História The Adopted | Camren - Capítulo Cinco

POV Keana

Eu gostava de Lucy desde a quarta série, mas ela nem olhava para mim. Eu era a nerd naquela época, enquanto ela era a popular da escola.
Eu era baixinha, um pouco acima do peso, tinha os cabelos um pouco enrolados, várias espinhas e usava óculos. Ela era totalmente o contrário: não tão alta, magra, cabelos lisos, pele de anjo e um sorriso encantador. Mas sempre me esnobou.
Todos sabiam que Lucy era lésbica, mas isso nunca atrapalhou sua fama na escola. Ela e Lauren eram amigas, enquanto eu ficava sozinha no intervalo.
Quando Lucy faltava, Lauren ficava comigo nas aulas e conversava comigo no intervalo. Eu gostava muito de Lauren, ela era uma ótima amiga e eu gostava muito da companhia dela.
Quando Lauren completou 16 anos, fez uma festa simples para os amigos mais íntimos, e eu fui. Alexa pediu ela em namoro naquele dia, fiquei muito contente por ela.
Quando eu estava indo embora, Lucy me chamou. Ao ouvir meu nome sair de seus lábios, meu coração disparou e respirei ansiosa.
- Keana, espere - ela disse ao me ver quase indo embora - Quero falar com você.
- Tudo bem, eu espero - sorri doce e esperei, vendo ela se aproximar de mim e acariciar meu rosto com o polegar. Eu estava totalmente eufórica.
- Sabia que você é linda? - ela abriu um sorriso tão lindo que meu coração acelerou um pouco mais.
- Oh, Lucy. Não brinque comigo, por favor - abaixei a cabeça, por ter a certeza de que estava apenas brincando com meus sentimentos.
- Eu estou atraída por você, pequena Keana - ela sorriu um pouco vermelha - O que faço para ganhar seu coração?
- Nada - murmurei baixinho, para que nem ela ouvisse. O que eu iria dizer?
- Co..como assim? Seu coração é de outra pessoa?! - ela falava com um tom de desespero na voz.
- Não, é que ele sempre foi seu. Você que nunca percebeu isso, Lucy - falei ainda de cabeça baixa, sem olhar nos olhos dela - Sempre gostei de você, mas você sempre me esnobou. Nunca olhou para mim, a não ser que fosse para me zoar.
Ela mordeu o lábio inferior, não entendi o motivo. Talvez por arrependimento, ou por raiva de si mesma. Após morder o lábio, Lucy levantou meu rosto e olhou meus olhos.
- Desculpe minhas atitudes, eu não costumo me declarar ou deixar o amor transparecer. Sempre gostei de você também, mas não sabia que era recíproco. O seu jeito quietinho sempre fez com que eu pensasse que você me odiava, por nunca ir até mim para conversarmos. Eu nunca fui até você porque sabia que não era digna de ter sua atenção, de ser especial para você. Mas vejo que estive errada a vida toda.
Eu estava sem ação. Lucy estava se declarando para mim, isso é algo tão especial. Ninguém nunca se declarou para mim antes, ela é a primeira.
Em um movimento calmo, ela aproximou seus lábios dos meus e iniciou um beijo calmo, mas repleto de uma paixão que foi escondida por bobagens. Separei meus lábios do dela e ela sussurrou:
- Me procure amanhã em minha casa, é do lado da casa de Alexa. Quero te falar outras coisas, mas em particular - sorriu e foi embora, me deixando com um sorriso bobo no rosto.
No outro dia, fiz o que ela me pediu. Estranhei o fato da porta estar aberta, enquanto a porta da casa de Alexa estava entreaberta.
Ela deve ter esquecido a porta aberta, tenho certeza. Oh, minha mente tão inocente.
Bati na porta da casa de Alexa e entrei devagar, chamando o nome dela e não obtendo resposta. Continuei andando e parei na porta do quarto de Alexa, me sentindo perplexa e atônita com o que estava vendo.
Lucy estava nua, não só ela, pois Alexa também estava.
Lucy estava com a cabeça entre as pernas de Alexa, fazendo sexo oral nela.
Lágrimas molhavam meu rosto, lágrimas quentes e um sentimento frio se misturavam, trazendo a tona o que eu já tinha certeza. Eu fui enganada, desde o começo.
Sabia disso, mas tentei. Tentei, sabendo da possibilidade de que eu seria enganada.
E fui. Fui enganada, mais uma vez.
Saí correndo dali o mais rápido que pude. Aquela cena era assustadora e provavelmente demoraria para esquecer esse pesadelo.
Corri para casa e subi direto para o quarto, sem falar com ninguém. Me tranquei no meu quarto, chorando intensamente e me perguntando o que eu fiz de tão ruim para me odiarem dessa forma.