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História The arcade club - Hysteria


Escrita por: baekarui

Capítulo 2 - Hysteria


— Não pode trancar a porta da próxima vez? — Perguntou em tom baixo. Do outro lado da linha Jessica deu uma risadinha abafada, seu medo já havia ido embora. 

 

Assim que chegou em casa após um longo percurso de bicicleta, Tiffany ouviu o telefone de sua residência tocar na sala de estar. Normalmente sua mãe faria mais uma reclamação sobre o tempo que a filha andava passando grudada ao telefone, mas provavelmente a senhora estava muito cansada para se manter de pé às onze da noite, todos os dias eram longos dias de puro trabalho. Se tratando de Jessica, seria perigoso ignorar a ligação e o principal motivo era o fato de que a irmãzinha enxerida dela havia flagrado as meninas aos beijos no quarto. 

 

— Ela não vai contar, a diabinha, arranco-lhe a língua e extraio o veneno. — Jessica disse seriamente, fazendo a namorada rir. 

 

— Para ser honesta, Krystal me assusta. — Comentou Tiffany deixando o telefone preso entre o ombro e a orelha enquanto desajustava a fivela de seus sapatos para que pudesse retirá-los dos pés. 

 

— Não se preocupe, vou fazer com que ela deixe de ser uma enxerida. 

 

— Está bem, mas vá com calma. 

 

Tiffany suspirou para si mesma e encerrou a chamada após desejar que Jessica tivesse uma boa noite de sono. Tomou o caminho da escada de madeira que a levaria até o seu quarto no outro andar de casa que vivia e transferiu alguns itens escolares de sua mochila amarela para o armário. 

 

Fazia pouco tempo que Tiffany voltara a viver com sua mãe solteira em Westport porque passara a metade de sua vida no Canada com o pai. Agora encontrava-se novamente naquela cidade monótona, movendo-se pelos corredores bagunçados da escola por todas as manhãs e tardes de segunda até sexta. 

 

Não era que Tiffany não gostasse de Westport. Na verdade, ela curtia. Também não era a rotina, afinal, não havia muita diferença entre sua nova escola e a antiga. Além disso, ao menos agora ela tinha uma namorada para passar seu tempo. Sendo sincera, Tiffany apenas sentia saudades da falta de cobrança do seu lar antigo.

 

Ela jamais descreveria a si mesma como alguém popular, mas também não estava no grupo dos nerds, tirava boas notas por causa da pressão que sofria em casa. As pessoas do colegial simplesmente pararam de tratá-la como a novata desajustada desde que a viram de mãos dadas com Jessica. Apesar de estar automaticamente inserida no restrito grupo dos descolados, ela era mais como uma existência qualquer na escola, não faria diferença se ela estivesse ali ou não, ao menos era isso que ela costumava pensar sobre. Não se encaixava em esteriótipos retratados pela TV e não participava de grupos ou clubes. Vivia cercada de pouca gente e não sabia se aqueles eram seus amigos ou amigos de Jessica. 

 

As notas que Tiffany tirava eram uma das melhores de sua classe, apesar de suas constantes faltas nos registros escolares. Se tratando de sua mãe a situação não poderia ser diferente. A mulher que trabalhava como contadora exigia de forma abusiva que a filha caminhasse na linha, seu subconsciente a fazia desejar uma menina qualificada, com ótimos adjetivos, perfeita. Cobrava da adolescente algo que nem mesmo ela poderia oferecer. 

 

Quando contrariada, sua mãe apontava o dedo indicador no rosto dela, reagindo a principio com grunhidos que se tornariam berros e atitudes violentas mais tarde. As brigas vinham em ciclos, eram mais frequentes nos fins de semana. 

 

No normal, Tiffany era uma boa garota. Seu lugar preferido era o parque central de Westport, onde ela poderia andar livremente de bicicleta depois da aula. Na maior parte do tempo era comportada e gentil, uma menina de olhar e sorriso brilhante. Quem a olhasse de perto poderia perceber que era um brilho amedrontado, mas era difícil afirmar. Entretanto, quem observasse atentamente o sombreado por baixo dos seus olhos e o problemático bolso esquerdo de sua mochila saberia que Tiffany arrastava-se sorrateiramente até a cozinha todas as noites, então apanhava a garrafa de uísque de sua mãe, embaixo da pia, e despejava o álcool em sua garrafinha rosa. Por volta do terceiro gole, sua dor quase desaparecia. 

 

"O que todos vocês podem me dizer sobre isso? O que me diz sobre isso, mamãe?" ela questionava a si mesma quando perdia os sentidos e ao voltar a si, um pouco mais tarde, ouvia sua mãe gritando que a colocaria em um internato para deliquentes. Era até engraçado que ela nunca havia percebido que a filha conseguia a bebida dentro de sua própria casa. 

Não tinha conhecimento de suas próprias atitudes, a mulher. Era muito hipocrita para imaginar que sua criança herdara o péssimo habito dela mesma. 

 

 

 

 

 

Seohyun ainda estava sentada sobre sua cama com as bochechas ardentes de calor. Sua febre havia recuado na noite passada, mas a temperatura do corpo baixara novamente naquela manhã. Suas mãos estavam molhadas de suor, a dor de cabeça já tinha ido embora. 

 

Em sua cabeceira havia uma diversidade de xaropes e remédios, além de um copo de água velho e um termômetro. Little prince também estava ali, o livro velho estava com as páginas amareladas, mas ainda era o favorito dela por ser aquele que seu pai lia quando ela ainda não conhecia as letras. 

 

A bagunça de Seohyun era sempre essa: medicamento para todo lado. Apesar da pouca idade ela sabia que sua vida não teria tão longa, afinal, havia acabado de se recuperar da aids pegara ao cortar a ponta do dedo com a tesoura que usava para repicar papel colorido na aula de artes do colégio, e agora seus pulmões sofriam de uma terrível pneumonia em estado quase terminal, além de sua baixa intolerância a lactose, Seohyun também tinha uma espécie crônica de cálculo renal, que adquiriu quando ainda estava em formação no útero. Ao menos era isso que ela pensava. 

 

Embora não fizesse sentido do ponto de vista cientifico, Seohyun vivia inventando que estava com doenças. Sua mãe era uma designada enfermeira do hospital local e vivia fazendo plantões, a jovem não passava muito tempo em casa e talvez esse fosse um dos principais motivos para a inocente hipocondria de sua garotinha. 

 

Estava cansada de não ir a escola por causa daquela gripe. Já havia assistido a muitos episódios de super máquina, até mesmo star wars e seu atari pareciam coisas totalmente chatas agora. Não havia se passado mais de uma semana, mas ela sentia falta de passar as tardes nos fliperamas com suas amigas mais velhas. 

 

Naquela manhã, Yoona, sua melhor amiga, havia telefonado bem cedinho para avisar que passaria por lá durante a tarde para levar algumas histórias em quadrinhos de Sooyoung.

 

 

 

 

Era um sábado de muito sol. Yoona e Sooyoung compraram grandes sorvetes de chocolate quando terminaram o almoço e resolveram que era o momento perfeito para apostarem uma corrida de bicicleta até a reserva florestal pública da cidade. Muitos garotos tinham medo daquele lugar, mas não era tão assustador durante o dia. Além disso, as garotas estavam curiosas sobre os répteis que rastejavam por entre as folhas. As pessoas diziam que tinha diferentes espécies de cobras por lá durante o dia e que aquelas mesmas espécies viravam grandes monstros durante a noite. 

 

Só que deveriam pensar em algum atalho para que pudessem chegar até a reserva, a última aposta de corrida que fez com Yoona rendeu a Sooyoung o seu castigo mais longo e um braço quebrado. Por esta razão, a mais nova dos Choi procurava ficar fora dos caminhos que a levassem até a rua onde morava, no centro. Adultos eram tão chatos e rigorosos. 

 

Naquela mesma manhã, na hora do café, Yoona havia pedalado até a casa da amiga para que pudesse pegar emprestado os quadrinhos que Seohyun havia pedido. Yoona pensava que era um tédio passar o dia adoentada na cama, então resolveu que traria distrações a Seohyun. E há tempos não tinha um sábado tão divertido como aquele. 

 

— Que fome, hein?! — Yoona questionou com os lábios grudentos de sorvete. 

 

— Estava morrendo de fome. — respondeu Sooyoung, enquanto jogava o resto de sua casquinha no lixo mais próximo.

 

 Limpou os dedos melecados na roupa e riu ao imaginar a voz afinada de sua vó reclamando com ela por repetir aquele ato que sujava suas roupas recém-lavadas. 

 

— Vamos lá agora? — Yoona disse de boca cheia. Nem chegou a terminar de mastigar o resto da casquinha do sorvete para montar na sua bicicleta novamente. 

 

— Tem certeza? Não me parece uma boa ideia agora... — a mais velha cochichou. 

 

— Está amarelando justo agora? Não quer ser a única da classe que realmente conseguiu ver os bichos? — Yoona questionou com seu tom mais convincente. — Não há nenhum perigo, é bem cedo e temos um sol enorme, muita luz. 

 

 

 

O ar parecia mais gélido ali do que nas partes mais sociais da cidade. As folhas pingavam gotas de água em todo canto e a terra fazia pequenas poças de lama. Era muito úmido, como se tivesse caído uma chuva só naquela parte da cidade.

 

Enquanto caminhavam, Sooyoung e Yoona conseguiam sentir seus pés afundando naquela lama. Sooyoung podia ouvir a voz de sua vó reclamando sobre o estado imundo de seus tênis quando ela chegasse em casa. 

 

De qualquer forma, as garotas não desistiriam daquela ideia com tanta facilidade. Estavam dispostas a chegar perto das supostas cobras daquele matagal. Haviam planejado tudo durante a semana.

 

 

 

 

Escondidos na moita, Yoongi e seus amiguinhos davam risadinhas escondendo a boca com as mãos enquanto assistiam Yoona e Sooyoung entrarem amedrontadas naquele matagal em plena luz do dia. Todos tiveram a mesma ideia: dar um belo susto nas garotas para que pudessem roubar seus pertences depois.

 

Na opinião dos garotos, aquele era o tipo de lugar perfeito para beberem ou fumarem escondido dos pais. Além disso, os moleques não eram do tipo que acreditavam nas pobres lendas urbanas da cidade. Nunca adentraram realmente entre as árvores, mas também nunca chegaram a ver monstros ou bichos esquisitos por lá nem mesmo quando estavam chapados. 

 

Sorrateiramente, Jungkook catou uma pedra daquele chão sujo e a atirou forte contra o outro lado da floresta. A superfície dura da pedra bateu contra um galho baixo de uma das árvores e fez um barulho oco e engraçado. As garotas se entreolharam antes de soltarem gritos finos. Os meninos riram baixinhos da cena.

 

 

 

 

— Você acha que eu vou ficar aqui esperando um bicho horrível aparecer para me devorar viva? — Sooyoung sussurrou quase entrando em pânico. Seu corpo estava quase se encolhendo. 

 

— Cale a boca, acho que ouvi alguma coisa... — desconfiada, Yoona tapou a boca da amiga e ainda podia escutar risinhos vindos de uma moita que não ficava tão longe.

 

— Acha que são duendes? —  a mais alta arregalou seus olhos.

 

— Estão mais para pragas... — Yoona revirou os olhos. — Aposto que devem ser Yoongi e cia. Devem estar por aqui, escondidos.

 

Destemida, a garota correu até a moita e pode ver Yoongi, Jungkook, Taehyung e Kai escolhidos entre as folhas. Os moleques, que ainda cochichavam e riam entre si, arregalaram os olhos ao notarem a presença de Yoona ali. 

 

Yoongi foi o primeiro a se levantar, os outros repetiram aquele gesto em seguida. Ao ver a cena, Sooyoung correu até a amiga. 

 

— Vão embora, essa é a nossa área. — Yoona não podia acreditar que existisse alguém tão metido quanto Yoongi. 

 

— Problema é seu, você não é o dono. — disse a garota entredentes. 

 

— Mas que cara de pau! — Sooyoung comentou alto o suficiente enquanto se aproximava da amiga.

 

— Ah, sai da frente. — Jungkook resmungou aborrecido enquanto agarrava bruscamente a mochila que Sooyoung tinha em mãos. Yoongi riu.

 

— Vamos ver o que tem aqui. — Kai tomou a bolsa das mãos de Jungkook e abriu o zíper. Seus olhos brilharam ao ver que havia inúmeros quadrinhos lá dentro. — Estávamos precisando. Valeu, meninas. — Ele tirou algumas revistinhas com suas próprias mãos e mostrou aos outros. Encolhido atrás de Jungkook, Taehyung soltou um risinho rouco. Sua cabeça ainda doía como consequência da primeira ressaca. 

 

— Por que estão aqui? — Yoongi questionou com deboche. 

 

— Não lhe interessa. Devolva nossos gibis. — Yoona suplicou e empurrou o garotinho pelos ombros. Yoongi era um pouco menor do que ela, mas se arrependeu quando o viu retirar um estilete afiado do bolso. 

 

— Espero que não estejam brigando, meninos. — Uma voz distante foi ouvida por todos ali. 

 

— Cale a boca, Yoongi. Seu cara de paçoca. — Baekhyun gritou antes de jogar a primeira pedrinha contra o garoto.

 

Yoona nem acreditou quando viu Kim Taeyeon e alguns outros garotos ao lado do pequeno lago que a reserva abrigava. Suas mãos seguravam pedrinhas duras. Sooyoung meteu a mão na bolsa que Kai havia roubado e teve pouco tempo para correr na direção dos outros. Yoona a seguiu antes que Taeyeon e seus amigos atirassem as pedrinhas repetidamente contra os pequenos ladrões. 

 

Com raiva, Yoongi tentou correr atrás da garota. Tinha o desejo de abrir as entranhas daquela desgraçada com seu canivete. Mas antes que pudesse dar seus passos, uma pedrinha o atingiu na testa e ele caiu dentro de uma poça de lama grudenta. Seus amiguinhos eram covardes o suficiente para tentarem reagir, nem sequer o ajudaram a se levantar, só correram de volta para trás das moitas para que pudessem se proteger das pedradas. 

 

 

 

— Nós estávamos passando por ali e ouvimos vocês. Estou exausta de ver a turminha do Yoongi roubando nossos pertences. — Taeyeon suspirou enquanto montava a bicicleta de Baekhyun. O garotinho se apoiava no banquinho do carona. Para ele não era problema algum deixar Taeyeon pilotar sua bike, a menina era melhor que ele, de qualquer forma. 

 

Sehun, Kyungoo, Chanyeol, Yoona e Sooyoung seguiam a mais velha. Cada um usava suas próprias bicicletas para isso. Eles andavam despreocupados pelo passeio, aquela área era um tanto deserta. 

 

— Eles bem que mereceram. — Kyungsoo murmurou com desdém. 

 

— Em todo caso, — começou Chanyeol. — Não acho eles vão voltara nos incomodar. Não se estivermos juntos.  

 

— Podemos andar juntos na escola também? — Perguntou Sooyoung. 

 

— Talvez você possa nos dar uma aula sobre asteroids. — Yoona riu. Sempre via o nome de Taeyeon nos rankings do jogo do fliperama que visitava regularmente. 

 

— Por que não?! — Taeyeon sorriu. 

 

— Acho que agora nós formamos o clube dos assaltados. — Sehun sorriu de canto. 

 

 

 

 

Os vaidosos Sr. e Sra. Kwon se denominavam como uma genérica família rica de Westport. Eram perfeitamente normais com seus domínios e recursos que foram conservados e multiplicados de geração em geração. Provavelmente eram as últimas pessoas daquela cidade que poderiam imaginar escândalos ligados ao falimento de suas corporações ou um segredo horrível, por exemplo. 

 

A Sra. Kwon era diretora de uma firma que trabalhava com a arquitetura da cidade, um cargo passado de pai para filha. Era uma mulher juvenil e muito bela. Seu marido era dono do mais popular escritório de advocacia do município, era um homem elegante e sempre acabava conseguindo tudo aquilo que desejava. O casal tinha uma única filha de dezessete anos, Yuri. Na opinião do Sr. Kwon, a menina era uma excelente filha, dotada de talentos naturais, esperta desde o berço... Não havia outra melhor em nenhum lugar do planeta. 

 

A participação da família Kwon na história começa em um sábado agitado, onde eles foram buscar sua amada primogênita no aeroporto. A garota havia aterrissado direto da Inglaterra. Aquele era o país onde ela havia estudado em um colégio interno por quase quatro anos. Uma pequena reunião para comemorar a volta de Yuri para Westpport era organizada na mansão dos Kwon naquela noite. 

 

A sra. Kwon percebeu que sua filhinha havia crescido muito desde então. Estava mais bonita e esbelta. As aulas de ballet do internato fizeram um grande efeito em seu antigo corpinho infantil. Continuava bem educada como sempre havia sido. O coração da mulher era capaz de se afogar no próprio orgulho enquanto observava a garotinha tocar aquele piano de uma forma tão... magnífica. Yuri poderia ser capaz de fazer seus avós chorarem de emoção. 

 

Jessica Jung observava aquela apresentação com tédio. Preferia estar dentro de seu carro em qualquer lugar que tivesse um som mais maneiro e Tiffany com um copo de bebida nas mãos. Na verdade, qualquer coisa seria mais divertido do que acompanhar seu pai e sua madrasta naquele jantar estupido. Os Kwon eram pessoas forçadas e falsas até o último fio de cabelo. A única parte boa daquela noite era que Krystal havia ficado em casa com a babá. Ao menos não teria que aturar a pestinha se comportando tão mal naquele ambiente chato.  

 

Jessica agradeceu quando aquela apresentação chegou ao fim. A melodia lenta do piano estava a deixando completamente sonolenta, e ela era particularmente conhecida por dormir em lugares bem peculiares. 

 

Após a performance, os Kwon caminharam juntos até a mesa dos Jung para que pudessem cumprimentá-los devidamente. Aqueles eram seus convidados de honra da noite, uma vez que eles queriam que Yuri tivesse uma amiga na cidade e Jessica parecia a pessoa perfeita apenas por sua condição social elevada. 

 

— Essa é a melhor casa que já visitei. Fascinante! — comentou o sr. Jung.

 

— Imagine. Não é muita coisa... — disse o sr. Kwon com um sorriso orgulhoso estampado em seu rosto. 

 

— Sra. Jung, é um imenso prazer em revê-la! — exclamou a sra. Kwon com um sorriso embaçado no rosto. 

 

— E vocês já devem ter ouvido falar sobre Yuri, é claro. — o homem puxou sua filha pelos ombros e a colocou na frente da mesa. A menina sorriu de canto, um sorriso tímido. — Nossa filha, chegou hoje da Europa. 

 

Um sorriso amarelado tomou conta do rosto do casal de convidados.

 

— É claro, é um imenso prazer ter Yuri por aqui novamente... — comentou o sr. Jung, bebericando um pouco de seu vinho. 

 

— Da última vez que a vi era tão pequena, e veja agora, está uma mulher formada! — sra. Jung não pode deixar de fazer seu falso elogio. 

 

— Grande coisa... — sussurrou Jessica, tendo cuidado para que não fosse escutada.

 

Yuri ouviu-a e ergueu seus olhos para que pudesse encará-la. Jessica sorriu e acenou no automático. Yuri riu do gesto da garota. 

 

— Que momento extraordinário esse... — a jovem Yuri falou. — Não imaginei que os Jung tivessem uma filha. Tenho certeza que nos tornaremos grandes amigas! 

 

A sra. Jung torceu o nariz com o comentário da filha dos Kwon. Nunca teria o desprazer de ter uma filha como Jessica. Apenas Krystal e estava de bom tamanho.

 

— A leve para dar uma volta por nosso jardim. — sugeriu a mãe da menina. 

 

— Venha, Jessica. Aposto que vai adorar. — Yuri deu uma piscadinha sugestiva o suficiente para que Jessica a seguisse pela casa. Queria saber qual era a daquela garota. 

 

 

 

 

Os Kwon tinha uma piscina duas vezes maior que a de Jessica no quintal de casa. Havia também variados tipos de flores e plantas em seu solo. Jessica tentou adivinhar a quantidade de empregados que trabalhavam para que aquela mansão parecesse sempre impecável. 

 

Estava distraída observando os detalhes do design do lugar quando observou Yuri retirar um cigarro de seu próprio sapato. Jessica riu. 

 

— Não creio que a filhinha do papai esconde seus cigarros por ai. 

 

— Há coisas sobre mim que meus pais não precisam saber e eles estão satisfeitos vivendo dessa maneira. — a morena disse antes de dar a primeira tragada. 

 

— Todos ouvem o que eles falam sobre você: a filha perfeita. — Jessica achou a situação irônica e extremamente engraçada. — Nunca imaginei que a princesinha dos Kwon escondesse cigarros em seu sapato. 

 

— Quando seus pais te trancam em um internato por toda a sua adolescência, você acaba aprendendo a esconder suas próprias coisas. É algo bem natural. 

 

Yuri e Jessica trocaram olhares apreeensivos. Ambas continuavam fingindo não notar as coisas que ocorriam debaixo de seus narizes.



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