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História The Beauty and the Beast (Sterek) - Capítulo 1


Escrita por: Another_Girl__7

Notas do Autor


Voltei!!

Como prometido, todos os sábados vai ter ataulização. Não vai dar pra postar no meio da semana algumas vezes, como costumo fazer com as outra fics, pq como podem ver, os capítulos são realmente grandes e muito trabalhosos.

E eu também queria agradecer aos comentários e favoritos!!

Boa Leitura! ^-^

Capítulo 2 - Capítulo 1


   Stiles nunca teve medo de avião. Na verdade sempre se mostrou muito criativo em relação a estar nas alturas, mas naquele voo em especial estava se sentindo enjoado. A cada quilômetro mais perto da grande cidade de Chigaco mais suor escorria por sua testa. Estava sozinho naquele momento e indo para a casa de Derek Hale, se sentiu o próprio cordeiro indo para a toca do lobo. Ao mesmo tempo se sentia positivo em relação a sua escola. A Wolves School era de grande nome e reconhecimento em todo o país, muitos pais brigavam para conseguir matricular seus filhos, contudo o sistema rígido e seletivo escolhia a dedo seus alunos. E para Stiles, ter sido um dos escolhidos era seu sonho tornando realidade, e com uma boa carta de recomendação da escola, poderia ir para qualquer faculdade que desejasse. 

     Teria que aguentar seis meses morando na casa de um homem que nunca viu na vida para seguir seus sonhos. Tentou focar apenas nas coisas boas que poderia tirar com aquela experiência, mas era um Stiles, não conseguia parar de pensar nos problemas que poderia ter. A ansiedade já estava o consumindo.  

Ouviu o piloto anunciar que iriam pousar em alguns minutos. Apertou o cinto em volta de sua cintura, fechando o livro que estava em suas mãos apenas para justificar seu olhar vago. Estava num caminho sem volta, não poderia regressar para Beacon Hills ou nem mesmo chegaria perto do estado da Califórnia tão cedo. Soltou o ar que estava preso em seus pulmões e nem sabia. Tentou controlar seus dedos, que estavam trêmulos, quando percebeu que a mulher sentada ao seu lado estava ficando nervosa. 

 Quando o avião pousou, sentiu um gelo percorrer por suas costas. Aos poucos as pessoas começaram a se levantar e pegar suas bagagens de mão. Stiles foi um dos últimos, nunca havia se sentido tão inseguro em sua vida, nem mesmo quando ficara perdido na floresta quanto mais novo. Agora estava sozinho numa selva de concreto, e seu pai não apareceria ali para salvá-lo da escuridão e do frio. Finalmente saiu da aeronave, foi em passos lentos até a área de desembarque, seu desânimo estava quase palpável no ar ao seu redor. 

Já na escada rolante, avistou um homem com uma placa colorida, seu nome estava escrito em letras divertidas. O homem tinhas cabelos ruivos e uma barba da mesma cor, vestia um terno preto e óculos escuros. Stiles riu sozinho, o imaginando como parte do elenco do "Homens de Preto". Rir o fez se sentir mais confortável.

 Os cabelos avermelhados o fez lembrar de Lydia, a garota pela qual era apaixonado desde a sexta série. Sentiu um alívio, de alguma forma era um recomeço, não estaria na sombra de Danny nem refém de Lydia. Entretanto, não estava animado para fazer novos amigos, ou até conseguir uma namorada. Dezesseis anos em Beacon Hills não deram nada disso a ele, como poderia esperar mais em seis meses em Chicago. 

 Alcançou o piso superior e o homem ruivo estava indo ao seu alcance. Se perguntou como havia sido reconhecido.

 ㅡ Stilinski? ㅡ sua voz era estranhamente gentil, não combinava nada com seu porte intimidador. ㅡ Sou David, o motorista do Sr. Hale. ㅡ estendeu a mão em forma de cumprimento, sustentando um leve sorriso que não parecia muito autêntico. 

Apertou a mão do rapaz, tentando passar uma segurança inexistente, e sorriu de volta, não conseguia ser rude de forma desnecessária com uma pessoa. David se ofereceu para carregar suas malas, Stiles recusou alegando que poderia muito bem carregá-las até o estacionamento. Seguiram em silêncio, nenhum dos dois tinham o que conversar, e a multidão que enfrentavam, por ser fim de feriado, atrapalharia qualquer tentativa de conversa amigável. 

O aeroporto era grande, o suficiente para Stiles se perder caso não ficasse próximo a David. O estacionamento era ainda maior, até se perguntou como o ruivo sabia o local exato onde havia estacionado seu carro. Por fim, pararam numa fileira de carros pretos e prateados, parecia até ser as duas únicas cores disponíveis. O carro parecia ser caro demais para um motorista como David, mas logo de lembrou que Derek era considerado um dos homens mais ricos do estado de Illinois, e poderia comprar uma concessionária inteira. 

ㅡ Vou colocar no porta-malas! ㅡ anunciou, pegando as malas de Stiles e destravando a traseira do carro. 

Stiles se perguntou se já poderia entrar no carro. Entre perguntar ou esperar, preferiu abrir a porta e entrar. Tirou o celular do bolso pela primeira vez desde que descera do avião, não era surpresa as onze mensagens de seu pai. Sorriu ao responder cada uma, e esclarecer todas as dúvidas do xerife sobre o voo.

 ㅡ Irei deixá-lo na casa do Sr. Hale! ㅡ David avisou antes de dar partida no carro e sair do estacionamento. 

Stiles permaneceu calado. Ficou olhando a paisagem que passava rapidamente pela janela do carro, algumas lojas estavam abrindo e muitas delas ainda estava fechado, imaginou que a culpa era o horário e o feriado de fim de ano que ainda era muito recente. Percebeu o clima de inverno quando viu alguns pedestre se encolhendo debaixo de seus casacos. A adrenalina e o aquecedor do aeroporto o fez esquecer do frio por algum tempo. 

ㅡ Você deve ser muito inteligente! ㅡ David falou novamente, olhando pelo espelho retrovisor, tentando buscar os olhos âmbar do seu passageiro. ㅡ As provas de admissão  costumam ser bem difíceis.

   Por mais que Stiles quisesse concordar com David, não podia, pois não se lembrava da prova em questão. E apesar disso, apenas assentiu com a cabeça, tentando pensar em tirar o foco de si. 

ㅡ Há quanto tempo trabalha pra Derek? ㅡ resolveu perguntar, conseguir mais informações sobre seu novo anfitrião seria bom para evitar surpresas. 

ㅡ Não trabalho pro Derek, mas trabalho pro Peter há alguns meses! 

 Franziu a sobrancelha se perguntando quem diabos era Peter. O único que conhecia pelo nome era Derek, nem foto havia visto, apenas alguns dados que a polícia tinha, e pouquíssimas informações nos sites da escola. 

  ㅡ Peter? ㅡ indagou, sentindo a curiosidade começar a incomodar. 

 O ruivo não pareceu indisposto a responder aquela pergunta. Um pequeno sorriso brotou em seu rosto e seus olhos verdes brilharam. 

 ㅡ Até onde sei, ele é o tio de Derek. Ele tem uma rede farmacêutica na cidade, é um negócio pequeno mas parece ser bem lucrativo. 

 ㅡ Achei de a Wolves School fosse um negócio de família! 

 David riu, olhando para trás já que estava parado no semáforo. 

 ㅡ Nunca vi os dois no mesmo lugar por vontade própria, não são muita próximos, eu acho. 

Olhou pela janela novamente, se desligando daquela conversa por alguns minutos. O carro prosseguiu entrando numa avenida um tanto movimentada pelo horário. E logo e após poucos metros entrou numa rua de mão única, era uma área residencial e só havia casas de luxo. Tentou ler o nome da rua, não conseguindo por causa da velocidade do carro. 

 Pararam em frente uma casa de portões de grade preto, a casa era grande, a maior da rua. Desceu do carro sem tirar os olhos daquela mansão, com certeza era a maior e mais bela que havia visto em todos em sua vida. O jardim da frente era bem cuidado, com os arbustos podados e pequenas árvores num canteiro de flores roxas beirando as grades. A casa também estava bem conservada, as pedras claras não tinha nenhuma mancha por causa da umidade. As grades das sacadas do segundo andar eram pretas assim como os portões, e todas as janelas frontais estavam fechadas.

  ㅡ Quer ajuda com a bagagem? ㅡ David perguntou, colocando a única mala de rodinhas no chão, e logo em seguida pegando a mochila. 

ㅡ Não precisa! ㅡ pegou sua mochila e a colocou sobre os ombros. ㅡ Onde fica a campainha? ㅡ apontou para o portão,  sendo que nos dois pilares entre as grades só tinha a caixa de correio e no outro o número "7932". 

 David sacou seu celular e ligou para alguém. Stiles olhou ao redor, era uma rua com muitas árvores, em frente havia algumas casas menores, mas não menos luxuosas. Viu um homem com um conjunto de moletom ㅡ com manchas escuras de suor ㅡ parar em frente ao triplex, com tijolos vermelhos a vista. Olhou bravo para Stiles por alguns  segundos, o que era consideravelmente estranho, e subiu os degraus até a entrada de sua casa. Surpreso com a ação daquele homem pensou em perguntar a David quem era, mas não o fez. 

Logo uma das três portas da mansão se abriu, uma mulher com roupas largas e compridas apareceu, seu cabelo estava preso em uma trança jogada sobre o ombro direito. A mulher caminhou pela curta estrada de pedras até o portão e o abriu. 

ㅡ Você deve ser Mieczyslaw Stilinski! ㅡ a mulher disse num tom gentil, parecendo muito amigável. 

ㅡ Por favor, me chame de Stiles! ㅡ pediu, ouvir seu nome não era muito familiar, nem mesmo Danny sabia seu nome e Noah quase nunca o mencionava.

  ㅡ Claro que não! Passei duas horas tentando decorar e falar da maneira correta! Pode me chamar de Sra. Cortez! ㅡ se virou para o rapaz que estava próximo ao carro. ㅡ David, obrigada pelos seus serviços!

 O motorista sorriu. Fechou o porta-malas e entrou no carro, antes acenou para Stiles. O automóvel partiu, Stiles deu um longo suspiro antes de encarar a Sra.Cortez novamente.

 ㅡ Vamos entrando, Derek detesta atrasos!

 O garoto pegou sua mala e entrou no quintal. Seguiu a mulher até a casa, e quando entrou, não conseguiu disfarçar sua expressão de fascínio. As paredes pareciam ser feitas de gesso, no teto, um lustre redondo emitia uma luz alaranjada. O chão era porcelanato, e tinha o desenho de uma flor que tinha seu miolo na sala seguinte, onde havia um teto alto e uma escada caracol, com corrimão dourado e preto. 

 ㅡ Deixe sua mala ali, por enquanto! ㅡ apontou para uma porta simples de madeira a sua direita. Quando abriu, era um pequeno armário. Ao lado da porta havia uma pequena mesa com um vaso de flores brancas. 

Subiram as escadas, Stiles olhou para baixo apenas para ver o desenho da flor, que tinha o núcleo dourado. Teve que correr por alguns degraus para alcançar a mulher, e quando alcançou pensou em algumas perguntas.

 ㅡ De onde você é? ㅡ perguntou quando saíram das escadas e entraram numa sala oval.

  Havia percebido a origem latina da Sra. Cortez, e ficou muito empolgado, já que adorava muitas coisas da cultura latina.

 ㅡ Colômbia! ㅡ respondeu. 

Não fez mais nenhuma de suas perguntas, deixaria para o período que ficaria ali, e não queria parecer enxerido.

  Entraram em uma sala grande, com madeira maciça no teto, parede e chão. Um bar estava no canto da sala, as taças e copos estavam numa estante de vidro onde todos podiam ver. E atrás do balcão, em prateleiras, algumas garrafas de bebidas que pareciam extremamente caras. Algumas poltronas e sofá estavam próximos a televisão exageradamente grande, e no outro lado um grupo de poltronas em torno de uma mesa de centro. No fundo da sala, portas duplas de madeira escura. 

 A morena foi até a porta, batendo gentilmente. Esperou alguns segundos e logo a abriu, mesmo sem uma resposta da pessoa que estava do lado de dentro. Com um movimento de cabeça, pediu para que Stiles se aproximasse. Ainda com a mochila nas costas, coçando a cabeça de modo nervoso, Stiles a obedeceu. 

 A sala também tinha o revestimento de madeira, sendo um pouco rústica, mas não era um espaço amplo como a sala anterior. Na parede, de frente para a porta, talhado na madeira tinha três espirais que formavam um triângulos, em linhas finas. Stiles deixou de olhar para o desenho, quando baixou seus olhos para o homem atrás da mesa. 

 Congelou. Ele era lindo. Seria o tipo de homem que chamaria a atenção de qualquer garota. Os cabelos negros estavam levemente bagunçados, uma barba rala enfeitava seu rosto fino. Os cílios grossos pesavam sobre seus olhos esverdeados. Sentiu perder a força nas pernas por um instante quando o homem levantou sua cabeça e o olhou, estava sério, nenhum sorriso ou traço de qualquer outra expressão. Sentiu o tempo passar mais devagar quando seus olhares se encontrarem, desviou, voltando a olhar para a  Sra. Cortez. 

 ㅡ Pode ir, Joana! ㅡ sua voz era levemente grossa e autoritária, fazendo com que um simples pedido se tornasse uma ordem urgente. 

 A Sra. Cortez saiu, balançando sua saia longa e colorida ao se virar para fechar a porta. O mais novo lhou novamente para Derek, deduziu que fosse ele pois não faria sentido um outro homem estar na casa dele, em um escritório. E ficou se perguntando a razão para alguém acordar tão cedo apenas para trabalhar. 

Ele deve ser muito solitário?  ㅡ pensou Stiles, com o cenho franzido. 

 ㅡ Vou te chamar de Stilinski por que não entendi seu nome! ㅡ foi direto ao ponto, pegando na gaveta de sua mesa alguns papéis.

 Stiles revirou os olhos. A magia acabou, e seu diagnóstico era de que Derek seria um completo babaca. Desceu os dois degraus que tinha, quando o Hale estendeu no ar os papéis.

  ㅡ Preencha isso até a amanhã! ㅡ ordenou.

Olhou o formulário e era sobre sua grade curricular. Havia um outro papel que era algumas regras da casa, e abaixo delas um espaço para a assinatura de Stiles.

  Com certeza é um lunático! ㅡ Stiles pensou, perecendo que sua convivência com Derek não seria uma das melhores. 

Observou o Hale pegar seu notebook, e se levantar. Estava com uma blusa preta e uma calça de moletom cinza, logo se lembrou do homem que havia visto mais cedo na casa da frente. 

 ㅡ Vamos, irei te apresentar a casa. 

Saíram do escritório e Stiles estava de volta na escada. Subiram em silêncio, e no terceiro andar entraram em um corredor. O piso era claro e quase espelhava os dois. 

ㅡ O que acontece se eu quebrar uma dessas regras? ㅡ Stiles perguntou, era a primeira vez que falara após conhecer Derek, e não escolhera a melhor pergunta. 

ㅡ Não vai querer quebrar elas! ㅡ seu tom era de ameaça, e deu um sorriso falso logo em seguida, apenas para amenizar sua fala. 

  O garoto quase riu. Claramente Derek não sabia quem estava hospedando em sua casa. Tinha feito um xerife desistir de regras, porque eram totalmente inúteis para Stiles. Ele conseguia quebrar qualquer norma imposta a ele, pois achava que só servia para encobrir alguma coisa. 

 Pararam em frente uma porta escura. Derek a abriu, e antes que deixasse sei hóspede dar uma olhada no cômodo, disse: 

ㅡ Esse é seu quarto! ㅡ olhou para Stiles, e depois de alguns segundos, acrescentou: ㅡ Sei que está incomodado sobre morar aqui, e eu também estou... 

ㅡ Jura? Nem percebi, você foi tão simpático! ㅡ interrompeu, se arrependendo logo em seguida quando viu a expressão irritada de Derek. 

ㅡ Não me interrompa! Odeio isso! 

 ㅡ É, eu percebi... 

 Derek respirou fundo. 

ㅡ Ótimo! Vamos evitar conflitos. Leia as regras e respeite elas!

   Stiles então se lembrou. 

  ㅡ Ei, você não ia me apresentar a casa? ㅡ perguntou. 

O mais velho não respondeu, apenas se retirou, deixando Stiles sozinho naquele corredor.

ㅡ Você seria um ótimo guia! ㅡ gritou. 

 Entrou correndo no quarto antes que Derek voltasse até ali. Ficou encantado com o lugar. O piso e as paredes eram de madeira, com alguns detalhes em vidro na cabeceira da cama. No chão, debaixo da cama de casal, havia um tapete de pelúcia branco que parecia neve. Os lençóis  eram em um tom de marrom claro, nos pés da cama, havia um recamiér na mesma cor dos lençóis. Ficou se perguntando o motivo de tantos travesseiros.

 Stiles foi até a cama, deixando sua mochila sobre a mesma. Haviam dois abajures, ao lado, deles, tinha esculpido na madeira o mesmo símbolo que vira no escritório de Derek. Em frente a cama havia uma televisão enorme, adoraria assistir todas as suas séries ali. Ficou se perguntando que símbolo era aquele, e tentaria de se lembrar de pesquisar na internet mais tarde. 

Andou até a segunda parte do quarto. Havia um pequeno sofá encostado na parede, próximo das janelas. Um espelho com a moldura dourada que parecia grandes espinhos estava bem acima do sofá, e em frente uma pequena mesa. Na parede oposta, uma televisão apoiada em uma estante, alguns jogos e um aparelho de videogame. Nem estava acreditando que aquele quarto seria seu durante sua estadia em Chicago, compensava as atitudes nada gentis de Derek.

  Curioso, abriu a única porta que viu ali, larga e alinhada em um trilho. Havia um closet, era espaçoso e tinha vários espelhos, além de cabides vazios. Em uma outra porta que tinha ali, havia o banheiro, o piso branco com detalhes dourados. Havia uma banheira e um box para o chuveiro, e próximo a banheira uma planta que nem sabia o nome.

Ouviu alguém bater na porta. Torceu para não ser Derek. 

 ㅡ Sua mala! ㅡ Joana disse, entregando a mala prateada. 

ㅡ Tem certeza que esse quarto é meu? ㅡ perguntou, ainda sem acreditar. 

 A morena riu. Entrou no quarto, era um dos melhores da casa, e olhando para a felicidade de Stiles resolveu omitir que Derek decidiu dar a ele um quarto confortável para evitar que Stiles ficasse andando pela casa. 

ㅡ Tem um frigobar ali! ㅡ apontou para o que parecia ser uma mesa de cabeceira. 

ㅡ Posso encher com o que eu quiser? ㅡ perguntou, com um sorriso enorme.

 ㅡ Menos bebidas alcoólicas ㅡ advertiu. ㅡ Já leu as regras?

  ㅡ Pra ser sincero, não! 

 Pegou os papéis que tinha deixado sobre a cama com sua mochila.

ㅡ Pra se dar bem com Derek é só seguir as regras! 

ㅡ Tô vendo que vou me dar muito bem com ele! E qual é dessas regras? 

Joana ponderou antes de responder, estava escolhendo as palavras certas, na verdade, inventando uma desculpa.

  ㅡ  Ele não gosta que se intrometam nos negócios dele! ㅡ colocou a mão sobre os lábios, e depois sorriu. ㅡ Ele é bem reservado. Se precisar de alguma ajuda pode me chamar pelo interfone no começo da escada! 

Stiles assentiu. Joana saiu, deixando o garoto sozinho. Pegou a lista de regras e  começou a ler uma por uma, se perguntando se estava morando mesmo com um homem de vinte e quatro anos, parecia mais um velho rabugento. As regras eram do tipo: não fazer barulho após o horário de recolher, não andar no jardim a noite, não andar pela casa em noite de lua cheia e a noite após a lua cheia. Estranhou, mas achava que cada louco tinha suas manias então relevou. 

ㅡ Por quê não posso ir ao porão? ㅡ se perguntou ao ler a regra que continha a proibição específica.

  Na verdade não teria tanta curiosidade sobre o porão se não fosse aquela regra, e agora sentia a necessidade clara de ir até lá e descobrir o porquê não deveria ir até lá. Entretanto, naquele momento estava cansado e faminto, tirou seus tênis e deixou seu corpo cair sobre a cama, se escondendo debaixo dos edredons, se esforçando apenas para tirar a jaqueta e a blusa de frio e deixar que caíssem no chão. Adormeceu em um piscar de olhos.

Acordou assustado. Estar em um ambiente diferente assustava Stiles, e só tinha conseguido dormir por se sentir exausto. Olhou no relógio do seu celular, não havia dormido nem duas horas, sendo que ainda era 8:30 da manhã. Se levantou, pegando sua jaqueta jeans e a vestindo. As lembranças de cada cômodo que esteve na casa foi o suficiente para atiçar sua curiosidade e querer explorar um pouco mais. Andou em passos leves e inaudíveis até a porta, a abrindo e esticando o pescoço para observar o corredor. Não tinha ninguém. 

 Fechou a porta com cuidado atrás de si. Estava descalço, um hábito ruim que havia herdado de sua mãe. Foi até às escadas, olhando para baixo, vendo lá no fundo a flor dourada. Desceu os primeiros degraus, sentindo o frio que vinha do geso. Quando chegou no segundo andar, deu uma olhada na sala que antecipava dois corredores que davam acesso ao restante do andar. 

Não viu ninguém. Sentiu novamente a curiosidade, era uma casa realmente grande e parecia solitária. Ficou indeciso se era vazia ou só grande demais. Desceu até o primeiro piso.

 Após as escadas, havia uma porta arredondada, a sala a seguir era também revestida de madeira, exceto pelas paredes de vidro que dava visão para os jardins e no meio dela uma porta também de vidro. No meio da sala, uma mesa de madeira redonda e quatro cadeiras de madeira também, com estofados e parecendo bem confortável. Um lustre rústico pendia do teto sobre a mesa. Olhou ao redor, não parecia ser caminho para a cozinha. 

Sentindo a barriga reclamar de fome, voltou onde ficava a escada e debaixo dela viu um corredor. Seguiu, e após alguns passos chegou numa entrada quadrada. Havia achado a cozinha, era toda trabalhada em mármore.

  Havia uma ilha, com duas cadeiras de costas para a entrada, do outro lado o fogão. Do lado direito  tinha a pia de mármore branco, e alguns eletrodomésticos, e do outro a geladeira e a porta para a dispensa, Stiles deduziu.

ㅡ Não conseguiu dormir? ㅡ Joana perguntou, saindo de uma porta que ficava ao lado do fogão, na verdade tinha uma de cada lado. Trazia algumas sacolas em mãos, parecia ter voltado do mercado. Stiles riu, lembrando que havia apagado.

ㅡ Não foi o caso! Tem alguma lanchonete aqui perto? ㅡ perguntou, não querendo ter que fazer algo para comer, já que estava com muita fome.

ㅡ Tem uma na esquina... Se está com fome, posso cozinhar para você! ㅡ se ofereceu, amarrando seu avental.

ㅡ Não vai te incomodar?

 ㅡ Claro que não! É o meu trabalho! ㅡ disse pegando alguns ingredientes no armário acima do fogão. ㅡ Vou fazer um misto quente  e suco de maçã tudo bem?

Stiles assentiu. Sentou em uma das cadeiras, observando Joana cortar as cascas do pão de forma. Se lembrou que sua mãe costumava fazer a mesma coisa, sendo que Stiles nunca disse se gostava ou não da casa do pão.

ㅡ Leu as regras? ㅡ a mulher perguntou, enquanto colocava o pão na chapa.

 Voltou a realidade, não querendo ficar emotivo na frente da Sra. Cortez.

  ㅡ Sim. Por que não posso ir no porão? ㅡ perguntou, batendo os dedos no mármore branco.

 Joana se apoiou na bancada, pondo a mão na cintura.

 ㅡ Por que você iria querer ir num porão? 

ㅡ E por que eu não iria querer ir no porão? ㅡ esticou o corpo sobre o balcão, olhando para Joana de uma forma intimidadora, ou tentando. 

A Sra. Cortez riu. 

ㅡ Porque é um lugar escuro, úmido e as vezes tem barulhos estranhos vindo lá de baixo! 

Tirou o pão da chapa e cortou na diagonal. Da geladeira, pegou uma jarra de suco e serviu Stiles. 

 ㅡ Eu tenho que assinar? ㅡ ainda se referiu a carta de regras. 

  ㅡ Sim, e ele vai tirar uma cópia e te entregar! 

No meio de uma mordida, Stiles fez uma expressão de espanto. Quase se engasgou. 

  ㅡ Ele é psicopata? 

 ㅡ Quem é psicopata? ㅡ a voz de Derek fez Stiles pular em seu assento. 

Olhou para trás, torcendo pra ter sido apenas uma alucinação, a risada de Joana deixava claro que Derek estava ali. O Hale estava com a mesma roupa de mais cedo, e não tinha nem um sorriso em seu rosto,  mas também não parecia estar bravo. Se perguntou como alguém poderia ser tão inexpressivo. 

ㅡ Estava falando uma pessoa muita estranha, que com certeza não é você! 

Deu uma mordida em seu sanduíche, voltando a olhar para frente. Não estava constrangido por ter sido surpreendido, entretanto nunca poderia negar que Derek o assustava. Joana foi até a pia, começando a lavar a louça e a cantar uma música alegre, com certeza para reprimir a vontade de rir. 

Derek foi até geladeira, pegando uma garrafa d'água. Olhou para Stiles por alguns segundos, e pareceu um pouco irritado quando saiu da cozinha. Para Stiles foi um alívio. 

ㅡ Essa foi por pouco... ㅡ disse, deixando a frase morrer no final. 

  ㅡ Derek não é mesquinho! Não se importa com isso. ㅡ riu sozinha, e depois contou: ㅡ Quando cheguei aqui, xingava ele em espanhol de todos os nomes possíveis, e fui descobrir recentemente que ele fala espanhol fluentemente. Se fosse outro já teria me mandado embora no primeiro dia. 

Stiles soltou uma risada anasalada. Resolveu não contar que também falava espanhol, queria surpreender Joana assim como Derek fez. 

 ㅡ Ele pode estar planejando uma vingança! Não confio nele! 

A empregada se sentou ao lado de Stiles, após lavar a pouca louça que tinha. 

ㅡ Deveria confiar. Ele aceitou os termos do seu pai, te hospedar na casa, disponibilizar um motorista para levar e buscar na escola. Ele poderia simplesmente passar a bolsa para a pessoa que tirou o terceiro lugar. 

 ㅡ Tinha que ser meu pai! ㅡ tomou um gole do suco. ㅡ E tenho certeza que ele não fez isso por livre e espontânea vontade.


Aproveitou o dia para andar pela casa. Era maior do que havia imaginado, e ficou maravilhado com o jardim. Se sentou debaixo de uma árvore, havia várias ali. Estava com seu computador, e depois de fazer Joana procurar pela senha do wi-fi, que por algum milagre tinha um sinal forte no jardim, se conectou e ficou um bom tempo ali.

  Começou pesquisando sobre a escola. Não tinha muita coisa sobre a instituição na internet, apenas o endereço e o número de telefone. No entanto, tinha que assumir que as fotos tiradas da escola fazia qualquer um querer estudar lá, e claro que era o objetivo do fotógrafo. O nome de Derek apareceu umas duas vezes nos vários *sites* que visitou.  Quando pesquisou o sobrenome "Hale", a única coisa que achou foi a tradução para árabe. Joana apareceu no jardim, avisando que o almoço logo seria servido e que Derek não iria estar presente. 

 Não pensou que se sentiria confortável ali. Não encontrava Derek, e Joana se mostrava uma pessoa muito boa para conviver.

ㅡ Você tem sorte! ㅡ Danny disse do outro lado da linha. Era incrível como sempre parecia calmo. 

Stiles focou no jogo. Estava em seu quarto, sentado no sofá de frente para a televisão. Danny havia ligado e estava animado com o que o amigo havia contado. 

ㅡ É, e parece que Derek não fica muito em casa! ㅡ respondeu, se lembrando do moreno. Apertou o botão com raiva. 

ㅡ Derek? Ele é bonito? Não deve ser, não tem uma foto dele!

ㅡ Ele é bonito! ㅡ tentou ser sincero, mas quase saiu como um engasgo. 

 Ouviu Danny rir. 

ㅡ Não é o cara mais bonito que eu já vi! ㅡ disse logo em seguida. Resmungou quando perdeu o jogo, 

 ㅡ E pensar que você passou o dia inteiro reclamando que teria que ir pra Chicago sozinho! 

  Sorriu. Realmente tinha sido mais dramático do que necessário. Desligou a televisão e se levantou. Com o celular entre o ombro e a orelha, começou a juntar os vários jogos que havia deixado espalhado pelo chão. 

ㅡ O drama dá cor a minha a vida! ㅡ se defendeu, mesmo não acretidando no que havia dito. ㅡ E claro que eu ficaria super feliz de ir para o outro lado do país para a casa de um cara que nunca vi, nem uma única foto.

  ㅡ Novamente sendo dramático! ㅡ Danny disse, e Stiles podia imaginar o amigo revirando os olhos castanhos.

  ㅡ Vai se ferrar, Danny! 

  Desligou após conversarem por alguns minutos. 

Ficou entediado. Decidiu assistir alguns filmes, e acabou pulando algumas cenas apenas para chegar logo no final. Então a noite chegou, Stiles ficou feliz por saber que a lua era visível da janela de seu quarto, quando ela ainda estava surgindo, e para o garoto era quando estava ainda mais bela. 

 Depois de um jantar, apenas com Joana, subiu para seu quarto e se esforçou para dormir.

Acordou com batidas na porta. Estava sonolento mas percebeu que ainda era cedo, e certifucou verificando a hora em seu celular.  Xingou baixinho indo até a porta, não se importando que estava apenas com uma calça preta e os cabelos bem bagunçados. 

Ao abrir a porta, deu de cara com Derek. O moreno parecia estar impaciente, deveria ter ficado muito tempo ali até acordar Stiles. Seu olhar irritado desceu até o abdômen magro do garoto, e desviou antes que chegasse ao cós da calça. O Stilinski nem percebeu o olhar de Derek, estava com tanto sono que quase adormeceu encostado na porta. 

ㅡ Hey, acorda! ㅡ Derek disse, sua voz rouca denunciou que ele também havia acabado de acordar. ㅡ Peter Hale está vindo pra cá, e quer falar com você. 

 Stiles franziu o cenho. 

  ㅡ E quem é ele? ㅡ perguntou, com a voz arrastada. 

ㅡ Só se arrume e esteja lá em baixo em meia hora! ㅡ Derek disse, se afastando. 

Fechou a porta do quarto, indo ao closet, onde já tinha arrumado sua roupa com ajuda de Joana. Se trocou, colocando uma blusa preta e uma calça jeans, por cima da blusa uma jaqueta de malha quadriculada, em tons bege e várias tonalidades de marrom. 

Lavou o rosto e escovou os dentes. Saiu do quarto ainda bocejando, ignorando os sapatos pois preferia ficar descalço. Desceu as escadas e foi direto para a cozinha. Joana estava sentada em frente o balcão, mexendo em seu celular. 

ㅡ Acordou cedo! ㅡ a mulher disse assim que viu o menino. ㅡ Quer comer alguma coisa? 

ㅡ Não, estou esperando por Peter, parece que ele quer falar comigo. ㅡ havia se lembrado de David mencionando aquele nome e o associando como tio do Derek.

 Viu Joana tensionar a mandíbula. 

ㅡ Peter vir aqui num dia comum é novidade! Melhor eu arrumar a sala de estar antes que ele chegue! 

A morena saiu apressada. Stiles tateou os bolsos de sua calça e viu que havia esquecido seu celular perdido nos lençóis bagunçados de sua cama. Subiu as escadas correndo, quase passando mal pelo exercício repentino, e começou a odiar ter um quarto terceiro andar. 

Chegou no quarto, e foi até a cama, aproveitando para arrumar a mesma, e evitar dar mais trabalho para Joana. Pegou o celular, respondendo algumas mensagens de seu pai. Quando desceu as escadas, se apressou quando ouviu Derek dizer que Peter estava chegando. Estava nos últimos degraus e Derek no final da escada, falando com alguém no celular. 

Acabou tropeçando, nos próprios pés. Por estar praticamente correndo, o impulso jogou seu corpo para cima de Derek, que olhou a tempo de ver Stiles voando em sua direção, enquanto soltava um grito que julgou estridente. Derek deu um passo para o lado, não sendo mais o alvo do garoto. Não teve nenhuma reação ao ver Stiles passar por ele e cair de cara no chão, soltando um grunhido. 

ㅡ Não corra nas escadas! ㅡ avisou, curvando o corpo levemente em direção a Stiles. 

Endireitou sua postura e passou pelo mais novo, apenas desviando como se fosse uma pedra no caminho. 

Ainda no chão, o Stilinski se segurou para não gritar com Derek. Poderia xingar o Hale de todos os nomes, em inglês e espanhol. 

Quando se levantou, viu parado no hall de entrada um homem alto de cabelos loiros escuro, e olhos claros. Estava muito bem vestido, com um sobretudo claro e calças sociais pretas, e os sapatos estavam tão lustrados que Stiles poderia ver seu rosto surpreso neles. Engoliu em seco, enfiando suas mãos no bolsos. 

ㅡ Stilinski? ㅡ o homem perguntou, com uma sobrancelha levantada. 

Arrumou sua jaqueta, estendo a mão para o homem que deduziu ser Peter. 

ㅡ Peter Hale! ㅡ Peter disse apertando a mão do garoto. ㅡ Podemos conversar, Stilinski? 

Stiles franziu a sobrancelha, passando a mão pelos cabelos. Olhou para Derek, antes de seguir Peter até os jardins. Sentiu como se estivesse indo para a sala do diretor. 


Notas Finais


Foi isso, e espero muito que tenham gostado!!

Eu ainda não revisei e espero que não tenha tantas erros grotesco!!

Até ao próximo capítulo!! Bjss!!


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