História The Cousin - Presentes

Madison Hermes POV

Las Vegas

Foram quase apenas duas horas de vôo, chegamos e ainda era madrugada. Eu não consegui dormir o percurso, já que fiquei encantada olhando pela janela do avião, assim como passei as cinco horas de Toronto até Los Angeles.

Justin estava ao meu lado, ele usava óculos e touca e ele dormia. Estávamos no carro enquanto eu olhava as ruas movimentadas de Las Vegas. Eu vejo o carro parar em frente a um enorme hotel e eu sorrio.

Olho pro loiro ao meu lado, que ainda dorme feito um bebê. -Justin, chegamos. Acorda.

Ele leva um pequeno susto, mas logo se recompõe. Ele não me responde, apenas paga o taxista e sai do carro, eu o acompanho. Ele tira minha mala do porta malas e em seguida tira a dele. Então, ele vai indo na frente e eu o acompanho.

Quando entramos eu abro a boca em um enorme "O". O hotel é gigantesco, eu percebo que tem um shopping dentro do hotel e a minha esquerda eu vejo um enorme salão, nele há escrito 'Bar Cassino'. Eu acompanho Justin enquanto ainda olho tudo abismada. É incrível. Justin não parece tão encantado com tudo, acho que não é sua primeira vez ali.

Ele pega uma credencial e vai indo em direção ao elevador, acabamos passando por uma escada rolante e eu olho pra cima, a diversas lojas de marca como Gucci, Louis Vuitton, Dolce Gabbana, Prada.

Eu entro no elevador com Justin e tudo que fica é um silêncio. Eu noto sua mudança repentina desde que saímos de Los Angeles. Ele parecia pensativo assim que entramos no avião, e depois virou a cara pra mim.

Ele segue um corredor, e eu o acompanho. Ele abre uma porta, seu número é 820. É, esse hotel é gigantesco. Eu entro no quarto e sorrio o olhando.

Ele é lindo, as paredes são brancas, o lençol e a cortina também, mas todos os detalhes são dourados. Há uma enorme cama king size e eu me controlo pra não pular ali. -Nossa, esse hotel é incrível.

Ele apenas assente, ele tira seus óculos e ainda não me olha. Ele abre sua mala e eu o vejo tirando algumas coisa pra fora. -Você já veio aqui antes?

-Sim, na minha lua de mel com Emily. -Ele é seco.

Eu acho desnecessário seu comentário e sei que ele não precisava dizer isso assim. Mas ele diz, ele está emburrado com algo mas eu não sei o que. -Eu te fiz algo, Justin?

Ele forma uma carranca enorme e nega. -Então por que está me tratando assim?

-Você quer que eu te trate como, Madison? Como se fosse minha mulher? Porquê você não é.

Eu engulo seco e fico quieta. Eu sempre costumo ficar quieta quando algo me magoa.

Eu sei o porquê ele está assim. Ele está se sentindo culpado e está descontando em mim, como se eu fosse a vilã da história.

Eu sei que eu sou a pior puta do mundo. Minha prima me deu moradia e dois meses depois de morando com ela, eu estou viajando com o marido dela. Eu sou amante de Justin, e pensar dessa forma faz com que eu me sinta pior do que me sinto. Emily é um porre, é verdade, mas eu sou uma vagabunda por estar fazendo tudo isso. Não importa o que ela fez comigo no passado. Não importa se ela não gosta de mim, se ela me xingava. Eu quem não tenho caráter.

Eu me arrependo de estar aqui. Eu não deveria estar, é idiotice. Por que eu aceitei isso? Merda, eu deveria estar na de alguém que é solteiro e não vivendo o papel da outra.

Ele está me encarando, mas quando percebe que eu estou o olhando ele disfarça. Só então sinto que meus olhos estão marejados. Eu me levanto, pego uma camisola e vou até o banheiro. Tem toalhas limpas.

Eu tomo um banho enquanto penso em tudo que está acontecendo e respiro fundo. Não sei como agir. Mas eu estou tão arrependida de estar aqui. Eu literalmente daria o mundo pra voltar pra Los Angeles.

Eu preciso estar afastada dele. Ele é marido da minha prima. Nunca vai acontecer nada. Ele nunca vai largar ela por mim, ele mesmo já disse.

Eu me seco e visto uma camisola. Eu saio do banheiro e ele parece me esperar, pra que tome um banho. Há um sofá gigante e eu dormiria tranquila ali. É por isso que pego um edredom e um travesseiro e me deito no mesmo, virando de costas pra cama que está a frente do sofá.

Passa alguns minutos e eu escuto sua voz. Ele está mandando áudio pra ela. "Oi amor, eu cheguei em Las Vegas. Eu quero que saiba que te amo muito e não vejo a hora de te ver de novo. Espero que esses dias passem correndo."

Eu sinto um bolo na minha garganta e eu fecho os olhos com força, evitando que as lágrimas caiam. É que sentir ser a segunda opção e um nada pra alguém, machuca.

•••

Abro meus olhos mas continuo na mesma posição. Eu ainda estou de costas pra cama. É, ele não veio perguntar o porquê que eu estava dormindo ali. Ele simplesmente saiu do banheiro, deitou na cama e dormiu.

Eu sei que é idiotice tremenda. Mas eu acho que estou tão triste, porque achei, por um momento que ele estava gostando de mim. E saber que não, que tudo que ele quer e eu o ofereço é sexo me faz mal.

Volto a fechar meus olhos e passo um tempo ali. Tentando voltar a dormir, são apenas seis da manhã, isso quer dizer que dormi apenas duas horas.

Eu sinto meu corpo abandonar o sofá e acabo abrindo os olhos pelo susto. Eu estou em seus braços, mas ele já está me colocando na cama.

Eu fico encarando o teto, enquanto ele me cobre. -Me desculpa. Acabei descontando algumas coisas em você.

Eu não o olho, não foi somente isso que me fez mal. -Tudo bem.

-É sério. Eu me toquei que eu estava te levando pro mesmo lugar onde foi minha lua de mel e acabei ficando um pouco mexido. Eu gosto de estar com você. Parece que os meus lugares favoritos durante esses dois meses, foi apenas onde você estava e isso me faz sentir culpa.

-Se você se apaixonasse por mim, você a deixaria?

Ele parece um pouco em choque com a pergunta, mas lentamente o vejo assentir. -Sim, com toda certeza do mundo. Mas não há chances disso acontecer, não me entenda mal Maddie, você é a mulher mais incrível que já passou pela minha vida. Mas eu amo sua prima e sinto que nunca poderia amar outra mulher no mundo. Por isso não quero que crie sentimentos por mim.

Eu assinto. Mas está tudo quebrado dentro de mim e eu não sei o porquê. Na verdade eu até saiba, mas não aceito que seja real.

Eu sou a mulher mais incrível que já passou pela vida dele. Mas ele não sente nada por mim, hipócrita.

-Não há chances de eu me apaixonar por você, Bieber. Eu nunca me apaixonaria por alguém como você.

Eu me viro de costas e escuto ele respirar fundo e se deitar sobre a cama.

Eu abro meus olhos e pisco algumas vezes para me acostumar com a claridade. Eu tento me recordar onde eu estou, mas segundos depois recobro minha consciência. Eu olho pelo quarto e vejo Justin puxando um carrinho e agradecendo um funcionário, que me dá uma breve olhada. Eu me sento sobre a cama enquanto ele fecha a porta.

-Perdemos o horário do café, então decidi pedir no quarto.

Eu apenas concordo com a cabeça e bocejo. Eu me levanto e vou até a janela me deparando com as ruas de Las Vegas. Mesmo sendo um caos, é uma vista linda. O tempo não está muito agradável, está bem nublado.

-Que horas são? -Eu me viro pra ele.

-Duas e trinta e dois.

-Nossa, dormimos muito.

-Temos um tempo até eu ter que ir trabalhar. Devo chegar às oito lá.

Eu concordo com a cabeça e me aproximo dele. Ele está organizando todas as coisas do café.

-Suco de maracujá ou café?

-Suco! -Falo sem pensar duas vezes.

Eu amo café, mas um suco natural sempre vai ganhar. Ele me serve e eu agradeço baixinho. Eu começo a comer e ele também, ele parece calmo agora. E seu olhar não tem mais a raiva que tinha antes. -Me desculpa. Não quero ficar assim, você sabe. Eu te trouxe aqui porque quero ter um fim de semana legal com você.

-Por que me trouxe, de verdade, Justin?

Ele me encara por alguns segundos mas desvia o olhar. -Porque eu não poderia te deixar em casa, sabendo que você poderia estar aqui comigo.

-Poderia ter conversado com a Emily, acho que seria mais interesse pra você, se ela estivesse aqui.

Ele bufa e nega, passando a mão sobre as têmporas. -Não, Maddie. Por Deus, não! Parece que você está com ciúmes, merda. -Eu me encolho um pouco no meu assento, porque é exatamente como me sinto. -Eu estou com esse trabalho mercado a duas semanas. Se eu quisesse Emily aqui, ela estava.

Eu fico quieta. Decido não retrucar. Quer dizer... Não somos um casal pra vivermos em uma eterna DR. Ele me propôs uma coisa, eu como uma bela cachorrinha aceitei. Agora que eu arque com todas as minhas consequências.

-Vamos no shopping. Tudo bem por você? Amanhã podemos conhecer alguns pontos turísticos durante o dia.

-Tudo bem, Justin. Não se preocupe.

-Eu me preocupo, quero que seja a melhor viagem da sua vida.

-É a primeira que eu estou fazendo, Justin. -Dou risada sem graça.

-É a primeira de muitas que você ainda terá comigo, Maddie.

Depois de termos tomado café eu e Justin estamos passeando no shopping. De mãos dadas. Eu não queria, mas Justin insistiu que fossemos um casal durante esses três dias aqui. É, uma bela oportunidade pra eu me iludir como uma idiota.

Ele entra na Louis Vuitton e eu o vejo provar alguma roupas. Ele prova uma jaqueta preta, que o deixa mais gostoso do que já é.

-O que achou?

-Você está incrível. Pra falar a verdade, está bem gostoso.

Ele ri sem graça e olha a vendedora, que está ao nosso lado. -Eu vou levar. Não gostou de nada mesmo?

Eu nego rapidamente e eu o vejo ir até o balcão pagar. É claro que eu gostei, praticamente da loja inteira, mas tudo custa mais de dois mil dólares. Ele vem segurando sua sacola e ele agarra minha mão, saindo dali. Não demora e eu vejo ele me puxando pra uma loja da Gucci. Eu fico olhando as bolsas enquanto ele olha algumas roupas, são lindas. Mas extremamente caras. Eu acho que nem trabalhando o ano inteiro conseguiria pagar algo assim.

Tem uma bolsa maravilhosa, que é verde de couro modelo Dionysus. Ela é verde. É incrivelmente linda. Mas ela custa 3.800 dólares. -É linda, não é?

-É incrívelmente linda. -Eu a olho.

-Eu vou levar. -Ele diz a vendedora.

Eu o olho com raiva e respiro fundo. -Justin, você está louco? Eu não vou deixar você comprar uma bolsa de quase quatro mil dólares pra...

Ele me interrompe sorrindo totalmente sem graça. -É pra Emily.

Ok, agora quem está sem graça sou eu. Eu forço uma risada. Tá um clima extremamente pesado. Ele se afasta e eu vejo ele ir pagar. Eu me viro dando um tapa na minha própria testa enquanto me chamo de idiota em vários nomes. Eu olho pra trás e ele está encarando alguns vestidos, eu olho pra vendedora que puxa um preto e ele assente.

Como ele pode ser tão cara de pau? Eu sei que eles são um casal. Aliás, eu moro com ambos, mas qual a necessidade de comprar presentes pra mulher estando comigo?

Ele carrega consigo uma sacola grande e eu permaneço calada. Eu disfarço e recolho minha mão quando eu o vejo tentando pegar a mesma. Não tem porque agirmos como um casal. Não somos um.

Ele abre a porta do quarto e se joga na cama. -Ir as compras me cansa.

-Imagino. -Tento conter meu deboche.

-Não comprou nada... -Ele me encara.

Eu já não controlo mas minha cara e nem meu deboche. -Nem todo mundo tem quatro mil dólares pra dar em uma bolsa.

-Você é difícil, em Maddie? Porra, tá de tpm?

-É tão engraçado você fazer todas as suas merdas e depois vir me perguntar se eu estou de tpm.

Ele arqueia a sobrancelha, me encarando -E qual foi as merdas que eu fiz?

-Quer saber mesmo, Justin? -Ele assente, de braços cruzados. -Primeiro em me tratar feito merda quando chegamos aqui. Depois ter mandado um áudio ridículo pra sua mulher dizendo que a ama e que não vê a hora de voltar pra ela. Sendo que você está aqui com a sua amante. E terceiro, comprar presentes pra sua mulher na minha frente? Pelo amor. Tenha senso.

-Achei que já tivesse pedido desculpas. E é sério, Maddie? Te incomoda eu falar que amo minha mulher? Eu sou casado e eu sinceramente, não achei que você fosse lidar com as coisas assim. Você está claramente com ciúmes, merda. Por que você está sentindo tanto ciúmes?

Eu fico quieta e não o respondo, apenas me sento na cama de costas pra ele, sentindo minha respiração acelerar. Eu não gosto dele, só me chateia tanto o fato de que ele sempre deixa muito claro o quanto ama Emily, isso me faz mais culpada ainda. Sei do seu amor por ela e ainda estou aqui.

Eu sinto a minha garganta encher como se tivesse uma corda sobre ela. -Eu não deveria estar aqui.

Ele suspira e sinto tocar no meu braço, eu me afasto dele. -Maddie, vamos tentar ficar de boa um com o outro? Por favor? Eu prometo não tocar mais no nome da Emily. Quero que essa viagem seja incrível pra nós dois, se tivermos que tratar de ciúmes ou algo do tipo, vamos deixar pra tratar em Los Angeles.

Eu e olho e balanço a cabeça, devagar concordando. Eu não sei porque eu estou reagindo assim... Isso não parece ser somente alguém que está incomodada com toda a situação, pra falar a verdade.

-E pra ser sincero com você. Isso não é pra Emily, é pra você. Eu nunca seria um babaca de comprar uma bolsa que você claramente gostou pra outra mulher.

Eu olho em pânico pra ele, quando vejo ele me estender a grande sacola da Gucci. Eu balanço a cabeça em negação, ainda perplexa. -Por Deus, Justin, eu nunca poderia aceitar um presente de mais de quatro mil dólares.

Ele ri e se aproxima de mim. Seu corpo se choca com o meu. -Amantes fazem isso, não fazem? Dão presente caro? Eu quero você com esse vestido que comprei, hoje, ao meu lado pra eu te exibir pra todos e mostrar a mulher que eu tenho.