História The Color Of Happiness Is Yellow - O pedido

Yoo Jeongyeon narrando:

Permaneci com os olhos fechados, me ajeitei melhor nos braços do Namjoon. Sentindo o mesmo afirmar em torno da minha cintura, colando ainda mais nossos corpos. Estava sendo a primeira vez dormindo juntos, nunca tinha passado uma noite em sua casa. Sempre arrumava desculpas ou motivos para escapar. Porém, não conseguia imaginar razões para ter recusado desta vez.

- Por favor, não se atreva a sair desta cama. - Quando tentei sair dos seus braços, Namjoon não afrouxou o aperto em minha cintura. - Apenas escute a minha proposta e pense na resposta com cuidado, ok?

- Ok, Sr. Kim. - Virei para o mesmo, encontrando ele com uma carinha fofa de sono e suas covinhas dando o ar da graça em seu rosto.

- Fiquei matutando uma ideia na cabeça e queria lhe contar. - Ele começou a acariciar as minhas costas, passando a mão delicadamente nas minhas curvas. - Que tal irmos trabalhar meio período e depois te levo para uma pequena viagem?

- Tá brincando né? - Perguntei achando graça e uma tremenda loucura aquela ideia. Namjoon parecia determinado e certo ao propor aquilo. - Esqueceremos o nosso trabalho e simplesmente viajaremos? - Ele concordou novamente e continuou suas carícias. - Você deve ter ficado maluco, acha que as coisas são simples assim? - Me movimentei procurando sair da cama, sabia que estava chegando a hora de trabalhar.

- Tá bem, não quero brigar contigo. - Enquanto procurava aonde tinha deixado minhas roupas, ele bufava irritado na cama. - Que tal combinarmos assim, - Ao encontrar as roupas, entrei no banheiro para trocar o pijama. - trabalhamos nesta manhã e lhe espero em frente a sua casa às 18h. - Como havia o empecilho da porta atrapalhando, sua voz estava baixa, mas ainda conseguia ouvir. - Posso te buscar às 18h ou não está com vontade de ir?

Não respondi de imediato, porque ainda estava com dúvidas. Sabia que o Namjoon desejava dar um passo adiante, entretanto, sentia que as coisas estavam fugindo do meu controle e evoluindo rápido demais. 

Há algumas semanas atrás, não conseguíamos permanecer minutos na presença do outro sem iniciar uma discussão. Sem contar que o Namjoon estava "noivo" e com um casamento sendo providenciado, as pessoas acreditaram naquele relacionamento falso. Se nos víssemos juntos, sabia que o julgamento seria severo e muitos achariam que estou seduzindo o chefe por benefício próprio. Apesar de ser forte e determinada, tenho que admitir estar nervosa em relação à nós.

- Jeongyeon!? - Ouço o mesmo batendo na porta, arrancando-me daquele universo paralelo que tinha me enfiado. - Está tudo bem?

- Estou bem, desculpa, é que ainda não acordei totalmente. - Ao abrir a porta, esbarrei com o mesmo. - Agora tenho que ir, liguei pedindo um táxi. - Disse apontando para o aparelho e montando para ele em seguida. - E sobre o assunto de antes, - Segurei na maçaneta da porta de saída do quarto, abrindo a mesma enquanto falava. - estarei lhe esperando às 18h e não irei tolerar atrasos Sr. Kim. - Ao vê-lo abrindo seu belo sorriso, saio do cômodo e vou para casa.

Peguei o táxi e fui embora, encontrando a minha mãe e irmã tomando café. E ao ver-me entrando de fininho, as duas começaram com as brincadeiras e insinuando coisas.

Decidida em escapar do interrogatório, peguei um prato e enchi com o café da manhã. Subindo rapidamente para o quarto, fechando a porta para garantir que as duas não viessem com perguntas. Tomei o meu café e coloquei a roupa do trabalho, fazendo a minha higiene antes de pegar o ônibus.

Chegando na empresa, agi profissionalmente e continuei o meu serviço organizando/verificando os assuntos do Sr. Kim. No últimos dias, houve uma crescente e a demanda ficou maior. A companhia estava ganhando status de grandiosa, se tornando uma das maiores da atualidade. Basicamente, o trabalho dobrou e estávamos sendo mais exigidos em nossos cargos.

Quando tinha terminado o expediente, peguei o primeiro ônibus para casa. Chegando lá, conversei e expliquei a proposta do Namjoon para a minha mãe. Ela sorriu contente com o que falei e imediatamente me empurrou para as escadas. Ficou repetindo para não perder tempo, afirmava que seria imperdivél e que gostaria demais.

- Respira, respira Jeongyeon. - Falava comigo mesma ao encarar a minha imagem no espelho. Estava vestida do meu jeito, nada chamativo apenas confortável. - Você estava tão confiante antes, como pode estar nervosa deste jeito? - Perguntava encarando a minha maquiagem e ajeitando os fios desorganizados do meu cabelo.

- FILHA!! - Escutei a minha mãe gritando do andar de baixo. - O advogado bonitão está te esperando. - Revirei os olhos com a sua fala, sorrindo em sequência ao recordar de como ela não gostava dele no início.

- Estou descendo. - Gritei de volta e olhei para o espelho uma última vez.

Respirei fundo, tomando coragem para terminar de descer os degraus e aceitar aquele passeio com o Namjoon. E ao descer a escada, encontrei com o mesmo brincando e conversando com o cachorro. Era uma imagem fofa e engraçada, um adulto estava falando com um animal como se estivesse tendo um diálogo entre eles. Não aguento presenciar e solto uma gargalhada, despertando e chamando a atenção do Namjoon.

- Se quiser, - Ajeitei a bolsa em meu braço, verificando se tudo estava guardado lá dentro. - pode substituir a minha presença por ele para o passeio. - Apontei para o cachorro, fazendo ele entender a minha piada e sorrir achando graça.

- Deixa de ser boba. - Falou e começou a acariciar os pêlos do meu cachorro. - Apesar da proposta ser interessante, - Senti uma provocação em suas palavras, sabendo que era a sua real intenção. - não poderia te trocar. Tenho certeza que esse amiguinho - Aproximou seu rosto com o do animal, dando muito carinho para o mesmo. - entende e nos libera para um passeio sem ele.

Depois de mais alguns minutos mimando o animal, Namjoon se despediu da minha família e saímos de casa. Ao entrar no carro, notei que não utilizava um motorista e diferente do normal, o veículo era modesto e simples. E ao reparar naquele detalhe, olhei para a sua vestimenta e gostei da visão que tive. Kim Namjoon estava trajando uma roupa sem grife e básica.

Ao reparar em minha observação, sorriu e fingiu não ter notado. Continuou com o foco na estrada, enquanto o único som dentro do carro era do rádio.

Durante o caminho, ficamos animados e começamos a cantar todas as músicas produzidas no rádio. Perdemos a noção do tempo, quando fui perceber estava anoitecendo e não tínhamos saído da estrada. Ao questionar se demorariamos, sorriu garantindo estar perto e que levaria mais alguns minutos.

Ao notar a diminuição da velocidade, olhei pela janela tentando descobrir aonde estávamos. Mas, como de costume, não reconhecia o lugar que estava mostrando. Fiquei encantada olhando a casa de veraneio, era linda como de um filme famoso de Hollywood. Era impressionante, o mar atrás da casa destacava e dava mais beleza ao cenário. Novamente fui surpreendida pelo Namjoon.

- Tenho tanta vontade de te bater. - Escuto a risada do mesmo vindo da parte de trás do carro, ele estava retirando algumas malas do bagageiro. - Desde quando começamos a sair, - Falei observando o quebrar das ondas nas pedras. - vem sempre me levando para lugares bonitos como este. Penso e tento encontrar uma maneira de retribuir. - Sinto seus braços contornando a minha cintura, arrepiando-me com a sua carícia. - Mas, não consigo imaginar uma coisa para te dar.

- Ouça-me com atenção, - Abraçou com mais firmeza, cheirando o meu cabelo em seguida. - a maior retribuição é estar dando uma chance pra mim.

- Parou de ser romântico, posso acabar ficando mal acostumada. - Virei em sua direção, cruzando os braços em torno do seu pescoço e depositando um beijo em seus lábios. - Então, - Separei dele e fui nos levando para a casa. - irá fazer as honras de me mostrar?

Ele aceitou e fomos correndo para a casa, conhecendo cada cômodo. Em toda parada, foi contando suas histórias e revelando como vivia ali. Era reconfortante saber que tinha algo positivo na sua infância/adolescência. Nem sempre foi tratado friamente ou duramente pelos familiares, existiu uma criança feliz nesta casa.

Por último, ele iria mostrar a parte de trás do imóvel. Era um cômodo construído com o intuito de apreciar a beleza da natureza, aonde as paredes feitas de vidro dava a belíssima visão do oceano. E para melhorar a situação, uma mesa dispondo uma variedade de comida e a decoração no estilo que gostava. Estava um clima romântico, aonde flores e luzes davam o charme e encanto ao jantar.

- Não conhecia este lado romântico do senhor. - Ele sorriu puxando-me para sentar na mesa e iniciarmos o jantar. - Costumava ser assim com as outras? - Não contive a minha curiosidade e perguntei.

- Irei te contar um segredo. - Sinalizou para aproximar, fingindo querer revelar algo. - Você é a primeira mulher a conhecer esse lugar. - Arregalei sutilmente os olhos com sua fala. - Ainda tem alguma dúvida sobre o meu sentimento? Jeongyeon, quando digo que nunca fui desse jeito com nenhuma mulher antes, acredite em mim. - Segurou minha mão por cima da mesa.

Demos início ao jantar, deixando a conversa de lado para apreciarmos os pratos preparados. Estava cada um mais delicioso que o outro. Nunca tinha experimentado algo tão refinado e com grife como essas comidas.

Quando estávamos perto do final, ele se retirou por breves segundos e retornou mexendo no bolso. Respirei nervosa e ansiosa sabendo o que viria, Namjoon não sabia disfarçar. Tentei focar no prato e terminar bem a minha refeição, ignorei a sua presença até finalizar a minha comida.

- Bem, vendo que terminou, - Coçou a garganta, visivelmente buscando coragem para continuar. - posso começar a falar. - Ele retirou do bolso uma caixinha, como tinha suspeitado. - Antes de qualquer coisa, peço para não interromper. - Concordei dando liberdade para prosseguir. - Como fiz questão de frisar desde o início, nunca havia sentido algo desta magnitude antes. A senhorita foi a primeira mulher a fazer-me querer tomar uma atitude. - Apoiei o rosto em minhas mãos, observando sua confissão. - Tive coragem e iniciativa de contradizer meus pais, lutei pela minha vontade. Graças ao furacão que a senhorita é. - Ambos gargalhamos com sua piada. - Voltando ao foco. Quero transformar esses passeios e encontros em algo sério, desejo estar num relacionamento contigo. - Ele abriu a caixinha, surpreendendo-me com o conteúdo.

- O que? O que é isso? - Perguntei reconhecendo o objeto.

- Tenho conhecimento do seu medo sobre o julgamento do pessoal da empresa e mídia ao descobrirem sobre nós. - Ele retirou uma pulseira havaiana, que tinha visto em nossa viagem em Bora Bora. - Não quero que sofra. Sei que será menos chamativo que uma aliança. - Acariciou levemente minha mão. - Lembrei do seu pedido e pensei que seria mais significativo para nós. Pois, foi lá que percebi estar apaixonado por você. - Estendeu a pulseira em minha direção, pedindo permissão para colocá-la. - Me dá a honra?