1. Spirit Fanfics >
  2. The A Team - Solangelo >
  3. Capítulo 1

História The A Team - Solangelo - Capítulo 1


Escrita por: Volunteer

Notas do Autor


HEY DIWOSOS! MINHA PRIMEIRA FANFIC DE 2015!

- Fanfic curta. Máximo de cinco capítulos.
- Os personagens pertencem ao (lindo, maravilhoso e diwo) Rick Riordan
- Não sei de quem é a capa, mas estou estupidamente apaixonada nela
- Contém yaoi, lemon, Solangelo e prostituição. Não gosta? Não leia! Agradecida.
- Inspirada na música The A Team, Ed Sheeran.
- Sei que demorei muito para postar, mas ainda estou viajando e estava quase desistindo de escrever fanfics, então...

ENJOY!

Capítulo 1 - Capítulo 1


Lábios brancos, rosto pálido, respirando em flocos de neve. Pulmões queimados, gosto azedo A luz se foi, fim do dia (...) Longas noites, homens estranhos – The A Team. Ed Sheeran.

A neve cobria toda a cidade, desde o asfalto até o parapeito da janela do apartamento de Will. Ele estava deitado no sofá desgastado da sala, que cheirava a café queimado, poeira e cigarro. Os olhos fixos no filme clássico e entediante que passava na TV. Tentava se proteger do frio embaixo de milhares de cobertores, se encolhendo dentro do casaco estupidamente fino. Em uma de suas mãos, uma lata de cerveja pela metade e um cigarro apagado.

Realmente, tinha chegado ao fundo do poço.

Seus pais e todo o restante de sua família moravam em outro país. Os amigos estavam viajando para tentar fugir do inverno, então, nesse exato momento, deviam estar na estrada, indo atrás do sol. Sua namorada... bem, preferia nem pensar nisso. E ali estava Will, deitado em seu sofá em plena Sexta-feira,  tentando sobreviver a mais uma noite completamente sem graça.

As únicas coisas que restaram para o loiro foram latas de cerveja vencida, alguns maços de cigarro, uma caixa de pizza pela metade e a maratona de filmes que passava em um canal qualquer. Esses eram seus novos melhores amigos.

Quando percebeu, os créditos já estavam rolando na tela da televisão. Suspirou derrotado. Ótimo, sua única “diversão” da noite havia terminado. Jogou os cobertores para o lado, sentou no sofá e encarou a TV, como se fosse a única coisa que pudesse fazer.

Talvez devesse seguir os conselhos de sua mãe. Sair mais a noite. Fazer novos amigos. Começar uma nova faculdade. Tentar não passar o dia na frente da luz do computador. Ler mais livros... Fazer qualquer coisa que não fosse ficar deitado, assistindo filmes e resmungando baixinho.

Se levantou e andou na ponta dos pés pelo piso que parecia estar congelado, transmitindo arrepios horríveis por todo seu corpo. Abriu a porta de seu quarto e foi até a janela embaçada pelo frio. Olhou para as ruas movimentadas da cidade. Havia lojas abertas, carros buzinando e algumas pessoas que desafiavam a neve.

Suspirou, jogando seu corpo na cama e encarando o teto. Tentou se lembrar da última vez que sorriu para alguém que realmente gostava. Ou de quando conversou com algum desconhecido em um bar. Até quando se divertiu de verdade.

Tudo parecia tão bom. Tudo parecia tão confuso. Tudo parecia tão distante.

Suspirou com todos seus pensamentos embaralhados. As vezes, costumava a se estressar por não conseguir se recordar de nada bom que fizera atualmente. E, para piorar, quando se lembrava de algo que nunca gostaria de esquecer, os comercias da TV invadiam seus pensamentos, quebrando toda a sua memória.

 Talvez isso acontecia porque precisava de novas lembranças.

Estava decidido que precisava sair um pouco. Levantou da cama e foi até seu armário, se trocando o mais rápido que conseguia. Arrumou o cachecol envolta do pescoço e esfregou uma mão contra a outra, tentando conseguir um pouco mais de calor.

Correu para a sala. Desligou a televisão, chutou a lata de cerveja para um canto escuro e deixou o cigarro no chão. Pegou as chaves do apartamento e sua carteira. Saiu dali rapidamente. Estava tão ansioso que não esperou o elevador. Desceu os degraus da escada correndo, tomando cuidado para não tropeçar nos próprios pés.

 Soltou um “boa noite” rápido para o porteiro, que forçou um sorriso e abriu a porta do prédio. Seus pés afundaram na neve fofa que cobria a calçada. Deixou um sorriso surgir no rosto e olhou para os lados. Começou a caminhar calmamente, pensando no que iria fazer.

Passou na frente de lojas, bares e até mesmo do shopping, mas nada havia chamado sua atenção naqueles lugares. Os flocos de neve já estavam se acumulando em seus ombros quando Will começou a perder a esperança e se arrepender de ter saído de casa. Finalmente avistou uma cafeteria aberta. Sorriu aliviado. Um café seria bom em um frio como esse.

Correu na direção da placa neon falha da cafeteria e abriu a porta, ouvindo o sino que indicava a entrada de alguém. O lugar era todo em madeira e estava um pouco velho, mas era o suficiente para o sorriso tranquilo de Will continuar em seu rosto. Sentou na mesa perto da janela suja e olhou em volta. Não tinha muitas pessoas ali. Apenas a garota atrás do caixa, uma garçonete, um casal risonho, um idoso que falava alto no celular e ele.

Ele. Pele branca e pálida como a neve que tinha em seu cabelo preto. Olhos escuros e vazios, perdidos em um lugar qualquer. Lábios brancos e rachados. Mãos trêmulas envolta de uma xicara de café. O corpo magro protegido por um casaco de aviador e uma calça jeans surrada. Um sorriso de canto encantador.

Will deixou os olhos se perderem naquele garoto. Não era tão bonito, muito mesmo sexy. Ele era... diferente. Não sabia dizer o que tinha de tão especial no menor, no entanto, algo não deixava que seus olhos se desprendessem dele por um segundo. Encarou o moreno até ele percebesse.

E conseguiu sua atenção.

Os olhos se fixaram por segundos, que pareceram quase uma eternidade, até que o menor desviasse o olhar e corasse. Will riu baixinho por causa da reação. Se afundou na cadeira, cruzou os braços e continuou o encarando, como se desafiasse o moreno a olhar de volta.

E, novamente, conseguiu.

O garoto soltou um suspiro frustrado e se virou na cadeira, com uma sobrancelha erguida, como se perguntasse o que ele queria. Will apenas deu de ombros e sorriu, querendo responder que não queria nada. Nada além daquele olhar.

Os dois começaram a encarar um ao outro, iniciando uma batalha de olhares. Uma guerra que Will insistia em ganhar. Examinou a face do moreno. Tudo naquele rosto parecia ser moldado, desde as sobrancelhas grossas até o maxilar definido. Era como se cada detalhe dele tivesse sido pensado antes de ser feito. Era tão...

- Senhor? – a garçonete chamou – Quer fazer algum pedido?

- Ah, sim – sorriu e praguejou baixinho por ter que desviar a atenção para ela – Um café forte, por favor.

A garçonete assentiu com a cabeça e se afastou aos poucos. Will se virou para ver o menor, que ostentava um sorriso vitorioso, movendo os lábios lentamente, sem produzir nenhum som. O loiro conseguiu entender o que ele disse. “Acho que você perdeu”. Rolou os olhos e sorriu.

O café já estava na sua frente quando voltou a olhar para a mesa. A garçonete continuava ao seu lado, o olhando de um jeito predador. Mordeu o lábio inferior para se distrair da vontade de revirar os olhos para ela. Tudo bem, era uma garota bonita e não seria ruim ter seu número do celular, mas já fazia tempos que Will perdera o interesse em qualquer mulher que via.

Até mesmo em sua namorada. Talvez fosse por isso que seu namoro estivesse tão frio. Sua namorada acabou pedindo para ficar alguns dias sozinhas. Dias que viraram meses. Já fazia tanto que não via ela que já tinha esquecido o gosto da sua boca. E era melhor assim.

Respirou fundo e balançou a cabeça, tentando afastar os pensamentos. Segurou a caneca em suas mãos e bebericou o café. Fechou os olhos e suspirou. Era exatamente isso que estava precisando. Bebeu longos goles do liquido escuro, sentindo sua garganta esquentar.

Quando acabou, a única coisa que Will tinha para fazer era encarar o fundo da caneca de porcelana, o que não era lá sua ideia para diversão. Tentou pensar no que poderia fazer depois que saísse da cafeteria. Nada veio na sua mente. Não tinha nenhum plano. Suspirou frustrado. A única coisa que continuava no seu pensamento eram os olhos negros do garoto que estava a alguns passos de si.

- Você devia falar com ele – murmurou para si mesmo – E devia parar de ser um completo idiota, isso é uma boa ideia.

Se levantou, olhando para a porta do lugar. Era melhor ir embora. Mesmo assim, foi inevitável não olhar por cima do ombro, vendo o moreno ainda sentado ali. Ele o encarava, como se esperasse que Will fizesse algo além de uma batalha infantil de olhares.

Talvez aquela fosse sua única chance de conversar com alguém que não estivesse preso atrás da tela da sua TV. Respirou fundo e, com o pouco de coragem que ainda tinha, andou até a mesa do moreno, fazendo com que um sorriso minúsculo aparecesse em seu rosto.

- Posso me sentar? – Will perguntou, apontando para a cadeira vazia.

- Se não for me encarar daquele jeito maníaco... – ele falou, indiferente – Sinta-se a vontade.

- É, aquilo foi divertido – riu, se sentando – E você também não pareceu tão normal me encarando de volta.

Os dois sorriram ao mesmo tempo. O moreno tinha um jeito meigo e sincero de sorrir. Um sorriso que se abria por todo o rosto, revelando duas covinhas, fazendo seus olhos ganharem um pouco de vida e brilho. Seu rosto parecia mudar, ficando mais bonito e atraente.

Naquele momento, Will decidiu que queria ser o motivo de todos os sorrisos do garoto.

- Então... – a voz rouca do menor o tirou de todos seus pensamentos – Qual é seu nome?

- Will Solace – estendeu a mão – E qual é o seu?

- Prefiro que fique sem saber – apertou sua mão

- O que? Não posso saber seu nome? – falou, indignado, cruzando os braços – Isso é injusto.

- Tudo bem – rolou os olhos – Pode me perguntar qualquer coisa, menos meu nome.

- Ok... qual sua música favorita?

- Sério? – ergueu uma sobrancelha – De todas as perguntas do mundo, você escolheu essa?

- Deuses, pare de ser tão implicante! Apenas responda.

- Don’t go away, Oasis. Satisfeito?

- Não muito.

A conversa começou a fluir. Eles falavam sobre tudo. Suas bandas favoritas, os livros que estavam lendo, os filmes clássicos que mais gostavam (assunto que, para Will, pareceu alguma piada do mundo).  O loiro se esqueceu dos copos de café que tinha pedido, das horas que estavam passando, da neve que caia do lado de fora da cafeteria, e até mesmo do seu apartamento solitário. A única coisa que conseguia pensar era a voz rouca e melodiosa do moreno.

Eles riam ao mesmo tempo quando algum deles soltava um história estupida e engraçada que tinha vivido. E sorriam timidamente quando seus olhos se chocavam, se misturando. Will estava cada vez mais encantado pelo garoto sentado na sua frente.

E continuou assim por muito tempo, até que o menor olhasse para seu relógio de pulso. Os olhos dele se arregalaram e sua boca ficou entreaberta, como se tivesse acabado de se lembrar de algo horrível. Sem explicar nada, se levantou, fazendo com que Will ficasse confuso.

- Deuses, já está muito tarde – finalmente disse, de um jeito rápido – Eu nem devia estar aqui. Nem devia estar falando com você – tirou algumas notas de dinheiro amassadas do bolso da calça e colocou em cima da mesa – Preciso ir.

O moreno andou quase que correndo para a saída. Will estava paralisado, alternando o olhar entre o dinheiro e o menor, sem entender o que estava acontecendo. Tinha dito algo errado? Foi então que ele sentiu falta.

Sentiu falta da risada contida. Dos seus olhos escuros e profundos. Das frases sádicas e irônicas que, uma vez ou outra, escapavam de sua boca. Da sua voz baixinha cantarolando sua música favorita quando ele distraia por alguns instantes...

Will se levantou e correu para alcançar o moreno. Assim que a mão do garoto tocou na maçaneta da porta, o loiro segurou seu pulso, fazendo com que ele se virasse em sua direção. Seus olhos se misturaram mais uma vez, até que o menor olhou para o chão, sem coragem de fitar o outro por mais nenhum segundo.

- Ei, calma – Will falou – O que aconteceu?

- Eu preciso ir – repetiu

- Fique só mais um pouco, por favor.

- Solace, me solte. É sério.

- Tudo bem – desfez o aperto em seu pulso – Pode pelo menos me dizer seu nome?

- Como eu já te disse, prefiro que fique sem saber – sorriu uma última vez – Foi realmente bom ter te conhecido, Will. Até mais.

O moreno começou a caminhar apressado pelas calçadas. O maior acompanhou seus movimentos com o olhar, até que o garoto fosse engolido pelo escuro e pelos flocos de neve. Se sentia perdido, enquanto flashs da noite voltavam em sua mente. Não compreendia o que tinha acabado de acontecer. Queria ir atrás dele.

Parecia que precisava de mais algumas horas com menor, para conversar sobre um assunto sem importância, apenas para ouvir sua voz rouca, que, nesse exato momento, inundava seus pensamentos.

O garoto moreno tinha se tornado sua mais nova lembrança.


Notas Finais


Eu sei, eu sei. O primeiro capítulo ficou muito detalhado e maçante. Mesmo assim, espero que tenham gostado :3
Comentem, meus diwonicos! (Olha, nome novo)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...