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História The Cure - S.2 - 6


Escrita por: Lady_Rovia

Notas do Autor


Oi oi! Tem alguém aí ainda? :(

Capítulo leve, mas importante!

Capítulo 9 - 6


Fanfic / Fanfiction The Cure - S.2 - 6

Era mais um dia em que Paul Rovia acordava cedo e sorrateiramente se embrenhava sozinho pela florestra adentro. Todo dia a coisa se repetia, Daryl acordava, não o percebia ao lado e saía para procurá-lo, pronto para soltar umas boas broncas ao baixinho.

Mas o que Daryl e nem nenhuma outra pessoa sabia era o motivo que o ninja passara a ter para ir até lá todos os dias. Desde que se deparara com um estranho na floresta, percebendo as habilidades do homem, além dele não parecer nada com um dos Salvadores, se viu desafiado a encontrá-lo novamente, a fim de descobrir quem ele era. Já o havia visto no mesmo lugar algumas vezes, mas em nenhuma delas teve a oportunidade de se aproximar, passando apenas a observá-lo treinar.

Caminhou próximo ao rio, olhando para todos os lados, até que escutou uma voz.

- Você tem me observado a quase uma semana.

Paul se virou imediatamente, se deparando com o desconhecido. Ele sorriu.

- Isso mesmo. Por que não se aproxima da comunidade? Sabe que temos uma, não sabe?

- E como eu poderia saber?

- Você me parece bem esperto, então não me surpreenderia que já tivesse estudado toda essa região. - Riu novamente. - Bom, pelo menos era o que eu faria.

O ninja notou que o comentário fez o homem sorrir de lado. O mais velho se aproximou de Paul, novamente com uma expressão indecifrável a qual havia confundido o loiro quando o havia visto pela primeira vez.

-  Eu não preciso de uma comunidade. Eu não preciso de ninguém.

- Mas isso é loucura. Como quer sobreviver assim? Por mais que seja esperto, ágil…

- E quem disse que eu quero sobreviver?

- Não? Eu pensei que esse fosse o desejo de todos. Afinal de contas, é isso que somos. Sobreviventes.

- Está enganado, rapaz. Minha intenção nunca foi sobreviver. Existe algo mais forte para minha existência ainda permanecer.

Paul pareceu não entender muito o que o homem falava, até pensou que ele estivesse delirando. Não se espantaria, tendo em vista os tempos em que viviam. As pessoas há muito já não eram mais as mesmas. O mundo às havia mudado.

- Não desista. - Paul disse com toda a sua amabilidade.

O que fez o homem encará-lo por alguns instantes. Ele notou que havia uma certa delicadeza no olhar do loiro, o fazendo recordar-se de outra pessoa. O pensamento quase o fez ceder.

- Vá embora. - Disse ríspido. - E me deixe em paz.

- Por que está aqui, então?

- Eu tenho minhas razões.

Havia mais uma coisa a qual Paul gostaria de perguntar. Só não sabia se conseguiria. Num ato impulsivo, ao ver o homem se virar para ir embora, correu e se postou à frente dele.

- Por favor, treine comigo.

O mais velho piscou aturdido, pensando ter ouvido errado. Os dois ficaram calados por alguns instantes, Paul notando que o estranho não desviava o olhar de seus olhos nem por um momento. Depois de um tempo, o desconhecido falou:

- Se acertar um golpe em meu rosto, eu treino com você.

- Está falando sério?

- Sou um homem de palavra.

- Então tá. Mas não sei se será uma luta muito justa, tendo em vista o que eu o vi fazer. O senhor é claramente mais forte que eu.

- Vamos fazer disse então, garoto. Eu não irei atacá-lo. Poderá vir com tudo para cima de mim.

Paul sorriu de lado.

- Pode acabar se arrependendo disso.

Ele desferiu um chute com força, mas o outro homem aparou o golpe sem qualquer dificuldade, o deixando impressionado. Logo mais ele passou a atacar o mais velho, com o mesmo nível de velocidade, sucessivas vezes, que gradativamente iam ganhando menos intensidade, devido ao cansaço e as falhas tentativas de acertar o estranho que se mostrava mais ágil e rápido.

- Você não me vencerá assim. - Disse o estranho com sua voz calma e pacífica.

- Que se dane! - Paul gritou, irritado por aquilo estar sendo tão difícil. Voltou a tentar acertá-lo, em vão.

- Está com raiva e a raiva cega você. Assim como a mágoa em seu coração, estampada em seus olhos tristes e desesperançosos. Se quer realmente vencer alguém, terá de aprender a controlar isso, tornando todos os seus pontos mais fracos a seu favor. Equilibrando-os.

- É fácil para você dizer isso, se não sabe do que eu passei.

- Eu sei que está em agonia, porque além dos seus olhos, são o que os seus chutes transmitem. Você está inseguro, agitado e isso é o que o está fazendo perder.

- Eu não vou perder! - Paul gritou e tornou a atacar.

Mas seu oponente desta vez não ficou parado. O homem finalmente se mexeu, atacando Paul com uma série de socos, pegando o mais jovem desprevenido. Paul tentou apará-los, colocando os dois braços em forma de escudo a frente de seu rosto, mas sabia que não conseguiria manter aquela força por muito tempo.

- Você disse que não iria atacar! - Gritou ainda se defendendo.

- Isso é para aprender que não existe honestidade em uma luta de verdade, em que seu adversário estará lutando para conseguir a sua cabeça. Se acreditar no que eles dirão, considere a luta perdida então.

Paul estava definitivamente perdendo aquela luta, tanto física quanto mental. Ele precisava de um plano. No instante em que separou os braços, quase foi acertado por um soco no rosto, mas ele foi mais rápido e se abaixou, chutando as pernas do homem mais velho, o fazendo cair no chão. Paul se levantou e no instante em que ia atacar seu adversário, sentiu os olhos começarem a arder, devido a areia que o outro havia jogado em seu rosto. Antes que pudesse arrumar um jeito de escapar daquilo, seu corpo foi rapidamente lançado contra uma árvore, o fazendo cair no chão, sentindo dores por todo lado.

- Mas que droga! Isso é trapaça.

- E acha que seus inimigos lutarão limpo com você? - questionou com o rosto fechado.

Paul olhou para ele, o mais velho parecendo totalmente intacto daquela batalha e sacou de imediato.

- Sabia todos os meus golpes. Se deixou ser acertado de propósito.

- Você é muito previsível. Para amadores, será uma dor de cabeça. Para profissionais, será o jantar.

- Não consegui acertar nenhum golpe em seu rosto. Estou decepcionado.

- Porque seu pensamento estava focado nisso. A mediocridade nas intenções dos perdedores é justamente porque eles estão focando em coisas pequenas. Suas ambições devem estar além disso. Eu disse que bastava acertar o meu rosto porque isso de certa forma era um meio de testar você. Foi reprovado. - Paul arregalou os olhos em choque. - Qual era o seu real objetivo ao me fazer a proposta de treiná-lo?

- E-eu… eu queria derrotar alguém.

- E esse alguém, o que ele significa pra você?

- A minha destruição. Ele tirou muita coisa de mim, ele… - a raiva começava a tomar de conta dele novamente.

- Pare. - Paul voltou a olhar para o mais velho. - Está se deixando levar pela raiva mais uma vez. O seu objetivo deve ter uma lógica e a lógica deve ser equilibrada, meu rapaz. Se não souber fazer isso, se prepare para perder em algum momento.

- Mas…

- Você focou apenas em me acertar um golpe no rosto, ao invés de concentrar naqueles socos o verdadeiro motivo para estar fazendo aquilo. A sua motivação deverá ser a sua principal arma e não o seu descontrole emocional. Não foque em seu coração e nem em seus sentimentos. - Apontou para a própria cabeça. - Aqui, deve estar o seu foco.

Paul conseguiu se levantar e ficou de frente para o loiro mais velho.

- Eu agradeço que tenha me ajudado, senhor. Saiba que irei considerar todos os ensinamentos que aprendi aqui.

- Se não considerasse, teria sido um desperdício para mim.

Paul sorriu e o outro homem fez uma careta desgostosa.

- Eu não posso nem ao menos saber o seu nome?

- Se quer um nome, então pode me chamar de... Eddie.

- Aposto que não é seu nome de verdade. - O homem fechou a cara e Paul se conteve com a primeira resposta. - Já entendi, Eddie Senpai.

O mais velho bufou e se virou para ir embora.

- Eu não era assim. Eu já fui melhor.

- Então trate de se superar. - Paul sorriu e mais uma vez o outro homem se sentiu tocado. - Volte amanhã.

Isso com certeza elevou o sorriso de Paul.

 

No meio do caminho de volta, Paul se deparou com Daryl.

- Onde você estava?

- Fui dar uma volta.

- Sei. E você continua pensando que estamos em uma colônia de férias nos tempos de paz.

- Por que ao invés de brigar comigo, não me ensina a usar isso aí?

- O quê? Por que agora? Nunca se interessou.

- Porque agora me deu vontade. - deu de ombros.

- Tudo bem. Se você quer.

Daryl se aproximou de Paul por trás, ensinado como se segurava a besta com a flecha.

- Agora, feche os olhos.

O ninja obedeceu. Daryl levou a boca bem próximo ao ouvido dele.

- Se concentre no barulho.

- Que barulho?

- Em qualquer um que te sugira perigo.

- Mas com você tão colado assim em mim, fica meio difícil de se concentrar em outra coisa. - Paul comentou, encarando o arqueiro com um sorrisinho maroto.

Daryl sentiu as bochechas ruborizar, mas ele já sabia que Paul daria uma resposta como aquela. Até porque ele mesmo o estava provocando.

- Presta atenção no perigo apenas, peste.

- Aham, mas só me diga qual, porque você também é um perigo, Daryl Dixon.

Daryl abaixou as mãos nesse momento, deslizando-as lentamente para a cintura de Paul e deixando que o ninja segurasse sozinho a sua besta. Paul deu um sorriso de leve.

- Acerte a árvore mais distante que puder. - O arqueiro instruiu.

Com apenas alguns instante, Paul disparou a arma, se concentrando no barulho que as plantas faziam, baseando-se no vento que batia nelas. Sua audição de fato parecia para aguçada, embora seu olfato muito confuso, por conta da presença do caipira atrás dele.

- Eu acertei? - Perguntou ao abrir os olhos.

Daryl o virou para sua frente e os olhos dos dois voltaram a se encontrar.

- Acertou. Foi muito bem. - Respondeu e puxou o loiro para seus braços, beijando-o.

- Hmm… isso é delicioso. - Disse Paul entre o beijo.

- Vamos embora. Aposto que não comeu nada hoje, pra variar.

- Não quer dizer que eu não coma.

- Ultimamente você só tem feito uma boa refeição quando eu preparo pra você.

- Eu tomo chá.

- Chá vai te levar pro buraco.

- Me desculpe então. Mas se quer me mimar, então eu aceito.

- Você era bem mimado em sua antiga vida, não era?

Paul riu.

- Pra ser sincero, minha mãe me tratava assim. Ela era maravilhosa.

Sorriu com a lembrança.

- Eu tenho certeza que era mesmo. - Daryl disse e segurou a mão do ninja, o que o deixou surpreso. -  Vamos voltar logo, antes que você entre e uma garrafa.

Paul pensou em questioná-lo se chegariam de mãos dadas a comunidade, mas Daryl parecia confiante com o que fazia, então ele optou por se calar, tentando esconder a vermelhidão em suas bochechas.

Os dois saíram de lá, sorrindo, sem nenhum perceber que estavam sendo observados por uma terceira pessoa.

 

 


Notas Finais


Os próximos/últimos capítulos serão um tanto mais agitados. :(
Se preparar é essencial!


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