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História The beauty and the monster - Arrependimentos


Escrita por: yayaals

Notas do Autor


OLÁAA /grita
Estou de volta o mais rápido que pude, não vou desejar boa leitura dessa vez porque tá muito tenso esse lindo capítulo kkkk até lá em baixo

Capítulo 22 - Arrependimentos


Outra vez fora acordada com a claridade de um quarto excepcionalmente asséptico incomodando seus olhos, parecia ter virado costume ir parar naquele hospital. O quarto era bem parecido com o que ficou há tempo atrás após seu sequestro, exceto pela posição da poltrona vazia ao seu lado e a longa luminária. Um médico por volta de seus cinquenta e tantos anos estava parado na beirada da cama focado numa prancheta. Vendo que ela tinha despertado a tirou de sua frente e sorriu de um jeito irritantemente alegre.

- Sente-se bem, Sra. Choi?

- Hm... Acho que sim. -  de fato não sentia nada de mal, sua dor tinha passado e aquilo pareceu apenas um cochilo agradável.

- Ótimo. – pegou uma caneta no bolso do jaleco branco e anotou alguma observação na folha sobre a prancheta.

- Coletamos um pouco de sangue enquanto estava desacordada, você dormiu umas boas horas. – balançou a cabeça de um lado para o outro num ato corriqueiro. – Eu estive verificando sua ficha, a senhora esteve aqui há algum tempo e foi diagnosticada com anemia, devo dizer que seu quadro melhorou bem pouco desde a última vez.

- Eu não... Eu tento seguir as recomendações, mas é que é tão difícil. – apoiou as mãos no colchão e suavemente se pôs sentada.

- Certo, mas agora tem que repensar em suas atitudes, não está mais por si só. – usou um tom de quem a repreendia.

- Oh. – suspirou e olhou para as mãos unidas na frente de sua barriga. – Eu tenho que ficar bem para cuidar do meu... Marido? – a frase soava tão estranha em seus lábios que não tinha certeza do que falava.

- Não apenas. – abriu um sorriso doce que fez seu bigode grosso se inclinar para cima junto aos seus lábios. – Parabéns, Senhora, você será mamãe!

Arregalou os olhos para o médico ao tentar absorver tal absurdo em suas palavras, passeou os olhos de seu ventre para o rosto irritantemente sorridente algumas vezes. Abriu e fechou a boca cerca de duas vezes, parecia querer falar algo, mas não encontrava palavras para isso. Segurou a cabeça por entre as mãos tapando seus ouvidos por algum motivo, abriu a boca, mas foi para soltar uma gargalhada.

- Deus, o Senhor me pegou mesmo! – tentou procurar algum traço de brincadeira no rosto do Doutor, mas ele ficou sério.

- Os exames de sangue são bem claros, você está no início da gravidez ainda, mas é certo, a família Choi ganhará um herdeiro.

- Vocês devem ter trocado meus exames, isso não pode acontecer quando os adultos se previnem. – sussurrou como um segredo, apesar de não haver mais ninguém ali.

- Pílulas são esquecidas, camisinhas estouram, isso acontece com frequência. Você é uma mulher casada, isto irá trazer muita alegria a vocês, não tenha medo. – deu um tapinha fraco em seu ombro. – Vou prescrever algumas vitaminas para você, mas deve procurar um obstetra o quanto antes, sua situação é um pouco complicada.

Nenhum argumento novo conseguiu sair de seus lábios para tentar explicar a si mesma o mal-entendido, ficou atônita, sem reação, vendo o senhor preencher uma folhinha de papel. Assim que entregou a receita para ela, dobrou em suas mãos e caminhou para o mais longe do homem possível. Tinha certeza de que era um absurdo e apenas se enganaram com os exames. Foi informada que Daesung ficou na sala de espera enquanto era atendida, apesar de saber bem onde era a saída, rodou pelos corredores perdida em seus próprios pensamentos. “Parabéns, Senhora, você será mamãe!”, por que esta frase era tão perturbadora? Ela mesma não sabia explicar. Como falaria aquilo para Seung Hyun? Como ele iria reagir? Era provável que a acusasse de traição, mesmo que no fundo soubesse que nunca esteve com outro além dele. Seu dia não podia piorar até esbarrar numa figura alta, bonita, mas que tinha feições cansadas e olhos fundos.

- D-Desculpe! – seus olhos dobraram de tamanho ao topar com Bom no corredor. – Senhorita Park, eu estava distraída, não foi minha intenção.

- O que faz aqui? – apertou seus olhos bem desenhados.

- Aconteceu algo...

- Você só dá trabalho para o Tabi, não é mesmo? Ele parece ter envelhecido uns dez anos depois que se casou com você. – balançou a cabeça em decepção e a mais nova torceu o pedaço de papel por entre os dedos.

- Na verdade ele parece melhor agora. – suas palavras sussurradas não faziam efeito contra a áurea que a outra emanava.

- Melhor? E você o conhece tanto quanto eu o conheço? Eu vivi com ele desde que éramos crianças, eu sei tudo sobre ele, sei como ele é e como age! Você com certeza é a pior coisa que já aconteceu em sua vida. Agora saia do meu caminho que tenho um paciente me esperando! – esbravejou num mau-humor terrível e, ao passar por ela, trombou novamente em seu ombro a fazendo dar um passo para trás.

Não podia negar que talvez no fundo ela tivesse razão, fitou suas costas por uns poucos segundos e então seguiu seu caminho para fora dali o mais rápido possível. O dia já começava a escurecer, perdeu a noção de quanto tempo tinha ficado enfurnada no hospital, o caminho de volta para casa foi um pouco mais perturbador que de costume. A notícia inesperada e aquele breve encontro a faziam estremecer dentro do carro que rumava para a mansão Choi, não tinha certeza se queria voltar e ter que encarar aquele que era o seu marido. Se ele não estivesse em casa, provavelmente iria se trancafiar em seu antigo quarto e chorar por horas até pegar no sono. Para sua infelicidade ele estava sentado na poltrona da sala, envolto pela escuridão, uma expressão inteligível enquanto a fitava entrar pela porta.

- Você demorou, Ha Yi. – se levantou e a passos largos se aproximou dela, notou seus olhos avermelhados, será que ele estava... Chorando?

- Eu tive um contratempo, achei que não estaria em casa ainda. – apertou as mãos uma na outra que estavam unidas na frente de seu corpo.

- Daesung me disse que a levou para o hospital, o que aconteceu? – sua íris escura brilhou em curiosidade e preocupação.

- E-Eu e-e-stou... – “grávida” pensou, tentou ao máximo se esforçar para dizer aquela maldita palavra, mas não saia. – Anêmica. – se amaldiçoou mentalmente por não conseguir contar, não estava preparada para sua reação.

- Você tem que se cuidar. – segurou seus rosto por entre as mãos, encostou a testa na dela e inalou o ar fortemente pelas narinas. – Você precisa se cuidar.

- Eu sei. – cerrou os olhos sentindo a respiração quente do mais velho contra seu rosto, será que ele sabia que estava grávida? Que reação era aquela?

- Eu não posso mais fazer isso por você, vá embora daqui Ha Yi. Embora para bem longe disso, eu juro que farei meu melhor para mantê-la segura a distância. – sua voz era cheia de dor, ao abrir os olhos notou que uma lágrima solitária escorria da bochecha dele.

- Então é agora? – sussurrou em resposta, começava a sentir seu peito apertar por conta do que ele tinha dito, sabia que uma hora ouviria algo parecido, mas não podia imaginar que seria tão cedo.

- É. – se limitou aquela simples expressão.

“Diga a ele!”, sua mente gritava e por um instante se sentiu uma vadia em pensar em usar seu filho como uma forma de o obrigar a permanecer com ela. Se entreolharam, ambos com os olhos marejados, tentando se conter para não desabarem um na frente do outro. Ela devia carregar seu segredo, mas até quando? E num momento de guarda baixa seus lábios se encontraram ferozmente, as línguas se entrelaçaram em meio a um choro doido de um adeus desesperado. Ele se sentiu obrigado a separar seus lábios quando sentiu o ar faltar, mas não deixou o rosto dela livre de suas mãos.

- Me perdoe, Ha Yi, me perdoe. – sussurrou num desespero palpável.

- Eu compreendo, está tudo bem, já sabia das consequências de tudo isso, vamos ficar bem. – colocou as mãos sobre as dele numa tentativa de tranquilizar o mais velho, mas ele balançou a cabeça em negativa.

- Não, não está nada bem. – segurou suas mãos por entre as dele e suspirou forte. – Meu pai, ele estava doente, quase morrendo e eu queria ser aceito como o novo chefe de Seul, nunca tive muito prestígio por ser um jovem que se focava mais em outras coisas do que nas tarefas que meu pai exercia. Então ele, meu tio Jin, disse que poderia me ajudar a ser aceito se eu pudesse localizar e matar um homem que nos traiu. Eu passei meses procurando por um sujeito que jamais tinha visto, investiguei a vida dele feito um louco, eu estava obcecado. – cerrou os olhos quase sem coragem de continuar, mas sabia que aquilo era preciso, ele devia ter certeza que a garota ficaria longe e a única forma era dizer a verdade. – Descobri que ele levaria a filha num recital de piano e seria o momento perfeito de mata-lo sem parecer que foi intencional. – soluçou.

- O que pretende com esta história? – prendeu o ar nos pulmões, seus lábios estavam trêmulos.

- Ele... Levaria a filha num recital de piano em Busan, mas os planos mudaram e eu não fui competente o suficiente para observar até o final para saber disso. O caminhão acabou fazendo o carro se desviar do caminho e cair da ponte, a mulher que estava dentro morreu, a garotinha conseguiu sair do carro e só não se afogou, porque meu remorso falou mais alto e eu a tirei da água.

- Choi Seung Hyun, o que está dizendo? – soltou suas mãos da dele e deu um passo para trás completamente horrorizada pelo que tinha acabado de escutar.

- Não foi um acidente, Ha Yi, foi tudo culpa minha, minha ganância, meu desejo de poder e, no fim das contas, eu acabei sem nada. Aquilo de nada me serviu para mérito, mesmo que tivesse servido nem importa mais. – enxugou o canto do seu olho com as costas da mão, a verdade era dolorosa demais, mas precisa. Não podia manter mais esse relacionamento, não tinham futuro e ainda havia o agravante de ter descoberto que eram parentes. – Eu vou pagar suas despesas longe daqui, vou bancar você, nunca mais vai se preocupar com nada e nunca mais vai sofrer, eu prometo.

- Você matou minha mãe... – repetiu para si mesma alheia das últimas palavras, o choque não deixava processar as informações. – Você matou minha mãe! Como pode mentir para mim todo esse tempo? – gritou em desespero. – Ah, meu deus! Eu me entreguei a você, Senhor Choi! – de repente sentia-se suja, não conseguia olhar para o rosto do homem pálido e imóvel à sua frente. – Eu vou embora daqui. – virou bruscamente e ia decidida em direção a porta se não fosse ser segurada pelo braço.

- Você não vai assim, eu arrumei um apartamento para você e também uma pensão. – o olhar que recebeu foi de total desprezo que se seguiu de um tapa em cheio que acertou sua bochecha.

- Solte-me! – puxou seu braço de volta. – Eu o desprezo, T.O.P, com todas as minhas forças. – cuspiu as palavras mais alto do que deveria e saiu correndo pela entrada da mansão sem sequer olhar para trás.

A noite fria a fazia tremer, ela estava sem seu casaco, abraçada ao próprio corpo numa tentativa de se esquentar. Não sabia quanto tempo andou e nem tinha um rumo para falar a verdade, mas qualquer coisa era melhor que ter que aceitar alguma coisa daquele homem. Sentia-se amaldiçoada, carregando um filho daquele que matou sua própria mãe e que quase a matou, deslizou a mão para sua barriga e fez uma leve carícia. Aquela pobre criança não tinha culpa dos erros de seus pais e era a única coisa que lhe restava agora, sua única família. Enxugou as lágrimas que caiam de seus olhos com as costas da mão livre e fungou antes de sussurrar à própria barriga.

- Você é a única coisa que tenho agora.

- Só por que ficou rica deu para ficar louca agora? – uma voz conhecida soou de trás dela atraindo sua atenção e virou o rosto para confirmar suas suspeitas. – Hihi, o que aconteceu com você?

- Bobby! – exclamou num alívio, abraçou seu tronco com força e afundou o rosto contra seu peito, todo o esforço para parar de chorar foi embora naquele momento.

- O que houve? Aquele homem fez mal a você? – retribuiu o abraço com o seu jeito protetor.

- Eu não quero falar dele. – clamou baixo por entre soluços.

- Vamos lá para casa, minha mãe estava louca atrás de você, sabia? – arrumou uma maneira de passar o braço sobre seus ombros e andarem abraçados até a casa do rapaz.


Notas Finais


T-R-E-T-A.... e aí? Eu não tenho nada a dizer, só que isso foi bem triste D:
Mudando um pouquinho de assunto, tenho aqui a sugestão de duas fics de amigas muito queridas para quem quiser ir conferir.
A primeira é da ~nanamina: https://spiritfanfics.com/historia/the-canibalis--interativa-6269665
E a segunda da ~Xurumela_do_Tae: https://spiritfanfics.com/historia/hurricane-jimin-6276928
São duas princesas que adoro de paixão e começaram à pouco com suas fics.
Bom galerinha, até o próximo!


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