História The Cupid - Party.

Já estava cansada de ficar sozinha naquele apartamento. Coloquei um folheto no quadro de avisos de meu trabalho, e não demorou muito para uma loira se aproximar.

— Oi, você está procurando alguém para dividir o apartamento? — A loira perguntou.

— Sim. — Respondi. — Porque? Você está interessada?

— Sim, eu consegui um trabalho aqui. — Ela disse sorrindo. — Só faltava um lugar para eu ficar e você apareceu. — Ela disse e me abraçou. — Obrigada.

— Ahm, eu só preciso te conhecer um pouco. — Respondi. — Sabe, pra saber se você não é uma sociopata.

— Uhm, claro. — Ela disse sorrindo. — Pode perguntar o que quiser. — Respondeu. — A propósito me chamo, Priscila.

(...)

Confesso que o questionário com Priscila havia sido divertido. Ela parecia a versão feminina de Simon. Apesar de tanta felicidade, notei que ela também estava triste. Como se sentisse a falta de algo, de alguém. Eu sabia porque era o mesmo que estava sentindo.

— Garotas, tenho novidades. — Simon chegou gritando. — Vamos a uma festa hoje, não quero saber de não. — Simon disse. — Quem é você? — Ele disse encarando a Priscila.

— Sou Priscila, irei dividir o apartamento com Amanda. — Ela respondeu sorrindo.

— Você é lésbica? — Violet perguntou animada.

— Não. — Priscila respondeu e Violet fez uma cara triste. A loira riu.

— Ela gosta de rola. — Simon disse. — De piroca.

— Adoro. — Priscila disse sorrindo.

— Piroca é tudo de bom. — Simon disse sorrindo. — Amanda! — Simon gritou fino e Priscila pulou na cadeira assustada. — Frank vai na festa.

— Você tem que ir maravilhosa. — Violet disse. Senti que Priscila ficou sem graça.

— Ok. — Respondi forçando um sorriso.

— Quem é Frank? — Priscila perguntou.

— O namoradinho da Amanda. — Simon respondeu.

— Ele não é meu namorado. — Respondi.

— Ainda. — Violet disse sorrindo.

— Acho melhor já irmos pra casa, temos que nós arrumar pra festa, certo? — Disse fugindo do assunto.

— Sim, vamos. — Priscila disse me puxando.

Me despedi com um beijo no rosto de Simon e Violet, Priscila fez o mesmo, mas acabou sendo beijada por Violet. Ela pareceu ter gostado, pois não reclamou.

— Aonde você está indo? — Priscila perguntou assim que eu andava em direção ao metrô.

— Pegar o metrô. — Respondi.

— Eu tenho um carro. — Ela disse balançando as mãos e estalou a língua.

— Olha que legal, consegui uma colega e ainda uma motorista. — Disse rindo.

— Engraçadinha. — Ela respondeu rindo.

(...)

Assim que cheguei em meu apartamento, ajudei Priscila com suas malas. Bob começou a implicar com os minions de pelúcia dela, e tive que prendê-lo em sua casinha.

Adentrei o box e deixei que a água levasse toda a preguiça e desanimação que havia em meu corpo, me permiti demorar um pouco aproveitando que a água quente me proporcionava.  Me enrolei em uma toalha e fui ao meu armário escolher minha roupa. Optei por um vestido preto, colada ao meu corpo. Ele acentuava minhas curvas e era o que eu mais gostava nele. Decidi ir com um salto de bico tubarão com a mesma cor da do vestido.

Coloquei a roupa em cima da cama e me foquei em cuidar dos outros detalhes. Coloquei as roupas íntimas e fui arrumar meu cabelo, escovei ele e passei uma maquiagem no meu rosto, bastante rímel, e não muita maquiagem, passei um batom vermelho destacando meus lábios e por fim passei lápis e perfume. Coloquei o vestido e calcei o salto.

— Você está pronta? — Priscila disse batendo na porta.

— Sim, estou. — Respondi.

— Então, vamos. — Ela disse adentrando o quarto. — Caramba, você está bonita.

— Obrigada. — Disse sorrindo. — Você também está linda.

— Obrigada. — Ela disse sorrindo. — Agora, vamos.

(...)

Chegamos a festa mais cedo que eu imaginava. Frank, Violet e Simon já nos esperavam do lado de fora. Assim que saí do carro, encarei Frank e ele me observava com um sorriso no rosto. Me aproximei dele para o cumprimentar e ele me puxou para perto do seu corpo com rapidez.

— Você está linda. — Ele disse sorrindo e selou nossos lábios. — Muito linda. — Completou sorrindo.

— Muito obrigada. — Respondi corada.

— Vamos para a festa, vadias. — Priscila gritou me puxando.

Pude ouvir a risada de Frank. Adentramos o local e rapidamente a loira, me guiou para o bar.

Sammy Wilkinson POVS

Meus olhos estavam completamente vidrados nela. Amanda estava dançando na pista, junto a Priscila. A loira estava linda, mas eu tinha olhos apenas para Amanda. Para minha ruivinha. Isso pode ter soado fofo, mas as coisas que eu queria fazer com ela, não eram nem de longe fofas.

Amanda descia até o chão rebolando, com um copo de bebidas em suas mãos. Meus olhos percorriam totalmente seu corpo, sem deixar que nenhum detalhe escapasse. Por um instante, senti meu coração disparar. Ela virou em minha direção e começou a dançar, como se estivesse dançando para mim. Seu corpo se movia sensualmente no ritmo da música. Eu estava no escuro, ela não podia me ver, mas eu podia ver ela. E como via.

Totalmente excitado por vê-la dançar, eu me levantei. De mais pude observar que ela estava bêbada. Priscila estava conversando com Frank. Não sabia se ela sabia que eu estava ali, mas agradeceria a ela mais tarde por estar o distraindo.

Agarrei Amanda por trás e comecei a dançar com ela. Acredito que ela pensou que era Frank pois ela nem sequer olhou para trás. Amanda estava numa parte afastada da festa, possibilitando que eu tivesse algum tempo antes de alguns dos seus amigos perceber que eu estava com ela.

Afastei seus cabelos para trás, deixando seu pescoço exposto. Direcionei meus lábios até a região e a beijei lentamente, logo em seguida dando um leve chupão, com direito a uma leve mordida. Quando notei que Amanda estava prestes a virar na minha direção, eu me afastei.

— Sammy? — Ouvi a voz dela gritar confusa.

Não lhe dei ouvidos, eu não podia. Andei rapidamente para a porta de saída, cruzei a mesma e comecei a caminhar na direção do meu carro. Droga, Sammy porque você sempre tem que ser tão burro. Entrei dentro do carro e o tranquei. Não demorou muito para que Amanda aparecesse do lado de fora da boate. Ela estava tão bêbada que mal conseguia andar.

Ela gritou por mim e me procurou, isso fez com que meu coração se partisse em milhões de pedaços. A observei caminhar até o poste e ela se sentou ali. Pude ver seus olhos marejados, e em poucos instantes ela começou a chorar. Não demorou muito para que eu começasse a chorar junto, ela se encolhia para se abraçar e tentava controlar o choro.

Me vi tão confuso que saí do carro e andei em direção a ela. Não me importava se eu tinha que me manter longe, pois no momento a minha ruivinha precisava de mim. Quando nossos olhares se encontraram, ela fez uma expressão tão assustada que quase recuei. Ela se levantou ainda não acreditando que eu realmente estava ali, me aproximei mais dela e ela tocou meu rosto com palma de sua mão. Talvez se certificando que eu era mesmo real. No instante seguinte ela me abraçou tão forte que quase senti minhas costelas estralarem.

— Sammy, você voltou, você...

— Vou te levar pra casa, ok? — Disse desconversando do assunto. Meus olhos já estavam começando a lacrimejar novamente só de pensar que teria que me afastar dela novamente. Ela fez uma cara confusa, mas assentiu e eu a peguei em meus braços. Caminhei com ela até o carro, e a deitei no banco de passageiro. — Eu vou cuidar de você, ruivinha.

Dei partida no carro e dirigi até o apartamento de Amanda. Não era muito longe, então chegamos em pouco tempo. Peguei Amanda dentro do carro e subi com ela para seu apartamento. Assim que chegamos Bob, seu cachorro, começou a latir.

Deitei Amanda em sua cama, e tirei seus sapatos para que ela pudesse dormir melhor.

— Sammy, não vá. — Amanda disse se virando para mim.

— Eu preciso ir, ruivinha. — Disse triste. — Me desculpe, mas eu preciso ir.

— Eu não irei lembrar de você pela manhã. — Ela disse roucamente, sua voz custava sair. — Você pode ficar? Só até eu dormir? — Pediu. Assenti e me deitei ao seu lado. A abracei forte tentando de alguma forma, marca o seu perfume no meu corpo e o aconchego de seu abraço. Alguns instantes passaram e Amanda virou seu rosto na direção do meu. Nossos rostos estavam tão próximos que eu conseguia sentir o cheiro de bebida do seu hálito. Amanda se aproximou mais e selou nossos lábios. Nosso beijo era lento, como se fosse o último que daríamos pelo resto de nossa inútil existência. Era como se tivéssemos todo o tempo do mundo, e como eu queria que tivéssemos. Eu só queria que o tempo parasse ali, naquele exato momento, onde os meus lábios tocavam os dela e eu a tinha perto de mim.

Finalizei nosso beijo e depositei outro em sua testa. Amanda sorriu meiga e fechou seus olhos, se aconchegando em meus braços. Observei cada detalhe de seu rosto enquanto ela caia no sono. Céus.... Ela era tão linda. Acariciei seu rosto com a palma de minha mão e passei meu polegar por seus lábios rosados. Não consegui evitar sorrir ao vê-la dormir.

— Me desculpe, ruivinha, mas eu não poderei mais ser seu cupido atrapalhado.