História The Chosen Ones - They are coming

Enquanto ainda esperavam, Yoongi brincava com seus dedos olhando pra baixo e Jimin apoiado em seus joelhos, mexia nas suas bochechas com as mãos. 

Eram 15:00 quando um homem alto de cabelos castanhos apareceu a sua frente se despedindo de uma paciente.

Yoongi e Jimin se levantaram imediatamente e o homem ali parado, colocou as mãos nos bolsos e sorriu enquanto dizia:
_Desculpe o atraso, aquela paciente tinha muito o que conversar comigo.

Jimin um pouco sem graça disse também sorrindo:
_N-Não tudo bem...

Yoongi olhou disfarçadamente pro lado e deu um sorriso discreto ao ver a expressão envergonhada de Jimin.

O doutor disse indo em direção a sua sala:
_Me acompanhem por favor.

Os 3 foram até uma sala, da qual havia uma mesa, onde ficava alguns papéis e computador, a clássica mesa de médico. 
Nela também haviam 2 poltronas, que foram onde Yoongi e Jimin se acomodaram, e tinha também a cadeira do doutor.

Yoongi disse franzindo as sobrancelhas um pouco intrigado:
_Tenho a impressão de que já te vi em algum lugar.

O doutor sorriu e respondeu:
_Deve tratar melhor da sua memória... Eu fui o homem que te deu carona, quando estava perdido 6:00 na rua.

Yoongi arregalou os olhos, e pôde sentir sua coluna gelar.

Jimin olhou pro doutor e pra Yoongi e perguntou inocentemente:
_Taehyung disse que queria se apresentar... Qual seu nome?

O doutor sorriu e logo respondeu:

_Kim Seokjin.

_-~-_

A sala da diretora estava cheia de funcionários, uns estavam de pé, outros sentados.

Uma enfermeira perguntou com um semblante duvidoso:
_Diretora... A senhora queria falar com a gente... Por que chamou todos nós aqui?

A diretora se ajeitou na cadeira e respondeu:
_Bom... Vou precisar fazer uma transferência dos pacientes, obviamente de vocês também... Meu maior medo se concretizou e minha filha está vindo atrás de mim. Já marquei um horário para a mudança dos pacientes, já liguei para as famílias e agora está tudo certo, continuarão na cidade porém uns 2 bairros de diferença, espero que não se incomodem.

Um médico perguntou:
_Mas não terá problema deixá-la sozinha? Sua filha é realmente perigosa.

_Não... Já contactei um homem que será responsável pelo novo hospital, caso eu não saia viva, certifiquem-se de levar todos os pacientes.

_-~-_

_Vou começar a explicar umas coisas, espero que acreditem em destino, porque coincidência não seria nem apelido pra essa situação. Bom... Eu conheço a família de Taehyung por causa de Handong, quando ela foi pra família adotiva, passou por umas consultas comigo, quando eu estava passando um tempo aqui em Seoul a um tempo atrás. Com isso acabei ficando bem próximo da família de Tae, só que tive que voltar pra Busan, e só tive a oportunidade de vir pra cá mês passado. Eu e os pais dele até saímos umas vezes. Taehyung me explicou a situação de vocês, de que não sabiam do que estavam fazendo durante a noite, eu fiquei bem surpreso... Ele me contou também do que Handong fez com ele, com Namjoon, disse que ameaçou Yoongi, mas que por sorte não citou muitas vezes o nome de Jimin, enfim, ele me contou absolutamente tudo o que sabia. Olha, não tem muito do que conversar hoje, eu sei Yoongi da sua perda, sei Jimin da sua preocupação com sua família, especialmente com sua mãe, e pra felicidade de vocês... Eu tenho a resposta.

Yoongi e Jimin se ajeitaram nas poltronas e se inclinaram um pouco pra frente pra que o doutor continuasse falando, e ele continuou:
_Essa noite, por favor, coloquem câmeras escondidas gravando vocês, certifiquem-se de dormirem na cama, de bruço de preferência, e NÃO deixem a câmera aparente. Amanhã,  voltem aqui, Jimin ás 13:00 e Yoongi 15:00 e peço pra não irem pra escola depois de verem o vídeo... Será melhor pra vocês.

Yoongi virou um pouco a cabeça e perguntou:
_Mas... O senhor sabe do que tá acontecendo?

Jimin passou por cima da resposta do doutor e disse:
_Se souber por favor nos conte!

O doutor sorriu e logo disse:
_Descubram por si mesmos... Vejo vocês amanhã, foi bom conhecê-los .

Após isso, Jimin e Yoongi saíram separadamente do consultório, procuraram por câmeras em suas casas e encontraram cartões de memórias vazios, já estavam preparando-se...

Pra descobrir a verdade.

_-~-_

Eram 18:00, pacientes e médicos saiam do hospital, porém ele não contavam com uma coisa...

Handong.

Handong estava tomando banho quando a médica que estava responsável por ela foi chamada pra sair.
Ela apenas disse pra Handong terminar o banho e sair, senão haveriam consequências.

Mas era Handong.

Handong estava devastada por causa de Jungkook, por causa do que ele fez com ela, por causa da solitária... Por causa de tudo.

Handong colocou uma camisola branca um pouco manchada e saiu descalça e com os cabelos molhados, foi até o telhado ver se Jungkook permanecia ali, porém ele não estava, ele havia voltado pro Seoul com Hoseok, que sabia que tudo estava acabando, e que tinham que estar lá.

Ela se sentou no chão do telhado com “pernas de chinês” e então olhou pro céu.

Seu cabelo ainda escorria um pouco, por estar molhado, escorria pelo seu rosto, costas... Sentia cada gota escorrendo pela sua pele.

Enquanto olhava pro céu disse:
_Eles... Não vieram... Meus pais... Taehyung... Nem mesmo meus colegas da escola. Será que já se esqueceram de mim? Será que é tão errado amar? Eu apenas o amava e faria de tudo pra tê-lo... Eu cuidava de Taehyung e ele me retribui assim.

Handong começou a tremer e olhou pra frente, e com aquele olhar qualquer um  poderia se sentir culpado por todos os seus pecados. Era um olhar perturbador. 

A garota que andava de rosa, com roupas lindas, não muito caras, porém na moda, estava dessa vez, com uma camisola suja, sem calçado, com os pulsos cortados e com o cabelo completamente destruído.

Aquela era mesmo Handong? Aquele olhar... Não parecia Handong.

Nem mesmo quando era abusada por garotos e homens no orfanato, nem mesmo quando foi abandonada, ela nunca teve esse olhar.

Por mais que a Lua ainda brilhasse no céu, suas pupilas eram apenas escuridão... 

Algo tão infinito como a escuridão.

Ela se levantou ainda com aquele olhar e disse ainda tremendo:
_Eu... Fui abandonada de novo.

Múrmuros podiam ser escutados na rua, então, Handong foi até o parapeito do telhado com medo para não encostar na pequena cerca elétrica que havia ali, e então viu médicos e pacientes entrando em 2 ônibus.

Ela franziu as sobrancelhas mas logo depois sorriu vitoriosa e disse pra si mesma:
_A diretora não está ali.

Saiu correndo em direção a sala da diretora, seguindo as pequenas placas espalhadas pelo hospital.

Chegou na porta da sala e colocou o ouvido na mesma para que tentasse escutar algum barulho, e assim foi, escutou uns barulhos de papel e prendeu uma gargalhada infantilmente.

Handong de provocação, bateu na porta da diretora que perguntou:
_Quem é?

E então, Handong abriu a porta e colocou apenas seus olhos a vista e sorriu perguntando:
_Parece que estamos sozinhas não é mesmo?

A diretora que estava sentada, acabou por se levantar rapidamente e arregalar os olhos perguntando quase como um grito:
_HANDONG?! P-Por que não foi com os outros?!

Handong se sentou na cadeira em frente à mesa da diretora e pegou um pequeno boneco de neve, o observando e colocando os pés sobre a mesa respondeu:
_Esqueceram de mim... Engraçado que sou a única que cumpre pena aqui... Deviam me dar mais atenção. Mas tudo bem né? Podemos ficar juntas querida diretora.

_Você não pode ficar aqui.

Handong colocou o boneco sobre a mesa de novo e pegou a pequena placa da qual havia o “título” da diretora e então disse olhando pro mesmo:
_ Se não tivesse feito o que fez na noite passada, eu iria embora, mas como sou teimosa vou ficar aqui mesmo.

Handong se levantou rápido e saiu correndo em direção a porta, a abriu e gargalhando disse:
_Pique-Esconde diretora!

Ela saiu correndo pelos corredores, fazendo com que a diretora voltasse a se sentar e dizer:
_Está cavando a própria cova...  Voltando a minha carta... “Espero que autoridades leiam isso, se lerem, é porque as Red Velvet conseguiram, e eu já não tenho mais vida. Por favor tomem providências. Assinado... A grande causadora disso tudo.”