1. Spirit Fanfics >
  2. The Bitch - Norminah >
  3. Oh my god!

História The Bitch - Norminah - Oh my god!


Escrita por: norminahanonimo

Notas do Autor


Obrigada pela compreensão. Vocês são uns amores e por isso, cap grande. :)

Capítulo 47 - Oh my god!


Fanfic / Fanfiction The Bitch - Norminah - Oh my god!

 

 

     POV DINAH 

 

                    12 de Maio de 2015 

 

 

 

Fiquei olhando-a à espera de uma resposta. Scarlet mexia em seus dedos e olhava para a coberta como se pensasse em algo. 

 

Franzi o cenho diversas vezes em nervosismo e o sorriso em meu rosto foi sumindo aos poucos. Ela não iria quebrar uma promessa, né?! 

 

Scarlet se diz uma mulher de verdade e correta, creio que, uma boa mulher não quebra promessas. 

 

:- Você prometeu, não?!— Toquei seu ante braço. Ela ergueu a cabeça para me olhar com lágrimas nos olhos. Mordi os lábios e franzi o cenho novamente. Vê-la chorando partia meu coração. 

 

:- Eu não posso... 

 

:- Claro que pode! Eu sei que você quer aceitar, Scarlet. 

 

:- Dinah, eu sou uma prostituta, como iremos namorar? 

 

:- Eu seguro meu ciúmes, eu deixo você ir para avenida sem nenhum problema, só... Por favor... Aceite-me? 

 

A mulher em minha frente secou o canto de seu olho e suspirou enquanto erguia seus ombros em uma respiração forte. Prendeu seu cabelo em um coque rapidamente e se levantou cruzando os braços. 

 

:- Não faça isso à si mesma. Que parte não entendeu que não sou uma boa pessoa para namorar?! 

 

:- Que parte você não entendeu que eu te amo de qualquer forma?! 

 

Scarlet mordeu a mandíbula e olhou para os lados mexendo o corpo impacientemente. 

 

Toquei meu pulso que latejava de dor por conta da agulha que havia retirado à força. De começo, eu não estava sentindo aquela insuportável dor, mas agora, ela vira à tona. Fazendo meu coração doer também pelo silêncio de Scarlet. 

 

Uma enfermeira entrou no quarto para retirar a bandeja e notou os fios jogados perto da cama. A agulha do soro praticamente inundava o tapete azul. 

 

:- Porque estás sem o soro na veia, querida?!— A senhora à minha frente perguntou. Em momento algum à olhei, apenas encarei Scarlet que ainda estara de braços cruzados e mexendo as pernas freneticamente. 

 

Soltei um gemido e, imediatamente meus olhos se encheram de lágrimas sentindo aquela maldita agulha perfurar minha pele. Meu olhar estava fixado à ela. Sempre nela. Pra mostrar que aquela dor, estara sendo proporcionado por ela também. 

 

Scarlet se virou ficando de costas, fechou os olhos e descruzou os braços para tampar os ouvidos. 

 

:- Isso lhe fará bem, daqui à pouco essa pequena dor cessará.— A senhora tornou em seus calcanhares, pegou o restante das coisas, puxou a porta rapidamente e sumiu diante daquele vidro. 

 

:- Está doendo?— A fitei se aproximar e tocar na parte de cima do meu braço. Seus olhos estavam molhados e a ponta de seu nariz avermelhada. 

 

:- Estava chorando? 

 

:- Um pouco... Eu te falei que odeio hospitais, eu odeio ver agulhas e...—Suspirou.— Odeio ver perfurarem o braço da minha namorada. 

 

Arregalei os olhos e balancei a cabeça diversas vezes vendo se aquilo era um sonho. 

Scarlet abriu um sorriso tão fofo enquanto caminhava para sentar ao meu lado. 

 

:- Su-ua o quê?! 

 

:- Namorada! 

 

:- Então quer dizer que... 

 

:- Sim, eu aceito.— Deu-me um beijo estalado na bochecha e deitou sua cabeça em meu ombro. Eu ainda continuava com os olhos arregalados, meu corpo não me comandava, me deixando totalmente travada em cima da cama. 

 

Ela passou seus braços em volta da minha cintura, deitou sua cabeça na curva do meu pescoço, fazendo sua respiração bater ali, fazendo meus sentimentos ficarem à flor da pele.

 

Eu falei que ela era bipolar. Uma hora estava dizendo que não me queria e agora aceitou, me abraçou e está... Sorrindo?! 

 

:- Você tem certeza disso? Não está brincando comigo, está?! 

 

:- Não...— Sussurrou. Virei meu rosto para tentar encontrar seus olhos que estavam fechados. Aquele sorriso ainda continuava em seus lábios e sua respiração totalmente calma batendo em meu rosto. 

 

:- Me belisca? 

 

:- Se eu fosse você, não pediria isso.— Mostrou as costas de suas mãos indicando o tamanho de suas unhas.  Realmente! Só de olhar eu já estava sentindo a dor.— Eu prefiro te beijar...— Deu-me alguns selinhos demorado.

 

:- O que te fez aceitar? 

 

A garota à minha frente se afastou, mordeu os lábios e me encarou pensando em como daria a resposta, pois abria e fechava a boca diversas vezes. 

 

:- Agora você sabe meus sentimentos, não tenho porquê esconder e...— Tocou meus dedos que estavam em cima das minhas pernas.— Aquilo que você me disse foi uma das coisas mais bonitas que já me disseram. Isso mostra que você realmente me quer. 

 

Concordei com a cabeça e sorri feito idiota. 

Agora, sem dúvida, seria idiota ao quadrado, pois namoro Scarlet. 

 

SCARLET É MINHA NAMORADA! 

 

Se eu pudesse gritaria por todo o canto daquele hospital e sim, sairia correndo para dar aquela notícia para os meus pais, Camila e Lauren. 

 

:- Eu te amo!— Falei totalmente sem jeito e com uma explosão de felicidade no peito. A vi engolir seco e aproximar sua boca da minha iniciando um beijo. Um beijo totalmente lento e urgente. Seus dentes mordiam meus lábios com força e suas unhas cravavam meu pescoço. Sua língua sedenta me dava arrepios enquanto passava pelos meus lábios e céu da boca. 

 

:- Eu preciso ir...— Sussurrou. Com muito custo à soltei e terminamos o beijo com vários selinhos. 

 

:- Ah não! Fica só mais um pouco? 

 

:- Sua mãe, sua irmã e seu pai também querem te ver, você precisa ter um momento em família.— Tocou meu rosto delicadamente e beijou minha testa.— Quando você sair do hospital, passarei na sua casa pra te ver. 

 

:- Promete?— A olhei apreensiva e com uma cara de manha. Ela concordou e foi se levantando da cama com cuidado. 

 

:- Prometo! 

 

Sorri como uma tremenda idiota e fiquei olhando aquele monumento em minha frente. Meu peito pulava de felicidade só de saber que tudo aquilo era meu. "Meu". 

 

Prostituição....

 

Terei que dividí-la nisso? 

 

 

Dispersei meus pensamentos sentindo o cheiro do seu creme, ela havia soltado os cachos ondulados, deixando-os cair sob os ombros. Ajeitou aquela blusa branca colada em seu corpo e arrumou o short jeans rasgado nas pontas, tendo uns fiapos na barra. 

 

:- Você não vai para avenida, vai?!— Perguntei receosa. Eu sei! Disse que aceitaria ela ir pra lá e não contestaria em nada, mas estava cedo demais pra encarar isso.  

 

:- Fique tranquila! Estarei em casa com Ally. 

 

Respirei totalmente aliviada. Ela apoiou as mãos na ponta da cama e aproximou o rosto para me dar um selinho da forma mais sexy. 

 

Não queiram me bater, mas isso foi típico de prostituta.

 

:- Eu acho que irei embora hoje, passa em casa mais tarde? 

 

:- Eu não sei. Prometi umas coisas com Ally, tentarei ver.— Se afastou indo até a porta.— Melhoras!— Soltou uma piscadela. Acenou rapidamente antes de sair do quarto. Ainda passou pelo vidro, para me mandar um beijo no ar e sumir de vez. 

 

Fechei os olhos sentindo a dor daquele sorriso rasgar meu rosto. Estava conseguindo o que queria. Conquistá-la aos poucos. 

 

Se eu não insistisse antes, não teria a vitória agora. 

 

:- Porque está sorrindo tanto?!— Imediatamente fechei o sorriso vendo Lauren encostada na porta atrás de si e com os braços cruzados. 

 

:- Nada! 

 

:- Eu te conheço, DJ! 

 

Rolei os olhos e suspirei. Lauren era insistente e esperta. Se eu não contasse, a história de alguma forma chegaria até ela e, Lauren é um demônio, me torturaria para lhe contar, mesmo sabendo todo o conteúdo. 

 

:- Eu e Scarlet estamos namorando!

 

:- Eu já sabia.— Deu de ombros e soltou um risinho debochado. O que eu falei? 

 

:- Como?! 

 

:- Eu conversei com ela. Scarlet estava até agora na entrada do hospital com seus pais. 

 

:- Meus pais? Por quê?— Franzi o cenho. O que ela tanto conversara com meus pais? Será que... NÃO! 

 

Lauren soltou uma risada alta e caminhou até a cadeira giratória que Scarlet havia puxado para se sentar. Começou a brincar com a mesma enquanto mexia nos papéis.

 

:- Ela estava dizendo que você parece bem e, como uma namorada fofa, pediu desculpas pelo descontrole da prima. 

 

:- Sério?! 

 

:- Sério! A gente conversou um pouco e ela me disse que estava namorando contigo. 

 

:- Isso é meio surreal.— Passei as mãos livres pelo rosto e suspirei. Era inacreditável saber que Scarlet falou com a própria boca que estava namorando comigo. Isso já é um grande passo. 

 

:- Eu sei o que está sentindo. Quando consegui namorar Camila, foi como se eu tivesse ganho uma guerra.— Ajeitou seus óculos e parou de rodar na cadeira. Finalmente, pois eu já estava ficando tonta. 

 

:- É uma sensação ótima, né? 

 

:- Agora você só precisa entender o lado dela em questão de afeto. Scarlet é uma prostituta e faz tempo que não namora ninguém, não force a barra, por favor! 

 

:- Não forçar a barra de quê?— Olhamos para porta vendo minha mãe entrar com uma peça de roupa e uma bolsa. Olhei assustada para Lauren que abriu a boca diversas vezes tentando concertar. 

 

:- Eu estava falando sobre ela querer ir embora logo, tia. 

 

:- Hm... Vocês estão com sorte! O médico irá passar aqui daqui a pouco para te liberar. 

 

De certa forma, Lauren falou uma verdade. Eu estava louca para sair daquele lugar e relaxar em meu quarto. Precisava voltar para o meu ninho e esquecer do mundo lá fora. 

 

:- Cadê o papai? 

 

:- Ele está lá fora com Regina. Coitado, está desde cedo acordado e não arredou o pé dali. 

 

:- Chame-o, por favor? Preciso de um abraço dele.— Pedi para Lauren. A mesma se levantou em um solavanco e saiu às pressas. 

 

:- Scarlet é uma garota tão educada. Sabia que ela pediu desculpas pela prima?— Se virou enquanto ajeitava as peças em cima do sofá de couro. Pareciam ser minhas. Pude ver que na mala haviam alguns produtos; creme de cabelo, escova de dentes e etc...

 

:- Sério?— Me fiz de rogada. Ela concordou com a cabeça e se jogou no sofá relaxando todo o corpo. Deveria estar com o corpo todo tenso por conta do susto. Imagino meu pai. Acabou de fazer uma cirurgia no coração e eu quase o fiz parar na emergência novamente com esse susto. 

 

Eu não... Não foi minha culpa. Enfim...

 

:- Ela nos explicou que Zendaya não está bem e parece ter distúrbios. Eu sabia que não podia confiar nela. 

 

:- A senhora não confia em quase ninguém, mãe. 

 

:- Verdade, mas em Scarlet eu acabei confiando. Ela parece ser uma boa garota. O oposto de Zendaya. 

 

:- Elas são primas. 

 

:- Eu soube. O pai de Zendaya é médico daqui, né?!

 

Não lhe dei resposta, apenas concordei com a cabeça. Olhei a porta se abrir e a imagem do meu pai no canto aparecer. O mesmo carregara minha irmã nos braços. 

Minha felicidade só aumentou vendo-o sorrir imensamente e caminhar até a cama para me encher de abraços e beijos na testa. 

 

:- Como está se sentindo?— Perguntou. Colocou minha irmã em cima da cama e se sentou na cadeira onde Lauren estara à minutos. 

 

:- Perfeitamente bem. 

 

:- Fiquei preocupado.— Suspirei e ajeitei meus cachos caídos pelo rosto. Imaginei que estivesse ficado. Não é atoa que o remorso veio à tona só de imaginá-lo tendo um infarto novamente e saber que a culpa seria minha. Por ser cabeça dura e não ter ouvido Scarlet, minha namorada. 

 

Namorada.... 

 

Novamente estava sorrindo feito idiota. Só por lembrar de uma simples palavra que a envolvia. 

 

:- Eu já estou melhor, papai. 

 

:- Ela está melhor porque eu vim.— Regina prontamente falou. Fazendo-nos rir descontraídamente. 

 

:- Desculpem estragar esse momento família, mas vim ver como Dinah está.— Um senhor todo de branco entrou na sala. Suas mãos no bolso do jaleco que brilhava de tão branco, indicava que ele era o doutor. Tio de Scarlet. 

 

:- Sem problemas!— Meu pai se levantou em um solavanco, pegou Regina de cima da cama e caminhou até minha mãe no sofá à frente. 

 

Perdi quantas vezes fiquei o encarando por seu rosto lembrar tanto o de Scarlet. Os olhos, a boca e a massa das bochechas. Isso lembrava muito. Sem contar o sorriso, definitivamente era o espelho do dela. Totalmente branco com os dentes perfeitamente encaixados em seus devidos lugares. 

 

Meus pensamentos foram dispersos com uma luz forte em meu olho esquerdo. Ele me encarava enquanto passava aquela claridade em meu globo ocular. 

Retirou a agulha do soro em meu pulso com cautela e tampou o furo com um algodão. 

 

:- Vejo que não estava com paciência em ouvir seus batimentos.— Apontou para os fios soltos no chão. Lhe dei um sorriso sem graça. Ele parecia ser um cara sério e não brincava em serviço. Também nem poderia, ele mexe com vidas. 

 

:- Eu estava me sentindo desconfortável e preferi tirar, mas se quiser que eu coloque de novo... 

 

:- Não precisa ficar com medo.— Riu pausadamente enquanto puxava alguns fios para cima daquela máquina enorme ao meu lado. 

 

:- Ela é impossível, doutor.— Mirei minha mãe lhe responder. Rolei os olhos e neguei com a cabeça. O senhor de branco deu mais algumas gargalhadas. Caminhou até a ponta da cama pegando minhas fichas para analisá-las. 

 

:- Bem, tudo certo, Dinah. Agora só preciso fechar essa ficha e você estará liberada. Peça para sua mãe lhe ajudar à se vestir. Senhor Hansen, preciso do senhor para assinar alguns papéis. Venha comigo, por favor? 

 

:- Claro!— Se levantou deixando Regina sentada no sofá e saiu ao lado do doutor... umm... Não sei o nome dele. 

 

 

 

 

NORMANI POV 

 

:- Dinah, espera! Eu ainda não estou pronta.— A puxei pela manga de sua blusa verde de frio para que não saísse do carro ainda. Meu coração estara totalmente descontrolado em saber que daqui à alguns minutos, estarei frente à frente com seus pais para contar-lhes sobre nosso namoro. 

 

Bem, ela quis assim. Ontem tínhamos feito uma semana de namoro, onde recebi flores e um convite para jantar em sua casa ao lado de seus pais. 

 

Se eu estou nervosa por isso? Com certeza! 

 

Fazia tempo que não jantava em um clima familiar. Poderia ser bom, diferente, talvez... 

 

Entre essa semana de namoro, nos vimos apenas dois dias. Dinah está pegando pesado no treino e eu passo mais tempo com Ally. 

 

Confesso que, a vontade de ir para avenida está me corroendo, mas eu não podia fazer isso com ela. Não queria magoar Dinah. 

 

:- Amor, eles não são uns monstros e já te conhecem. Minha mãe te adora, Regina também e nem posso citar meu pai, né?! — Tocou o meu rosto, começando a alisá-lo com o polegar. 

 

:- A questão é que estou nervosa, Dinah. E se eles me acharem vulgar demais? 

 

:- Não se preocupe.— Me deu um selinho. Suspirei totalmente vencida e ajeitei o vestido branco em meu corpo.— Você está linda! 

 

Sorri em resposta. A mesma abriu a porta e deu a volta em seu carro, que agora, estava totalmente concertado. Apesar de não ter amassado tanto. Vamos se dizer que, foram alguns arranhões. 

 

Ela conseguiu convencer dona Milika à continuar dirigindo. Mesmo a senhora tendo que implorar de joelhos com medo. 

 

:- Se eles brigarem, sairei correndo daqui.— Falei totalmente sem jeito enquanto arrumava o arquinho preto em minha cabeça. Joguei alguns cachos para frente e arrumei o vestido colado ao meu corpo. Ele não era tão curto, pois eu estava indo na casa de senhores. Não podia parecer vulgar na frente deles.  

 

Antes de subir os degraus da porta em sua casa, ela apertou o alarme e pegou em minha mão entrelaçando nossos dedos. 

 

Mantenha a calma, Normani! 

 

Respirei fundo quando a mesma destrancou a porta e foi abrindo-a  aos poucos. Dando a imagem de Regina, juntamente com seus pais sentados no sofá. 

 

:- Scar!— A pequena saiu correndo, largando suas bonecas para abraçar-me as pernas. Abaixei com cuidado por conta do vestido e toquei-lhe à cabeça. 

 

:- Regina.— Sorri vendo-a explodir de felicidade por minha presença. De certa forma, aquilo estava me confortando, uma parte da família já gostava de mim. Regina e Dinah. 

 

Levantei rapidamente vendo a senhora em minha frente com o semblante calmo. 

 

:- Scar.— Me abraçou amigavelmente.— Porque não apareceu esses dias?!— Sua pergunta saiu quase abafada por conta do meu cabelo. Meu nervoso era tanto que minhas mãos tremiam em suas costas. Eu nunca havia ido em um jantar para pedir alguém em namoro. 

 

Eu nunca mais namorei alguém seriamente depois de Arin e Thomas... 

 

:- Eu tive alguns probleminhas, mas já voltei.— Lhe dei um sorriso amarelo. Estava mentindo na cara dura para a senhora. Mãe da minha namorada.

 

:- Como vai, querida?— O senhor apertou minha mão. O olhei totalmente sem graça. Seu Gordon sabia o meu nome real. Ele sabia que eu estava mentindo para sua filha. Não é atoa que passava o tempo todo me chamando de querida ou qualquer outra coisa que não fosse meu nome. 

 

:- Muito bem e o senhor? 

 

:- Bem também. 

 

:- Scar, preciso te mostrar o que ganhei da minha mãe.— A pequena puxou meu vestido me levando até a ponta da escada. Olhei Dinah que estara com os braços cruzados e fingia estar emburrada. 

 

A pequena subia a escada em uma lentidão enquanto puxava meu vestido na parte da frente. Chegava ser engraçado vê-la subir cada degrau com um pezinho de cada vez. 

Passamos por todos os quartos até chegar no dela e deparar com uma grande barraca rosa. 

 

:- Uau!— Olhei totalmente empolgada para a pequena barraca rosa com desenhos da barbie.

 

:- Vem! Entra, Scar! 

 

:- Eu não vou caber aí, pequena. Eu fico aqui fora te vendo, tudo bem?!— Regina concordou e começou a brincar com as bolinhas coloridas que haviam ali dentro. Cruzei os braços e encostei meus ombros no batente da porta, vendo-a cantarolar uma música infantil enquanto jogava as bolinhas para o alto. 

 

Um dos meus sonhos é ser mãe. Já disse que acho fascinante ter uma vida em seu ventre? 

 

Se eu pudesse, pediria para minha mãe ter uma irmã. Eu praticamente sou sozinha e se não tivesse minhas primas, seria uma criança solitária sem ninguém para brincar. 

 

:- Scarlet!— Estiquei meu corpo para ver Dinah no fim do corredor na frente de seu quarto. Tornei à olhar Regina brincar em sua nova barraca. Tentei dar alguns passos para fora, mas a pequena deu um grito tão forte que acabou me assustando. 

 

Virei rapidamente para frente, vendo-a sair da barraca com uma carinha de choro. 

 

:- Você não vai ficar mais comigo?— Ela mexia em suas mãos de pé em minha frente. As bochechas rosadas e o biquinho do tamanho do mundo. A deixava ainda mais fofa. 

 

:- Claro que vou, pequena. Eu só ia ver o que sua irmã queria. 

 

:- Não precisa.— Negou com a cabeça. Puxou a ponta do meu vestido novamente para que eu sentasse na frente da barraca. Fiz o que a mesma ordenou, ela correu até o canto do quarto, pegou uma barbie totalmente descabelada e me entregou.— Vamos brincar aqui fora mesmo! 

 

:- Eu estava te chamando.— Dinah apareceu na porta com as mãos na cintura. Virei o rosto para olhá-la e depois mirei Regina pisar fundo até Dinah com os bracinhos cruzados. 

 

:- Ela está brincando comigo! 

 

:- Aé? Mas eu a vi primeiro.— Se abaixou para ficar do tamanho da mesma. Chegava a ser cômico as duas brigarem para ter um pouco da minha atenção. 

 

:- Estou nem aí!— A pequena se aproximou e mostrou a língua fazendo um barulho. Dinah fechou os olhos, pois Regina praticamente cuspiu em sua face. 

 

Segurei o riso e tentei olhar para qualquer lado que não fosse a cara amarrada dela. 

 

:- REGINA!— Dinah se levantou enfurecida. A pequena correu para os meus braços rindo e de uma forma fracassada, tentando esconder o rosto na curva do meu pescoço.— MÃE, DÁ UM JEITO NESSA GAROTA! 

 

:- Calma! Foi só uma brincadeira, Dinah.— Tentei levantar com Regina no colo, mas sem chance. A pequena parecia com medo de Dinah. 

 

:- Vem cá! Preciso te mostrar uma coisa.— Ela sentou Regina ao meu lado, me puxou pela mão até o corredor. Mirei a pequena começar à chorar e jogar a boneca no chão com raiva. 

 

:- O que está acontecendo aí, Dinah?— Dona Milika gritou da parte debaixo. A mesma nem lhe deu resposta, apenas bateu a porta de seu quarto totalmente irritada e tornou à me olhar.

 

Cruzei os braços reprovando sua atitude. Ela poderia ter esperado um pouco e não ter me puxado do quarto à força. 

 

:- Eu só fiquei com ciúmes.— Ergueu os braços em defesa. 

 

:- Ela só queria brincar comigo. Eu não ia te trair com uma criança de quatro anos. 

 

:- Cinco!— Percebendo o que havia dito, tentou gesticular com as mãos e abriu a boca diversas vezes.— Eu só fiquei com ciúmes porque te chamei e você não veio. Eu quero ficar um tempo com você. A gente só se viu dois dias. 

 

:- E a culpa é minha agora?!— Arqueei as sobrancelhas e cruzei os braços.

 

:- Não... Mas eu precisava ficar perto, daqui a pouco a gente vai conversar com meus pais e não teremos mais tempo sozinhas. 

 

Suspirei vencida e descruzei os braços. Uma parte ela estava certa. Não estávamos nos vendo frequentemente e imagino que estivesse com saudades.  

 

Ela caminhou sorrateira, envolveu seus abraços em minha cintura e deitou sua cabeça em meu peito. Soltando um leve suspiro. 

 

:- Depois vai pedir desculpas para sua irmã. 

 

:- Qual é, Scarlet?!— Retirei suas mãos do meu corpo e cruzei os braços novamente. Ela suspirou vencida e concordou com a cabeça.— Tudo bem. 

 

 

:- Agora precisamos descer, antes que sua mãe brigue e me expulse daqui.— A puxei pela mão enquanto saíamos do quarto. Antes de descer, trocamos dois selinhos, por insistência dela. Estávamos no corredor e seria perigoso sua irmã acabar vendo. 

 

 

Falando nela, à vi com as bochechas coradas, os olhos vermelhos e soluçando no colo de sua mãe. Às vezes, ela voltava à chorar. Fazendo meu coração despedaçar por inteiro.

 

:- O que você fez com a Regina, Dinah?!— A senhora perguntou desconfiada. Fitei à garota cruzar os braços e me fuzilar mostrando irritação. 

 

:- Nada, ela quis fazer gracinha e cuspiu na minha cara. 

 

:- Você fez o que, Regina?!— A senhora encarou a baixinha em seu colo que voltou à chorar. 

 

Senti meu coração apertar ao vê-la me olhar com os olhos cheios de lágrimas. Caminhei até a mesma, pedi licença para a senhora e a peguei no colo. Fazendo com que, Dinah me fuzilasse e rolasse os olhos para o lado. 

 

Ciumenta! 

 

Elas continuaram conversando enquanto eu tentava acalmar a pequena que foi parando de chorar aos poucos. Talvez, ela só estivesse com medo pela forma como sua irmã havia lhe tratado. Tão bruta. Tão idiota ao ponto de ter ciúmes de sua irmã. 

 

A pequena passou o tempo todo com a cabeça apoiada em meu peito e os braços em volta dos meus ombros. Avistei Dinah passar pela cozinha ajudando sua mãe no jantar. Seu pai ficou concentrado, assistindo a televisão. 

 

Regina acabou dando uma respirada forte e pude vê-la com os olhos fechados e a boca entre aberta. Aquela coisinha fofa, acabara de dormir em meus braços. 

 

 

      

                         . . . 

 

 

Aquele silêncio na mesa só me deixava mais nervosa. O barulho dos garfos batendo nos pratos, Dinah me observando sorrateiramente e a senhora que, sorria quase o tempo todo para mim. 

 

:- É..— Pigarrei para chamar a atenção deles.— Obrigada pelo convite do jantar.

 

Os três largaram seus talheres para me fitar com as testas enrugadas. 

Senti minha espinha doer com o senhor me encarando sério, com as mãos entrelaçadas abaixo do queixo. 

 

:- Não precisa agradecer, querida.— Ele respondeu calmamente. O olhei totalmente sem graça e lhe dei um sorriso amarelo. Eu estava desconfortável com esse "querida". Tenho certeza que ele não queria me chamar pelo nome real, fazendo-me sentir mais culpa. 

 

:- Você será sempre convidada, Scar!— Droga! A culpa começou a me corroer mais ainda. 

 

Lhe dei um sorriso e em seguida, suspirei olhando para as minhas mãos trêmulas embaixo da mesa. Seria agora. Tudo de uma vez. 

 

Vai, Normani! 

 

:- Senhor e senhora Hansen, bem... Eu tenho 22 anos, sou uma mulher independente e...— Suspirei novamente, queria tentar controlar aquele nervoso, aquele tremor idiota que me fazia praticamente furar a cadeira. Mirei Dinah sorrir confiante e balançar a cabeça para eu prosseguir.— Quis vir nesse momento, para dizer que, Dinah e eu estamos namorando. 

 

A senhora arregalou os olhos e sorriu abertamente. O homem ao meu lado me olhou ainda sério e depositou o guardanapo amassado em cima do prato. 

 

:- Dinah, você nem saiu de um relacionamento e entrou em outro?— Seu Gordon se prontificou demonstrando braveza. Minha respiração travou e a vontade de sair correndo começou à tomar conta do meu corpo. 

 

:- Papai, claro que saí. Aquele acidente foi provocado por eu ter terminado com ela. Eu não tenho mais nada com Zendaya. 

 

:- Quanto tempo vocês estão nisso?!— Me fuzilou. Engoli seco e mordi a mandíbula com medo. Eu só conhecia o Gordon calmo, boa pessoa. Aquele senhor parecia questionador e desconfiado. 

 

:- Senhor... A gente conversou no hospital sobre isso. Foi sua filha quem me pediu em namoro e eu quis informá-los sobre e pedir a autorização de vocês. 

 

:- Você é melhor que Zendaya, por mim, tudo bem. Só não quero que faça minha filha sofrer ou que ela sofra um acidente.— Sorri para a senhora que apertou minhas mãos por baixo da mesa para me confortar. Estava sentada ao seu lado, Dinah em minha frente e seu Gordon ao meu lado esquerdo. 

 

:- Dinah, você está ciente disso?— O senhor encarou sua filha que concordou várias vezes com a cabeça.— Então... Tudo bem!

 

Dinah se levantou em um solavanco e correu para abraçá-los. Beijou o topo da cabeça de cada um e soltou uma piscadela para mim. Fazendo-me sorrir feito uma boba só por vê-la feliz. 

 

Depois de passar tanto tempo nervosa com aquela conversa, estava dentro do carro ao lado de Dinah na frente do meu apartamento. 

 

Eu tentei de todas as formas fazer seu Gordon confiar em mim. Por mais que ele saiba que sua filha está namorando uma prostituta. 

 

:- Minha namorada está entregue! 

 

Falou enquanto se encostava no banco e deitava a cabeça para me olhar com a cara mais fofa do mundo. Vamos se dizer, o rostinho da Regina. 

 

Oh, ela acabou dormindo e eu nem pude me despedir da pequena. 

 

:- Obrigada, namorada. 

 

:- Você ficou surpresa com a atitude do meu pai? 

 

:- Um pouco e você?

 

:- Demais. Eu pensei que ele fosse o primeiro à concordar e minha mãe ficaria meio desconfiada.— Suspirou. 

 

:- É porque ele sabe que sou prostituta, Dinah. Ele sabe que é perigoso para a filha estar se relacionando com alguém assim.

 

:-Shh! Eu vou conversar com ele depois. 

 

:- Ta!— Olhei para frente vendo alguns garotos passarem. Senti as mãos de Dinah passarem por minha nuca e me puxar para um beijo delicado. 

 

Tão delicado ao ponto de sentir calafrios e vontade de deitá-la naquele banco e enchê-la de mimos.  Como não sou muito de viver de carinho, mudei a intensidade do beijo, aproveitei para passar minhas mãos por sua coxa, subindo-as lentamente até a parte de dentro de sua blusa. 

 

:- Não faça isso, amanhã eu tenho treino logo cedo.— Sussurrou pausadamente. Ela mantinha os olhos fechados e as mãos em cima da minha em sua barriga. 

 

:- Tudo bem. Até amanhã?!— Ela concordou com a cabeça e me deu um selinho demorado, dando uma puxada em meu lábio.

 

:- Boa noite. Eu amo você! 

 

:- Boa noite.— Lhe dei um sorriso sem graça. Dinah torceu a boca percebendo que eu não iria responder à última frase, soltou minhas mãos, deixando-me livre para abrir a porta e sair. 

 

Lhe dei uma piscadela e a mesma acenou com a cabeça. Tornei em meus saltos e caminhei até a parte de dentro do apartamento. 

 

Comecei a caminhar no imenso corredor antes de subir as escadas. Não estava com paciência para esperar o elevador. Meu cansaço me consumia e eu precisava me jogar na cama e dormir um dia inteiro. 

 

Parei na frente da porta do meu ap, procurei as chaves na minha pequena bolsa. Encostei meu joelho na porta para procurar melhor e quase caí. 

 

:- Ally!— Enfureci. Ela entra na minha casa e nem fecha a porta. Que parte não entendeu que aquele porteiro não presta pra nada?!

 

Que bela melhor amiga que eu tenho! 

 

Empurrei a porta lentamente com receio. Liguei a luz da cozinha e fixei meu olhar para a sala à procura de alguém ou algo. 

 

:- Ally?! 

 

Perguntei me virando para ligar a luz da sala, tornei em meus pés levando um tremendo susto.

 

 PORRA! 

 

:- Oi, Normani!— Arregalei os olhos surpresa. Ele... Ele estava totalmente diferente. Um cavanhaque perfeito, o cabelo da mesma forma que antes, uma calça branca apertada, a cisa em V preta colada ao corpo, indicava que à todos esses anos, ele treinava fortemente. 

 

Minhas pernas tremiam e meu coração praticamente saía pela boca.  Minha respiração falhava à todo instante e o medo de chorar vira à tona. 

:- A-Arin?!



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...