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História The boy and the demon - A fonte da juventude


Escrita por: Kliyar_LE

Notas do Autor


Sei que disse que estaria atualizando aos sábados, mas vou passar o fim de semana com uma amiga em uma cidade vizinha e prevejo não ter tempo para postar então preferi adiantar o capítulo, mas não se acostumem, viu? U-U
Boa leitura, meus amores.

Capítulo 31 - A fonte da juventude


Fanfic / Fanfiction The boy and the demon - A fonte da juventude

Levi estava sentado sobre a manta que sempre carregava para forrar a barraca, observando com ternura a forma como o marido movia-se preparando um guisado com a carne que conseguira em sua difícil caçada. Era delicado, preciso e ágil, movimentos automáticos que antes não lhe chamavam tanta atenção, mas que ao vê-lo definhar por tanto tempo tornaram-se satisfatórios de se observar desde que a poção começara a ajudar. Seu peito se aquecia pela melhora do amado, mas ao mesmo tempo se angustiava por não ser algo definitivo; queria cura-lo de uma vez e queria faze-lo rápido. 

Olhando para os lados, fixou seu olhar em Hanji que cantarolava enquanto espremia frutas variadas. Precisava falar com ela, afinal queria descobrir se seu palpite estava certo e encontrar a fonte da juventude que Petra mencionara, mas como o faria sem preocupar o moreno que insistia tanto para que descansasse?

Tivera uma oportunidade de conversar com ela antes, é claro, inclusive ela mesma é quem havia sugerido que se sentassem na sobra das arvores para conversar, mas ao concordar com a sugestão descobriu que havia cometido um erro gigantesco sem se dar conta, pois ao invés de ter suas duvidas sanadas apenas recebeu uma enxurrada de perguntas indelicadas as quais tentou responder honestamente na intenção de encontrar um momento para a questionar sobre a tal "agua magica",  momento que nunca surgiu, diga-se de passagem. Ela não parou de falar o tempo todo e parecia incapaz de prestar atenção em algo que não fosse de seu interesse o que fez Grisha rir na maior parte do tempo por suas tentativas frustradas de tomar a palavra e assim, quando Eren voltou após longas horas embrenhado na mata, encontrou o marido exausto e sem conseguir a informação que precisava o que obviamente o deixou furioso já que seu amado não havia descansado nada enquanto estava fora.

"Estou "de castigo" sentado aqui desde então e ele sequer me olha sem que esteja com aquela expressão emburrada... Hanji e até mesmo Grisha ouviram sermões sobre me sobrecarregar e eu sinceramente acharia muito fofa a forma como ele colocou a mão na cintura amaçando os dois com uma colher de madeira improvisada se não estivesse tão frustrado com minha falha tentativa de conseguir informações sobre a fonte da juventude..." resmungou mentalmente fulminando a louca tagarela com o olhar. Ela iniciara uma conversa com Eren e parecia bastante concentrada em falar baixo, talvez por ordem do rapaz o que deixava seu marido intrigado sobre o que falavam. Estava tão perdido em seus próprios pensamentos que sequer notou quando Grisha sentou-se ao seu lado só voltando a realidade quando ouviu-o pigarrear numa tentativa de iniciar um dialogo:

- O que foi? - a questão veio cansada. Sabia que o homem estava desconfiado de si pela forma como o olhava desde o primeiro momento que se encontraram, mas ambos empurraram esses sentimentos para baixo para focar-se exclusivamente em Eren, cada um por seu motivo especifico, mas ambos tendo o amor pelo moreno como base.

- Então... -suspirou olhando de lado para a criatura que tanto lhe inquietava- Tu e meu filho vieram até aqui voando?

- Até essa ilha, sim. Mas cruzamos o oceano de barco com a ajuda de um colaborador do teu amigo alquimista.

- Com tua aparência? -espantou-se logo se dando conta de que teria sido rude sentindo-se um tanto envergonhado- Desculpa, isso foi indelicado.

 - Tudo bem, é compreensível, quer dizer... As asas poderiam até não ser um problema, a imagem de anjos com um  par de asas e luminosidade irradiando de suas cabeças está no imaginário popular, mas os chifres são intimidantes, não é? Eu mesmo não acreditei no quão fácil foi, mas Nie foi bastante tolerante conosco. Desde que faça seu trabalho, não importa se és um santo ou o próprio diabo, tu tens um lugar a bordo - riu soprado sendo acompanhado pelo homem que já se mostrava bem mais relaxado.

O som dos risos chegou aos ouvidos de Eren que acabou por olhar para os dois por um momento apenas para virar a cabeça para o outro lado abruptamente quando seus olhos e os do pai se encontraram fazendo Grisha suspirar entristecido:

- Ele realmente está com raiva de mim, não é? -comentou baixinho com um sorriso amargo- A pesar de eu não ter culpa de ter naufragado aqui...

- Eu acho que essa não é a questão. -explicou recebendo total atenção do homem- Ele não queria que tu tivesses partido em primeiro lugar, embora eu entenda perfeitamente os teus motivos...

- Eu queria salvar minha esposa a qualquer custo... - comentou enxugando uma lagrima solitária que teimava em se formar em seus olhos pela morte da amada.

- Acho que esse foi o erro... -olhou-o de lado. Grisha se mantinha cabisbaixo- As vezes "a qualquer custo" inclui fazer as pessoas que amamos sofrerem por nós... E esse é um preço que já não estou disposto a pagar.

- Posso perguntar o verdadeiro motivo de terem vindo para cá? Eren não quis me responder, mas...

- É algo pessoal. -interrompeu cruzando os braços- Acho que se ele não quer contar eu também não devo dizer, mas não fique tão deprimido, quando ele estiver menos irritado tenho certeza que te dirá. -sorriu mínimo admirando o amado que parecia alheio a aquela conversa- Sabe como ele é... Se irrita fácil, mas se acalma fácil também. Um pequeno temperamental, embora já não seja tão pequeno assim - riu consigo mesmo sob o olhar curioso do homem.

- O que é você afinal? - a questão veio num tom mais grave que as anteriores o que fez o mais velho questionar se não havia algo oculto por trás daquelas palavras, até porque já havia respondido aquele questionamento quando a louca de rabo de cavalo o fizera mais cedo, mas optou por responder novamente para o caso dele não ter escutado.

- Bom, como eu disse antes sou um hibrido. Meio anjo e meio demônio... Não deveria ser possível, mas...

- Não é isso... -colocou as mãos nos bolsos mordendo o lábio antes de encarar a criatura ao seu lado- O que você é para o meu filho? 

- Sou alguém que quer cuidar dele e protege-lo.

- Isso não responde exatamente a minha pergunta... - sorriu de lado.

- Não, mas basta-te, não é? - sorriu de volta ouvido o homem rir soprado.

- Sim, me basta. Estou feliz que meu filho tenha alguém como tu cuidando dele... É quase como ter um anjo da guarda - deu dois tapas de leve nas costas de Levi rindo mais alto.

- No caso seria um meio anjo da guarda - sorriu de volta recebendo mais alguns tapas suaves.

- Desde que não cuide dele pela metade... - comentou fazendo o hibrido tentar, mas falhar miseravelmente em conter uma gargalhada.

- O que há de tão engraçado? -o moreno mais novo questionou com uma mão na cintura e a outra segurando duas tigelas de barro que entregou aos dois risonhos com um olhar desconfiado- Comam, é guisado.

- Eu não pre...

- Eu não perguntei se precisa, eu mandei comer! -rebateu sem sequer deixar o marido concluir a frase. Ainda estava emburrado- Tu prometeste que iria se cuidar mais! Se não comer tudo vou ficar zangado.

- Eu com certeza não quero isso -riu bebericando o liquido da tigela fingindo degustar antes de sorrir de lado para comentar- Faltou sal.

- Pois vá até o mar e beba uns goles - o rapaz respondeu com um biquinho sendo puxado para um abraço que o fez cair sentado no colo do amado.

- Estou só brincando contigo. Está ótimo, olhos esmeralda - soprou no ouvido do garoto que sentiu o corpo arrepiar, principalmente pelo olhar atento e curioso que recebia do pai.

- P-pare com isso, meio anjo Idiota! -estapeou-o antes de cobrir a boca com a mão para murmurar- Meu pai está olhando...

- Apenas conte a ele. No pior dos casos o deixamos para trás e então ele não terá para quem nos denunciar - respondeu no mesmo tom baixo com um risinho maldoso.

- Não ouse... -respondeu antes de finalmente conseguir se levantar voltando a falar agora em um tom normal- Só para te informar, a Hanji disse que me levará até a fonte para pegar um pouco da água magica que ela comentou; Devemos voltar antes do anoitecer.

- Vou contigo - levantou-se cambaleante logo sento empurrado pelo mais novo até cair sentado de volta no lugar.

- Tu vais ficar aí como um bom menino e esperar até voltarmos. Nem adianta argumentar.

- Eu acho que perdi o momento em que tu começaste a mandar em mim... - o mais velho ironizou ouvido risos da parte dos dois espectadores daquele pequeno espetáculo.

- Hora, pois eu lembro-me muito bem - piscou o olho sorrindo de lado e girando a aliança de madeira no dedo.

- Tudo bem, tu venceste. Mas espero uma recompensa por me comportar bem - piscou de volta rindo com o vermelho que tomou o rosto do moreno e o grito estridente de Hanji que dava pulinhos repetindo frases como "eu sabia" e "eu estava certa" incessantemente sob o olhar questionador do colega que parecia perdido em meio a todas aquelas conversas subliminares.

Após acalmarem a mulher e dispersarem o assunto sobre seu relacionamento que começara a pairar no ar, Eren e Levi  se puseram a comer em silêncio o que incentivou os outros dois a fazerem o mesmo; não demorou muito para que o hibrido começasse a se sentir sonolento depois disso, efeito de seu estado de exaustão e da sobrecarga que impunha a si mesmo forçando seu corpo a descansar.

Ajudando o marido a se levantar e preparar a cama, o moreno apoiou-o até que se deitasse cobrindo-o com cuidado e permanecendo ali até que o sono finalmente o tomasse para só então se preparar para a curta jornada.

A dupla passou a algum tempo andando entre as arvores, Eren carregando as mochilas e Hanji "guiando" de forma totalmente imprevisível conforme respondia os piares de seu pássaro. Era uma trilha aleatória, repleta de ziguezagues e o moreno jurava já ter passado ao menos três vezes pela mesma árvore quando começou a cogitar se não deveria voltar e deixar de seguir os delírios daquela mulher visivelmente perturbada, ao menos até ouvir o som de uma queda d'água e vê-la parar bruscamente a caminhada com um sorriso largo:

- Estamos perto, não é, Moblit? -ela olhou para o pássaro- só mais um pouco, para aquele lado - apontou para a direção de onde vinha o som correndo até lá num ritmo difícil de acompanhar.

- Espere! Estou desacostumado a correr! - pediu ofegante tropeçando vez ou outra quase a perdendo de vista, mas por fim acabou por alcança-la quando esta parou abruptamente fazendo com que se esbarrassem e quase caíssem os dois barranco a baixo.

- Tudo bem contigo? -ela questionou segurando-o pela cintura e sorrindo largamente com a confirmação muda da outra parte- Que bom, porque chegamos! - afastou a folhagem mostrando a imagem de uma fonte cristalina cercada por paredes de pedra que pareciam formar um domo com diversas pequenas cascatas rodeadas por arvores repletas de ninhos de pássaros.

- Isso é lindo...

- E magico! -complementou animada saltitando entre as pedras para descer até mais próximo da agua- Experimenta! Te faz sentir melhor só de tocar.

Seguindo a sugestão o garoto se aproximou ajoelhando na margem e estendendo os dedos até tocar de leve na superfície da agua; os dedos moveram-se suavemente causando pequenas ondulações e logo pequenos pontos azulados passaram a surgir ao redor de onde a mão estava, espalhando-se como uma onda até que toda a fonte se tornasse algo semelhante a um céu estrelado:

-  As águas da fonte da juventude se iluminam quando tocadas por um mortal... -citou as palavras do marido com um pequeno sorriso nos lábios- Não consigo acreditar... Está mesmo aqui e é real... -riu soprado logo lembrando-se do motivo de estar lá, agarrando a bolsa que levava e despejando seu conteúdo no chão em busca de um cantil que pudesse esvaziar- Preciso levar o máximo que puder. 

- Tu estás doente, não está? - a voz da morena soou tirando o rapaz de seus pensamentos enquanto enchia o cantil com a agua luminosa.

- Como...? - questionou encarando a mulher sentada entre as plantas com o pássaro sobre a cabeça e um lagarto no ombro.

- Teu pai fez a viagem em busca de um remédio milagroso para salvar tua mãe. -deliberou batendo os dedos sobre os lábios- Tu disseste que veio pelo mesmo motivo que ele, mas ela está morta então teria de haver outra pessoa doente, além disso o teu amigo chifrudinho é o mais ferido entre vós, mas mesmo assim se mantinha muito protetor contigo, logo deduzi que seria tu. Estou certa?

- Por favor, não conte ao meu pai - pediu desistindo de negar e voltando ao seu afazer.

- Não contarei, mas tu devias contar. Não é justo que o deixe na ignorância por pura magoa.

- Minha magoa não é a questão. Ele passou anos tentando encontrar uma cura para a minha mãe e agora eu adoeci também. Não quero colocar em seus ombros mais esse fardo ou faze-lo pensar que poderia ter ajudado mais se tivesse ficado. Não quero que se culpe pelo meu estado - explicou fechando o cantil cheio da agua luminosa. sob o olhar incrédulo da morena.

- Achas que és um fardo?

- Levi quase colapsou tentando chegar até aqui para ajudar-me, ele esforçou-se até a exaustão, se pôs em perigo por mim, foi atingido por flechas, maltratado e até carregou-me nas costas quando não pude andar... Sim, eu sou um fardo e já atrapalho o suficiente a vida do Levi e de meus amigos para sequer cogitar incluir meu pai na lista de prejudicados pelo meu estado.

- As pessoas que amamos nunca são um fardo para nós. 

- Mas...

- Devias contar. -afirmou convicta- Teu pai iria querer saber, aliás, ele tem o direito de saber e não falo só sobre a doença - piscou o olho com  um sorriso matreiro causando um revirar de olhos no rapaz que acabou sorrindo também.

- Que tal voltarmos agora? Quero tentar dar um pouco dessa agua ao Levi, talvez ajude a terminar a regeneração...

***

Levi estava dormindo profundamente quando sentiu um toque suave em seu ombro e logo uma voz doce e conhecida chamou seu nome carinhosamente:

- Eren...? - murmurou coçando os olhos esbranquiçados e ouvindo um riso soprado da parte dele.

- Olá, dorminhoco. -cantarolou acariciando os cabelos negros- Chegamos a pouco e pensei em te chamar para jantar... Sei que não precisa, mas...

- O que temos para comer? - questionou sentando-se e envolvendo os braços na cintura do marido.

- As sobras do almoço e ovos que peguei nuns ninhos de pássaro pelo caminho.

- Parece bom... - sorriu mínimo inclinando-se para receber um beijo que deveria ser rápido, mas aprofundou-se e se estendeu pelo tempo até que a porta da cabana fosse aberta por um pobre desavisado.

- Eren, a comida já... 

- P-pai? - o garoto questionou levemente pálido afastando-se abruptamente do meio demônio que mordeu o lábio em ansiedade pela situação em que tinham se metido. Era nítido pela expressão do homem diante deles, o beijo havia sido visto e com certeza não era algo que Grisha esperasse presenciar.

- Senhor Jaeger, eu... - o mais velho tentou se justificar sem saber ao certo o que dizer, mas desistiu quando ouviu um riso baixo da parte do homem que apenas abaixou a cabeça contendo o sorriso antes de voltar a encara-los com a expressão mais neutra que conseguia manter diante daquelas expressões de pavor hilariantes que via.

- Eu vou aguardar lá fora, só queria avisar Hanji e eu já esquentamos o jantar.
 

-Estavam se beijando, não estavam? Eu disse que iriam estar - a mulher cantarolou ao ver o amigo sair da cabana com o rosto corado e um riso contido.

- Sim, tu disse. Eu deveria ter suspeitado desde o principio.

- Pois, por qual motivo? Eles eram tão discretos com aqueles olhares e piadinhas... - ironizou divertida.

- A forma como conversavam... -sorriu largo com o olhar um tanto nostálgico- Senti como se estivesse vendo minha esposa e eu em nosso dias de juventude... Eren é extremamente parecido com ela... 

- A sodomia não te incomoda?

- Tu fala com animais e ainda assim sou teu amigo. Está mesmo me perguntando se tenho algum problema com o que há entre as pernas de quem faz meu filho sorrir?

- Boa resposta. - brincou dando alguns tapas nas costas do amigo.

-  Minha única preocupação é com a segurança deles... Pessoas já foram queimadas vivas por muito menos e com aquela aparência que o Levi tem... Eles teriam sorte se o povo se contentasse apenas com a fogueira. Precisam tomar mais cuidado.

- Pare de pensar nessas coisas -ela repreendeu emburrada- Vamos comer, estou faminta.

 


Notas Finais


Então, o que acharam? bom? ruim? péssimo?
Se tiverem alguma dúvida sobre algo ou se tiverem visto algum erro de digitação que me passou despercebido por favor escrevam nos comentários.
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Não quer esperar até semana que vem pelo próximo capitulo? Ele já está disponível em: https://www.wattpad.com/story/258953577?utm_source=android&utm_medium=link&utm_content=share_reading&wp_page=reading&wp_uname=Kliyar_LE&wp_originator=if2TlE27ZRffBJSWjXrSc2DtKzJm3ATgW%2BjIeDn1QehkUDD80zs9e47pu18mDyJ8ezhcZfwBVf6IUGHHawAyXwpq86HD0Am%2FEhl31%2B2IvVUWBkWlwn7JyQXXaDjGo8PB


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