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História The challenge. (Clexa G!P ) - 17


Escrita por: wanheda102

Capítulo 18 - 17


— Dá para ir mais rápido? — perguntou Lexa, um pouco irritada por estarem demorando tanto para voltar à cidade. Tinha exatamente quarenta minutos para se arrumar e chegar ao trabalho.

— Claro. Só que serei multada — respondeu.

— Acho que você pode pagar.

— Qual é o seu problema? — Ela trocou de faixa. — Estava tudo bem ontem à noite e, de repente, você começou a agir como uma p...

— Se tem amor à vida, não termine essa frase.

— ... como uma peste. — Clarke abriu um sorriso e ultrapassou um carro.

Lexa ignorou o sorriso ridiculamente brilhante e olhou pela janela.

— Está tudo bem, tudo ótimo. Só tenho muito trabalho a fazer, se quiser tirar todo esse tempo de folga para o casamento.

Elas ficaram em silêncio.

Depois de alguns minutos, Clarke perguntou:

— Foi alguma coisa que eu fiz?

Alguma coisa que ela tenha feito? Será que era assim tão burra? Estava brincando com os sentimentos dela, fazendo com que ela se apaixonasse mesmo que ela não tivesse qualquer interesse além da amizade!

— Não — mentiu. — Só estou cansada.

— Desculpe. — Ela entrou com o carro pelo bairro Queen Anne Hill. — Sabe, se foi culpa minha. Não quis chatear você por causa dos seus pais nem fazer com que todos quase fôssemos presos, nem...

— Clarke — interrompeu Lexa. — Foi o melhor aniversário de todos. Eu juro. Só preciso voltar à vida real, sabe?

Meu Deus, como aquilo tinha soado deprimente! Voltar à vida real, na qual não era uma princesa, Clarke com toda a certeza não era sua princesa e ela trabalhava em um lugar onde todos riam dela por trás das pranchetas.

Clarke pareceu satisfeita com a resposta, já que não disse mais nem sequer uma palavra. Clarke apenas estacionou o carro e deixou que ela fosse sem ao menos se despedir.

Era melhor assim.

Tinha de ser.

Quando chegou ao trabalho, já estava dez minutos atrasada e não tinha tomado café da manhã.

Algumas pessoas começaram a sussurrar quando ela passou, o que não era assim tão incomum. Ela caminhava até a mesa de trabalho sob os olhares dos colegas. Por favor! Ela não tinha voltado com as mesmas roupas do dia anterior, depois de uma noite de sexo, nem nada! E não porque a ideia lhe tivesse desagradado, na véspera. Argh! Como podia ser tão idiota? Aquela garota era sua kriptonita: um beijo, e ela ficava sem forças! Ela deveria vir com uma placa de “Perigo!”, ou um aviso do Governo, de alerta às mulheres inocentes.

— Oi. — Uma mulher que ela nunca tinha visto entrou em seu caminho. — Feliz aniversário, Lexa. Espero que tenha sido maravilhoso.

— Ah, sim, obrigada. — Sentindo-se desconfortável, Lexa olhou ao redor e notou que todas as atenções estavam voltadas para ela. Mantendo a cabeça baixa, foi direto para sua mesa.

Estava coberta de rosas.

Centenas de rosas amarelas.

Pegou o cartão com as mãos trêmulas. Dentro dele havia um bilhete: 

Sinto muito por você ter chorado. Espero que tenha tido um ótimo aniversário. Passo para pegá-la às cinco, para terminarmos a lista. Clarke.

— Caramba.

— De quem são? — Seu chefe, Finn Collins, se aproximou por trás dela e sorriu. — E por que não nos disse que era seu aniversário?

— Eu, hã...

— Não precisa dizer. Mas quero que você vá à minha sala, está bem? Quando estiver pronta. — Ele ergueu a caneca no ar, fazendo-a sentir o cheiro da cafeína de que ela tanto precisava, e se afastou.

Lexa guardou a bolsa e foi até a sala de Finn. Fechou a porta e se sentou.

— Você não disse que estaria no casamento de Griffin — começou ele. Nada de “Olá, Lexa!” ou de um “Oi, tudo bem?”. Nada. Apenas essa afirmação. De que ela se esquecera de mencionar que iria ao casamento do século. Ops?

— Eu, hã... estava tentando respeitar a privacidade do casal. — A mentira veio naturalmente. Na verdade, só queria afastar o foco dela e de Clarke outra vez. A notícia acabaria vazando, e ela não queria ser cercada pelas colegas de trabalho, todas perguntando como era o cheiro dela.

— Quero que você faça a cobertura.

— Mas sou uma convidada.

— Exatamente. — Ela se inclinou para a frente e juntou as mãos na mesa. Seus olhos verdes brilhavam, e as luzes fluorescentes faziam sobressair uma veia em sua testa. — Desde aquele incidente... — Era assim que ele o chamava. O incidente em que ela aparecera para dar as notícias completamente bêbada, depois de uma noite com a infame solteira de Seattle. Nunca permitiriam que ela esquecesse aquilo?

Finn fez uma pausa e pigarreou.

— Você cobriu algumas histórias aqui e ali, mas ainda não recuperou o posto de âncora do jornal. Não é só você. É nossa reputação que está em jogo. Não podemos permitir que uma garota com seu tipo de...

Ah, isso seria interessante!

— ... reputação... seja o rosto da Komo News. Mas estou disposto a lhe dar uma segunda chance se você fizer um bom trabalho na cobertura desse casamento. Todos os jornais querem publicar essa matéria, mas somos os únicos que têm uma vantagem: você.

— Eu precisaria pedir permissão, Finn. Sabe disso.

Ele deu de ombros.

— Peça ou não peça. Você decide. Mas, mesmo que neguem, quero que faça a reportagem.

— Mas...

— É sua carreira que está em jogo, Lexa. Quer outra chance ou não? Porque, se não quiser, a porta da rua é a serventia da casa. — Ele se virou para o computador e não olhou para ela uma segunda vez. — Está dispensada.

Ela se levantou com cuidado.

— Sim, senhor.

— Ah, Lexa?

Ela se virou.

— Quero que pense bem sobre seu futuro. Talvez a Komo News não seja o lugar certo para você. Temos diversos outros graduados ansiosos para assumir seu posto.

Lutando contra as lágrimas, Lexa saiu da sala e seguiu direto para a mesa. O cheiro de rosas a deixou sufocada. Ou talvez fosse o medo. Não sabia ao certo.

Com as mãos trêmulas, pegou o celular e ligou para Raven.

Caixa postal.

É claro.

Eles deviam estar no avião.

O problema era que Lexa sabia que Raven queria privacidade. Esta era uma das principais razões de ela ter escolhido fazer o casamento em Griffins Abbey, em vez de em uma grande igreja. A casa era propriedade particular, então conseguiriam manter os paparazzi sob controle. Tudo bem que Octavia não era tão famosa quanto Clarke, mas a família era dona de metade de Seattle, praticamente, e tinha sido citada na Forbes mais vezes do que Lexa poderia contar. O casamento era uma notícia das grandes. Os Griffins eram magnatas, donos de empresas milionárias. E as pessoas eram quase tão obcecadas pelas irmãs Griffin quanto pelos Dallas cowboys, o time de futebol americano.

Foi um mau começo para o dia de Lexa. Ela trabalhou durante o almoço e, quando o relógio deu cinco horas, estava tão desesperada para ir embora que quase saiu correndo pela porta no instante exato em que o ponteiro grande chegou ao doze.

— Pronta? — perguntou uma voz atrás dela.

Mais sussurros e murmúrios de surpresa, alguns palavrões, e então um gemido. Sim, uma das mulheres tinha gemido em voz alta.

— Clarke. — Lexa engoliu em seco e se virou, pronta para encarar a deusa grega. Ela vestia blusa creme e uma calça jeans apertada e rasgada. Santa Mãe de Deus, estava linda!

Entendeu finalmente o gemido.

Fingindo não estar intimidada quando aqueles olhos de safira encontraram os dela, Lexa pegou a bolsa e se levantou.

— Estou pronta, se você também estiver.

Alguns celulares foram erguidos, virados para elas. O sorriso de Clarke não chegou aos olhos. Na verdade, ela parecia quase... irritada. Umedecendo os lábios, acenou de leve para as pessoas que estavam em pé ao redor delas e se virou. Algumas mulheres começaram a conversar em voz alta perto do cubículo de Lexa.

— Ótimo. — Ela sorriu e colocou uma das mãos em suas costas enquanto seguiam pelo corredor.

Mais algumas risadinhas de deboche foram ouvidas quando passaram pelas salas.

E então uma cantada.

A mão de Clarke parecia queimar as costas de Lexa. Ela não deixou de notar que, quando passaram pela sala de Finn, seu chefe tinha um brilho de satisfação no olhar. 

Maldito.

 Estavam quase livres.

Lexa apertou o botão do elevador e rezou para que ele fosse mais rápido. Daria para ouvir se um alfinete caísse. O departamento ficava estranhamente silencioso sem o burburinho e as risadas habituais.

— Clarke, Clarke Griffin? — Uma mulher pigarreou.

Lexa e Clarke se viraram.

Harper Mclyntiri era a repórter que substituíra Lexa no jornal das cinco. Tinha cabelos loiros brilhosos e era magra como uma modelo. Seu apelido era Barbie.

— Oi? —  Clarke umedeceu os lábios e deu aquele sorriso falso outra vez.

— Harper Mclyrint. Tenho certeza de que já me viu no jornal. — Ela balançou o cabelo platinado e deu uma piscadela. — A gente devia marcar um almoço. Adoraria conhecê-la melhor.

Aham, claro.

Lexa bufou com desdém. Harper a olhou, irritada, e voltou a atenção para Clarke outra vez.

— Eu, hã... — Clarke sacudiu a cabeça e passou um braço ao redor de Lexa. — Estou ocupada.

O sorriso de Harper se tornou algo mais parecido com um rosnado quando ela voltou os olhos para a colega de trabalho, depois para Clarke e de volta para a outra mulher, com a testa franzida, parecendo confusa.

— Bem... — Ela pegou um cartão. — Me avise quando tiver acabado com Lexa, e a gente marca.

Acabado

Lexa ergueu tanto as sobrancelhas que provavelmente se perderam em seus cabelos, e ela deu um passo na direção de Harper.

— Obrigado, mas já escolhi a repórter com quem falo.

— Por enquanto. — Harper abriu aquele maldito sorriso outra vez e foi embora.

As portas do elevador se abriram, graças a Deus.

Clarke apertou o botão de fechar portas pelo menos dez vezes antes de elas obedecerem, então uma música brega encobriu o silêncio constrangedor.

— Desculpe — ela disse, finalmente, com a voz rouca. — Não costuma ser tão ruim. Quer dizer...

— Clarke. — Lexa levantou a mão, com a intenção de fazê-lo calar-se. — Não precisa se explicar. Sei quem e o que você é, está bem? Vamos deixar isso pra lá. E pense comigo: ao menos você não vai precisar ir à boate para arrumar a próxima.

As narinas de Clarke se inflaram e seus olhos ficaram frios por um breve momento antes de ela os desviar e sacudir a cabeça. Quando as portas do elevador enfim se abriram outra vez, ela deixou que Lexa saísse na frente e de novo pôs a mão em suas costas. O que ela estava fazendo? Ela havia acabado de tentar afastá-la de novo, e ela continuava a ser legal?

E a encarou, desconfiada.

— O que você está tentando fazer?

Ela deu de ombros enquanto caminhavam pelo estacionamento.

— Pensei em comermos alguma coisa antes de resolvermos o presente de casamento e os bonecos do bolo — explicou Clarke, destravando as portas de um BMW branco. Sério, quantos carros aquela mulher tinha?

— Pode ser. — Lexa entrou no carro e mais uma vez se deu conta de que era delírio dela até mesmo imaginar ficar com uma garota como Clarke. Ela estava brincando com ela, só podia ser isso. No instante em que ela fosse embora, ela ligaria para Barbie. — Para onde vamos primeiro?

— Bem... — Ela deu partida no carro. Jesus, o que ela estava usando? Que tipo de perfume era aquele? Ela se inclinou para a frente e sentiu o rosto corar quando estremeceu ao aspirar o cheiro dela.

— O que você está fazendo? — perguntou Clarke. O carro estava em ponto morto outra vez. Os olhos dela brilhavam de divertimento.

— ... — Lexa se afastou de repente. — Só ajudando a ver.

— Ver?

— O trânsito. — Ela apontou para trás, para os carros inexistentes que não transitavam pelo estacionamento.

— Acho que vou conseguir me virar sozinha. — Ela deu uma piscadela e continuou a dar ré enquanto Lexa rezava para que o carro a engolisse.

— Então, esse seu restaurante... — Mudando de assunto, ela procurou um batom na bolsa. — Ele fica perto do lugar onde resolveremos a questão do bolo?

— É.

— Legal.

Mas que droga. Será que o clima ficaria desconfortável assim o tempo inteiro?

— Obrigada pelas flores. Eram bem bonitas. — Pronto, ela fizera as pazes.

— Eram amarelas — comentou Clarke enquanto manobrava o carro para pegar a Third Street.

— Eram — concordou Lexa, devagar.

— São a cor do perdão.

— Está certo.

— Só achei que devesse saber. — Ela deu de ombros.

— Clarke, você não fez nada de errado.

Ela não respondeu. Apenas continuou a dirigir enquanto Lexa tentava não parecer uma cadela no cio ao sentir o cheiro que continuava a emanar dela.

Clarke estacionou em uma vaga perto de um pequeno restaurante e contornou o carro para ajudá-la a sair.

— Sei que parece um botequim, mas é muito bom. Juro.

O prédio de tijolos era velho, como a maioria dos edifícios do centro de Seattle. A porta do restaurante era vermelha, e, ao lado dela, pintado com tinta spray, o nome do restaurante: Fork. Hum. Ela deu de ombros e o seguiu porta adentro.

Havia algumas pessoas lá. As mesas eram de diferentes modelos, todas cobertas com toalhas quadriculadas, sobre as quais havia gigantescas taças de vinho. Hum, talvez gostasse do lugar, afinal. Clarke segurou sua mão, levou-a até uma mesa no canto e puxou a cadeira para que ela se sentasse.

— Você já pediu? — Lexa apontou para uma taça de vinho que estava sobre a mesa.

— Não. — Ela sorriu. — As mesas daqui são assim. O vinho está incluso. Pode beber à vontade, sempre. A primeira taça é sempre do vinho da casa, depois eles trazem o que for de sua preferência.

— Meu Deus. — Lexa lançou um olhar de cobiça para a taça de vinho. — Você me trouxe ao paraíso.

O sorriso que ela deu foi tão grande que Lexa engasgou antes de olhar para o cardápio. Era escrito à mão em um pequeno quadro-negro disposto ao lado dos talheres.

— Gostou? — perguntou Clarke.

— Amei. — Lexa a encarou e sorriu.


Notas Finais


Olá mores!! Desculpem a demora pra atualizar, mas espero que tenham gostado do capítulo.
Ps/ Não esqueçam de curtir e comentar. Bjinhossss


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