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História The Case of White Cube - Somebody help me


Escrita por: lagerfeld e TiaClara

Notas do Autor


Muito obrigada por todos que estão comentando, e pelo carinho que vocês tem nos dado.
Uma boa leitura até domingo que vem com a Bea.
Espero que gostem desse capítulo.

Capítulo 4 - Somebody help me


Fanfic / Fanfiction The Case of White Cube - Somebody help me

Faith

O carro preto, de vidro fumê para em frente a um prédio, completamente desconhecido por mim, e meu corpo cambaleia para o lado, devido a forma bruta como o motorista estaciona. Todo o meu corpo está mole, e minha visão embaçada, resultado de três comprimidos para dormir que tomei, contra a minha vontade, no aeroporto. Um homem alto, quase inatingível, abre a porta do carro, e me puxa para fora, sem muita delicadeza. Percebendo a minha dificuldade em manter-me de pé por conta própria, ele repousa a mão em minha cintura, e me ajuda.

Com dificuldade eu percorro todo o local com os olhos, procurando por qualquer detalhe que me faça reconhecer onde estou, mas nada, não encontro nada. O prédio amarelo é desconhecido, assim como tudo ao seu redor, desde as pessoas que parecem não perceber minha presença, até os pequenos restaurantes, e lanchonetes do outro lado da rua.

A porta de vidro se abre, e sou posta para dentro. O saguão é completamente branco, com alguns míseros detalhes em preto, e outros em cinza. Mas, o que realmente chama minha atenção, é a drástica mudança no clima, a brisa que me acompanhou do aeroporto até o momento, some completamente, dando lugar ao frio implacável, que quase congela os ossos. Abraço meu corpo na intenção de me aquecer, o homem que me segura percebe, a apenas o ouço soltar um suspiro irritado.

O elevador se abre em um passo de mágica. A lista numérica, ao lado direito da porta, não é extensa, e até onde consigo ver com clareza, são apenas cinco andares. Um som estridente irrita meus ouvidos, e a porta se abre. O corredor é simples, com apenas duas portas de cada lado. Sou conduzida para a porta da esquerda, já aberta, como se alguém estivesse à minha espera. Minha suspeita é confirmada, quando entro, e vejo a silhueta de um homem, do outro lado da sala pequena, na varanda, de costas para mim. Assim como todo o resto, o apartamento é simples, sem decoração, e de tamanho médio, com uma cozinha quase minúscula, e sala ligada ao quarto, deixando óbvio a falta de uma parede ali. De soslaio vejo uma porta branca, que deduzo ser o banheiro.

–– Que lugar é esse? –– pergunto, não diretamente a alguém, mas sim, a qualquer um que possa esclarecer minhas dúvidas.

Um longo silêncio é preenchido apenas pelo som dos carros que passam na rua. Até que finalmente, o homem, que até o momento não havia movido um músculo, se vira, exibindo um sorriso no mínimo maquiavélico. O azul dos seus olhos me fixa com uma intensidade, absurda, tornando impossível não sentir-me desconfortável. A cada passo mais próximo, posso ver com mais clareza sua beleza, e não nego, ele é realmente bonito. Mas, não uma beleza atraente, do tipo que arranca um suspiro, mas sim algo negro, quase sombrio, e que me deixa completamente arrepiada.

–– Essa é sua casa, Faith. –– ele diz, respondendo minha pergunta de quase dez minutos atrás.

Mesmo não podendo ver, sei que minha expressão é surpresa, chocada. Em um movimento cheio de elegância, ele manda o homem se afastar, obrigando meus pés a suportarem o meu peso, que agora, parece ser duas vezes maior que o normal.

–– Do que está falando? –– pergunto confusa. –– Onde estou?

Sem que eu lhe dê permissão, ele segura meu cotovelo, e me guia até o sofá cinza. Sento-me, e ele se senta ao meu lado. Arrasto meu corpo na direção oposta a dele, me afastando o máximo que consigo.

–– Você não precisa ter medo de mim. Eu não lhe farei nenhum mal. –– seu tom de voz é manso, sem nenhum resquício de maldade, mas meus instintos gritam que não devo confiar nele, muito menos baixar minha guarda, mas sim, manter meus sinais de alerta ligados. –– Tem roupas no armário, espero ter acertado o seu número. No banheiro a tudo o que uma mulher precisa para se sentir limpa. Você fará quatro refeições por dia, e todas elas serão tragas por Joseph. –– com o olhar ele indica o homem próximo a porta, o mesmo que em trouxe até aqui.

Minha mente está confusa. Suas palavras se repetem, dando voltas, e voltas por meu cérebro. Entender o que de fato está acontecendo é difícil, quase uma missão impossível. Fecho meus olhos com forço, e enterro a face entre as mãos, apoiando os cotovelos nos joelhos, implorando para que isso seja um sonho confuso, e que eu possa acordar logo.

–– Você me fará prisioneira, é isso? –– pergunto, sem mover um músculo.

–– Jamais! –– responde, como se eu tivesse dito um absurdo. –– Você é um ser humano, Faith, um lindo ser humano, não um animal. Eu jamais te faria prisioneira. É como eu disse, essa é sua casa, você é livre aqui.

–– Então se eu quiser ir embora agora, eu posso, certo? –– ergo minha cabeça, e pela primeira vez o encaro fixamente. Ele desliza o indicador pelo lábio inferior, como se pensasse em uma boa resposta para a minha pergunta.

–– Não necessariamente. Você é livre, mas tudo na vida tem o seu limite. –– bufo irritada.

–– Eu quero ir pra casa! Eu quero o meu marido! –– grito.

Ele se levanta, ajeitando o paletó em seu corpo.

–– Você está cansada, é melhor dormir. Conversamos melhor pela manhã.

Ele, seja lá qual for o seu nome, saí do apartamento, juntamente ao homem que supostamente é meu vigia. Não demora meio segundo para que eu corra, até a porta, para tentar abri-la, mas obviamente ela está fechada. Mas, isso não me impede. Corro em direção a varanda, desesperada por ajuda, mas ao tentar abrir a porta de vidro, ela não se abre, o que em leva a pensar em que momento a própria foi trancada. Será que estou alucinando, e ele nunca esteve na varanda? Não percebi quando ele trancou a porta? Ou, o meu vigia a trancou?

Ás lágrimas inundam meus olhos, e rolam por minhas bochechas. O choro é tanto, que chego a soluçar. Parada ao lado da porta de vidro, vejo a cidade em seu ritmo normal, mas nada aqui é normal pra mim, não faço ideia de onde estou. Deslizo, até que minha bunda sinta o chão gelado. Bato no vidro, tentando chamar a atenção de alguém. Sou uma idiota, ninguém irá me ouvir enquanto suas vidas correm do lado de fora.

–– Alguém me ajuda.

Meus olhos brigam contra o sono, mesmo o local sendo desconhecido, e meu instinto grita para não me entregar, ao cansaço meu corpo dopado pelos comprimidos ingeridos, não tenho força para lutar, e mesmo se quisesse não conseguiria. Encosto minha cabeça na porta de vidro, e fecho os olhos implorando a qualquer força celestial que me tire daqui, que meu Justin me encontre, e não acredite naquela maldita carta.

(…)

Abro meus olhos rapidamente, ainda penso, e torço para que tudo não passe de um mero sonho. Me engano totalmente, ao sentir o chão frio contra minha bunda, meu corpo dói, e lágrimas descem pelo meu rosto. O que vai acontecer comigo? O que significa tudo isso? Não tenho coragem de abrir os olhos por medo do que possa encontrar. Fui sequestrada? Onde estou? Tantas perguntas sem respostas.

Em toda a minha vida nunca me senti tão inútil como agora, o que serve minha inteligência nesse momento? Do que adiantou ser a melhor aluna do colégio? Do que me adiantou formar-me com honrarias, se quando preciso de resposta não as tenho? Meu estômago ronca, implora por comida, a quanto tempo não como, ou bebo alguma coisa? Passo a mão no bolso da minha calça jeans, e vejo que estou sem meu celular, ótimo, até isso eles me tiraram, abro os olhos, e vejo uma pequena mala no canto, minha mala, a qual aqueles dois homens me fizeram arrumar contra vontade, segundo eles, Justin tem que acreditar que o deixei. Justin me perdoe, fui fraca. Fecho os olhos, e me arrepio quando me recordo como fui arrancada de minha casa.

“Depois da discussão com Justin, ele se foi irritado. Eu não estava diferente, no momento sabia que seria passageiro, ele me pediria perdão, eu aceitaria, e selaríamos com um bom sexo de reconciliação. Mas, dessa vez não foi o que aconteceu, a porta por onde Justin saiu, foi a mesma pela qual dois homens entraram. Eu tentei gritar, mas um deles me apontou uma arma.

–– Melhor ficar calada bonequinha, se não quiser que estoure seus miolos aqui mesmo. –– no primeiro momento pensei que a casa estava sendo assaltada, se me comportasse, talvez eles fossem embora sem me fazer mal. Me enganei redondamente quando ouvi as palavras do homem nojento sair contragosto perto de mim.

–– Não faça nada com ela Joseph, as ordens dele foram bem claras, ela não pode estar machucada, Henderson só compra mercadorias de primeira.

Não entendi no momento o que eles quiseram dizer com aquilo.

–– Boneca meu amigo aqui é calmo, eu não, então coopere, e nada vai te acontecer. –– o tal Joseph passou a arma em meu rosto enquanto falava. –– Você vai até seu quarto pegar uma pequena mala, não se preocupe para onde vai, terá tudo que uma mulher como você precisa, e vai usar a discussão que teve com aquele civil de merda como desculpa em abandoná-lo. Você nunca mais o verá. –– sua risada alta ecoou pela minha casa, podia ter lutado, gritado, mas no momento não soube como agir, depois que ouvir tais palavras. Entrei em pânico.

–– Qualquer gracinha que tentar, seu marido que vai arcar com as consequências. –– temi pelo pior a meu marido, sempre tive medo pela profissão dele, e receber uma ameaça tão direta como aquela me fez aceitar calada.

Enquanto pegava algumas roupas, fui alvo de uma arma, me perguntava o que estava acontecendo, nada me vinha em mente, a não ser vingança por algo, não tinha nenhuma outra justificava para o que eu passava no momento. Era algo tão inviável que me recusei a acreditar, depois de três cartas escritas, e sendo ameaçada de todas as formas possíveis, eles gostaram do resultado da carta, e então fui dopada, e tudo passou ser insignificante para mim, até agora”

Escuto um rodar de chave, seguido por algumas vozes. Viro minha cabeça para o lado, e vejo uma moça, talvez como a mesma idade que eu, entrar e me olhar um tanto surpresa.

–– Oh. –– é tudo o que sibila, e olha para Joseph que fecha a porta.

–– Trouxe uma companheira para você Luna. –– ele diz sem sentimento algum, e vejo seu olhar de pena para mim, odeio esse olhar, mas no momento em que estou, e como estou, acho que sou mesmo digna de pena, até mesmo eu sinto pena de mim, por não saber nada o que está havendo. Passo meu olhar sobre ela, e vejo uma morena linda de olhos verdes, muito bem produzida para ser essa hora da manhã, no relógio atrás mostra ser somente 06:05 am.

–– Oi, prazer sou Luna. Quem te vendeu, e porque veio parar aqui?  –– sua pergunta é bem clara, e me assusto por ser direta. Não estou a fim de conversar com uma estranha, mas não posso deixar meu orgulho falar tão alto, preciso de respostas. Me surpreendo quando ela senta ao meu lado no chão frio, e pega minha mão. –– Sei que deve estar assustada, acredite todas nós passamos por isso. –– Ao notar minha expressão de que não estou entendendo nada, sua feição muda completamente. –– Como você se chama?

–– Faith. –– digo a primeira palavra desde que ela chegou. Ela me encara, como se fosse uma atração, algo novo.

–– Faith, agora você é a nova “obra de arte” da White Cube, Dean lhe comprou, você é propriedade dele agora, ele divide as suas “meninas” em apartamentos como esse em duplas.

–– O quê? –– tenho certeza que minha voz sobe algumas oitavas devido ao susto que levo.

–– Faith preste bastante atenção, Dean Henderson é uma espécie de gigolô só que refinado, ele lhe comprou, e você terá que pagar esse dinheiro com certos trabalhos, não se engane pela aquela expressão de anjo que ele tem, ele é o próprio demônio em pessoa. Seja obediente que você terá tudo, caso contrário você pagará da pior forma possível, que ele decidir.  White Cube é uma galeria prestigiada, o que muitos não sabem, com exceção aos bilionários é o que acontece por trás das obras de arte. –– meu coração dispara como nunca. –– Você foi traficada Faith, eu sinto muito.

Começo a chorar, não sou nenhuma menina, mas qual mulher quer ser traficada, e ser humilhada todas as noites? Nenhuma.

–– Não sei como vim parar aqui, não tem como, sou mulher de um policial, o melhor, de onde eu moro. Quem seria louco de me pegar? Você disse que esse tal Dean só compra, Justin não fez isso, ele não me vendeu, eu tenho certeza.

Foi ai que minha mente começou a trabalhar, antes de entender tudo, Luna me respondeu o que tenho em mente.

–– Acertos de conta. –– suspiro. –– Ele deve ter comprado briga com cachorro grande, e como certeza você deve ser o ponto fraco, o calcanhar de Aquiles dele, vingança Faith.

Ela me conta como funciona a White Cube, e a cada palavra fico mais horrorizada, olhando para ela entendo o porquê do lugar ser frequentado por pessoas de poder, eles querem beleza. Olho para mim, e percebo que tenho todos atributos para ser a nova mercadoria de lá. Deus o que vai acontecer comigo? Não posso perder a fé, me tire daqui.

–– Como você veio para cá? –– pergunto, e vejo seus olhos fechando com força. Deve doer falar sobre isso.

–– Meu padrasto me vendeu, não vejo a minha mãe a mais de cinco anos, tinha acabado de completar dezoito quando me traficaram. –– sua voz sai amarga. –– Eu era do interior, quando vim para Chicago. De cara soube que jamais voltaria para minha terra, e era incrível demais estar em um lugar que é muito bem camuflado. Infelizmente o mundo é de quem tem poder, e dinheiro Faith, aqui não passamos de um objeto sexual, infelizmente a beleza nesse lugar é o que conta, e quanto mais linda for, mais os velhos querem se gabar por ter ganhado o leilão da noite.

Abro minha boca em choque. Mas o que falar nesse momento?!  A porta abre, e vejo um homem passar para dentro, o mesmo homem de ontem à noite, mas em um conjunto de blazer diferente, mas o mesmo olhar intimidador. Ele olha em nossa direção, e abre um sorriso enorme.

–– Fico feliz por estar sendo a anfitriã da casa Luna, boa menina. –– Luna se levanta, e o encara com ódio.

–– Não sou uma égua para me chamar de menina Dean. –– ele ri alto, escorando-se na parede, e cruzando os braços sobre o terno, ressaltando seus músculos. Ela se vira para mim, vendo que continuo sentada no mesmo lugar onde me deixou, olhando o homem a minha frente. –– Vou tomar um banho, estou cansada, trabalhei a noite inteira para a vossa majestade. –– ela o encara.

–– Adoro ela. –– o homem a frente, fala com deboche. Uma clara provocação. –– Precisamos conversar, tenho muitas perguntas a fazer, e muito o que lhe explicar minha preciosa. –– trinco o maxilar, Luna me disse que ele chama, as meninas de suas preciosas, ou minha menina. –– A primeira delas, como se chama?

Luna me encara, como se dissesse com os olhos ‘’ eu disse que isso iria acontecer ‘’. O homem de olhos claros, ao notar que não lhe encaro, lança um olhar no mínimo aterrorizante na direção de Luna.

–– Saí, vá tomar o seu banho. –– manda, literalmente. E ela, mesmo contra a sua vontade obedece, entrando na única porta do dentro do apartamento. Sendo assim, ele volta sua atenção para mim. –– De novo. Quem é você?

–– Seu pior pesadelo. Meu marido vai me achar, e você vai pagar. ––Mordo meu lábio, tentando espantar meu medo o que é completamente inútil, tenho certeza que minha expressão não é das melhores, e me entrega facilmente.

–– É uma égua selvagem, eu gosto disso.

–– Não sou uma égua. –– debato firmemente.

–– Aqui, você é o que eu quiser que você seja. Bem-vinda preciosa.


Notas Finais


E então o que acharam? Eu espero que tenham gostado. Caso tenham gostado do capítulo não deixem de comentar, pois isso nos incentiva muito. Críticas são sempre bem-vidas, desde que as mesmas sejam construtivas. Beijão e até o próximo capítulo <3
ps: Bea e eu estamos querendo fazer um grupo no whatsapp para TCOWC, então quem quiser entrar me manda uma mensagem ou me chama no chat, ok?

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=VnHeKudjqf8&feature=youtu.be

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