História O vício da Morte - SETE- A vida e Park Jimin

                                                       Coreia do Sul, Busan – Sanatório Municipal – 09:30 pm

Depois de todos que queriam comer terem terminado, estavam conversando, omma com suas risadas, Yoongi reclamando e o resto conversando normalmente.... Por mais estranho que fosse nosso convívio, conseguíamos nos entender entre si, não havia mais ninguém como família para nós, haviam responsáveis nos quais chamavam de família, mas ao menos telefonavam... Tínhamos um aos outros e apenas isso, eu já havia me acostumado com cada um aqui, todos com um talento especifico, por que para ser tão bom ator como hoseok ou manusear tão bem o fogo como yoongi... A meus olhos aquilo tudo é talento sim, afinal quem sou eu para julga-los?

Quem sou eu para julga-los se meu talento era fazer as pessoas tristes? Fazer as pessoas se matarem?

Sim.... Eu matei o único resto de família que eu tinha.....

Os garotos sempre diziam a mim que eu não era um assassino com eles, que não tinha culpa de nada.... Mas eu carregava o peso daquelas mortes em minhas costas.... Para todos

Eu era apenas...

Um suicida...

Por onde começar minha própria historia? Narrei todas as outras tão bem, mas quando chega a minha dor.... Puff.... Não sei por onde começar.... São tantas....

Bom..... Eu nasci de uma família podre.... Não que aquilo importasse em minha infância não conseguia enxergar maldade alguma em nenhum ou nada... Quando se tratara de mim, era totalmente diferente, sempre muito regrado e disciplinado, julgado, criticado por a única família que eu tinha.... Minha mãe e minha vó..... Ambas tinham..... repudio de minha existência... Não as culpo, sou fruto de um abandono paterno, de uma ilusão amorosa e sim, fruto de um aborto....

Começamos que nem por minha única família fui desejado.... Desde pequeno ouvindo como eu deveria ser, como não deveria, que não deveria nem estar existindo.....

Com o passar dos anos fui trazendo aquilo comigo, aquele sentimento de repudio próprio comprimido....

Foi então, que entrei na 5 serie (6 ano) de uma escola municipal.... Eu nunca fui falante, nunca exagerado..... nunca magro....... nunca hetero.....

Apesar dos outros anos, ser ridicularizado por todo tipo de criança, me tornei excluído, a chegar ao ponto que eu estava daquela forma não mais pelas crianças, mas... por mim mesmo... Havia vezes que as pessoas em uma tentativa falha de não me deixar excluído vinham a conversar comigo, pensava o quão patético aquilo era, eles estavam fazendo aquilo por do, falso sentimento de amizade... Não queria aquilo para mim... Simplesmente os ignorava.... Todos me achavam estranho... Aquilo... Os irritava.... Eu fingia não importar para o bulling e exclusão que faziam comigo e também não aceitava a falsa amizade deles.... Então na 5 serie me mudei de colégio....

Por mais que soubesse que eu não mudaria meu jeito de pensar ou agir, tinha ainda a esperança que os alunos fossem melhores nesse outro colégio..... Falso.....

.....Falso....

Tudo plenamente falso.... Tentei naquela escola pela primeira vez, ser quem eu sou, mostrar minha verdadeira face.... errei..... errei..... errei.... Me confessei ao menino por quem me apaixonei.... E me tornei além de o ´´gordo´´ da escola... Agora o viado também....

Todos olhavam, comentavam, riam, gritavam e não... não aguentava mais aquilo, aquela situação estava ficando insustentável.... Eu passava meus intervalos e horas vagas em uma cabine do banheiro masculino.... Todos os dias comendo, dormindo, escrevendo naquele cubículo que era sim nojento, mas minha salvação..... Ate que chegou o dia......

Cadernos, mochila, roupas, tênis todos riscados.... Com apenas uma frase

´´Por que você não se mata Park? Faria um favor a todos´´

Estava vestido com aquilo.... Vestido com um manto de morte, ódio e repudio....

Eu nunca era o suficiente para ninguém..... Então... Faria algo certo.... Morreria.... Isso talvez fosse o suficiente....

Então.... com 13 anos tentei me matar...... Falho

O cubículo que por tantas vezes foi meu refugio e meu único amigo, dessa vez me denunciou, com uma faca em meu peito tentei me matar, mas o sangue se espalhou por todo o banheiro, eu agoniando no cubículo que era banhado pelo mar de sangue que se formava naquele chão,que por um momento se pareceu vasto.....

Fui levado ao hospital, mas me neguei a falar qualquer coisa, a única coisa que eu pedi foi a transferência escolar... Que foi concedida de primeira....

Depois daquilo.... Eu deveria mesmo ir ao novo colégio, frequentar as aulas, ser o aluno quieto e bom com sempre fui..... Mas nada daquilo tinha importância.....

Nas manhas que eram para eu estar na escola, eu ai a um lugar alto... deserto.... Sempre pronto a pular..... Tudo aquilo estava para trás, havia mudado de colégio e aquilo deveria resolver, mas a dor não saia de meu corpo, de minha mente, de nada.... Aquilo rodava 24 horas em minha mente....

Na parte da tarde.... Eu dormia..... Era chamado de vagabundo, preguiçoso e coisas do gênero, coisas que eu já não me importava mais....

Eu dormia para não viver.... E para não morrer

Me desligava de todos os problemas com o sono..... Sonhar era muito mais fácil do que viver......

A noite eu dormia também como qualquer ser mortal normal fazia..... Isso quando não a passava em claro chorando, me remoendo por tudo aquilo.....

Até que uma dessas noites em claro, eu sai de casa e tentei..... Pela segunda vez me matar....

Sangrei.... Sangrei.... Sangrei

Nessa época eu já tinha meus 15 anos... Não morri, mas minha mãe sim..... Dessa vez, dessa morte quase morrida, quase morri mesmo..... E ela consumida pelas drogas, se matou com sucesso diferente de mim.... Minha vo, simplesmente teve um ataque de velhice, no qual na sei dizer qual é por minha mãe ter se matado e morreu.....

O que eu se passava em minha cabeça, não era tristeza por meus únicos familiares morrem... Mas a causa ter sido eu, sim uma vida ter sido simplesmente perdida....

´´Sou tão inútil que nem me matar consigo´´

´´Por que você não se mata Park?´´

Então.... A partir daquela última internação, eu fui colocado nesse sanatório de minha cidade.....Sem responsável, agora eu era obrigação do governo..... Mais um empecilho para alguém desconhecido.....

E agora com meus 24 anos, estou aqui a nove anos, ano vem... ano passa..... Mas a vontade.... A agua na boca quando vê uma lamina ou faca..... Objeto cortante..... não passou.... Acredito que esse lugar tenha só aumentado minha vontade de morrer..... De parar de sentir tudo e qualquer coisa....

Ainda estou vivo por que não quero morrer aqui..... Quero pular, voar e morrer.... Sem erro.... Sem falhas....

Tudo aquilo foi de mais para uma criança suportar.....

Então..... Eu Jimin, passei a viciar-me no corte...

No sangue...

E é claro..... Na morte....