(Nash)
Pós aula de educação física - capítulo 11.
-Você é um bobo apaixonado.- Cameron negou com a cabeça.
-Cala a boca.- disse revirando os olhos enquanto ajeitava a flor no armário. -Droga! Deixei o papel cair.
-Você demora demais. Daqui a pouco ela aparece e acabou a magia!- exclamou Cameron, fazendo-me rir.
-Cala a boca e vamos.- disse deixando a pluméria no armário de Charlotte e puxando-o para sairmos dali.
Cameron foi para o refeitório enquanto fiquei esperando a garota dos cabelos roxos aparecer.
E lá estava ela, com um rabo de cavalo alto, o uniforme e seu moleton cinza de sempre.
Charlotte pareceu ignorar a flor no armário até o bilhete cair no chão e ela finalmente se tocar que havia algo na porta. Sua cara foi cômica e tive que me segurar para não rir.
Ela deve estar achando isso uma besteira.
Para a minha surpresa, ela não jogou a flor no lixo, mas sim passou a ponta dos dedos pelas pétalas azuis.
Ela olhou para um lado do corredor e me escondi atrás da parede antes que ela virasse a cabeça e me visse.
Fiquei alguns segundos parado antes de colocar a cabeça para fora e espiar.
Ela continuava olhando para a flor com uma expressão confusa e seguiu assim por alguns minutos até jogá-la dentro do seu armário e pegar sua mochila.
Bufei baixo, dando conta de que a garota tem um coração de pedra até ela tirar um caderno na mochila e ajeitar a flor junto com o bilhete dentro do mesmo.
Afinal, ela só odeia rosas.
(...)
-O que está vendo?- Cam perguntou já enfiando a cabeça entre mim e meu celular. -Ah. Ela.- disse voltando a comer seu sanduíche. Eu encarava meu celular aberto na minha conversa com Charlotte, mas nada acontecia.
-Ela não mandou nada...- fui interrompido por um zumbido e olhei imeadiatamente para a minha tela. -Ha!
-Você é muito otário.- disse encostando sua cabeça na minha para ler a mensagem.
@lottienewsome: ainda acho que você é um estuprador.
Você foi bloqueado.
Bufei guardando o celular no bolso e Cameron gargalhou.
-Eu disse que você é muito otário.
-Você deveria estar me apoiando!- disse dando um soco no ombro dele.
-Desculpe, mas como você quer que ela acredite que você é você mesmo, Nash?- disse e eu bufei. -Você deveria desistir.
Ficamos alguns segundos em silêncio até eu dizer:
-Pare de fazer essa cara.
-Que cara?- deu uma de besta.
-De desgosto.- disse cruzando os braços. -Quantas vezes vou ter que te falar que ela é legal?
-Se você quiser, nenhuma, porque eu não acredito nisso.- Cam disse dando um gole no seu suco. -Ela não é legal e você só acha isso porque não a conhece.
-E desde quando você a conhece?
-Ela era amiga da Maddie, eu já disse.- bufou e eu arqueei uma sobrancelha.
-Tudo bem então.- disse mordendo meu sanduíche.
-Quem era amiga da Maddie?- Taylor perguntou se sentando na mesa com Carter e Matthew. -Meu Deus! VOCÊS ESTÃO FALANDO DA POLLY?- gritou largando sua bandeja na mesa.
-Não quer gritar mais alto, infeliz?- perguntei dando um tapa na cabeça do mesmo.
-Se estivermos falando do amor da minha vida, eu grito até faltar ar nos meus pulmões!- exclamou. Dramático. -Vocês tiveram notícias dela? Ela saiu do reformatório?
-Não e não.- Cam respondeu. -Não estávamos falando dela.
-Aff.- Taylor bufou abrindo seu canudinho e enfiando no suco.
Agradeci aos céus por Taylor não insistir no assunto. Eu o amo, mas se tem uma coisa que ele é, é fofoqueiro. Além de ser o melhor amigo de Charlotte.
Aliás, como ele pode ser o melhor amigo de Charlotte?
As cartas.
-Você sabia que se ela vir aqui na floricultura e perguntar quem anda comprando plumérias azuis todos os dias a moça pode dizer que é você e BOOM!, ela descobre tudo.- Cameron disse fazendo uma explosão com as mãos e eu revirei os olhos.
-Seu pessimismo me assusta.- disse encarando as flores tentando escolher uma delas. Faltava mais ou menos vinte minutos para a aula começar e estávamos em uma floricultura tentando escolher uma das plumérias azuis.
Bom, eu estava tentando, Cameron estava enchendo meu saco.
-E seu descuido me assusta. Não estamos em filme onde a garota é lesada e cai em tudo.- disse cruzando os braços, impaciente. -Escolhe uma delas logo! São todas iguais.
-Não são todas iguais.- rebati ainda encarando-as.
-O que quero dizer é que pode dar muita merda, Nash. Você tem que ser mais cuidadoso ou parar com isso.- disse e eu revirei os olhos.
-Cameron, se você não quiser mais me ajudar tudo bem, eu não vou ficar bravo, triste, nem nada disso. Mas sério, você quer ouvir o que? Eu admitir que gosto dela?
Ele bufou rolando os olhos e me encarou.
-Nada, Nash. Esquece.- disse e puxou uma das flores que eu encarava há minutos. -Vamos?
-Vamos.
Fomos até o caixa pagar e a moça como sempre sorriu para nós antes de lembrar-me de não manter a flor fora da água por muito tempo.
-Obrigada, e se uma garota de cabelos roxos aparecer aqui algum dia perguntando quem compra plumérias azuis, por favor, não diga nada sobre mim.- pedi e Cameron bateu a mão na testa.
-Você não quer ser mais específico não?- perguntou fazendo a moça rir.
-O amor é lindo.- disse com um olhar apaixonado e a mão no coração, fazendo-me ficar desconfortável. -Isso é secreto? Ai meu Deus! Nenhum garoto nunca fez isso para mim quando eu estava no ensino médio.
-Humm, precisamos ir ou vamos nos atrasar.- disse antes de fugir da moça, que ficou rindo no caixa enquanto eu puxava Cam.
Tivemos que correr para chegar na escola a tempo e muito cuidado para não bater o carro e morrer, mas no final conseguimos entrar na escola antes do portão fechar.
Fui até meu armário com Cameron e peguei o copo de plástico que havia deixado ontem para colocar água e deixar a flor.
-Você não se incomoda do fato de ter uma planta fazendo fotossíntese no seu armário?- Cameron perguntou, fazendo-me rir.
-Nem um pouco.
-Caramba, você é mais estranho do que eu imaginei que seria possível!- exclamou e eu gargalhei.
Fomos para a sala e levamos um pequeno sermão de um dos professores mais caretas por interromper a aula, mas logo pudemos nos sentar.
Fiquei as três aulas pensando no que escrever no bilhete que daria à Charlotte, mas nada de divertido ou legal vinha a minha cabeça.
Quando o sinal para o intervalo bateu, Cameron e eu fomos encontrar Kyle, o garoto do primeiro ano que estava me ajudando.
-Lembre de que se você dizer que sou eu para ela ou para alguém as coisas não vão ficar legais pra você.- reforcei o que já havia dito à ele algumas vezes.
-Tá, tá.- disse sorrindo malicioso e estendeu a mão para eu pagá-lo.
Antes de ele sair, encarei-o seriamente e o mesmo riu dizendo que não diria nada e saiu andando para encontrar Charlotte.
Halloween.
-Eu não sei por que Taylor compra coisas tão difíceis de colocar e não compra a desgraça de uma escada!- ouvi Charlotte reclamar quando passei pela porta da sala e enfiei a cabeça para fora para ver do que ela falava.
A mesma estava falando sozinha em cima de uma poltrona que haviamos acabado de tirar da sala, segurando um dos lados da faixa escrito "Feliz Halloween!".
-Charlotte?- perguntei franzindo as sobrancelhas, fazendo a garota tomar um mini susto ao me ver.
-Meu Deus.- disse respirando fundo pelo susto se equilibrando e eu segurei o riso.
Que fofinha.
-Nash!- chamou. -Olha, o que vou te pedir é meio estranho, mas o Taylor comprou tudo menos uma escada e eu preciso alcançar aquele parafuso ali para amarrar essa faixa.- disse apontando para a parede. -E mesmo subindo na poltrona não está rolando.
-Beleza.- disse e caminhei até ela, que ainda estava em pé em cima do móvel. -Sobe aqui.
-Aqui onde?
-No meu ombro, bobinha.
-Nem fudendo!- disse e eu gargalhei, virando-me para ela.
Era bem mais fácil falar com Charlotte sem as pessoas por perto. Principalmente Cameron, que sempre ficava me julgando com o olhar sempre que eu estava próximo ou olhando para ela. Eu sinceramente não entendo qual é o problema dele.
-Você sobe na poltrona e pendura.- sugeriu e assim o fiz, mas ainda faltava.
-Você quer que eu suba no seu ombro?- perguntei cruzando os braços tentando convencê-la, fazendo-a bufar.
-Vai, vira de costas.- disse e subiu na poltrona de novo para ficar mais fácil de subir.
Ela passou primeiro a perna direita por cima do meu ombro, para depois passar a esquerda. Eu estava tentando me manter sã e normal, mas a verdade é que eu estava surtando internamente.
-Nash, me segura pelo amor de Deus! Eu não quero morrer hoje.- disse e eu ri de nervoso porque estava morrendo de medo de derrubá-la, ainda bem que isso ela não irá notar.
-Está alcançando?- perguntei segurando as pernas dela mais forte quando a senti esticar o corpo para cima.
-Sim, só falta o laço.- respondeu. -Ok, foi. Agora temos que ir para a outra ponta.
-Ok.
-Lembrando que eu não quero morrer hoje.- disse dando dois tapinhas na minha testa e eu a balancei de propósito. -NASH!
Gargalhei e ela me xingou com vários palavrões enquanto segurava no meu cabelo como "segurança".
-Isso tá doendo Charlotte.- reclamei e ela puxou mais. -Charlotte!
-Você fica quieto.- mandou e eu segurei o riso enquanto ela amarrava a outra ponta da faixa.
-Que droga é essa?- Taylor apareceu na porta da cozinha rindo.
-É culpa sua por não ter uma escada.- disse.
-E porque é um tapado.- Lottie respondeu.
-Osh, você está brava por que, dona Charlotte?- perguntou e ouvi-a bufar.
-Porque você não tem uma escada.- respondeu como se fosse óbvio e eu e Taylor gargalhamos. -Hum, ambos tapados.
Continuei rindo e, só para irritá-la, balancei o corpo ameaçando derrubá-la.
-GRIER!- gritou segurando na minha cabeça e eu gargalhei vendo seus cabelos roxos baterem no meu rosto.
-Levanta a cabeça, Lottie, eu não tô vendo nada!
-Você vai nos derrubar, seu idiota! É culpa sua!- xingou nervosa e levantando a cabeça, revelando por trás de seus cabelos Taylor com o celular na mão quase chorando de rir. -Taylor Caniff, pare de gravar agora!
-Ata, Newsome.- ele respondeu rindo. -Vocês estão muito fofinhos.
-Cala a boca e para de gravar.- Charlotte mandou enquanto descia na poltrona.
-Que gracinha, os dois estão vermelhos.- notou e eu, por reflexo, olhei para Charlotte, que estava com cara amarrada e as bochechas avermelhadas. -Provavelmente as de Nash só estão por carregar a baleinha.- provocou guardando o celular no bolso.
-Tay, você é um homem morto.- disse. Fazia uma hora e meia que todos estavam arrumando as coisas e, apesar de tudo estar indo como o planejado e até que rápido para uma festa, estávamos todos cansados e alguns bravos.
Lottie = Alguns.
A mesma olhou Taylor mortalmente e virou para mim para agradecer pela ajuda sorrindo sem mostrar os dentes, pegando uma caixa cheia de coisas antes de sair. Enquanto isso, eu fiquei alguns segundos olhando-a ir. Seu cabelo estava solto com o roxo forte e ela estava de shorts e camiseta, como de manhã, só que agora descalça.
Deve ser algum desses hormônios estranhos de jovens agindo sobre o meu corpo, mas eu estava quase babando com a sua beleza.
-Já que você está afim da minha amiga, pega isso aqui e vá ajudá-la.- Taylor tirou uma caixa igual a de Lottie do bolso e me entregou.
-Eu não estou afim dela, seu maluco.
-Uhum.- disse sorrindo malicioso e saiu andando rapidamente na direção da cozinha.
Fui até a sala, onde Charlotte havia entrado, e a encontrei pendurando teias de aranha na lareira. Me aproximei dela e joguei algumas aranhas falsas em cima do que ela arrumava.
-Oi.- disse chamando sua atenção, fazendo-a me olhar, franzir as sobrancelhas e rir.
-Oi.
(...)
O sorriso dela era incrível.
Charlotte não costumava sorrir com os dentes amostra, mas no almoço ela estava conversando, rindo e sorrindo com as pessoas.
É uma pena esse sorriso não aparecer sempre.
-VOCÊ ASSISTE Grey's Anatomy?- Carter berrou atraindo a atenção de todos e Charlotte pareceu querer matá-lo com o olhar.
-A pergunta real é: quem não assiste Grey's Anatomy?- respondeu e Carter fingiu quase cair.
-Que mulher.
Que mulher.
-Você tem cachorro?- Aaron perguntou a Charlotte.
-Tenho meu irmão.- respondeu, fazendo-nos rir.
-Mais novo?
-Mais velho.- respondeu cruzando os braços, parecendo desconfortável. Na verdade, apesar das risadas e dos sorrisos, Charlotte parecia desconfortável quando todos estavam olhando para ela e, quando Taylor berrou falando sobre seu cabelo roxo atraindo a atenção da mesa toda, ela parecia querer matá-lo.
Muito Charlotte.
-Já pensou em pintar de rosa?- Shawn perguntou enquanto todos voltaram a conversar em vários grupinhos. Somente ele, Aaron e Carter estavam falando com Charlotte, o que era estranho porque Taylor é o melhor amigo dela, mas ele estava do outro lado da mesa discutindo com Lox e Matt.
Ok, pensando bem não é tão estranho assim. Afinal, eles não são grudados um no outro.
Cameron estava comendo seu lanche no mundo da lua e eu estava ao seu lado, apenas observando Charlotte e meus amigos conversarem.
-Você bebeu, é?- ela respondeu fazendo uma careta icônica que fez todos rirem. -Eu não vou pintar de rosa nunquinha.
-Never say never.- Carter cantarolou fazendo Charlotte revirar os olhos.
-Justin Bieber não é um ditador, ok?- ela respondeu arqueando uma sobrancelha, fazendo-os rir.
(...)
Charlotte fantasiada de Raven estava quase me fazendo babar de tanta beleza em uma só garota. Chega a ser injusto o quão linda ela é.
-Nash!- Sky me chamou, tirando-me do meu mini transe. -Amarra o meu cadarço?!- pediu e eu logo agachei até o pé dela.
Enquanto ela andava na minha direção (e de Aaron e Cam, claro) me senti patético com minha fantasia de geleia combinando com a de Cameron, que era a pasta de amendoim.
Ele apresentou-a para Sky, minha irmã, e Grey, irmão de Aaron, antes de irmos à caça aos doces.
As duas crianças corriam na frente de todos e Lottie, Aaron e Taylor conversavam um pouco a frente de mim e de Cam, que também estava falando.
Ele ficava perguntando se troquei pelo menos algumas palavras com Charlotte, fazendo-me revirar os olhos. Às vezes Cameron me trata como alguém que nunca gostou de uma garota na vida.
-Pensando bem isso foi um avanço e tanto na comunicação de vocês.- ele disse depois de ficar tagalerando o caminho todo até a casa da priminha de Taylor, cuja estávamos buscando agora.
-Nossa, obrigada.- ironizei cruzando os braços.
-Nash, não me leve a mal, você sabe que eu não sou nada sem você.- disse apontando para nossas fantasias, fazendo-me rir involuntariamente. -Só não vou com a cara da Charlotte.
-E eu também não sou nada sem você, pastinha, mas vou te ignorar porque você só não gosta dela porque não foi com a cara dela.- disse e ele bufou.
-Nem ser romântico adiantou.
Gargalhei.
-Seu charme não funciona comigo.
-Estou falando sério, Nash.- disse parando de rir e me encarando. -Eu convivi com Charlotte por um tempo, eu sei do que estou falando. Ela não é tudo isso.
-E como você sabe, Cam? Você nunca diz o que ela fazia quando você era amigo da Maddie.
-Ela é louca.- disse e eu franzi as sobrancelhas. -Ela fazia coisas loucas.
-Que coisas, Cameron?- insisti. Ele nunca fala as coisas direito.
-Nada. Vamos ajudar eles com as crianças.- disse apertando o passo para alcançá-los.
-Cameron!- chamei-o. -Termine de falar.
-Deixa pra lá, Nash, você não vai ouvir mesmo.
(...)
A briga entre Becky e Pink havia deixado um clima tenso por um tempo, mas como Taylor nos fez jogar Just Dance, as coisas estavam mais leves e a briga havia sido, em maior parte, esquecida.
Agora, eu estava indo contra tudo que Cameron me fala todos os dias para não fazer. "Ela não é tudo isso" é o que Cam diz por trás de qualquer coisa relacionada a Charlotte. A propósito, ele não quis me contar o que estava dizendo e não creio que ele vá desembuchar tão cedo.
É complicado.
Então, contra os conselhos do meu melhor amigo, eu estava indo atrás dela.
Estava na metade do caminho enquanto pensava se minha desculpa para me livrar de Taylor e Cam me puxando para dançar havia sido muito fraca. Provavelmente sim, mas ninguém desconfiaria que eu estaria fugindo dali.
Bem, tirando Cameron.
Terminei de descer as escadas e entrei na cozinha, onde, pela janela e pela porta aberta, conseguia ver o quintal e a área da piscina.
Lottie estava lá, sentada em uma cadeira de sol segurando um copo vermelho enquanto olhava para o nada.
É difícil expressar o que eu sinto por essa garota. Sei que não é e nem pode ser amor, mas com certeza é uma atração muito forte por algo que eu só consigo enxergar nela.
Fui procurar uma garrafa de água na geladeira após vê-la dar um gole na bebida do copo vermelho, fazer uma careta e despejar tudo na grama.
Andei calmamente até ela e estendi a garrafa d'água, fazendo-a olhar para mim.
-Olhando para o nada pensando em tudo?- perguntei e ela deu um sorrisinho aceitando a garrafa.
-Que frase clichê.- respondeu e eu ri, me sentando na cadeira ao lado dela. -Onde achou isso?- perguntou apontando para a garrafa, após dar um gole na mesma.
-Na geladeira, duh.
-Deve ser macumba, eu procurei e não achei.
-Ouvi dizer que elas só aparecem para pessoas com os olhos encantadoramente azuis.
-Sonhe, Grier.- disse rindo, me fazendo rir junto. -O que você está fazendo aqui?
-Cansei de dançar.- respondi.
-Idem, Taylor ficava me arrastando para dançar e eu só queria sentar! Eu o adoro, mas, sabe, meu corpo não está acostumado com esse movimento todo.- explicou e eu ri ouvindo-a continuar a reclamar. -Eu sou praticamente sedentaria.
-Não mais que eu.- respondi e ela arqueou uma sobrancelha. -O quê?
-Para de fingir, Nash. Você jogava no time de futebol americano.- disse cruzando os braços.
-Jogava, isso mesmo. Ano passado.
-Mesmo assim, você ainda tem o corpo atletico.- respondeu e eu ri. -Eu não saio de casa pra nada.
-Dá pra ver pela sua cara pálida.- disse sem pensar e ela arregalou os olhos.
-Idiota! Você fala como se não tivesse a cara da cor de uma folha sulfite, Nash.- disse cruzando os braços e eu gargalhei.
Eu não sei se Charlotte estava sob o efeito de alguma droga ou bebida, mas ela estava diferente. O corpo dela escorado na cadeira de praia denunciava a informalidade e o relaxamento, além do brilho de malicia nos seus olhos e o sorrisinho que não saia do seu rosto. Com toda certeza ela estava diferente, mas um diferente encantador.
Em algum momento o assunto acabaria, e, quando esse momento chegou, apenas ficamos nos encarando. Ela com seus olhos brilhantes e um sorrisinho e eu com a cara mais besta do mundo.
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