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História The Bitch - Norminah - Nervous.


Escrita por: norminahanonimo

Capítulo 3 - Nervous.


Fanfic / Fanfiction The Bitch - Norminah - Nervous.

 

     

         POV DINAH 

    

                              5 de Abril de 2015

 

 

Hoje era domingo e, como sempre um tédio. Todos os domingos eu passava jogada na sala vendo alguns programas de humor que não existia nada de engraçado.  Minha mãe acabara de sair com Regina, iriam passar a tarde no parquinho. A mesma me convidou, mas eu arrumei qualquer desculpa, não estava afim de ir, mesmo estando com tédio. 

 

:- Estou indo para o escritório do banco, quer ir me ajudar? — Meu pai desceu as escadas enquanto arrumava sua gravada. Quando eu era mais nova, adorava ir para ajudá-lo. Vivia picando papéis e fingindo ser uma grande dona de um banco mundial. Coisas de criança. Meu pai trabalha nas finanças de um grande banco de Miami. Se orgulha muito por ter sido selecionado à um dos melhores funcionários daquele lugar. Ele deve estar ali a mais de 13 anos. 

 

:- O senhor vai ficar lá até a noite? 

 

:- Não, irei resolver algumas coisas que ficaram pendentes. Voltamos antes do jantar. 

 

:- Espera eu me arrumar? Prometo que será rápido. 

 

:- Não demore. Estou quase atrasado. 

 

Subi as escadas rapidamente, entrei em meu quarto escarafunchando meu armário. Fixei meus olhos em um short preto. Está quente, sem dúvida lá dentro o ar irá estar ligado. Balancei a cabeça não concordando e joguei a peça na cama. Novamente voltei minha atenção para uma calça jeans cinza. Iria ser ela. Não vou ficar montando look pra banco.   Peguei uma camisa de tecido fina preta e calcei meu all star branco. Deixei meu cabelo preso no coque que estara desde cedo. Calor e cabelo solto definitivamente não combinam.  Guardei meu celular em meu bolso e desci as pressas pois meu pai já estava me gritando. 

 

:- Como está indo a escola? — Perguntou já dentro do carro. Sua atenção voltada para a rua enquanto batia seus dedos no volante. Eu que olhava a rua pela janela e sentia o vento bater em meu rosto virei o olhando. 

 

:- Está normal. Graças a Deus esse ano tudo termina. 

 

:- Está querendo fazer faculdade de que? 

 

:- Não sei ainda. Está difícil ver algo que te dê um bom futuro. 

 

:- Não tem vontade de fazer uma faculdade de finanças e trabalhar comigo no banco? 

 

:- Eu preciso ver, papai. Me dê um tempinho, tudo bem? 

 

:- Como quiser! — Puxou o freio de mão. Retirei meu cinto e abri a porta olhando o grande prédio com a faixada "City Bank Miami" no alto. 

  Todos os pêlos do meu corpo se arrepiarem quando senti o ar gelado do ambiente. Por fora parecia um lugar tão calmo e quando você passava a grande porta de vidro, só ouvia telefones tocando diversas vezes, pessoas andando para todo o canto e alguns sentados esperando sua senha aparecer no painel. Avistei uma porta escrita "Hansen" na frente e meu pai parando ao lado marcando sua senha em uma máquina perto de sua sala. 

 

:- A cada dia ficando melhor! — Dei a volta em meus calcanhares admirando toda a sala. Realmente de uns tempos pra cá meu pai havia crescido muito no trabalho. Sua sala antiga era um cubículo onde só cabia sua mesa e os papéis. Hoje em dia dá para morar dentro dela. 

  

 

:- Trabalhei duro pra conseguir isso. 

 

:- Lembro muito bem disso! — Passei meus dedos em um retrato meu que estava em cima de sua mesa. Sorri me lembrando da época que usava arquinho para tudo. Não importava o momento, eu sempre estava usando aquilo na cabeça. Juntei meu retrato com o de Regina vendo o quão parecidas éramos. 

 

:- Essa semelhança te assusta? Você precisa ver a cara dos clientes quando eu digo que uma tem 17 e a outra ainda 5. Pensam que vocês são gêmeas. — Ergui minha cabeça olhando meu pai de costas mexendo em uma gaveta cheia de papéis. 

 

:- Regina está crescendo muito. Inclusive, será uma garota bocuda. — Dei passos para trás sentando em um confortável sofá de couro marrom. 

 

:- Bocuda como? 

 

:- Bocuda no modo de ser sincera. As vezes ela fala umas coisas para as pessoas que eu fico morrendo de vergonha. 

 

:- Isso ela puxou de sua mãe! — Deu uma leve gargalhada e empurrou a gaveta com a cintura. Se sentou em sua cadeira e começou a assinalar alguns papéis. 

 

:- Minha mãe é bocuda até demais. — Entrelacei minhas pernas em cima do sofá e peguei meu celular. Comecei a trocar mensagens com Camila que contava sobre ter tido sua segunda noite de amor. Era um pouco assustador pela forma como ela falava. Eu nunca tinha tido uma relação sexual com alguém. Eu tive várias oportunidades de ter com Siope, mas sempre me lembrava dos meus pais, não sei porque. Era uma sensação de culpa, não sei se alguém iria me entender. 

 

:- Daqui á dois minutos, uma cliente irá vir. Querida, me ajude a pegar esses papeis e pôr na lixeira? 

 

:- Claro! — Me levantei rapidamente, peguei um saco ao lado do armário e comecei a catar alguns papéis em cima da mesa. Era tantos pelo canto que dava para encher uma piscina. 

 

:- Meu amor, na sala no fim do corredor tem uma grande lixeira, você pode jogar pra mim? 

 

:- Claro! — Peguei os dois sacos cheios de papéis. Abri a porta com um pouco de dificuldade. Papel não pesava tanto, mas era difícil fechar uma porta com dois sacos na mão e...

 

:- Aqui é a sala do Gordon? — Ergui meu rosto e parei estática vendo quem estava à minha frente. Minha saliva desceu rasgando em minha garganta só de pensar na possibilidade de meu pai estar traindo minha mãe com Scarlet. Ela não disse "Hansen" como os outros,  apenas Gordon, intimida demais. 

 

:- É sim. 

 

:- Dinah? 

 

:- Sim? — Arqueei uma sobrancelha e fitei sua blusa regata branca com um enorme decote. Sua saia jeans e chinelo nos pés. 

 

:- Você trabalha aqui? 

 

:- Não. Gordon é meu pai! 

 

:- Sério? Ele é meu "empresário". Guarda todo o dinheiro que ganho na minha conta. — Fez aspas com os dedos no empresário. Dei um sorriso irônico em resposta. Porque ela não guarda todo o dinheiro no próprio decote? Ali está mais para um cofre mesmo. 

 

:- Que bom. Preciso levar esses lixos na lixeira. 

 

:- Foi bom te ver novamente. 

 

Assenti com a cabeça e lhe dei um sorriso antes de começar a andar rapidamente até a última sala. Eu sei que meu pai não seria capaz de fazer isso com minha mãe. Meu pai era tão fascinado com sua família e extremamente apaixonado por minha mãe. Sem dúvida é só negócios em dinheiro. 

 

:- Só negócios em dinheiro! — Repeti para mim mesma. A cada passo que eu dava para voltar na sala meu corpo soava de medo. E se eu abrisse a porta e Scarlet estivesse na mesa se atracando com meu pai igual aqueles filmes? Ai não! 

  Depositei minha mão na maçaneta e abri a porta com os olhos fechados. Quando os abrí, meu pai estava sentado conversando com a mesma que estava na cadeira de frente com ele. 

 

:- Senhorita Hamilton, deixa eu lhe apresentar minha filha, Dinah. — Se levantou rapidamente, colocou sua mão direita atrás da minhas costas me empurrando para mais perto dela. Ela que estava sentada logo se levantou apertando minha mão.

 

:- Prazer, Dinah. 

 

:- Ela pretende levar isso á frente, igual o pai. — Scarlet se virou balançando a cabeça concordando com uma sobrancelha arqueada. Lhe dei um sorriso amarelo e tentei ao máximo não olhá-la nos olhos. Não por medo, eu estava nervosa por estar no mesmo lugar da pessoa que me viu jogada na rua bêbada. Se meu pai soubesse disso eu estaria perdida, aliás, agora eu iria viver com o cu na mão pelo simples fato dela saber que ele é meu pai. 

 

:- Pai, vou ficar lá fora para não atrapalhar, qualquer coisa me chama. 

 

:- Pode deixar. Obrigado por levar os lixos e cuidado! 

 

Balancei a cabeça em um sim, andei até a porta saindo feito uma bala. Eu precisava de ar, fiquei prendendo minha respiração o tempo todo. Se Scarlet abrisse a boca para dizer que já me conhecia, eu iria estar cem por cento encrencada e de castigo, além de viver o resto da minha vida presa no quarto indo para a escola e voltando para casa. Porra! Que ódio. 

 Antes de sair para a varanda do banco, passei no banheiro pra jogar uma água no rosto e controlar meu nervoso. Não iria pensar negativo. Sempre pensar positivo, pois coisas boas trazem coisas boas.   Sequei minhas mãos no papel e saí para a área de fumantes. Haviam algumas pessoas sustentando seus vícios e conversando descontraídamente. 

  

:- Percebi o quão nervosa você tinha ficado. — Ouvi a voz de Scarlet atrás de mim, respirei fundo antes de me virar e ver seu sorriso cafajeste no rosto. Mordi meu lábio inferior e franzi o cenho. 

 

:- Meu pai não pode nem sonhar que eu estive bêbada por aí. 

 

:- Fique tranquila, seu segredo está guardado comigo. 

 

:- Obrigada. De verdade. 

 

:- E antes que você pense besteira, seu pai sabe sobre meu trabalho, mas nunca tentou nada.— Soltou-lhe uma piscadinha antes de começar a andar para dentro da agência. Olhei para aonde era a sala do meu pai e comecei a seguí-la. Não iria dar esse gostinho dela achar que estava com razão. 

 

:- Porque achou que eu estava pensando nisso? 

 

:- Suas feições te entregam, Dinah. — Travei meus passos atrás dela quando ela se virou ficando mais próxima. A mesma passou seu dedão em um dos meus fios caídos no meu rosto. 

 

:- Eu não estava achando nada. Isso é coisa da sua cabeça. 

 

:- Não irei discutir contigo. Preciso aproveitar meu domingo. 

 

:- Espera! — Peguei em seu braço impedindo-a de sair porta à fora. Scarlet olhou minha mão em seu braço, arqueou a sobrancelha e depois me olhou com uma cara de deboche. 

 

:- Está com medo de algo, Dinah? 

 

:- Não... Você não vai contar, vai? 

 

:- Não. Não tenho nada a ver com isso, fique tranquila! 

 

:- Obrigada! — Soltei seu braço e fiquei olhando-a se afastar aos poucos. Depositei minhas duas mãos no rosto e bufei retirando todo o ar que eu tinha prendido desde quando ela chegara naquela porta. 

  Virei em meus calcanhares passando pela porta de vidro novamente e entrando na sala do meu pai. Me afundei no sofá, fechei meus olhos e tentei controlar meu coração que pulava no meu peito por conta do nervoso. 

 

:- Aconteceu algo? 

 

:- Não, pai. 

 

:- Está com fome? 

 

:- Um pouco e o senhor? 

 

:- Muito! 

 

:- Quer ir comer algo? 

 

:- Só se você for comigo. 

 

:- Claro que vou. — Levantei do sofá, ele deu uma última arrumada nos papéis antes de saírmos. 

  Começamos a andar até um restaurante próximo. Não era um grande restaurante, era mais pra uma lanchonete.  Nos sentamos próximo à janela, onde batia uma brisa. Meu pai retirou seu terno pendurando-o na cadeira ao lado. Ele fez seu pedido e eu quis um simples refrigerante e uma porção de batatas fritas, minha  fome não era tanta, ainda mais depois do nervoso que passei. Parece que seu estômago revira. 

 

:- Aconteceu alguma coisa, Dinah? — Perguntou enquanto cortava um pedaço de seu bife. 

 

:- Não pai, esse calor me deixa sem fome mesmo. 

 

Ele deu de ombros e voltou a cortar sua carne. Peguei minhas batatas enchendo-as de molho. Meu nervoso já tinha cessado, com isso voltava a fome. Por aqui tinha muitos prédios enormes comerciais e privados para moradia. Fiquei admirando-os enquanto comia minhas batatas. Eu tinha vontade de morar ou trabalhar em um, como o meu pai.   Parei meu olhar em uma janela vendo Scarlet fechá-la com a cortina. Novamente fiquei nervosa, esse encosto mora perto da onde meu pai trabalha e, certamente a qualquer momento ela pode contar tudo para ele. 

 

:- Quer ir? 

 

:- Pra onde? 

 

:- Voltar para o banco, Dinah. Está no mundo da lua? 

 

:- Eu estava pensando na prova de amanhã. Será difícil. 

 

:- Espero que se saia bem. Suas notas contam muito nas líderes de torcida! 

 

:- É! — Levantei da cadeira e fiquei do lado de fora esperando meu pai que estava em uma enorme fila pagando a conta. Andei até aonde dava para ver a janela de Scarlet e memorizá-la. Não que eu quisesse visitá-la algum dia. Apenas para alguma emergência. 

 

Novamente senti aquele arrepio em meu corpo quando entrei na agência. Agora parecia ter o dobro de gente andando e falando. Me joguei no sofá vendo meu pai se bater com as folhas e o telefone que não parava de tocar. 

 

:- Hansen, na minha sala! — Um senhor dos cabelos brancos apareceu na porta. Meu pai se levantou o seguindo e sussurrou um "volto logo" para mim.  Encostei a porta, me joguei no sofá novamente e disquei o número de Camila. 

 

:- Dj? 

 

:- Oi Mila. 

 

:- Aconteceu algo? Você me ligando do nada. — Ouvi a voz de Lauren no fundo perguntando quem era. 

 

:- É que estou no banco com meu pai e você não sabe quem tem uma conta aqui. — Fechei meus olhos começando a massagear meus cabelos presos. 

 

:- Katy Perry? Ed Sheeran? Madonna? 

 

:- Camila. Pára! Não exagera e sonhe tanto. 

 

:- Então quem era? — Seu tom era desanimado, talvez por não ser nenhum que ela falara. Soltei um suspiro me arrumando no sofá. 

 

:- Scarlet! 

 

:- Aquela que te ajudou quando você estava bêbada?! Mas vocês se viram? — Camila sabia sobre ela, porque a mesma ficou desesperada e me ligou querendo saber onde eu estava. No dia da festa havíamos nos perdido enquanto eu procurava meu carro, daí expliquei toda a história depois. 

 

:- Sim. Logo quando eu estava saindo trombei com ela. Eu fiquei morrendo de medo dela contar tudo pro meu pai, na verdade ainda estou com medo. 

 

:- E se ela te ameaçar? Você sabe, ela é prostituta, adora um dinheiro e iria fazer de tudo pra te extorquir. 

 

:- Não. Acho que não. 

 

:- O que você vai fazer? 

 

:- Nada. Vou deixar do jeito que está. Qual é, eu só bebi a mais que o normal, não fiz nada de errado tipo, dar pra alguém, usar drogas, injetar sangue infectado em mim. — Fiquei andando pela sala. Eu não falava isso para Camila, eu tentava convencer a mim mesma que não iria acontecer nada, mas o medo era tão grande que não me convencia. 

 

:- Você se lembra de algo? 

 

:- Algumas coisas.— Ouvi a risada de deboche da Camila e engoli seco. Talvez eu não me lembre porque não aconteceu nada. Apenas fiquei jogada na calçada tentando chegar no meu carro, mas nada de dar ou usar drogas! 

 

:- Vai saber se você não aproveitou e deu uma chupada na prostituta. 

 

:- Cale a boca.— Revirei os olhos. Aquela garota deve passar em tantas mãos, é nojento pensar na possibilidade da minha língua passar por ela. 

 

:- Adoro te perturbar com isso! 

 

:- Eu preciso desligar. Depois conversamos melhor. Manda beijos à Lauren, eu ouvi ela no fundo. 

 

:- Ta bom. Boa sorte. — Ouvi sua gargalhada antes de desligar. Meu pai que acabara de entrar na sala se sentou na cadeira. 

 

:- Estava falando com quem? 

 

:- Camila. Estava me perturbando para saber se iria para a escola. 

 

:- Aonde vai? 

 

:- Tomar um ar. Já venho! — Encostei a porta e saí para o lado de fora. O nervoso tinha tomado conta do meu corpo novamente, além de medo eu estava em dúvida do que tinha realmente acontecido. 



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