintura.
- Acha que vou te deixar assim, pegando fogo? - levantou a cabeça para me olhar - Sempre sendo tão teimosa. - riu e beijou minha testa - Eu quero que você melhore, ok? Faça o que estou pedindo. Depois a gente fica abraçados até dormimos, ok? - meu coração acelerou e concordei.
Tomei um banho quente, quase pelando. Cada pingada que a água dava em mim, sentia calafrios percorrerem meu corpo. Saí de lá e tranquei a porta do quarto, para me trocar. Usei um pijama de manga longa e coloquei perfume.
Distranquei a porta e me deitei na cama, que ainda se encontrava um pouco bagunçada, na espera do Kook.
Jungkook ( on )...
A bebida em meu corpo pareceu sair quando fiquei ingerindo muita água. Estou na cozinha fazendo uma sopa bem nutritiva para a Ji. Não é por nada não, mas gosto da minha comida e suponho dizer que é bem saborosa.
Por fim a comida acabou e fui pegar um remédio para febre, com intuito de acelerar o processo de recuperação da Ji.
Subi as escadas sem fazer barulho e abri a porta do quarto, a encontrando encostada na cabiçeira da cama com os cabelos ainda molhados. Coloquei a sopa na escrivaninha, me sentei e toquei em sua mão gelada, que se encontrava ao lado da cama.
- Ji, não pode dormir assim. - disse jeitoso e percebi um dengo ao me olhar com eles caidinhos - come a sopa que fiz, hm? Depois seco o seu cabelo e aí sim podemos dormir.
- Mas Kook...
- Sem mais moçinha! - brinquei e a mesma soltou uma risada.
Como ela pode ser tão fofa?
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