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História Textos sem contexto: compilado. - Sangue e vinho


Escrita por: todossaogays2 e todossaogays

Notas do Autor


Estava escutando The Vampire Masquerade enquanto escrevia, o auge

Capítulo 2 - Sangue e vinho


Fanfic / Fanfiction Textos sem contexto: compilado. - Sangue e vinho

Dancei em meus braços como se fossemos amantes, mesmo que eu lhe conhecesse a poucos momentos atrás.

Seu rosto escondido por uma máscara veneziana, linda escultura que lhe fazia parecer porcelana enquanto girávamos pelo salão. Sussurraste em meu ouvido palavras doces, me puxando para sua armadilha seduzente e sanguinária, e eu podia ver seus olhos brilharem quando sorrira debaixo da máscara, sua mão me puxando para perto, impedindo cada vez mais de me afastar de seu olhar malicioso e de suas mãos esguias.

Estátuas gregas nunca se comparariam a sua beleza tão vivida quanto a luz do sol. Cabelos pretos e cacheados que tanto me lembraram as noites sem lua, a pele negra por baixo da máscara branca contrastando com minha pele leitosa, e o pior dos encantos; belos olhos cor de mar que me convidavam a me afogar em seu feitiço, como um marinheiro iludido por uma bela sereia. Eras a própria definição de beleza.

Me vi perdidamente apaixonada pela sua aparência escondida sob a máscara tradicional, e mais ainda, pelas suas ações gentis. Pobre eu, iludida por seus toques suaves, não tinha ideia que era um pequeno animal envolto por uma serpente faminta.

Quando me levastes aos jardins daquele baile carnavalesco, meu coração bateu intensamente, desejando-lhe tanto quanto achei que me desejaste. A lua minguante brilhava timidamente ao céu, mas era tão grandiosa quanto todas as noites fora.

Apesar da pouca luz, me guiavas confiantemente, sua mão em minha cintura me trazendo para mais perto, como se me desse a certeza de que nenhum mal me atingiria. Suas frases gentis me arrancava pequenas risadas enquanto caminhavamos para a parte mais discreta do jardim, e nos sentamos em uma namoradeira de mármore, apreciando a vista das rosas brancas que adornavam o local de forma tão elegantemente adorável.

Foi então que seus dedos se guiaram para a máscara Veneziana.

O objeto escorregou de seu rosto, e descansou em suas mãos enluvadas. Meu coração acelerou ao ver o rosto de alguém que, de minha certeza, era um anjo vindo diretamente do céu. E eu me vi desejando me afogar em suas asas.

No entanto, tão súbito quanto foras quando me conheceste, vi de relance as presas pontiagudas se iluminarem na luz fraca que pouco se fazia presente. E como em um lampejo, tal qual uma cobra dando um bote, afundara seus dentes em minha jugular.

Não consegui gritar ou implorar por ajuda, tamanho o meu choque. Minhas mãos trêmulas agarraram as mangas de sua camisa social, tentando me livrar do aperto. Foi quando percebi que eu já não era mais que um mosquito na teia de uma aranha com necessidade de alimento. E quanto mais eu me debatia, mais me encontrava presa em seus braços fortes.

Senti meu sangue, fresco e quente, jorrar para sua boca e lhe alimentar de minha desgraça. Minha vida lentamente sendo sugada por uma criatura que me seduzira ao seu ninho, e vi os olhos marinhos que me afogaram em uma correnteza na qual eu não conseguiria escapar. A máscara de porcelana caiu e se partiu ao chão, tal qual sua fachada angelical se mostrou falsa. Vi naquele momento que não eras um anjo, mas um demônio disfarçado para usufruir de minha vida tal qual como usufruiu o vinho que bebíamos anteriormente.

Seus dentes afundaram mais ferozmente contra meu pescoço, e minha visão turvou, dando lugar a tontura e a fraqueza. As pontas de meus dedos brancas devido ao esforço lentamente soltando a camiseta que eu segurava com tanto afinco, a vida escapando de minhas veias para alimentar a vida de um ser das trevas.

Meus olhos encontraram a lua minguante, o baile ecoando vagamente pelo jardim silencioso, juntamente com meus arquejos de dor, ainda lutando pela vida. E então, a escuridão me atingiu. E eu me afoguei nos braços daquele vampiro seduzente.



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