POV NORMANI
31 de Maio 2015
Bem, hoje havia chego. Infelizmente. Estava completando 23 anos. Cada vez mais velha.
Lembro-me do meu último aniversário. Passei em uma balada ao lado de Ally, Thomas e Dimitri. Fui levada à força, pois comecei odiar aniversários. Era como um trauma. Eu passava o melhor dia longe da minha mãe, sendo que antes, ela me acordava toda manhã com beijos e o presente que tanto queria.
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:- Ei! Acorda, pequena! Tenho uma surpresa!— Respirei fundo e puxei à coberta para cobrir meu rosto.
:- Depois eu vejo!— Murmurei. Ouvi sua risada pausada e então, saltei da cama ao sentir suas mãos geladas apertarem minha barriga. Cocei os olhos voltando à realidade vendo-a gargalhar.— Mãe!— A repreendi.
:- Feliz Aniversário, Normani!— Se levantou em um solavanco para me mostrar uma bicicleta rosa com desenhos da barbie. O presente que eu mais desejei em toda a minha vida.
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Senti algo esquentar minhas bochechas, obrigando-me à abrir os olhos e ver uma Dinah sorrir sem graça. Virei para o outro lado na tentativa de voltar à dormir. A ouvi suspirar e uma parte da cama subir.
Bom, ontem, havíamos saído para um restaurante. Eles resolveram jantar fora e todos insistiram para eu ir, pois acabaram descobrindo que hoje seria meu aniversário. O lugar era maravilhoso, de frente à praia, comidas à todo tempo, pessoas descontraídas e apresentação Havaiana.
Eu estava me sentindo mais que especial, a atenção voltada para mim com direito à bolo, parabéns em Havaiano e ainda arrisquei dançar a dança típica daqui.
Nem posso falar de Dinah que, estava me tratando como uma princesa e me mimava o tempo todo. O único problema foi ela ter prometido que iria me levar para a ponta da praia para conhecer algumas partes dali, só que a grudenta horrorosa a chamou para sair em uma balada e eu não quis.
Os primos dela praticamente à arrastaram e com medo, ela veio falar comigo sobre e eu explodi de raiva. Falei algumas bostas e vim embora com seus familiares. Passei a noite toda conversando com a vovó Sepi que é um amor e depois brinquei com Regina no quarto.
Nem sei que horas ela havia chego.
Sim, eu estou com ciúmes!
Era pra eu e minha namorada irmos conhecer as pedras, mas....
Senti minha outra bochecha esquentar e Dinah se afastar aos poucos. Seu rosto era totalmente calmo e aquele sorriso bobo continuava em seus lábios.
:- Bom dia...— Sussurrou.
Virei para o outro lado, retirei o lençol e levantei da cama em um solavanco. Calcei meus chinelos e passei rapidamente até o banheiro.
:- Scar...— Suspirou. Passou pela porta entreaberta e encostou na parede, ficando de frente à mim.— Me desculpa? Eu sei que está querendo me matar.
:- Você prometeu que me levaria para as pedras, disse que iria me mostrar todos os lugares para conhecer, mas preferiu sair com a loira aguada!
:- Já falei o quão linda você fica com ciúmes?!— Rolei os olhos e tentei passar pela mesma que, pegou meu braço impedindo-me de sair.— Eu comprei seu presente hoje cedo.
:- Não quero presente!
Lhe dei uma última olhada antes de puxar meu braço e sair para o quarto. Dei a volta na cama para pegar meu celular, precisava ver se Ally estava bem e se precisava de alguma coisa.
:- Parece que alguém sentiu minha falta ontem.
:- Quem?— Ergui a cabeça para encará-la por segundos. A mesma estara sentada na poltrona de frente à sacada e com um sorriso irônico.
:- Você.
:- Porque?!
:- Essa blusa é minha! Sentiu falta do meu cheiro?— Virei para ficar de costas à ela e fechei os olhos me martirizando. Eu havia pego sua blusa para dormir. Mesmo irritada, eu queria sentir seu cheiro à noite toda. Eu passei a madrugada com medo. Medo dela ficar com aquela aguada.
:- Eu usei por usar!— Dei de ombros. Ouvi sua risada sarcástica se aproximar e seus lábios tocarem a curva do meu pescoço. Fechei os olhos apreciando-o e deixei um leve suspiro escapar.
:- Você não sabe mentir!— Sussurrou divertida. Envolveu seus braços em volta da minha cintura e me arrastou para o meio da cama. Gritei frustrada ao sentir suas mãos começarem à fazer cócegas em meu quadril.— Feliz aniversário, Scar!
Fiquei encarando-a por segundos antes de retirar suas mãos do meu corpo e levantar para sentar na ponta da cama. Afundei meu rosto em minhas mãos e suspirei totalmente agoniada.
Eu não podia continuar com essa mentira...
:- Eu preciso te contar uma coisa...— A mesma franziu o cenho e engatinhou até a ponta, ficando sentada ao meu lado. Suspirei antes de começar.— Dinah... Eu... Eu est...
:- Dinah!
A voz de sua mãe ecoou o corredor e logo em seguida, ouvimos três batidas na porta. Ela se levantou para destrancá-lo e deixar dona Milika passar. Rolei os olhos ao me deparar com a aguada abraçada à senhora.
:- Scar, feliz aniversário!— A senhora se aproximou com os braços abertos. Levantei rapidamente e lhe abracei fortemente com um sorriso sem graça. Logo em seguida, a grudenta veio toda aberta para me abraçar também.
:- Feliz aniversário, Scar!— Sorriu. Lhe dei um sorriso falso, ela se virou fazendo-me rolar os olhos e Dinah começar a rir.
:- Dinah, preciso de você!— A olhei incrédula. A garota entrelaçou seus dedos no de Dinah e praticamente a arrastou para fora do quarto. Deixando apenas dona Milika e eu.
:- Parabéns, Scar!— Ouvi o grito da pequena ecoar pelo corredor e aquele barulhinho de seus pés se aproximar.
:- Seu grude chegou!— A senhora à minha frente começou a rir. Concordei rapidamente antes de pegar a pequena e sentir seus finos e pequenos braços envolverem meu pescoço.— Gina, aproveita bastante a Scar, mais tarde ela não estará em casa!— Corei pela forma como ela havia dito. Era como se pensasse no que podia acontecer de noite entre eu e Dinah.
Fiquei observando-a sair e encostar a porta, deixando-nos sozinhas. A pequena não largava meu pescoço e não parava um segundo de encher minhas bochechas de beijo.
:- O que iremos aprontar hoje?
:- Ahm...— Olhou para o alto e pousou o dedo indicador abaixo do queixo.— Vamos fazer seu bolo e depois brincar até a Dada voltar com o seu presente.
:- Ela te falou o que era, boo?
Sentei na cama com a pequena em meu colo. Eu sei que é pecado pressionar uma criança para saber algo, mas a minha curiosidade era maior, então...
:- Ela só falou que ia comprar o seu presente!— Deu de ombros. Se arrastou por minhas coxas até encostar os pés no chão.— Agora vamos fazer seu bolo com a mamãe?
:- Ah, Regina!— Bocejei, me espreguicei e joguei meu corpo para trás caindo na cama. A pequena murmurou algo enquanto se afastava com os braços cruzados e um bico enorme.— QUEM CHEGAR PRIMEIRO FICA COM O RESTO DA CALDA!— Levantei em um solavanco e comecei à correr para fora do quarto.
:- Não vale!— Ela gritava atrás de mim.
[...]
:- Scar, você é pior que Dinah em questão de mimar Regina!— A senhora falava enquanto terminava de enfeitar o enorme bolo de chocolate. Ri totalmente sem graça enquanto lambia a colher com Regina. Ela estava sentada em meu colo e passava quase a mão toda para pegar o caldo que escorria pela colher.
:- Eu adoro aprontar com essa pestinha.— Passei a ponta do dedo melado no nariz de Regina que começou a gargalhar gostosamente.
Ergui a cabeça ao ouvir a voz de Dinah que, carregara uma enorme sacola ao lado de sua amiga grudenta. Passei a língua em meus lábios na tentativa de retirar os resíduos de chocolate e continuei a encarando.
Seu sorriso chegava à brilhar toda a casa. A mesma piscou para mim e apontou para o enorme corredor.
:- Boo, eu já venho!— Sussurrei para a pequena entretida com a colher. A sentei na cadeira à frente e avisei dona Milika que sairia por uns minutos. Passei pela grudenta sentada no enorme sofá ao lado de alguns garotos.
Caminhei lentamente pelo corredor procurando-a em algum daqueles quartos. Abri a porta em sua procura e senti seus braços me puxarem com força. Fazendo nossos corpos se colidirem e nossos rostos ficarem próximos.
:- Senti sua falta.— Sussurrou totalmente ofegante. Toquei em seus ombros tentando nos afastar, sua pegada era tão forte.
:- Eu também! Por onde esteve?
:- Surpresa!— Me deu um selinho.— Quero que se arrume, irei te levar para conhecer Havaí.
:- Agora?!
:- É! Não quer?
Se afastou para me encarar com a testa franzida. Sorri abertamente e a puxei pela blusa para que voltasse à me abraçar.
:- Quero, mas só se você não me abandonar depois.
:- Nunca irei fazer isso!— Fechei os olhos ao sentir seus lábios selarem os meus em um beijo totalmente urgente. Toquei seu rosto e a deixei aprofundá-lo. Aos poucos, ela foi parando com selinhos e armou um enorme sorriso.— Se arruma!
:- Espera! O que tem naquela caixa?
:- Segredo!— Correu primeiro que eu para pegá-la de cima da cama.— Depois você verá. Te amo!— Lançou uma piscadela e abriu a porta. Suspirei enquanto coçava minha nuca e olhava minha bolsa aberta.
O que irei usar? Para onde íamos ao certo?!
. . .
:- Scar?!— Virei em meus calcanhares para olhá-la encostar na porta do quarto. Um sorriso surgiu em seus lábios enquanto me fuzilava dos pés a cabeça. Terminei de colocar meus brincos e caminhei até ela que usava uma saia jeans, um top branco e all star. Bem menininha mesmo.— Uau! Me sinto horrorosa perto de você.
:- Para! Você está linda.— Toquei seu queixo e passei a ponta do nariz no seu, pois eu estava de batom e ela também, iríamos fazer uma melequeira se fossemos nos beijar.
Bem, eu não sabia para onde íamos, optei em usar um vestido florido colado ao corpo. Se fossemos para um lugar formal, não iria me preocupar nisso. Coloquei um salto não tão alto e os cabelos soltos sob os ombros.
:- Já está pronta?
:- Só falta pegar o celul...
:- Oh, não! Você não irá precisar de celular. Precisamos ter um tempo só nosso.— Puxou minhas mãos para eu sair logo daquele quarto. Joguei a cabeça para trás e suspirei por tamanha teimosia de Dinah.
Caminhamos em passos largos até descer as escadas e encontrar toda sua família na sala conversando super alto. Ao me ver, se levantaram para começar à cantar parabéns.
Sorri totalmente encantada pelo momento maravilhoso. Dinah que estava com os dedos entrelaçados aos meus, me puxou para mais perto da mesa com pequenos enfeites.
Assoprei as 23 velas por cima do bolo e sorri ao ouvir todos baterem palmas e gritar meu "nome"....
Maldição!
:- E o primeiro pedaço?— Tentei reconhecer a voz da pessoa que havia gritado. Peguei o fatiador de bolo e cortei o primeiro pedaço. Lancei um sorriso para Dinah que imediatamente corou e mordeu os lábios.
Entreguei o pequeno pedaço à ela que beijou o topo da minha cabeça e fez uma dancinha em comemoração.
Bom, não podíamos nos beijar, primeiro, metade de sua família não sabe sobre nosso namoro, a não ser seu Gordon, Milika, a grudenta e a vovó Sepi. Ela praticamente me prensou na parede para contar, pois estava jogando indiretas. E segundo, por respeito aos senhores.
:- Eu continuo cortando o bolo, vai se divertir!— Ouvi a voz sussurrada de dona Milika ao pé do meu ouvido. Balancei a cabeça concordando e caminhei com Dinah até a porta. Todos acabaram se distraindo com o bolo e com a enorme televisão que passava algum tipo de jogo, então, nem perceberam qualquer movimentação.
Grudei nos braços de Dinah e fui sendo guiada até a parte de trás da casa. Dando a visão maravilhosa do sol começando a se pôr. A mesma apressou os passos, obrigando-me à retirar o salto para pisar na areia macia.
:- Para onde vamos?
:- Não quer conhecer as pedras?!— Desgrudou dos meus braços e começou á correr. Tomei fôlego e tentei alcançá-la. Praticamente corremos à praia toda até chegar nessa tal pedra.
Respirei fundo procurando ar enquanto a via encostar na pedra e rir da minha cara.
Faz quanto tempo que não corro assim? Preciso começar a me exercitar!
Dinah pegou em minhas mãos puxando-me até uma enorme rocha que formava um arco de entrada à uma caverna. Arregalei os olhos ao ver um pequeno lago, flores de todo o tipo de cores, alguns pássaros cantando e enorme pedras. O lugar era extremamente lindo. Um paraíso.
Eu podia ouvir o som do mar do outro lado e a pequena cachoeira formada desaguando no lago.
:- Feliz aniversário!— Sussurrou. Senti seus braços envolverem minha cintura e seu queixo pesar em meu ombro.
Sorri abobada e suspirei tentando controlar minha felicidade. A qualquer momento eu podia explodir.
Dinah era perfeita!
A mesma pigarreou, fazendo com que, eu virasse para olhá-la fingir arrumar uma gravata imaginária e esticar as mãos. Toquei seus dedos e caminhei até a parte de trás de uma enorme pedra onde tinha um enorme pano de piquenique quadriculado em vermelho e branco estendido. Uma cesta fechada e taças enormes.
:- E-Eu sou péssima para isso, não quis ajuda de ninguém, então não ligue para a simplicidade!— Riu baixinho no fim. Neguei com a cabeça ainda com um sorriso de rasgar o rosto.
Nunca ninguém havia feito algo desse tipo à mim. É... Mágico! Estou me sentindo a mulher mais sortuda por tê-la.
Nos sentamos por cima do tecido quadriculado e ela começou à retirar tudo daquela cesta.
:- Bem, não quero embebedar minha namorada, ainda têm muita coisa pela frente, então...— Puxou uma garrafa de suco de uva. Comecei a rir divertida por sua atitude em abrí-lo como vinho.— Como disse, não pedi ajuda de ninguém para arrumar tudo isso, é tudo simples, mas fiz com amor!— Virou o corpo para puxar sanduíches de dentro da enorme cesta.
Suas bochechas coradas e o semblante sem graça a entregava por medo de eu falar algo ou rir. Sorri agradecida e o peguei para dar uma pequena mordida.
Estava bom! Havia peito de peru, presunto e queijo, algum molho picante, tomate e... Umm... Maionese.
Sinceramente, ficou uma gracinha o que ela fez.
:- Eu amei!— Lhe respondi com a boca totalmente cheia, fazendo-a sorrir antes de morder seu lanche.
:- Ainda tem direito à sobremesa!
:- Então eu tenho uma namorada cozinheira?!
:- Bem, cozinheira não...— Novamente, sorriu sem graça ao me mostrar um pote de sorvete e duas colheres. Gargalhei gostosamente e engatinhei até o seu lado para apreciar o pôr do sol com direito à sorvete.
:- Estava maravilhoso. Obrigada pelo melhor presente de toda minha vida.— Dei uma enorme colherada no pote o levando até a boca. A ouvi suspirar diversas vezes e olhar para todos os lugares.
:- Ainda não acabou! Se possível e depender de mim, irei fazer isso sempre! Não só no seu aniversário, mas todos os dias para comemorar por te ter.— Abri a boca para contestar algo. A ouvi chiar pedindo silêncio. Respirei fundo controlando meu coração totalmente atordoado e o embrulho em meu estômago.— Você foi a melhor coisa que me aconteceu e hoje, eu preciso agradecer e reverenciar Deus e sua mãe, por ter te trazido ao mundo.
:- Dinah eu...— Suspirei e senti meus olhos inundarem.
:- Scar, desculpa o que vou falar, mas eu sei que você está acostumada com algo luxuoso, mas eu mesma quis fazer, para te provar que por você eu faço qualquer coisa.
:- Você é extremamente maravilhosa!— Sequei uma lágrima que escorria teimosamente. Dinah tocou meu rosto delicadamente e beijou minha bochecha.
:- Não chora! Prometo te fazer feliz e não deixarei uma lágrima sequer cair nesse rosto lindo.
Senti minhas bochechas arderem e um sorriso surgir em meus lábios ao ouvir isso. Puxei sua nunca para roubar-lhe um beijo demorado e agradecido.
:- Vem ver o sol se pôr comigo?!— Se levantou em um solavanco e me puxou para levantar. Caminhamos até uma parte alta para poder apreciar aquela visão.
Dinah ficou o tempo todo atrás de mim me abraçando. Toquei suas mãos em minha barriga e suspirei sentindo sua respiração bater na curva do meu pescoço.
Aquele lugar parecia um paraíso. Estava me sentindo em uma pequena orquestra, a cachoeira caindo lentamente, o barulho da respiração de Dinah em meu ouvido, os pássaros cantando e o barulho do mar quebrando.
Fiquei tão distraída admirando aquela cena que nem percebi Dinah se afastar aos poucos. Virei em meus calcanhares procurando-a.
Arregalei os olhos e franzi o cenho ao encarar suas mãos e depois seu rosto. Ela segurava uma almofada azul com duas alianças pratas brilhantes e em cima, uma pequena pedra totalmente delicada.
:- Quer namorar comigo, mas agora, com alianças?!
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