A noite estava silenciosa, o único som que se dava a ouvir naquela madrugada era dos ventos fortes e gélidos, nenhum sinal de vilões e muito menos de heróis em caminhadas, porém algo pequeno se destacou em maio daquela madrugada tão vasta.
Ouviam-se os gritos de uma mãe desesperada dentro de um carro de coloração prateada, no banco de três uma mulher prestes a dar a luz e na frente um marido preocupado, motivando sua mulher com as palavras.
- Aguenta! Falta pouco. – Ele dizia tentando acalmá-la.
As estrelas eram as únicas a presenciar aquele acontecimento, mas infelizmente só poderiam observar.
O carro ia em velocidade máxima porém quanto mais percorria aquela imensidão ficava a parecer que mais longe ficava, o marido desesperado com os gritos agoniantes de sua mulher não se conteve e optou por parar o carro ali mesmo e fazer o que devia naquele banco traseiro.
- Força! Mais um pouco de força, minha querida, você consegue! – O homem falava com a voz calma todavia os gritos de sua mulher passava por cima.
Nesse tempo agoniante, lhe veio a primeira esperança.
- Eu consigo ver! Mais força, está quase lá! – Ele exclamava, deixando escorregar lágrimas de um choro misto, por dor em ver sua amada naquela situação e em felicidade de ver finalmente o seu filho no qual já amara.
Depois de alguns minutos finalmente a criança estava pela sua primeira vez no mundo todavia não podia aproveitar daquilo agora, seus olhos estavam fechados e o bebê de cabelos pretos chorava junto de sua mãe que teria terminado de agoniar naquele carro.
As estrelas comemoram essa vitória
[~]
Naquela manhã no hospital, a criança abriu os olhos porém nada enxergava, seus olhos tinha uma coloração azul como os céus, tão claro quanto o oceano os médicos que cuidaram do caso se encantaram a ver tamanha beleza! Com certeza era uma criança abençoada.
A mãe com um sorriso largo de orelha a orelha, teria pegado seu filho no colo e percebeu que seus momentos de dores valeu a pena, a felicidade era tanta que não pôde deixar de derramar novamente lágrimas sinceras.
O pai olhava orgulhoso para aquele ser tão pequeno em meio a um universo tão vasto e então faz uma pergunta que preenchia aquele quarto.
- E o nome dele? – Ele perguntava sorridente, deixando sua mulher pensativa.
- Pode ser o qual estávamos a pensar... – Ela fala lembrando de uma de suas opções.
- Yuhura? – O pai pergunta, sorridente.
- Sim... Yuhura!
Alguns anos depois do acontecimento...
- Meus poderes?! - Ele perguntava empolgado.
O amigo de cachos louros sorriu divertidamente para a criança a sua frente.
- Sim, todos nós temos poderes. – Ele responde. –Provavelmente você também tenha um.
- Algo como poder voar? – Ele questiona, com seus olhos azuis fixados ao céus, com as duas mãos para cima como se estivesse voando. – Minha mãe me mostrou um que conseguia, ele tinha um uniforme preto e era extremamente musculoso – Ele lembrava sorridente.
Yuhura agora estava falando com seu amigo no jardim da sua escola, todos o perguntavam o mesmo, maioria dos seus colegas já tinha seus poderes desenvolvidos, a criança de olhos azulados não pensava na possibilidade de não ter os seus porém com seus oito anos já devia ter aparecido algum sinal.
O sino da escola toca, anunciando o fim do intervalo.
- Vem, temos que voltar pra sala. – A criança loura puxava a mão de Yu entrando naquele corredor movimentado.
Os sons variados naquele corredor incomodava o menor, porém apenas confiava no seu amigo para guia-lo até sua sala, as crianças mesmo que sejam pequenas acabavam por limitar a visão do azulado.
Em meio a tudo aquilo, alguém coloca o pé a sua frente e por conta disto Yuhura cai em cheio no chão, soltando um gemido de dor, todos ao redor prestam atenção naquilo. Os olhares eram fuzilantes para as crianças.
- Sai da minha frente, inútil! – Uma criança de pele branca e olhos vermelhos exclamava, passando por cima do mesmo.
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