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História The Coven - MiMo (Twice) - Maldito sigilo


Escrita por: Taetae_Nutella

Capítulo 25 - Maldito sigilo


Fanfic / Fanfiction The Coven - MiMo (Twice) - Maldito sigilo

Eram quase 03:00 da madrugada de domingo, quando eu tinha fugido de casa com uma mochila de roupas, chinelos, calça e casaco de moletom bem grossos. Além de tudo isso, eu carregava a gaiola de Peridot, eu não podia deixá-lo alí em casa. O meu dia anterior havia sido super depressivo, minha tia não saiu do seu quarto em momento algum, nem mesmo para preparar o jantar; o Sr. Magnus havia ido embora de cabeça erguida, eu tinha certeza que ele estava vitorioso por eu e minha tia termos brigado; E Jeong, bem, talvez estivesse se sentindo culpada por eu ter sido descoberta e ela não.

Até que eu estava feliz por ela.

A questão é, como eu estava? Eu me sentia um completo lixo por minha tia ter reagido daquela forma após descobrir que eu estava em um relacionamento com uma mortal - ela ainda não sabia que era com Momo. Eu fiquei triste por ter tido a obrigação de fazer aquele doloroso sigilo em minha nuca para poder esconder meu relacionamento, se minha tia não tivesse tanto preconceito com mortais aquilo nem seria necessário.

Todas nós tínhamos um pouco de culpa naquela discussão, até Jeongyeon por ter me ensinado aquele sigilo. Entretanto, a culpa maior era da minha tia, que vivendo em dias tão modernos não mudava o seu pensamento ultrapassado sobre mortais.

Enquanto caminhava por aquela trilha na floresta fria e úmida, ouvia algumas folhas de árvores serem esmagadas pelos meus pés. Minha mochila estava pesada, era naquela hora que eu queria que teletransporte existisse. Demorou um certo tempo para que eu finalmente avisasse a casa de Jackson de longe, e ao vê-la, apressei meus passos.

— Até que enfim! Eu já não aguentava mais, estava tremendo de frio. — Dizia Peridot.

— Pensei que estivesse dormindo. — Eu ri por um segundo.

— Como eu poderia dormir se você balança tanto a gaiola enquanto anda?

Pelo menos eu tinha Peridot para me reanimar.

Estava frio e minha roupa não era pesada o suficiente para aguentar aquilo, então assim que aumentei meus passos, senti o vento frio ter ainda mais contato com minha pele, o que me fez tremer. Assim que me aproximei da porta de sua casa, dei algumas batidas na mesma, aguardando que o garoto aparecesse.

— Mina?! Finalmente chegou, eu já estava preocupado. — Jackson abriu a porta para que eu entrasse, logo podendo sentir o adorável clima quentinho de sua casa.

Coloquei a gaiola de Peridot no canto da sala, um pouco perto do aquecedor. Ele estava com frio e precisava de um lugar quentinho para descansar. Eu não duvidava que ele tinha absorvido toda a negatividade da minha briga com minha madrinha.

— Durma bem, amiguinho. — Eu disse ao lagarto.

— Por que não atendeu às minhas ligações? — Jackson me interrogou.

— Meu celular está descarregado. — Eu entrei em sua casa, indo direto para a sala e colocando minha mochila no chão. Nós tínhamos intimidade o suficiente para isso — A propósito, pode me emprestar um carregador? Eu costumava usar o de Jeong.

— Claro. — Disse ele, subindo as escadas e indo buscar o seu carregador — Quando eu voltar, me conte tudo.

— Claro. — Eu respondi, me jogando no sofá.

Minhas pernas doíam por ter caminhado tanto naquela floresta. Bem, se fôssemos comparar minha situação à de um adolescente comum, eu havia acabado de fugir para a casa da melhor amiga após notar que meus pais não haviam aceitado meu relacionamento homossexual.

Por exemplo.

Minha cabeça também estava doendo de tanto pensar naquilo o dia inteiro. Talvez eu estivesse certa em ter saído de casa para que eu e minha tia pudéssemos colocar os pensamentos no lugar, o negócio era, eu já não conseguia mais viver um dia com aquele sigilo no pescoço. Ele estava sendo tóxico pra mim.

— Olázinho. — Ouvi alguém de voz feminina falar comigo, logo notando que aquela voz pertencia a Soleil.

Ela estava de lingerie, apenas com um roupão de seda por cima. Fiz uma cara de espanto por a garota estar alí, logo percebendo que ela e Jackson haviam tido uma noite divertida.

— Oi, Soleil. — Eu sorri de canto — Nunca imaginei você vestida assim.

— Eu também tenho vida sexual, sabia? — Ela deu uma risada e sentou ao meu lado.

Eu nunca havia parado pra pensar naquilo. Soleil tinha uma cara de criança e um corpo também, mas era notável que por dentro ela era pura ironia e safadeza.

— Então... Como está a vida? — Ela perguntou.

— Uma bagunça. — Eu bufei, fechando meus olhos por um breve momento — Um problema atrás do outro.

— Jack me disse. — Disse ela — Espero que tudo se resolva... Qualquer coisa, estarei sempre aqui ao seu lado.

Suas palavras foram fofas, eu acabei por abraçá-la como um gesto de agradecimento.

— Talvez pegar mais leve nos testes. — Eu sugeri, brincando.

— Pena que não fui eu quem os criou. — Ela riu.

Pelo menos estar alí com Soleil e Jackson me passava um conforto que eu realmente precisava para esquecer aquele problema com minha tia. Jackson logo apareceu para me entregar o carregador,eu ainda não tinha mandado uma mensagem sequer para Momo naquele dia, o que havia sido o meu recorde. No entanto, eu pensava em contar o que havia acontecido para ela apenas após dormir um pouco.

— Agora vá descansar no quarto de hóspedes, você deve estar apenas o caco. — Sugeriu Jackson.

— Está bem. — Eu levantei do sofá, tomando o rumo do quarto de hóspedes que era no mesmo andar em que estávamos, entretanto, uma brilhante ideia veio em minha mente.

Na verdade, mais dolorida que brilhante.

— Espera aí, vocês dois são bem experientes na bruxaria, certo? — Perguntei.

— Bem, nem tanto... Digamos que meus "anos de experiência" foram contados a partir do ano passado. — Respondeu Soleil.

— Preciso que façam algo para mim. — Eu pedi, mordendo o meu lábio inferior apenas de pensar no que seria aquilo.

— O quê? — Os dois perguntaram em um unísono.

— Retirar meu sigilo. — Levantei meu cabelo para mostrar minha nuca, na qual meu sigilo era escondido pelo meu cabelo, perfeitamente cicatrizado.

Os dois se olharam duvidosos, ambos sabiam que a dor de retirar um sigilo era quase a mesma de sentir a alma queimar lentamente. No momento eu também estava receosa com tudo aquilo, mas precisava tirar aquele sigilo antes que ele me enlouquecesse. Além disso, era um momento que eu estava com coragem, eu provavelmente não teria essa coragem toda no dia seguinte.

— Acho que você precisa pensar um pouco mais. — Disse Jackson — Está ficando louca?

— Você é nova demais para sentir tamanha dor. — Disse Soleil.

— Hey, eu e você temos apenas um ano de diferença. — Eu disse a ela — Além disso, quantas pessoas vocês conhecem que retiraram um sigilo?

— Bem, conheço poucas pessoas que fizeram algum sigilo. — Disse Jackson — E todas que eu conheço tiveram medo de tirar ou nem cogitaram essa opção.

— E eu só conheço você. — Disse Soleil.

— Então, como podem afirmar que é tão dolorido? — Eu disse, mesmo acreditando naquele mito - ou fato - de que retirar um sigilo era a mesma dor de queimar a alma pouco a pouco — Poderão afirmar isso depois que eu retirar, então direi se é verdade ou não.

— Mina, você nos mete em cada loucura. — Disse Jackson, balançando a cabeça negativamente — Mas se é isso que quer, é isso que vamos fazer.

— Jackson... — Soleil tentou frear a decisão de Jackson de realizar o meu pedido.

— Se ela está pedindo isso, é porque precisa. — Ele respondeu.

— E se ela morrer? — Ela sussurrou para que eu não ouvisse, mas ouvi perfeitamente.

— Ela não vai morrer, é uma das bruxas mais fortes que conheço, mesmo não sendo tão experiente. — Ele me defendeu.

— Esqueceu que ela é metade mortal? —Soleil perguntou, o que me fez ficar com um pouco de ódio.

— Já parou pra pensar que o fato de eu ser mortal não me faz mais forte nem mais fraca que vocês dois? — Eu elevei a voz — Se eu achar que vou morrer, peço para vocês pararem e pronto, simples assim.

Ambos decidiram parar de me convencer do contrário, então apenas vi Soleil cruzar os braços, não restando mais argumentos para ela. Ou se restava, ela se recusou a dizer.

— Vamos para o porão. — Eu disse.




[...]




É, não foi nada como eu esperava.

Sabe quando uma criança tem que tirar sangue? Ela chega no hospital toda confiante e crente que não irá doer, mas ao sentar na cadeira para a coleta, as pernas já começam a tremer. Foi exatamente isso que aconteceu comigo.

O porão da casa de Jackson era um pouco empoeirado, mas eu não ligava. Eu estava deitada de barriga para baixo sobre uma mesa de madeira não tão alta, com as mãos amarradas atrás das costas e os pés também, para evitar que eu me debatesse e atrapalhasse a remoção. Eu estava nervosa e meu coração batia rapidamente, eu tinha concordado com aquilo tudo, óbvio, mas àquela altura do campeonato eu estava com o maior cagaço.

Agora não tem mais como voltar atrás.

Soleil segurava um livro de feitiços e treinava o feitiço da remoção, enquanto Jackson fazia uma mistura de óleos essenciais, ervas e álcool em um pequeno pilão.

— Você está preparada? — Ele perguntou pra mim, se abaixando na direção do meu rosto.

Não, eu não estava, mas mesmo assim balancei a cabeça positivamente. Eu queria passar para eles que estava segura com aquilo, afinal, não tinha mais como voltar atrás.

— Eu gostava de sexo selvagem, não é uma mísera remoção de sigilo que vai me fazer chorar de dor. — Eu disse, forçando um sorriso.

Jackson riu de minhas palavras, era notável que ele estava com medo do quão aquele feitiço iria doer.

— Seja forte. — Disse ele, dando um selar em minha testa.

Ao terminar a mistura com ervas, Jackson colocou um cinto de couro entre meus dentes para evitar o impacto entre eles. Eu estava completamente contida, impossibilitada de realizar qualquer movimento, a não ser me debater como um peixe fora d'água.

— Vamos rápido com isso. — Soleil apressou Jackson, que passava a mistura que havia feito no local do sigilo, lambuzando minha nuca — Quanto mais rápidos formos, menos irá doer.

Assim que senti o líquido gelado em contato com minha nuca, me contorci inteira. O quão seria o nível daquela dor.

— Não será um feitiço rápido, é um dos mais compridos que já gravei. — Soleil disse, largando o livro ao lado e estendendo sua destra sobre minha nuca.

— Pisque forte quando estiver preparada. — Disse Jackson, já que eu estava impossibilitada de falar.

Não esperei nem mais um segundo. Fechei meus olhos com força e também os punhos que estavam presos às minhas costas. Tentava não me preocupar tanto, afinal, toda ferida cicatriza.

— Herbis, olea et vocatus. Satus ardens sicut flamma. — Soleil começou o feitiço, remexendo os seus dedos perto da minha nuca.

No início, senti uma leve ardência. Como se estivessem passando um chiclete de menta derretido em minha pele. Aquilo não me incomodou em nada, mas eu sabia que era só o começo, quando todos aqueles ingredientes estavam começando a agir.

— Herbis intra poros. Olea et vocatus degrade cute, sicut conflatur glaciem. — Ela continuou o feitiço, já na segunda parte.

Naquele momento, pude sentir o líquido penetrar ainda mais em meus poros, talvez até degradar a minha pele. Foi aí que comecei a gemer de dor. Senti como se minha pele estivesse virando um líquido quente e se misturando com ácido, provavelmente aquilo que iria fazer o sigilo sumir. Era frio e ao mesmo tempo quente, tinha a sensação da minha pele sensível borbulhar, o que fazia com que eu gritasse e me contorcesse, aquela era uma dor infernal.

— Secretum, removeri a cute et anima, quod pythonissam, quantumcumque dolorem facit. — Soleil finalizou o feitiço.

Aquila parte foi a pior de todas. Senti como se o feitiço não estivesse agindo apenas no local do sigilo, mas em meu corpo e minha alma. Parecia realmente que havia um incêndio dentro de mim, eu já roçava os meus dentes contra o couro do cinto, sentindo minhas gengivas doerem. Era como se todos os meus órgãos tivessem virado água e estivessem borbulhando dentro de mim, nada comparado à dor da minha nuca.

Assim que aquele sofrimento finalmente acabou, Jackson e Soleil deram um tempo para que eu me recuperasse e para que minha respiração voltasse ao normal. A garota de cabelos curtos limpava o líquido da minha nuca com um algodão, o que era até relaxante, mas eu estava meio que em choque demais para relaxar. Ao sentir o toque do algodão sobre minha pele, senti que a superfície que o mesmo deslizava era plana, sem nenhuma cicatriz ou ondulação, sinal de que o sigilo não estava mais alí.

— Você foi mais forte do que eu esperava. — Disse Soleil, tentando me confortar — Estou orgulhosa.

— Você está bem? — Jackson perguntou, enquanto tirava o cinto da minha boca e me desamarrava.

— Estou péssima. — Fui sincera. Meus ossos ainda doíam, como se tivessem sido eletrocutados. Demorei um certo tempo para conseguir me sentar sobre a mesa — Meus amigos, nunca façam um sigilo na vida.

Até fomos capazes de rir daquilo, mesmo eu estando fraca após passar por aquele doloroso feitiço.

— Espero que me descreva a sensação depois. — Disse Soleil.

Os dois me ajudaram a subir as escadas e me deram privacidade para tomar banho e dormir. Passei cerca de meia hora naquela banheira fria na intenção de aliviar a dor, por sorte, havia dado certo.

Estava orgulhosa por ter conseguido remover o sigilo, mas sabia que aquilo não iria apagar nenhum dos meus erros.

Inclusive o preconceito da minha tia.


Notas Finais


Obrigada por lerem ❤ qualquer insatisfação ou sugestão deixem nos comentários que eu estarei tentando melhorar ;)

Dêem uma olhadinha nas minhas outras fics 👇👇👇

Fic Twice, zumbis e apocalipse: https://www.spiritfanfiction.com/historia/something-out-there-15997319

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