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História The Clash 2 - The Distance, The Overcoming and The Change - Para Todo Fim Um Recomeço


Escrita por: TakaishiTakeru

Notas do Autor


Capitulo ficou bem grandinho O.o ... Mas enfim...

Não sei se conseguirei postar mais algum capitulo antes do ano novo, mas caso eu consiga, assim o farei. Se não... Desejo a todos um feliz ano novo!

Narração do Max

Capítulo 16 - Para Todo Fim Um Recomeço


Aquela situação toda no restaurante estava me tirando do sério. — Sentar na mesma mesa que o Jeff já me deixa incomodado, agora me colocar para sentar junto de sua namorada é pedir para ser odiada. — E o pior de tudo foi o aparecimento repentino do Zac. O que ele faz aqui afinal? — Mas foi nítido o desconforto do Jeff, então... Ele ainda gosta de mim não é?

 

— Você está me ouvindo? — Zac me cutuca.

 

   Estamos caminhando em direção à praia. — Nunca percebi o quão desconfortável é caminhar junto do Zac, pois dele posso esperar qualquer coisa.

 

— O que está fazendo desse lado da Califórnia? — pergunto confuso.

— Ninguém merece ficar trancado naquele lugar. — ele reclama. — Estávamos em uma festa, mas estava entediante, então íamos pegar algo para comer e voltar.

 

   Tiramos nossos sapatos assim chegamos à areia. — Caminhar na praia sob o luar sempre foi o meu sonho, mas sempre imaginei fazer isso com Jeff. — Nossa... Estou realmente pra baixo agora.

 

— E como estão as coisas? — ele pergunta. — Seu pai...

— Está tudo como sempre esteve. — respondo. — Tirando o fato de que agora tem algum psicopata querendo me matar.

— O que? — ele pergunta assustado.

 

   Sento-me na areia e ele se senta do meu lado. — Não é de proposito, não é como se eu quisesse contar a ele, mas Zac tem algo nele que me faz querer desabafar, pois eu sei que ele realmente estará me ouvindo.

 

— Assim que eu voltei para Ohio comecei a receber ameaças. — revelo. — Mas não só eu, meus amigos também, todos que tiveram envolvidos no meu sequestro para ser mais exato.

— Max você precisa avisar a policia. — ele diz assustado.

— Se fosse simples assim. — digo vagamente. — Mas... Eu vim para esse lugar para esquecer um pouco toda aquela loucura, então vamos falar de outra coisa.

 

   Ficamos um tempo em silencio apenas admirando as estrelas.

 

— Então o Jeff é hetero! — ele exclama tão alto que me assusto.

— O que?

— Ele tem uma namorada, ele é hetero. — Zac conclui.

— É difícil explicar. — digo desconfortável.

— Quando o vi sentado na mesa junto a ele pensei: Caramba, agora perdi minhas chances mesmo, o antigo namorado dele é um modelo super bonito. — ele diz me deixando sem graça.

— Não comece com isso, por favor. — peço sem jeito.

— Não acha que é o destino tentando nos juntar? — Zac insiste. — Fala sério, primeiro somos colegas de quarto, ai você vai embora e eu acho que nunca mais vou te ver, e agora você está aqui... Novamente na minha frente.

— Sim, mas daqui alguns dias eu vou embora de novo, e vai tudo ser como antes. — digo.

— Nada é como antes, nada acontece duas vezes da mesma maneira. — ele diz.

— Por favor. — insisto levantando. — Eu não quero fazer isso, não com você... Com ninguém.

— O que há de errado comigo afinal? — ele pergunta também se levantando. — Eu sou feio por acaso? Tenho algum defeito nojento que te faz querer ficar longe de mim?

— Obvio que não. — digo me virando para ele. — É só que... Droga, eu não posso.

 

   Sim, eu não posso fazer isso. Eu prometi a mim mesmo me trancar novamente nessa bolha que me isola do amor, eu experimentei essa sensação de amar uma vez, e meu coração foi esmagado, eu não posso passar por isso novamente.

   Começo a andar e de repente sua mão pesada agarra minha mão, quando dou por mim estamos frente a frente, e ele me segurando pelos ombros.

 

— Só me diz o...

— Você me lembra desesperadamente o Jeff! — grito em lagrimas.

 

   Zac não faz e fala absolutamente nada, seus olhos estão fixados aos meus, o vento bagunça seus cabelos. — Eu não devia ter dito isso, ficamos um tempo sem nos vermos e quando nos reencontramos praticamente o expulso da minha vida.

 

— Desculpa. — peço ainda em lagrimas. — Mas a culpa é sua por me provocar.

 

   Suas mãos soltam meus ombro, e então ele começar a enxugar minhas lagrimas.

 

— Idiota. — sussurro. — Pare com isso, alguém pode nos ver.

— Não me importo. — ele diz seriamente.

— A questão não é essa...

— Eu não me importo. — ele insiste.

 

   Eu já havia percebido seu lado melancólico, mas sempre acreditei que tudo aquilo que ele fazia no colégio interno era pura encenação levado pelos hormônios, mas...

 

— Me odeie por isso. — ele pede.

 

   Repentinamente, seus lábios vêm de encontro aos meus, suas mãos se encontraram em minhas costas e me trazem para junto a seu corpo. — Meu coração está batendo tão forte. — Minhas pernas ficam bambas e acabo caindo de joelhos na areia, o que não foi o suficiente para pará-lo. — Seus lábios novamente me encontraram e seus beijos ardentes retornaram. — É completamente diferente de tudo que eu imaginei que seria... Eu acreditei que quando o beijasse sentiria o Jeff perto de mim, mas a sensação é completamente diferente, é algo novo. — Com o Jeff eu sentia calor, mas com o Zac eu sinto... Paz.

   Ele então afasta o rosto do meu, e fica me encarando por alguns segundos. — Estou muito envergonhado, não consigo olhar em seus olhos.

 

— Foi tão ruim assim? — ele pergunta realmente assustado.

— Não. — então sorrio. — Foi... Inesperado? Confuso, eu não sei direito o que dizer...

 

   Zac então me beija novamente. — Com ele eu consigo sentir toda aquela liberdade que eu reprimia quando estava junto ao Jeff. — Cara... Estamos nos beijando no meio da praia, qualquer um pode nos ver se aparecer por aqui.

 

— E o que acontece agora? — pergunto em sussurros.

— Relaxa. — ele sorri enquanto se senta do meu lado. — Eu apenas te beijei não te engravidei.

— Como se pudesse. — digo o fazendo rir. — Mas é sério... Eu vou voltar para Ohio e você vai continuar aqui, talvez seja melhor assim.

— Sério mesmo que Maximilian Miller, o todo certinho e cheio de regras está cogitando a hipótese de apenas ficar comigo enquanto duram suas curtas folgas?

— Não foi o que eu disse.

— Acabei de me sentir um gigolô. — ele brinca sorrindo.

 

   Não conversamos mais sobre isso, até porque não há nada a ser conversado. — Daqui a alguns dias eu volto para casa, e amanhã ele já estará de volta ao colégio interno. — Talvez Zac e eu não tenhamos sido destinados um ao outro, talvez nossa relação seja meramente... Como eu posso dizer? Como uma amizade colorida.

 

(...)

 

   Zac fez questão de me deixar no hotel. — De acordo com ele foi só um jeito de descobrir onde eu estava hospedado. — Quer saber... Eu não me arrependo de ter sido beijado e ter retribuído o beijo de Zac, na verdade... Até demorei demais para aceitar isso.

 

   Chego ao corredor do meu quarto, e vejo Jeff parado em frente à porta.

 

— Isso são horas? — ele pergunta com um olhar furioso.

— O que está fazendo aqui? — pergunto o fazendo sair da frente da porta.

 

   Abro a porta e assim que entro ele acaba por entrar junto comigo.

 

— O que acha que está fazendo? — pergunto assustado.

— Não se preocupe. — ele diz. — Jasper está com a Sarah, e o Robert ainda está no restaurante.

— Não é isso que estou falando Jeff. — reclamo. — O que acha que esta fazendo aqui dentro?

— Por que está todo sujo de areia? — ele enfim pergunta.

 

   Só então noto que nem me limpei.

 

— Isso não é da sua conta. — digo indo até a porta.

— Não! — ele me impede de passar por ele. — Você estava com aquele garoto não é? Com aquele tal de Zac... O perfeito do Zac.

— E se eu estava? Qual o problema? — pergunto gritando.

 

   Ele então me empurra me fazendo cair no sofá.

 

— Você está louco! — grito. — Jeff sai daqui.

— Não. — ele se coloca sobre mim, deitado no sofá. — Não...

 

   Suas lagrimas caem em meu rosto. — Ele... Por que ele está chorando?

 

— Por que está fazendo isso comigo? — ele pergunta. — Já não acha que eu sofri o bastante? Ficar longe de você, te ver sorrir e se divertir com outras pessoas além de mim... — suas lágrimas continuam a cair. — Eu ainda não paguei o suficiente por ter te feito sofrer no ano passado?

 

   Não, não, não! Por que ele faz isso? Por que o Jeff sempre tem que surgir nos momentos em que eu estou feliz e me jogar uma bomba que faz toda aquela felicidade desaparecer? — Eu simplesmente não sei o que pensar minutos atrás eu estava com o Zac, agora estou aqui, com o Jeff sobre mim dizendo coisas que me deixam confuso.

 

— Para de ficar desviando o olhar de mim! — ele grita. — Me olha, por favor.

— Jeff... Isso não está certo. — digo.

— Claro que não está. — ele concorda. — Não está porque ambos estamos em lugares errados, com pessoas erradas. Droga Miller, admita você me ama você nunca deixou de me amar, e você sabe o quanto eu te amo.

— Eu não sei de nada. — digo em sussurros.

 

   Ele se levanta e fica de costas para mim. — Sinto uma vontade absurda de correr até ele e abraça-lo, mas isso está errado. — Depois de tudo o que ele fez comigo, depois de todo aquele sofrimento simplesmente dizer a ele que eu o amo está errado.

 

— Desculpa por te atacar dessa maneira. — ele pede tão baixo que quase não ouvi direito. — E espero que as coisas com o tal Zac deem certo.

— Eu não estou com o Zac. — revelo. — Nós nos beijamos, mas foi só isso, e nunca passara disso por que...

 

   É impossível, não tem como eu não dizer.

 

— Porque não é ele que eu amo. — digo o fazendo virar para mim. — Não foi por ele que me apaixonei desde a primeira vez que o vi.

 

   Maldito seja maldito seja tudo que representa... Eu simplesmente não consigo resistir ao fato de você estar no mesmo ambiente que eu revelando seu amor por mim. — Corro até ele, o puxo pela camisa e o beijo. — Sim, definitivamente os beijos foram completamente diferentes, e posso afirmar com a mais absoluta certeza, quando eu beijo o Jeff não é como se só nossos lábios se tocassem, mas é como se nossas almas se entrelaçassem e dançassem em um infinito azul brilhante. — Fato, eu não vou esquecer o que ele fez comigo, talvez nunca esqueça e supere aquilo, mas eu simplesmente não posso ignorar meus sentimentos por ele, não posso fingir que não o amo. Não posso fingir que cada parte de mim anseia por um toque seu. — Eu posso estar cometendo o erro mais grave da minha vida me envolvendo com ele novamente, mas eu simplesmente não consigo ficar distante da minha felicidade, e a minha felicidade tem nome e sobrenome, a minha felicidade, o meu lugar feliz é onde Jeff Johnson está.

 

— Isso é completamente errado. — digo me sentando no sofá.

 

   Ele então se senta do meu lado com um sorriso bobo estampado no rosto.

 

— Errado é a gente continuar fingindo que não existe mais nada entre nós dois. — ele diz me deixando arrepiado. — Eu te amo Maximilian Miller, e eu amo tudo o que você representa.

— É claro que eu também te amo. — digo sem jeito. — Mas Jeff... O que vai acontecer agora? Você tem a Bella e tudo isso que esta acontecendo conosco.

— Eu termino com ela. — ele diz.

— Não faz isso agora. — digo o deixando surpreso. — Pensa, se a sua mãe realmente for quem achamos que ela é vai simplesmente acabar com a gente quando descobrir que a gente... Que a gente está junto novamente.

— Estamos juntos novamente? — ele pergunta sério.

— É que eu achei...

— Estou brincando. — ele me beija. — É obvio que estamos juntos, e dessa vez é pra valer. — ele sorri. — Mas eu ainda acho que tenho que terminar com a Bella, isso é maldade com ela, fingir e alimentar nela um sentimento que eu não tenho por ela.

— Faça como quiser. — digo.

— Achei que ficaria enciumado. — ele reclama. — Como da vez que estávamos saindo e você ainda estava namorando a Sarah.

— Nem todo mundo é como você Jeff. — digo o deixando frustrado. — Mas é sério, nós precisamos ter cuidado, mais cuidado do que tínhamos ano passo, ninguém, ninguém mesmo pode saber sobre nós dois, nem sua irmã, nem a Lucy ou a Sarah, nem mesmo o Robert, até toda essa história de ameaça acabar, nós somos apenas o que estávamos sendo.

— Você se tornou uma terrível pessoa nesse meio tempo, sabia? — ele brinca. — Mas você tem razão, até concluirmos isso não vamos poder ficar juntos publi... — Jeff hesita terminar.

— Publicamente?

 

   Publicamente? Ele realmente seria capaz de sair do armário... Por mim?

 

— Agora que você resolveu me dar essa segunda chance, eu te prometo nada vai ser como antes. — ele diz com um sorriso tão fofo que sou forçado a sorrir para ele.

 

   Ficamos juntos por mais alguns minutos, até eu receber uma mensagem do Jasper dizendo que a porta estava trancada. Jeff se escondeu quando ele entrou, e logo em seguida saiu.

 

   Eu posso estar fazendo tudo errado, me arriscando e me empurrando de volta para aquele buraco escuro no qual fui jogado ano passado, mas eu simplesmente não consigo evitar amá-lo.

 

(...)

 

   As horas foram passando tão depressa que nem me lembro de ter ido dormir. A quarta-feira passou um tanto devagar demais, já que Lucy, Jeff e a amiga deles, Thammy, foram fotografar para a campanha.

 

   Hoje, quinta-feira, dia vinte e seis de março de dois mil e quinze, espero que as coisas sejam melhores, afinal nosso tempo livre está acabando.

   Estamos todos no salão do café da manhã, Jéssica conseguiu uma mesa onde todos nós possamos pelo menos tomar café juntos.

 

— Onde está Jéssica? — Robert pergunta.

— Minha mãe foi buscar algo no quarto. — Jenny responde.

 

   Jeff está sentado no outro lado da mesa com Bella ao seu lado. — Lembra quando ele falou algo sobre sentir ciúmes? Pois bem, acho que é o que estou sentindo agora.

 

— O que a gente vai fazer hoje? — Thammy pergunta para a surpresa de todos.

 

   Não é que seja uma surpresa ouvir sua voz, mas... Sei lá, desde que chegamos aqui ela quase nunca fala nada, parece um fantasma com esses cabelos enormes vagando por ai.

 

— O que você gostaria de fazer? — Robert pergunta.

— O Robert falando bonito? — Patrick sussurra em meu ouvido.

— Ainda não fomos ao parque no píer. — ela diz. — Achei que seria divertido.

— Achei que seria divertido. — Lucy repete em deboche.

— Eu acho super romântico. — Louise concorda sorrindo. — Afinal eu fui praticamente dispensada no festival de primavera, então dessa vez você não me escapa Liam.

— Vocês dois são tão melosos que me dá vontade de vomitar. — Jeff reclama.

— E você Patrick? — pergunto.

— Eu o que? — ele pergunta debochado. — Agora estou incluso quando falam “a gente”?

— Ele só está sendo educado. — Jeff o repreende.

— Que seja. — Patrick bufa. — Provavelmente vou ficar trancado no quarto.

— Sério? — Jasper pergunta. — Você se deslocou de Ohio pra cá para ficar preso no quarto? Fala sério cara.

— Vamos para praia com a gente então. — peço.

— Eu não gosto de areia. — ele reclama.

— Você não gosta de nada também. — Robert reclama. — Mas você vai, todos nós vamos.

 

 

   Acabou que todos concordaram de ir à praia juntos. — E acredite tirar o Patrick daquele quarto foi trabalho terrível, ainda mais que me deixaram sozinho com essa tarefa. — Mas eu consegui. Ambos, ele e eu, estamos usando camisa branca, e eu estou usando uma bermuda azul escuro, e ele uma preta. Seu óculo de sol o faz parecer ainda mais turista.

 

— Doeu? — Sarah pergunta assim que chegamos ao ponto de encontro.

— Nunca tinha notado como o primo do Max é gatinho. — Louise diz para Bella.

— Vamos correr? — Patrick chama.

— Sério? — pergunto confuso.

— Você me arrastou para praia, agora faça algo que eu quero. — ele diz.

 

   Acabo concordando, deixamos nossas coisas com as meninas e fomos correr apenas usando nossas bermudas. No meio da corrida Lucy e Jeff se unem a nós dois.

 

— Corrida de grupo agora? — Patrick pergunta.

— Lucy e eu já estávamos correndo. — Jeff diz. — Estamos treinando para as olimpíadas da escola.

— Jeff ela não é do nosso time. — digo.

— Não se preocupe com isso. — ela diz sorrindo. — Tentem me acompanhar meninos.

 

   Lucy é realmente uma excelente corredora, seu único problema é que ela está correndo contra o Jeff, ou seja, ela não vai vencer. Até mesmo Patrick parece conseguir acompanhar os dois, e eu... Bom, eu resolvi parar de correr e só estou andando mesmo.

 

— Uma bela visão não acha? — Jéssica aparece de repente me assustando. — Olhando assim me faz lembrar quando cada um dos três entrou para a Gangue dos Trilhos.

— Você nem tenta negar não é Jéssica? — pergunto a desafiando. — Você de fato é a líder da Gangue dos Trilhos?

— Ainda restam duvidas?

— Acho que não. — respondo. — Acho que eu sempre soube só que nunca quis acreditar.

— Esse é o seu mau. — ela diz. — Você é inocente demais.

— Então me diga. — digo sem rodeios. — Por que está nos ameaçando?

 

   Jéssica me faz parar de andar e me encara assustada. — O olhar dela me causa arrepio, tinha me esquecido o quão parecido com o Jeff ela é.

 

— Como assim ameaçando? — ela pergunta confusa.

 

   Então me lembro do que Jenny me falou no festival de primavera, talvez, só talvez, aja uma possibilidade de Jéssica não estar envolvida nisso.

 

— Você não é G.T. — digo espantado.

 

   Uma coisa que aprendi a perceber do ano passado para cá, é quando as pessoas olham diretamente nos meus olhos e mentem para mim, e eu tenho certeza absoluta. — Jéssica não é a pessoa que está nos ameaçando.

 

— O que você sabe sobre a G.T? — ela pergunta me deixando intrigado.

— Como assim ”A G.T”? — pergunto. — Jéssica, eu sei que você me odeia, odeia minha família, mas seja lá quem for, está tentando me matar, matar o seu filho e aos meus amigos, então se você sabe de alguma coisa...

— Tudo o que eu posso dizer é que G.T não é a Gangue dos Trilhos. — ela afirma. — E outra, somente três pessoas sabem sobre a G.T, eu, Samantha a antiga ficante do líder da Gangue, e... — ela então direciona o olhar para a Lucy que está voltando junto com Patrick e Jeff. — Suzy Evans. — ela conclui.

— O que? — pergunto confuso.

— Tire suas próprias conclusões. — ela diz. — Mas acredite quando eu digo, se você uma vez temeu a mim, tem muito mais a temer agora que não sou eu a sua inimiga.

— Max! — Lucy grita.

 

   Jéssica toma certa distancia assim que Lucy, Patrick e Jeff chegam até mim.

 

— O que ela queria com você? — Jeff pergunta curioso.

 

   Eu estou completamente apavorado...

 

— Nós estamos acabados. — digo assustando-os.

 

   Se nem mesmo Jéssica sabe quem está fazendo isso conosco, e ela diz saber o que significa esse tal “G.T”, mas...

 

— Jéssica não é a pessoa que está fazendo isso conosco. — revelo.

— Impossível. — Patrick recusa a acreditar.

— É verdade! — grito. — E tem mais.

 

   Não importa mais o que eles ouçam o que quer que eu fale não fara relevância nenhuma. — Eu definitivamente nunca deveria ter voltado para Ohio, foi tudo minha culpa, meu egoísmo...

 

— G.T não significa Gangue dos Trilhos. — conto a eles. — G.T significa algo que somente três pessoas sabem o que é.

— E quem seriam essas pessoas? — Lucy pergunta.

— Não sei como, mas Jéssica disse que sua mãe é uma delas. — revelo a fazendo ficar atordoada.

— E as outras duas? — Patrick pergunta.

— A própria Jéssica e Samantha. — conto.

— Está explicado porque aqueles homens estavam procurando por ela então no dia do festival. — Patrick diz.

 

   O que nós faremos agora?

 

— Ainda não acabou. — Lucy diz tão friamente que me causa arrepios. — Se minha mãe sabe de alguma coisa, ela vai ter que me contar.

— Só que pra isso você vai ter que revelar a ela toda a história. — Jeff diz.

— Não importa. — Lucy diz ainda mais fria. — Minha mãe esconde algo grave, algo que está pondo minha vida, nossas vidas em risco, e eu tenho o direito de saber o que é.

— E você tem certeza que é isso que você quer? — pergunto. — Lucy o que você descobrir pode não ter volta.

— Ela não tem escolha Max, ela tem que fazer isso, ou todos nós vamos morrer sem nem saber o motivo. — Patrick diz me amedrontando.

— Não diga o que ela tem que fazer. — Jeff o repreende.

— Por mais que eu odeie admitir, Patrick tem razão. — ela fala. — Eu não tenho escolha, e pior que se não for eu a falar com ela... — ela hesita em terminar a frase.

— Qual o problema? — pergunto confuso.

— Você disse que três pessoas sabem sobre a G.T. — Jeff lembra. — Jéssica, Samantha e Suzy. — ele continua. — Eles já vieram atrás da Samantha, o que os impediria de ir atrás da mãe da Lucy que das três é o alvo mais fácil?

— Ótimo Jeff, agora você me deixou mais assustada ainda. — Lucy diz começando a andar na direção onde os outros estão.

— Para onde vai? — Patrick pergunta.

— Vamos para lá. — ela diz. — Está muito na cara que alguma coisa aconteceu, vamos continuar agindo naturalmente até voltarmos para Ohio.

— E quanto ao Robert, Sarah e Liam? — pergunto. — Temos que contar a eles.

— Acho melhor não falar nada agora. — Patrick diz. — Foi uma confusão quando achamos que a irmã do Robert fazia parte da Gangue dos Trilhos, precisamos ter certeza e saber antes o que a mãe da Lucy sabe antes de falar qualquer coisa.

— O estranho tem razão. — Jeff concorda. — Dessa vez nós precisamos fazer as coisas de um jeito certo.

 

   Eu entendo que causei uma grande confusão quando recebi os arquivos do computador de Patrick, mas parece que agora nenhum deles confia mais em mim da mesma forma.

   Lucy corre como se continuasse seu treinamento, e Patrick começa a correr junto a ela.

 

— Por que você ficou emburrado de repente? — Jeff pergunta andando ao meu lado.

 

   Eu sei que Jeff e eu combinamos de esperar tudo isso acabar para ficarmos juntos de verdade, mas isso está simplesmente acabando comigo. Ele esta aqui, andando do meu lado, é tão bom e ao mesmo tempo tão desconfortável que não sei direito como agir.

 

— Não é nada. — minto. — Eu só, eu só acho estranho como a Lucy reage a essas coisas. — digo a observando correr. — Desde que eu terminei com ela no ano passado, ela parece que se tornou outra pessoa.

— Talvez ela tenha se tornado aquilo que sempre foi. — ele diz. — Não tente se culpar por ela agir dessa forma, Lucy já passou por muitas coisas, é natural ela agir dessa forma.

— Você passou por essas coisas também. — digo parando e contemplando o mar. — Eu só queria ser como vocês três, ser mais forte e destemido.

— Não seja bobo. — ele diz me dando um tapa na cabeça. — Você ser desse jeito é o que o torna único, e se não fosse por seu jeito, nunca descobríramos nada sobre tudo isso, nossas fotos seriam mostradas para todo mundo naquele baile, nunca iriamos saber nada sobre a Samantha, ou Melissa, e agora sobre Suzy... Max você é importante do seu jeito, e não queira se culpar por tudo isso que está acontecendo conosco.

— Eu não me culpo. — digo em sussurros.

— Eu te conheço bem o suficiente para dizer que se culpa sim. — ele afirma. — Quer saber? Vamos nos juntar aos outros, vamos nadar, vamos nos divertir, vamos deixar de pensar nessas coisas por agora.

— Você tem razão.

— Claro que eu tenho. — ele abre aquele brilhante sorriso. — Somos jovens, somos adolescentes descobrindo a vida, não será um bando de doidos que nos fará parar de viver apenas para saciar o sadismo deles.

— Nossa. — digo sorrindo. — Você definitivamente ainda lê o dicionário que te dei.

— Tá vendo. — ele diz em sussurros no meu ouvido. — É o quanto você é importante pra mim. — e então sorri novamente. — Agora vem, tente me acompanhar Miller!

 

   Ele corre na direção onde os outros estão me fazendo correr atrás dele. — Talvez o Jeff tenha razão, talvez nós não devamos nos focar tanto nisso, mas tem algo que não sai da minha cabeça, algo que dessa vez eu vou guardar apenas para mim, talvez eu esteja errado, mas eu já notei que esse tal G.T nunca faz nada conosco, apenas quando estamos tentando descobrir algo sobre ele, ou quando acidentalmente descobrimos. — Então talvez, só talvez... G.T pode não está atrás, mas sim nos impedindo de chegar a certo lugar. Se minha teoria for valida, estamos deixando algo para trás, algo que aconteceu durante o ano passado que envolve a Lucy, o Jeff, Patrick, Robert, Sarah e eu, mas o que é? Seja lá o que for se agirmos normalmente, não sofreremos nada, mas e a Lucy? Indo atrás da verdade com a mãe não a colocará em perigo? — Chega Max, chega de pensar nisso. Jeff está certo, sou jovem, um adolescente buscando o sentido da vida, eu não tenho que passar ou pensar em situações como essas.

 

(...)

 

— Bola de canhão! — Robert grita se jogando na água.

 

   A praia está realmente cheia, mas mesmo assim Robert age como se estivéssemos apenas à gente aqui.

 

— Seu primo estranho se entocou novamente debaixo do guarda-sol das meninas. — Liam diz sorrindo.

 

  Liam, Robert e eu estamos na água. Sarah e Jasper também, mas os dois não se desgrudam em nenhum momento. Jeff está na areia com Jenny e Bella. — Bella. — Jéssica e Thammy parecem ter se dado bem, já que as duas conversam bastante. Meu primo está deitado, está usando o óculo de sol então vou dizer que ele está dormindo, já Lucy está em pé na beira dá água. — Esta pensativa demais, e às vezes eu acho que está olhando para o Robert, mas... Não.

 

— Aconteceu alguma coisa entre você e a Lucy? — Liam pergunta. — Ela não para de olhar para cá, e você está evitando ela desde que chegamos aqui.

— E o que teria acontecido? — ele pergunta corando o rosto.

— Caramba! — Liam grita me assustando. — Vocês dois transaram. — ele arrisca

 

   Robert se afunda no mar, mas Liam o trás de volta. — Okay... Isso é verdade?

 

— Vocês fizeram o que? — pergunto querendo rir.

— Que droga. — ele reclama e então nada se afastando de nós dois.

 

   Liam e eu também saímos da água e nos sentamos na beira do mar.

 

— Oi meninos. — Louise aparece e senta-se ao lado de Liam.

— Onde estava? — ele pergunta.

— Fui comprar algumas coisas. — ela diz sorrindo. — As meninas não gostam de mim, e eu prefiro não ficar perto delas também então eu fui sozinha.

— Credo. — resmungo.

— Não seja tão fria. — Liam a repreende.

— Tudo bem. — ela o beija. — Já contou ao Max a novidade?

— Que novidade? — pergunto curioso.

— Lembra-se da tal carta que recebi de Yale? — ele pergunta.

 

   A carta que praticamente o expulso de lá? Por minha culpa? Sim... Me lembro bem.

 

— Era falsa. — Louise o interrompe sorrindo.

— Falsa? — pergunto confuso.

 

   Como assim falsa?

 

— Yale entrou em contato comigo novamente. — ele diz. — Eu cheguei a perguntar sobre a carta, mas eles falaram que nunca haviam me enviado tal coisa.

— Então...

— A carta que ele recebeu foi um trote de despedida da equipe de natação. — Louise diz. — Um tanto idiota não é?

— Um trote? — pergunto.

— Sim. — ele confirma. — E a mente maligna por trás disso? Ela.

 

   Os dois sorriem e se beijam. — Espera um pouco, então o que aconteceu aquele dia? Por que eu recebi tal mensagem se nada havia acontecido com o Liam?

 

— Mas claro que eu não tive essa ideia. — Louise revela. — Uma menina em um bate papo online, eu acho que era menina né, ela que me deu essa ideia.

 

   Louise foi manipulada para fazer essa pegadinha com o Liam e me deixar assustado, assim como Melissa foi manipulada a fazer aquele vídeo e outra pessoa tentou trocá-lo. — Talvez seja a mesma pessoa.

 

— Você está bem? — Louise pergunta preocupada.

— Sim. — digo ainda atordoado. — Só estou feliz, ainda bem que era tudo uma brincadeira.

— Ei, pode pegar um pouco de água pra mim? — Liam pede a Louise.

 

   Ela faz que sim, e se levanta.

 

— Acho que estamos pensando a mesma coisa. — Liam diz. — A pessoa que disse para Louise fazer o trote comigo pode ter sido a mesma pessoa que deu a ideia para a irmã do Robert fazer aquele vídeo.

— Sim. — digo evitando olhar para o Jeff que parece estar tentando ler minha mente de onde está. — Mas desculpa, eu realmente não quero pensar nisso agora.

— Claro. — ele diz. — Eu vou ajudar Louise. — ele diz indo até ela.

 

   Certo Max pare de pensar nisso, pense em outras coisas... Algo como o beijo de ontem. — Tá mais qual beijo de ontem? — Por que de repente me lembrei do Zac?

 

— Max! — Sarah me chama. — Nós vamos voltar para o hotel, você vem?

— Estou indo. — digo levantando.

 

(...)

 

   Depois de um demorado banho, deito-me na cama. — Pelo menos até a hora do jantar. — A porta abre de repente e Robert entra apenas enrolado na toalha.

 

— Coloque uma roupa. — reclamo. — Ninguém é obrigado a te ver pelado.

— Não vai me atacar vai? — ele pergunta desconfiado.

— Claro que não. — respondo afundando o rosto no travesseiro.

 

   Robert coloca suas roupas e se senta em sua cama, que fica a esquerda da minha.

 

— Posso sentir sua respiração daqui. — digo levantando e me sentando em sua frente. — Qual o problema?

 

   Ele hesita em falar, mas depois do que “descobrimos” na praia, é obvio que ele esta pensando na Lucy.

 

— O que aconteceu exatamente entre você e a Lucy que te deixou desse jeito? — insisto na pergunta.

— Nós transamos tá legal? Lucy e eu fizemos sexo. — ele responde em sussurros que o deixa muito vermelho de vergonha.

— Isso eu já entendi. — digo com um sorriso bobo no rosto. — Mas... Vocês estão juntos ou algo assim?

— Não. — ele agora deita de bruços na cama. — Foi tão de repente, ela simplesmente apareceu na minha casa reclamando do Patrick dizendo que ele tinha atacado ela, e quando me dei conta estávamos nos beijando e um tocando o outro...

— Certo, certo, poupe-me dos detalhes. — o interrompo.

— A questão é que eu tive minha primeira vez com a garota que sempre gostei, e também sei que foi a primeira vez dela, mas... É como se para ela aquilo não tivesse significado nada. — ele diz agora com tom de voz triste, e volta a se sentar. — Eu não consigo olhar para ela agora e não lembrar o que tivemos, e o pior é que ela esta me tratando como um lixo desde aquele dia, pior do que ela sempre me tratou.

— Você e a Lucy conseguem ser mais complicados do que... — hesito em terminar, pois ia citar o Jeff e eu. — O negocio é, vocês se gostam isso é nítido.

— Sim. — ele concorda. — Ela não teria feito isso comigo se não gostasse de mim não é?

— Não se preocupe Robert. — digo levantando. — Tudo vai dar certo, e se vocês dois tiverem que ficar juntos, assim vai ser.

— Aonde vai? — ele pergunta.

— Aonde vamos. — corrijo. — Faz tempo que não fazemos alguma coisa juntos, achei que poderíamos andar um pouco por ai.

— Certo. — ele concorda sorrindo.

 

   Robert me ajudou a me vestir de uma forma não tão formal. Meus cabelos estão livres do gel, estou usando uma camisa preta simples com uma estampa bem californiana, e uma bermuda marrom, uso um tênis também preto. Já Robert está com sua inseparável toca um casaco de moletom cinza e uma calça jeans azul escuro, e sandália de dedo. — Como ele tem coragem de se vestir assim?

 

— Oi meninos. — Sarah nos aborda na recepção do hotel.

 

   Sarah e Jasper estavam sentados no sofá da recepção conversando, até que nos viram e vieram a nosso encontro. — Eu já disse o quanto incomodado fico vendo a Sarah e o Jasper, juntos? Quero dizer, não por sentir ciúmes, mas é esquisito você ver alguém com quem já teve intimidades com outra pessoa.

 

— Qual é a boa? — Jasper pergunta vindo até a gente.

 

   Nunca tinha me dado conta, mas Jasper é mais alto que eu. — Todo mundo é mais que eu, não que eu seja baixo, eles que devem ter tomado fermento na mamadeira quando eram crianças. — Seus cabelos castanhos estão arrepiados de uma forma que o faz parecer um daqueles, posso dizer... Como meu primo, que adora rock. — Até na forma que se veste, Jasper está usando uma jaqueta de couro preta, por baixo uma camisa branca, uma calça preta uma bota também preta com detalhes metálicos. — Nem dá para acreditar que ele é o mesmo Jasper que vejo todos os dias na escola com aquele uniforme do time de futebol americano.

 

— A gente só está indo dar uma volta. — Robert diz. — Querem vir?

— Desculpa. — Sarah diz. — Mas nós marcamos de sair com a Lucy e Thammy para ir ao shopping.

— Nós nada. — Jasper diz. — Você vai, eu não. Espera ai que eu vou com vocês. — eles se beijam e Jasper vem nos acompanhando.

 

(...)

 

   Bom... Definitivamente não fizemos nada demais, saímos para andar, e Robert cismou que no caminho do aeroporto para cá tinha visto uma casa shows muito bacana, então tentamos encontrar esse lugar, e meio que nos perdemos. Ficamos quase três horas andando por ai, e nenhum de nós sabia como voltar para o hotel, até que Jasper lembrou que estava com um cartão de lá. No caminho de volta Jasper viu uma enorme loja e praticamente nos obrigou a ir com ele até lá, onde comprou um urso de pelúcia enorme para Sarah. — Quando finalmente achei que iriamos embora Robert e Jasper, queriam beber alguma coisa, e como os dois tem identidades falsas, entramos em um bar karaokê, onde estamos até agora. — Agora imagina: Eu, o único sóbrio do lugar, tendo que tomar conta dos dois e vigiar um urso de pelúcia gigante.

 

— Isso é vergonhoso. — digo tapando os olhos do urso.

 

   Jasper e Robert estão no palco do karaokê cantando, ou tentando cantar “The final countdown”.

 

— Deseja mais alguma coisa? — a garçonete pergunta.

— Só uma água, por favor. — peço.

— Só uma água, por favor. — alguém debocha de mim.

 

   Olho para trás e vejo Zac em pé atrás de mim.

 

— O que está fazendo aqui? — pergunto. — Virou moda agora fugir todos os dias do colégio?

— Relaxa, para de se preocupar comigo. — ele diz sentando-se na cadeira em minha frente. —E seu amigo urso?

— É dele. — aponto para Jasper em cima do palco. — Na verdade é para a namorada dele.

— Então você é motorista da rodada. — ele brinca.

— Só que sem um carro. — sorrio.

 

   O que ele está fazendo aqui? Às vezes eu acho que Zac está me seguindo.

 

— Mas é sério. — insisto. — O que está fazendo aqui?

— Não estou te perseguindo se é isso que está pensando. — ele responde. — Na verdade eu estava voltando para escola quando vi esse lugar aberto e...

— Zac. — o interrompo. — Eu sei que está mentindo.

— Claro que eu estou mentindo. — ele diz. — Eu não consigo parar de pensar em você desde anteontem na praia. Eu tenho tido sonhos com você, sonhos tão embaraçosos que se antes você fugia de mim, agora teria vontade de me matar.

— Que horror. — digo. — Mas achei que tivéssemos concordado que tínhamos apenas ficado, e só isso.

— Sim. — ele diz. — Mas ai, eu te vi hoje no hotel, depois te vi na praia, e te vi junto com aquele tal de Jeff.

— Você realmente estava me perseguindo. — reclamo. — Zac você não pode fazer isso, é errado.

— É errado perseguir a pessoa que você ama?

— Sim. — afirmo. — Por favor, assim você só vai me causar problemas.

 

   Ele então olha para Jasper e Robert em cima do palco, e olha para mim.

 

— Eles não sabem, não é? — ele pergunta. — Ninguém sabe que você é gay.

— E vai continuar assim. — digo. — Pelo menos por enquanto.

— Nossa. — ele diz levantando. — Eu não esperava isso de você Max, de qualquer um sim, mas você sempre me pareceu tão forte e decidido.

— Eu sou decidido quanto a quem sou, e também não tenho vergonha de ser o que sou. — afirmo. — Você não pode cobrar isso de mim sem nem mesmo saber as coisas pela qual já passei.

— Certo. — ele caminha. — Eu tenho que voltar agora, mas não pense que eu desisti de você ainda, nós ainda vamos nos reencontrar. Tenha uma boa viagem de volta.

 

   Jasper volta para a mesa assim que Zac sai do bar.

 

— Algum problema? — ele pergunta se sentando. — Aquele malandro queria alguma coisa contigo?

— Não é nada. — minto. — É apenas um velho conhecido.

— Dá para você tirar o Robert lá de cima, eu quero ir embora logo. — ele diz abaixando a cabeça sobre os braços.

 

   Tirar o Robert do karaokê não foi uma tarefa fácil, mas como ele estava irritando a todos ali, não fui o único a tentar tirá-lo de lá.

 

   No geral até que foi uma noite agradável. — Tirando o fato é claro de o Zac ter simplesmente aparecido e dito aquelas coisas. — Foi muito legal ter uma noite só dos rapazes, claro que faltaram o Liam, Patrick e o Jeff, mas foi muito bom passar um tempo com o Robert, já que fazia bastante tempo que não passávamos algum tempo juntos, e finalmente pude conhecer melhor o Jasper. — Nós três somos colegas de quarto aqui, então para variar eu que tive que colocar os dois para dormir, mas acabou que o Jasper dormiu em cima do tapete da sala e Robert no sofá.

 

(...)

 

   E então amanhece. A manhã calorosa do dia vinte e sete de março, sexta-feira. Acordo cedo e vejo que os dois ainda estão dormindo. Saio do quarto e vou em direção ao salão do café da manhã.

 

— Bom dia. — Sarah e Thammy me abordam assim que saio do quarto.

— Bom dia meninas.

— Como foi ontem? — Sarah pergunta interessada.

— Está querendo saber se seu namorado não fez nenhuma besteira não é? — pergunto sorrindo. — Não se preocupe.

— E onde ele está?

— Desmaiado no quarto com o Robert. — digo.

— O que? — ela pergunta assustada.

— É brincadeira. — sorrio. — Eles exageraram um pouco ontem no karaokê, e não se preocupe eu filmei tudo é hilário. — digo. — Estou indo buscar café para os dois.

— A gente ajuda você. — Thammy diz.

 

   Sim, ainda não me acostumei com o fato da voz dela soar como a de uma criança.

 

— Tudo bem. — digo. — Vamos lá então.

 

   Pegamos o café e voltamos rapidamente. Sarah praticamente forçou Jasper a acordar, já que o sacudiu tanto e gritou que o rapaz foi forçado a levantar, já Robert foi acordado com mais calma pela Thammy. — Estou começando a achar que ela gostou dele.

 

— Sarah? — Jasper a chama confuso.

 

   Ela o olha com um olhar tão reprovador que logo ele direciona o olhar para mim.

 

— Não tente culpar o Max. — ela reclama. — Agora levante e vai tomar um banho gelado.

— Eu também vou. — Robert grita.

— Nem vem! Eu não vou tomar banho com ele. — Jasper protesta.

— Eu vou primeiro então. — Robert corre para o banheiro.

 

   Thammy e Sarah sentam-se no sofá, enquanto Jasper e eu ficamos sentados no tapete.

 

— Está tentando levar ele para o mau caminho? — Sarah pergunta brava.

— Desculpa-me... — digo, mas sou interrompido.

— Não se faça de surdo Jasper. — Sarah reclama. — Já conversamos sobre fazer essas coisas com o Max.

— Vocês e essas manias de conversarem sobre mim como se eu não estivesse aqui.

 

   Depois de uma quase que interminável discussão, os dois acabaram se beijando, e assim que Robert saiu do banho, Jasper foi para o banheiro.

 

— Eu vou esperar vocês no salão do café da manhã. — Sarah diz.

— Eu vou esperar o Jasper e o Robert. — falo levantando.

 

   Encaramos Thammy que parece estar tentando dar um nó com os próprios dedos.

 

— Eu vou esperar também. — ela diz em sussurros.

 

   Oi? Ela vai fazer o que?

 

— Tem certeza? — Sarah pergunta confusa.

— Sim. — ela insiste ainda tentando fazer algo com os dedos.

 

   Olho para Sarah como se estivesse tentando dizer: — Pelo amor de Deus não me deixe aqui com ela, ela realmente me assusta. — Sarah deixa o quarto, e Thammy e eu, ficamos sozinhos na sala.

 

— Certo! — ela de repente se levanta

— Ah! — grito assustado.

— Para com isso. — ela diz em sussurros. — Alguém pode te ouvir. — e então arruma seus enormes cabelos, que estão presos em maria-chiquinha. — Por que gritou?

 

   Okay! Quem é essa e o que ela fez com aquela Thammy meiga e quietinha?

 

— Não sei. — digo confuso. — Você me assustou.

— Você é estranho. — ela diz espiando na direção de onde o Robert está. — Você precisa me ajudar, eu já pedi ajuda a Lucy, mas ela simplesmente me ignorou. Eu não me dou bem com o Jeff já que ele me deu um fora no ano passado com aquela pose de macho alfo sedutor que ele tem...

 

   Mas em...? Ela gostava do Jeff.

 

— Você quer ajuda com o Jeff? — pergunto confuso.

— Não seja burro. — ela diz.

— Burro? — repito ofendido.

— Desculpa. — ela pede se sentando. — É que quando eu fico ansiosa eu falo as coisas sem pensar.

— Percebi.

— A questão é. — ela me chama para próximo dela. — O seu amigo Robert é uma gracinha.

 

   Sou obrigado a rir, o que não foi uma boa coisa, pois ela me olha com a cara mais maligna possível.

 

— Foi mal. — digo sem graça. — Mas eu não entendi, se você gosta do Robert porque não fala com ele?

— Como se as coisas fossem simples assim. — ela me ironiza.

— É simples assim. — digo.

— Não, não é. — ela insiste.

 

   Claro que é, olha o meu caso, eu gostei do Jeff e fiz tudo aquilo. Se bem que no inicio não foi muito legal, eu apanhei, depois apanhei de novo, depois fui humilhado, mas depois tive meu momento de gloria. — Claro que estamos falando do Robert aqui, então é obvio que ele jamais faria algo do tipo com ela.

 

— Max. — Robert aparece só de bermuda. — Ah! Desculpa não sabia que ainda estava aqui.

— Oh Deus! — ela grita ao vê-lo.

 

   Thammy me perdoe por fazer isso, mas não sei outra maneira de ajudar.

 

— Robert a Thammy gosta de você! — grito. — E Jasper, estou indo para o salão do café. — grito correndo para fora do quarto.

 

   Saio do quarto e assim que fecho a porta me deparo com Sarah.

 

— Você estava escutando atrás da porta? — pergunto.

— Claro que não. — ela tenta disfarçar.

 

   A maçaneta de repente começa a se mexer, Sarah a segura com força impedindo que a porta se abra.

 

— Rápido me ajuda aqui. — ela pede.

— Isso não é exagerado? — pergunto.

— Não. — ela diz. — Thammy é tímida e Robert um lerdo, precisamos dar um empurrãozinho se não nada vai acontecer.

 

   Seja lá quem for que estava tentando forçar a porta desistiu.

 

— Estou tão envergonhada. — ouvimos Thammy falando do outro lado.

— Quer conversar sobre isso? — o Robert pergunta. — Quer saber, eu também gostei muito de você.

 

   Sarah e eu sorrimos um para o outro e então saímos em direção ao salão do café da manhã.

 

— Bom dia. — Louise nos recepciona. — Por que os dois estão juntos? Sinto cheiro de recaída?

 

   Jeff está sentado entre Bella e Jenny, ele está me olhando de forma estranha, como se de alguma forma ele ainda sentisse ciúmes quando Sarah e eu estamos juntos.

 

— Apenas nos encontramos no corredor. — conto. — Sarah estava me ajudando, porque ontem Jasper, Robert e eu saímos e eles acabaram bebendo demais.

— Nossa. — Patrick interrompe. — Arrastar o primo para a praia em um dia de sol escaldante você quer, agora chamar para coisas legais nem pensar né? Valeu.

 

   Sarah e eu nos sentamos à mesa.

 

— Onde estão Lucy e Jéssica? — pergunto.

— Minha mãe foi pegar algo no quarto. — Jenny responde.

— Lucy tomou café mais cedo. — Jeff responde. — Ela tinha uma sessão mais cedo hoje.

— Com licença. — digo levantando.

— Aonde vai? — Patrick pergunta. — Acabou de chegar.

— Lembrei que eu fiz uma encomenda em uma loja aqui perto e eles disseram para buscar hoje bem cedo. — minto.

— Quer companhia? — Liam pergunta se oferendo.

— Não precisa. — digo. — É bem aqui do lado, logo eu estou de volta, ou nos encontramos mais tarde.

 

   Não sei o que está dando em mim, mas eu sinto que a Lucy está precisando de ajuda, e sinto que se eu não fizer nada agora ela poderá fazer alguma besteira. — Por sorte Lucy havia me dado alguns dos pontos da cidade aonde fotografaria, o problema, é que ela não estava em nenhum desses lugares. — Tentei ligar para ela, mas sempre cai na caixa de mensagens, e ela nunca retorna.

 

(...)

 

   Volto para o hotel, e já são quase 14h30min da tarde. Aparentemente não tem ninguém mais no hotel, exceto por Patrick que está dormindo. — Dirijo-me a piscina do hotel e finalmente a encontro. Ela está deitada em uma daquelas cadeiras de piscina, está com um biquíni rosa e um chapéu enorme, e um óculo escuro.

 

— Lucy. — a chamo cobrindo o sol em sua frente.

— Pode chegar um pouco para o lado, por favor. — ela pede assim que me vê.

 

   Pego uma cadeira e sento-me em seu lado.

 

— Você sabia que eu rodei quase que metade da cidade te procurando? — pergunto irritado.

— Por quê? — ela pergunta. — Eu estava aqui o tempo todo.

— Ao menos poderia ter atendido ao telefone. — digo.

— Deixei no quarto. — Lucy diz sentando. — Eu não queria ser incomodada.

— Por isso mentiu dizendo ter uma sessão de fotos?

— Que droga Max. — ela reclama tirando o óculo. — O que quer? Quer que eu diga que a noticia de ontem mexeu comigo? Obvio que mexeu, estamos falando da minha mãe. — ela reclama irritada. — Desculpa, mas eu definitivamente não quero falar sobre isso agora, eu sinto muito que você perdeu seu tempo me procurando, mas agora eu só preciso ficar sozinha!


Notas Finais


Então... Por enquanto é isso, farei o possivel para tentar postar mais um capitulo antes do ano novo, mas tenho certeza se vou conseguir! Enfim... Até mais!


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