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História The Code - Prólogo


Escrita por: onlyunicorns

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 1 - Prólogo


— Aqui está, dois dólares e setenta e cinco. — falei com um sorriso, entregando o dinheiro para o rapaz de olhos verdes do outro lado do balcão.

— Tenha um bom dia, Annie! — ele desejou expondo seu sorriso branco e perfeito, fazendo-me suspirar internamente. Ele era realmente um doce.

— Você também. — disse recuperando a compostura. — Até amanhã, Dylan!

Assim que escapei pelas portas da cafeteria – muito frequentada por mim –, respirei fundo absorvendo o ar fresco e revigorante da manhã ensolarada. Nova Iorque não é exatamente uma cidade cercada por arvores e flores, mas o ar semi poluído daqui é o bastante para mim que não sou completamente fã da natureza.

Como todas as manhãs, eu fazia meu caminho tranquilamente para o escritório de contabilidade ao qual eu trabalhava a exatos dois anos. Eu tinha a opção de trabalhar diretamente de casa, ou pegar o meu carro e dirigir por cinco minutos até o trabalho, porém, eu gostava de caminhar na companhia do meu copo de café fresco e ver as pessoas agitadas pelas ruas da cidade que nunca dorme.

Minha rotina era sempre a mesma: acordar uma hora mais cedo, passar no Cooffe Point – minha cafeteria favorita – e caminhar uns dez minutos até o escritório. Nada de empolgante, nada de extraordinário. Um emprego ligeiramente comum que garantia meu sustento, o pagamento da hipoteca da minha casa, combustível para o meu carro e alguma diversão de vez em quando. Tenho tudo o que uma garota pode querer aos 24 anos: independência.

Não tenho a vida mais agitada do mundo, mas é ótimo que eu não precise depender de ninguém para poder fazer o que eu quero a hora que eu quero. Posso fazer minhas próprias escolhas, tomar minhas próprias decisões e isso é algo que infla meu ego de orgulho próprio, afinal, meu irmão mais velho Travis, tem 26 anos e ainda mora com nossos pais alimentando seu sonho louco de um dia fazer sucesso com sua própria banda de rock. Diferente de mim, ele é um sonhador em busca de aventura, já eu, prefiro minha vida pacata, previsível, sem correr riscos. Não sou uma mulher de incertezas.

Parei diante da faixa de pedestres aguardando que o sinal ficasse favorável a mim, e foi quase que no mesmo instante que senti um corpo colidir contra meu braço. No milésimo de segundo que olhei para cima, vi um homem, que era uns bons 10cm mais alto do que eu, passar como um furacão me fazendo quase que derrubar meu café. Por instinto me virei para pedir desculpas, talvez eu não o tivesse visto e fosse culpa minha o esbarrão. Mas quando girei em meus calcanhares ele não estava em nenhum lugar no meu campo de visão. Como um fantasma, ele havia sumido.

Agitei minha cabeça em descrença. Talvez eu estivesse louca, ele apenas sumiu em meio as pessoas. Voltei a olhar para frente e vi que o sinal estava aberto para pedestres e me apressei a atravessar. No instante em que pus meus pés do outro lado da rua, meu telefone começou a tocar. Eu me preparei para pega-lo em minha bolsa mas percebi que o som vinha de outro lugar... Estava no bolso do meu sobretudo. Franzi o cenho confusa, eu não costumo deixar meu celular fora da minha bolsa. Um tanto receosa peguei o aparelho do bolso e o levei a orelha.

— Alô? — de repente senti uma mão prender um pano úmido contra o meu nariz e boca ao mesmo tempo. Me preparei para gritar mas no instante seguinte tudo ficou escuro. Eu apaguei.

 

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Abri os olhos com dificuldade, como se elefantes estivessem pulando nas minhas pálpebras. Minha cabeça doía um pouco, mas era apenas um leve incomodo. Estava me sentindo zonza e enjoada, mas acima de tudo, confusa. Pisquei duas vezes tentando me situar e fazer meus olhos se acostumarem a permanecerem abertos. Olhei envolta devagar tentando reconhecer o ambiente, mas meu cérebro definitivamente não tinha nenhuma memória daquele lugar.

Havia uma cama kingsize no centro do cômodo que pensei ser uma espécie de quarto, mas acho que caverna seria um termo mais adequado. O único traço de iluminação vinha de uma pequena fresta na parede oposta. O lugar tinha cheiro de azedo e mofo que não demorei a perceber que possivelmente eram por causa das inúmeras infiltrações nas paredes. Haviam manchas escuras no chão que não consegui identificar o que poderiam ser. Tudo naquele lugar parecia asqueroso e bizarro, mas definitivamente, a coisa mais estranha, foi perceber que eu estava amarrada a uma cadeira.

Amarrada? Por que eu estava amarrada? Angustiada, comecei a sentir como se faltasse ar no ambiente. Eu nunca tive asma, mas tinha certeza de que a sensação que estava sentindo era bem próxima. Era como se meus pulmões estivessem sendo esmagados, como se nem todo ar do mundo fosse o suficiente para me preencher. Comecei a me remexer tentando me soltar desesperadamente e um homem entrou na sala seguido de outros três brutamontes.

— Vai a algum lugar, princesa? — ele se aproximou me encarando com seus olhos negros frios. — Mas você acabou de chegar?

— Quem é você? — não me intimidei com seu tom ameaçador.

— Luke Thomas. — disse com um falso sorriso amistoso. Seus cabelos cor de cobre em um tom de verão lembravam-me vagamente Dylan. Mas ele não tinha o mesmo sorriso caloroso que me fazia sentir segura.

— Eu não quero saber o seu nome, quero saber porque me prendeu nessa cadeira! — exclamei sem conseguir esconder meu desespero.

— Você é sempre ansiosa assim? — zombou rodeando-me vagarosamente, fazendo os outros homens rirem.

— O que vocês querem de mim? — tentei soar firme, mas minha voz soou como um choramingo assustado. — Eu não tenho nenhuma fortuna que vocês possam roubar.

— Quero saber qual sua relação com Justin Bieber.

Franzi o cenho.

— Justin... quem?

— Bieber. — frisou com ódio na voz, e eu estremeci.

— Olha, eu não sei quem é essa pessoa e... — eu tentava me explicar quando ele colocou uma folha bem próxima ao meu rosto. Era uma foto. — É... — eu reconheci o homem. Foi como se um flash passasse rapidamente em minha mente. — Esse foi o cara que esbarrou em mim, mas eu nunca o vi antes.

— Esbarrou em você? — ele debochou amassando a foto com o punho.

— Mas é verdade, eu não o conheço e...

— Por que estava com o telefone dele? — me interrompeu cético.

— Telefone dele...? Mas eu... — parei de falar pensando na possibilidade dele ter colocado o telefone no meu bolso quando esbarrou em mim. — Eu não conheço esse rapaz. — falei por fim, mas ele não pareceu se convencer pois me encurralou contra a cadeira, quase encostando seu nariz ao meu.

— Ok, escute bem, Annie Preskott...

— Como sabe meu nome? — interrompi assustada.

— E eu sei muito mais sobre você do que imagina. — murmurou em tom de ameaça.

Engoli em seco.

— O que você quer de mim?

Ele se afastou, mas continuou me encarando.

— Quero que encontre Justin Bieber e pegue o meu pendrive de volta. — olhei-o confusa.

— Pen drive? Mas... Mas eu.. Como eu vou fazer isso? Eu nem sei onde ele está, ou por onde começar e...

— Você tem 48hrs pra encontra-lo. — cortou-me.

— Ou? — perguntei receosa. Ele arqueou uma sobrancelha.

— Você quer mesmo saber?

— Não. — confessei.

— Ótimo. Recupere meu pen drive e você ficará bem. — garantiu, mas não senti segurança em suas palavras. — E não tente me passar para trás.

— Como pode saber que vou fazer o que você quer? — desafiei por impulso, mas não queria realmente saber.

— Se você for esperta, não vai querer me testar. — avisou, desatando a corda a minha volta. — Lembre-se, 48hrs.

 

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Respirei fundo, firmando-me em minhas próprias pernas. Finalmente livre. Ou parcialmente livre. Eu vejo o carro que me trouxe até o centro da cidade arrancar com velocidade e tomar distancia rapidamente até sumir. Eu não fazia ideia de onde estava antes, porque eles fizeram questão de me vendar antes de me tirar do cativeiro.

Olhei envolta para garantir que ninguém estava me observando suspeitosamente. As pessoas que passavam me olhavam torto. Mas eu estava um tanto perturbada para me preocupar com isso no momento. Não fiquei nada feliz em ter que perseguir um estranho para recuperar algo que nem era meu, mas não queria pagar para ver o que o tal Luke faria comigo caso eu não obedecesse sua ordem.

Eu fiquei pelo menos uns cinco minutos parada no meio da calçada pensando se realmente deveria cumprir o desejo do meu sequestrador ou simplesmente ligar para a polícia. Entre uma coisa e outra, eu decidi tomar outro café. Precisava colocar minha cabeça no lugar antes de qualquer coisa e, os olhos verde esmeralda de Dylan pareciam uma visão reconfortante.

Eu me virei para fazer meu caminho até a cafeteria, mas fui impedida por uma mão agarrando meu braço. Quando ia protestar uma outra mão cobriu minha boca me impedindo de gritar. Senti um braço me envolver e me arrastar para trás. Tentei gritar e me desvencilhar mas a pessoa era, sem dúvida, bem mais forte que eu.

— Eu vou te soltar, mas você tem que me prometer que não vai gritar, entendeu? — uma voz masculina sussurrou ao meu ouvido fazendo-me arrepiar. Engoli em seco antes de assentir devagar. Como prometido, ele me soltou devagar me dando espaço para que eu me recuperasse. Receosa, eu me virei para encarar o dono da voz e me surpreendi quando encontrei um par de olhos castanhos mel familiares me encarando apreensivo.

— Você! — exclamei com certa revolta e instintivamente bati em seu peito. — Você esbarrou em mim hoje mais cedo e fez aqueles caras me perseguirem! O que você quer? Vai me sequestrar também?

— Shiu. — sussurrou quase que imperceptivelmente.

Shiu?

— Shiu.

— Não faz shiu pra mim! — olhei—o zangada.

— Eles estão olhando. — sussurrou sério.

Eles? Eles quem? — sussurrei de volta com um medo crescente em mim.

— Me desculpa por isso...

— Desculpar...? Pelo... — não consegui terminar minha frase, a última coisa que senti foi a mão de Justin pressionando meu pescoço antes de tudo escurecer.

 

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Acordei sentindo-me zonza e perdida pela segunda vez no dia. Tive vontade de chorar porque tudo o que eu queria era o conforto e segurança do meu escritório mas ao invés disso eu estava em... uma cama? Apoiei minhas mãos na maciez do lençol de algodão buscando impulso para me sentar. Olhei ao redor constatando que diferentemente de algumas horas antes, agora eu estava em um quarto de hotel. Não era luxuoso, mas definitivamente melhor do que a mini caverna mofada e úmida.

— Você acordou. — estremeci assustada antes de direcionar meu olhar para a porta que imaginei ser a entrada de um banheiro e encontrar Justin me olhando com um ar de tranquilidade. — Desculpe, não queria te assustar.

Estreitei os olhos desconfiada para o homem a minha frente. Porte atlético, cabelos cor de chocolate bagunçados e molhados, olhos cor de mel, lábios convidativos. Ele poderia ser facilmente confundido com um salva-vidas de praia privada.

— Quem é você? — não resisti ao impulso de perguntar.

Ele suspirou, sentando-se a beira da cama, afastado de mim.

— Acho que você faz uma leve ideia.

Era parcialmente verdade.

— Tem uns caras atrás de você e você está com uma coisa que eles querem. É tudo o que eu sei. — confessei.

— E meu nome é Justin. — ele sorriu esperto. — Aposto que mencionaram isso também.

— Bieber. — completei, e seu sorriso se alargou.

— Isso é tudo que precisa saber por enquanto. — falou levantando-se e eu olhei-o perdida.

— Como assim?

Ele olhou para os lados como se estivesse garantindo que ninguém pode nos ouvir.

— Eu removi os localizadores em você, mas eles podem estar por perto.

— Localizadores?

Ele apontou para meu pulso e só então percebi que estava enfaixado assim como meu tornozelo esquerdo. Quando voltei a olha-lo, Justin estava se enfiando em sua jaqueta.

— A gente precisa ir.

— Pra onde? — perguntei receosa.

— Pra longe daqui. — falou apreensivo. — Prometo que vou explicar tudo assim que estivermos seguros. — ele se aproximou, me olhando profundamente. — Confia em mim?

— E eu tenho escolha? — rebati. Ele não respondeu, apenas sorriu misteriosamente pra mim.

Algo me diz que posso me arrepender disso.


Notas Finais


° Críticas são sempre bem-vindas.
° Elogios são aceitos de bom grado.
° Sinta-se a vontade para deixar sua opinião.

Obrigada por ler ❤


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